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História Dead Roses - Evanescent Dead Roses


Escrita por: minklyestaoff

Notas do Autor


AVISO: Se você é sensível demais, pegue seu lencinho, porque você vai precisar.

Oioioioi, tudo bem?! Primeiramente, muuuuuuito obrigada pelos 51 favoritos e a cada comentário que vocês deixaram até então nesta , gente. Sério, eu fico realmente muito feliz e comovida por ver que tantas pessoas, mesmo cientes de que ela não terá final feliz e tal, gostando de Dead Roses. Isso me inspira a querer me superar cada vez mais! Muito obrigada mesmo <3

O capítulo foi todo inspirado em "Ask for Answers" da banda inglesa Placebo e, de novo, Black Pink, mas em vez do "Whiiiii param", veio "Stay". Prestem muita atenção em ambas, elas serão importantes nesta "nova fase", por assim dizer, da (link nas notas finais para quem quiser ouvir).

Além disso, quero agradecer o lindo do Dominic, leitor queridíssimo meu que acompanha a pelo Nyah e me deu esse presente LIIIIINDO que foi esse aesthetic do Yuuri e mais um do Viktor <3, porém ambos os aesthetics foram postados no Nyah, porque eles vão contra as regras de imagens de capas de fanfics e capitulos do Spirit. Se quiser vê-los, o link da fanfic no Nyah está lá no primeiro capítulo.

Sem mais delongas,

Boa leitura ^^

Capítulo 7 - Evanescent Dead Roses


Viktor Nikiforov perdeu os pais quando ainda era um bebê, executados pela Máfia Russa por motivos até hoje desconhecidos. Foi criado pela tia até os dezenove anos, quando perdeu a única pessoa que conhecia como família para um câncer pulmonar.

Apesar de ter nascido belíssimo, sempre sofreu preconceito contra sua aparência “delicada demais” e tudo piorou quando Viktor começou a perceber que gostava não só de meninas, mas também de meninos. Em um país onde era liberado mandar de formar compulsória, isto é, sem o consentimento alheio, pessoas ALGBTTQIP para hospitais psiquiátricos para “se curarem”, ser bissexual e andrógino era viver diariamente na corda bamba. 

Viktor nem gostava de lembrar de quantas vezes lia mensagens rabiscadas na carteira, onde sentava na sala de aula, pedindo a sua morte, quantas vezes era trancado no banheiro do colégio do lado de dentro, quantas vezes era xingado até pelos professores; tanto que a única “válvula de escape” para os seus sentimentos de raiva, impotência, rejeição e, principalmente, o seu vazio desesperador era, escondido de tudo e de todos, cortar os próprios braços, coxas e pulsos com gilete. O cúmulo foi quando, no dia de sua formatura, a escola inteira gritou seu ódio contra Viktor “Morra, viadinho!” e tacaram-lhe um balde cheio de sangue de veado misturado com camisinhas usadas.

Terminado os estudos obrigatórios, Nikiforov passou a trabalhar como balconista de cinema e mesmo assim a perseguição dos ex-colegas de colégio contra ele continuava. Tanto que quando tentou se suicidar um dia após a morte da sua tia e foi parar no leito de um hospital, ele recebeu dos ex-colegas de escola flores que geralmente são postas para alguém em velórios ou enterros.

“Se a única pessoa que talvez se importava comigo não está mais aqui, para que eu estou aqui? Se todo mundo me odeia e minha morte não fará falta para ninguém, por que eu ainda vivo?” — pensava o adolescente, na época.

Quando teve alta, Viktor recebeu o diagnóstico de depressão, já com as primeiras sessões marcadas com o psicólogo mais o psiquiatra, entretanto ele já pressupunha que ia para a “terapia de cura gay” e não queria mesmo isto para si.

De volta para casa e dentro do seu quarto, Viktor procurava no Tumblr sobre métodos de suicídios rápidos e eficazes, quando, no meio dessas pesquisas, o blog de uma usuária japonesa chamou-lhe a atenção. Ela compartilhou um dos tutoriais de maquiagem de Yuuri Katsuki, no formato de gifs, ensinando a fazer a maquiagem do Ryuk, personagem do Death Note. Por ser fã de mangás e cultura japonesa, no geral, Viktor ficou imediatamente encantado com aquilo e chamou a usuária, via chat do Tumblr, para saber como ter acesso a conta de Yuuri Katsuki, ou simplesmente katsubuki: era só mandar um e-mail para Yuuri explicando como você teve acesso a conta dele e depois pedir educadamente a senha. Como o rapaz estudava japonês com um professor particular contratado pela tia desde a puberdade e seguiu-los até conseguir o diploma de fluência, foi fácil para Nikiforov falar com ela.

Quando viu os vídeos daquele garoto gordo, nem aí para as pressões da sociedade, fazendo as maquiagens mais incríveis e ainda por cima ele era poliglota, aquilo tocou tanto o coração de Viktor a ponto de comentar em todos os vídeos do rapaz e ainda enviar uma mensagem para ele, desabafando tudo que incomodava o seu coração.

Uma hora depois, Viktor recebeu de Yuuri uma mensagem incentivadora e ao mesmo tempo de agradecimento pelo carinho, com palavras lindas, cujo final “Busque algo que você não se imagina não fazendo, algo que se você não conseguir trabalhar naquilo, você não consegue trabalhar com mais nada” tocou a mente de Viktor, a ponto dele ficar um bom tempo chorando em frente ao computador. Após recuperar-se um pouco dela, Nikiforov enxugou as lágrimas e resolveu ir até um baú velho da falecida tia para dar uma fuçada no que tinha. Lá, achou uma câmera Polaroid e começou a tirar fotos da casa, de todos os ângulos possíveis. Ali, Viktor despertou o seu prazer pela fotografia e a vontade de expressar-se através delas de forma livre. O início do despertar da salvação que tanto almejava.

No dia seguinte, o rapaz alugou o apartamento para uma imobiliária e utilizou o dinheiro que a tia deixou de herança para estudar fotografia na Terra do Sol Nascente, além de investir em um tratamento psicológico e psiquiátrico para conviver com a sua depressão.

E o resto? O velho clichê de vitórias que Viktor Nikiforov contava em suas entrevistas sobre o trabalho duro que teve até chegar onde chegou, além do preço de não poder ser mais totalmente ele mesmo com a fama, entretanto isso era apenas o que ele julgava que a mídia precisava saber. Ninguém precisava saber da sua luta diária nos bastidores.

Depressão não era como uma dor nas costas, na qual era só colocar um emplastro muscular que passava. Diariamente, mesmo com a vitória de ter passado de três para apenas um remédio nestes anos todos, mesmo indo regularmente nas sessões de psicologia e psiquiatria, Viktor ainda tinha que conviver com a sensação constante de vazio, conviver com a tristeza que vinha, com os dias em que não queria levantar da cama, com dores físicas. Nada comparado aos dias de automutilação da adolescência, mas era uma batalha diária contra o seu maior inimigo, o seu próprio eu. 

Naquele momento, dentro da banheira da mansão de Yuuri Katsuki, Viktor chorava muito e olhando para os braços mais as coxas, agradeceu internamente pela base à prova d'água e sabonete, que saía somente com demaquilante especial, não ter mostrado nada para Yuuri, durante as ocasiões em que tomaram banhos juntos. Enxugou-se, passou desodorante, perfumou-se, voltou para o quarto e agradeceu pelo ator ainda estar dormindo, pois pôde ir até a cozinha, comer uma maçã para conseguir tomar o remédio antidepressivo guardado na carteira e preparar um bom café da manhã para eles, ao som de You Don't Care About Us da banda inglesa Placebo, também uma das bandas favoritas do fotógrafo, que vinha do quarto. Agradava saber que o ator curtia também a banda.

XxxX

(…) Desista

Desta briga

Não há segundas chances

Desta vez

Eu poderia

Pedir ao mar respostas (…)”

Ao som de Ask for Answers, sua música favorita do Placebo, Yuuri Katsuki chorava no banheiro, enquanto tinha as piores reflexões sobre a situação, nada correspondentes com a realidade:

“Você é um lixo mesmo, hein, Yuuri?! Você pode ter transado com o Viktor, mas ele só te quis porque você é famoso e porque você é fã dele, assim como todos que você já transou. Porque se não fosse isso, ele sequer olharia para você. Seus pais e sua irmã só falam que tem orgulho de você por pura conveniência, cumprir o papel de família, sabe?! Eles nunca se importaram com você, de verdade. Você é feio, é gordo mesmo com a dieta e só consegue ter uma carreira por complacência dos outros, pois talento mesmo nunca contou, sabe?! Até mesmo os meus fãs só são meus fãs por causa dos meus personagens, nunca por causa de mim. Não sou exemplo de bosta nenhuma, sou só mais um fracasso que finge ser um sucesso para tentar ser alguém legal e sobreviver nessa bosta chamada mundo. Assim como a Lilico citou no mangá de Helter Skelter, eu também tenho “um prazo de validade” na mídia, também ouço um som de um relógio e algo está chegando ao fim dentro de mim. É inevitável, apenas.”

Estava muito mal mesmo. Somado aos pensamentos negativos, a mistura de álcool, cocaína e um pouco de maconha penalizava violentamente o corpo do ator: além das dores físicas como uma doída ressaca, vinham também as dores no estômago, vômitos e “a fissura”:

“Preciso cheirar, tenho que cheirar. Meu ídolo, o Viktor nunca pode descobrir que, além de gordo, cheio das celulites e estrias, eu também sou um chato que mal sabe iniciar uma conversa direito com as pessoas e só sabe ser alguém, no mínimo, aceitável quando está atuando ou com a ajuda da “Nina”. Droga… meu estômago! Não posso, é… vai que o Viktor me flagra “conversando com a Nina” e ferrou! Tenho que achar o Valium. Cadê, cadê? Achei… ah… isso vai me ajudar a, pelo menos, conseguir falar com o Viktor decentemente.” — finalizou o ator, enquanto terminava de tomar banho.

Banho tomado e devidamente enxugado, Yuuri voltou para o quarto, colocou o celular no carregador com caixas de som bem altas embutidas, trocou a playlist pelo rádio e deitou na cama, enquanto a rádio tocava Waiting for blood da banda de Stoner Rock e Doom Metal norte-americana Uncle Acid & the deadbeats.

Enquanto isso, na cozinha, Viktor terminou o café da manhã, na realidade mais para um “café de almoço” do que qualquer outra coisa. Colocou a comida que fez para ele e para Yuuri em uma bandeja, levou cuidadosamente ela até o quarto.

Ao entrar no local, Viktor carregou a bandeja até a cama, colocou-a na cabeceira localizada ao lado da cama, deitou-se ao lado de Yuuri e ficou lá, admirando o sono dele.

“Mesmo babando no travesseiro e roncando, ele parece um príncipe dormindo. É lindo mesmo!” — observava Nikiforov, de certa forma, agradecido por já estar no sétimo sono quando Katsuki começou a roncar e não ter ouvido nada. Entretanto, um detalhe não passou desapercebido pelos olhos do fotógrafo — “Agora que estou sóbrio e sossegado, que estou reparando… Céus, como o Yuuri tá magro! Dá para ver nitidamente as costelas e a clavícula dele, mesmo com o abdômen trabalhado. Os braços dele, apesar de ter alguns músculos, estão finos demais. Será que... não! É apenas consequência do trabalho, gravar dorama é uma loucura, fora que televisão e foto “engorda” a gente. Ele apenas trabalhou demais, só isso!”. — refletiu o fotógrafo, enquanto continuava a observar o quanto Yuuri Katsuki era fascinante fora das câmeras em e o admirar em cada detalhe até o ator finalmente acordar.

Katsuki abriu os olhos e sentiu algo doce, bem singelo, ao ver Nikiforov olhando-o com admiração, dar-lhe um beijo na testa e desejar-lhe “bom dia”. Retribuiu o “bom dia”, acarinhou o rosto do fotógrafo, levantou-se, foi até o banheiro escovar os dentes. De volta para o quarto, Yuuri deitou-se novamente na cama ao lado de Viktor, recebeu um beijo bem gostoso do fotógrafo e falou:

— Agora sim, bom dia, Viktor.

— Bom dia, Yuuri. — pegou a bandeja em cima da cabeceira, colocou-a no colo e continuou. — Fiz café da manhã para nós.

O ator analisou a bandeja: katsudon, prato favorito que Yuuri não comia desde que iniciou a carreira artística, em porção individual reduzida, waffle light de banana, granola, salada e suco natural de maçã. Em seguida, racionalizou:

“A porção de katsudon, mesmo posto em tigela individual fit, dá 470 calorias. Definitivamente, não. Um waffle light de banana são 108 calorias, porém você tem treino hoje e tem que tomar a água com whey de 110 calorias, ou seja, infelizmente, isto é uma bomba para a dieta, não dá. A granola, neste caso, está mais calórica do que o katsudon, a salada russa mesmo tendo 124 calorias, ela cai no mesmo problema do waffle e o suco de maçã… hmmm… esse copo tem 200ml e está cheio, portanto tem 98 calorias, ou seja, cortar a água com whey do café e do pré treino mas… e se o Viktor pegou meu suco de maçã não-calórico que estava na geladeira? Aí não preciso me preocupar, mas é melhor perguntar.” — e questionou:

— Viktor, desculpa perguntar, mas foi você quem fez esse suco também?

— Não, eu peguei da tua geladeira, por quê? Se você quiser, eu vou agora comprar maçãs e… — Katsuki interrompeu o outro.

— Não precisa. Eu preciso dizer uma coisa séria… Eu agradeço você ter feito o café para mim, mas enquanto você estava lá embaixo, fazendo o café, eu acordei muito mal do estômago, tomei remédio e eu não quero me arriscar a fazer extravagâncias agora. Você ficaria muito chateado se eu ficasse só no suco de maçã?

O fotógrafo segurou as mãos de Yuuri e com um olhar bem preocupado, perguntou:

— Yuuri, que tipo de suco desintoxicante você costuma tomar nestes casos?

“Ele não existe, gente! Que atencioso!” — comoveu-se o ator com tamanho cuidado do fotógrafo. Respondeu:

— Eu tenho suco detox não-calórico na geladeira… — porém foi calado por um tenro selinho de Nikiforov, que falou:

— Eu busco para você, tá! Descansa bem e se você não se sentir bem para o treino, não hesite em desmarcá-lo. Saúde em primeiro lugar, hein?! Ah, e está decidido! Em vez de você ir para o meu apartamento, vamos ver os filmes do Bergman aqui, na sua mansão, para você descansar bem. Qual horário é melhor para eu passar aí?

— Umas 9 P.M, pode ser?

— Está combinado. 9 P.M eu passo aí. — finalizou Viktor com um selinho. Depois colocou seu café da manhã na cabeceira, pediu para Yuuri segurar a bandeja para levantar-se. Já de pé, Nikiforov pegou-a de volta, agradeceu o ator com mais um selinho e saiu do quarto rumo para a cozinha.

Enquanto Viktor preparava o detox, Yuuri foi até o celular mudar a rádio e lá estava tocando Tears da banda de rock japonesa X-JAPAN. Deixou a bela música tocar, enquanto conversava com Yurio, através de mensagens no LINE, sobre a noite anterior e combinava de ir até a mansão dele amanhã para ouvir as músicas novas compostas pelo colega e, obviamente, cheirar horrores. Despediu-se do rapaz, pois ouviu o barulho de Nikiforov subindo as escadas e voltou para a cama.

O fotógrafo entrou no quarto, novamente caminhou até onde Yuuri estava e falou brincando:

— Aqui está seu suco, Mestre.

— Agradeço a gentileza e muito obrigado pela comida, mas… você não se esqueceu de algo, Sebastian?

Viktor beijou Yuuri e após o ato, o ator falou imitando o tom de voz de Ciel Phantomhive, protagonista do e mangá Kuroshitsuji:

— Está dispensado, Sebastian.

Yes, my Lord. — respondeu Viktor, utilizando o bordão do outro protagonista de Kuroshitsuji, o mordomo Sebastian Michaelis, com direito a imitar o tom de voz sensual do personagem.

Após servir o suco para Yuuri, o fotógrafo sentou ao lado dele na cama, apoiou a bandeja na cama, agradeceu pela comida e começou a tomar seu café da manhã, começando pelo katsudon. Yuuri sentia-se muito desconfortável em tomar seu suco ao lado do outro, pois, no fundo, queria muito comer seu prato favorito mais todas as guloseimas feitas pelo seu ídolo, guardadas na geladeira, porém, para o ator, a “dieta” era “prioridade máxima”. Portanto, não era “permitido” nenhum “deslize”. Somado a isto, tinha o potencial risco dessas ocasiões, que envolviam comer junto com alguém, revelarem “a dieta” de Yuuri. O ator tomou seu suco lentamente, de olhos fechados para não ver Viktor comendo e só os abriu quando o fotógrafo terminou de comer.

Após a refeição, por assim dizer, Viktor e Yuuri desligaram a playlist do celular, levaram as louças até a cozinha, lavaram, enxugaram e guardaram elas. Depois, eles foram à sala para se curtirem um pouco, mas, no final, acabaram transando no sofá, ato que fez Viktor achar uma graça Yuuri “sóbrio” ser um pouco tímido durante o sexo e o ator achou incrível também Nikiforov “sóbrio” ser ainda mais atencioso e gentil na intimidade. Parecia até que eles estavam fazendo amor, de tão tranquila e carinhosa que aquela transa ocorreu. Após o ato sexual, tomaram banho juntos, fizeram “algumas brincadeiras” durante e após o banho.

Já secos, perfumados e somente de cueca, os dois assistiam televisão abraçados. Quem visse eles de fora, não diria que eles começaram a se envolver ontem, de fato, de tão íntimos que estavam. Como não tinham nada melhor para assistir, o canal sintonizado era de um programa musical sul-coreano, o Inkigayo, onde, naquele momento, eles anunciaram o vencedor do programa. Quem ganhou foi o grupo feminino Blackpink, cuja uma das integrantes, Lisa, era fã de Yuuri Katsuki desde a época de vlogger. Durante o agradecimento, eles descobriram que o último single delas, chamado Stay e composto por Lisa, era uma homenagem a Yuuri Katsuki.

— Meus fãs são incríveis. Desde você, passando por ela até chegar a todos. Cada um é precioso do jeito deles e sabe… às vezes me pergunto se mereço tanta admiração assim.

— Se você não merecesse, eu não estaria aqui com você. — respondeu Viktor, olhando profundamente nos olhos do ator. — Yuuri, você é incrível, você merece cada fã, cada amor e cada tudo que você conquistou. — finalizou com um beijo na testa do ator e um abraço forte nele. Katsuki segurou-se para não chorar. Nunca esperava que seu ídolo o admirasse tanto.

— Assim como você. Se você não merecesse seus fãs, eu recusaria o seu convite para o ensaio sem pensar duas vezes. Você é maravilhoso, Viktor, o poeta da das lentes. — respondeu Katsuki meio tímido.

“Que fofo, ele ficou meio tímido quando eu o elogiei e mais ainda para me elogiar. O Yuuri Katsuki real é um homem incrível, um príncipe fofo.” — refletiu o fotógrafo, abraçado ao ator.

Eles continuaram conversando, ficando, até Nikiforov sentir vontade de observar o horário. Ao vê-lo, o fotógrafo ficou desesperado, pois tinha uma sessão de fotos para enviar para um cliente e faltava vinte minutos para o prazo terminar. Tinha que voltar imediatamente para o seu apartamento!

Viktor e Yuuri correram para o quarto, o ator ajudou o fotógrafo a trocar de roupa e pegar suas coisas que se espalharam pelo quarto; em seguida, eles correram de volta para a porta da sala, lá deram um intenso beijo e um forte abraço ao som de Stay do Black Pink tocando na televisão.

(...) Antes da escuridão me aprisionar

Não me deixe

Você ainda me ama?

Se você sente o mesmo, não me deixe hoje

Não me pergunte porque tem que ser você

Apenas fique comigo

 

E vai ser mais ou menos assim

 

Eu não espero muito agora

Apenas fique comigo (…)”

O fotógrafo sentia algo estranho em relação a música e a si próprio com o ator, sentia vontade de não querer sair dali, de não querer mais se soltar daquele abraço junto a uma dilacerante dor no peito em se despedir de Yuuri, como se fosse tudo aquilo fosse… a última vez? Não, era apenas emoção demais de Nikiforov por ter compartilhado um dia mágico com seu ídolo, além do fascinar pela “personalidade real” dele, mais ligada ao fato de ter realizado um sonho que pensava ser bem impossível. Mesmo assim, antes de ir embora, Viktor deu o beijo de despedida em Yuuri, olhou nos olhos do ator e falou:

— Yuuri, eu te adoro. Adoro muito você e tudo que vivemos ontem e hoje veio para crescer ainda mais minha admiração por você. — deu um selinho, depois um beijo na testa do ator e finalizou. — Tchau, Yuuri, a gente se fala e até de noite.

— Eu não tenho palavras para descrever o quanto foi… mágica a nossa noite de ontem e o dia de hoje. Eu adoro você, Viktor e tenha a certeza de que hoje fez crescer ainda mais meus sentimentos positivos por você. — deu um beijo extremamente intenso no fotógrafo, terminou-o com um selinho e também finalizou. — Tchau, Viktor, nos falamos durante o final da tarde e… até.

Yuuri trancou a porta da mansão, correu para o quarto, baixou Stay do Blackpink, deixou a música rolar, foi até o banheiro, abriu uma das gavetas do armário do banheiro, pegou vários pinos de cocaína, incluindo os comprados na festa, abri-os, jogou na pia seca. Utilizando uma lâmina para barbear sem fio, dividiu o pó em carreiras, fez um enrolado com o papel higiênico e cheirou tudo que não pôde cheirar por causa da presença de Viktor. Foram trinta e duas carreiras de uma vez. Imediatamente, Yuuri sentiu-se eufórico, prazeroso com a vida. Em seguida, fez o ritual de livramento dos vestígios dela: jogou os pinos dentro da privada estilo ocidental, deu descarga nela e limpou a pia até não sobrar nenhum vestígio de cocaína.

Depois disto, saiu do banheiro, foi até onde o celular estava, enviou uma mensagem para a academia e para Yurio, seu companheiro de malhação, avisando que não iria para o treino, pois não se sentia bem e foi para a cama deitar, porque apesar da sensação de bem-estar, Yuuri também sentia dor de cabeça e uma forte dor no peito.

“É apenas reflexo do exagero de ontem e agora pouco, quando eu acordar isso tudo vai passar” — pensou Yuuri antes de deitar e algumas horas depois, entrar em um sono profundo.

XxxX

Viktor conseguiu enviar o trabalho a tempo e, naquele momento, editava algumas fotos de Yuuri que não foram para o ensaio da revista, cujo lançamento era depois de amanhã, apenas por diversão. As fotos estavam perfeitas, mesmo sem edição, e a beleza do sorriso do ator era algo lindo de se contemplar.

O fotógrafo ainda não acreditava que dormiu com seu ídolo, que seu ídolo era tão fã dele próprio e teria um encontro com ele de noite, além de descobrir um lado de Yuuri Katsuki que, com certeza, ele revelava para poucos. Estava bem nas nuvens.

Por outro lado, quando precisou fazer uma ligação para mais um cliente, Viktor não achou o celular dentro do bolso da calça que usou ontem. Procurou pela casa inteira, não achou também. Quando o desespero ia tomar conta do homem, ele respirou fundo, contou até dez e lembrou:

“Putz, deixei meu celular carregando no quarto do Yuuri! Parece que o destino escreve certo por linhas tortas, a essa hora acho que ele ainda está em casa. O Yuuri estava bem mal do estômago mesmo, com certeza ele não foi treinar.” — Imediatamente Viktor trocou de roupa, pegou chave, carteira e saiu rumo à mansão de Katsuki.

XxxX

Yurio, ao ler as mensagens de Yuuri entendeu perfeitamente o que ocorria: o ator estava “de bode” — traduzindo, estava com abstinência de cocaína, precisava cheirar mais, mas não tinha mais a droga. Já estava a caminho para a mansão do colega. Além disto, havia outro motivo pelo qual acelerava sua moto para chegar à mansão do ator o mais depressa possível: quando Katsuki cancelava treinos na academia, a empresária do ator ia imediatamente até lá para verificar o que ocorria. Até então sempre deu sorte de chegar antes dela, ajudar o ator “naquilo” e quando ela vinha, já estava tudo sob controle.

Tinha que ser rápido, pois se ela chegasse antes, não seria só Yuuri que estaria encrencado mesmo.

XxxX

Viktor chegou na mansão de Yuuri há uns cinco minutos. Tocou a campainha várias vezes, mas não foi atendido. Não havia a possibilidade do ator já ter saído, pois a janela do quarto estava aberta.

“Será que ele está dormindo?” — pensou o fotógrafo. Quando ia gritar o nome do ator, Yurio repentinamente apareceu. Obviamente, o fotógrafo ficou espantado com a presença do cantor, que apenas conseguiu pensar:

“Que merda! Não tinha hora mais errada para ele aparecer. Eu não queria usar o Ryouta para isso, mas é necessário.” — Ryouta era um modelo, “colega dos esquemas” dele e de Yuuri e amigo em comum dele e de Viktor. O modelo agiria como “uma distração” para o fotógrafo, enquanto o cantor e o ator cheiravam. Entretanto, Yurio pensou melhor e antes de chamá-lo, cumprimentou efusivamente Viktor e perguntou:

— Ué, Viktor, o que faz aqui? Saudade do Yuuri?

— Pode ser, mas eu vim aqui para pegar meu celular que esqueci aqui. É coisa rápida. Tenho umas coisas para fazer e por isso, vou voltar para o meu apartamento rápido. — respondeu o fotógrafo. Porém, logo em seguida, ele perguntou. — E você, o que faz aqui, Yurio?

O cantor sentiu um alívio por saber a ocasião e até esquematizou: quando Viktor fosse embora, ele daria a cocaína para o ator cheirar e passar a abstinência. Reforçou o papel de “amigo salvador” na frente do outro:

— Eu vim cuidar do Yuuri. Como a empresária dele depende da van da agência para chegar até aqui, então é mais prático eu vir aqui primeiro e vice-versa. Ah, e ele não avisou nada para você, porque não queria preocupá-lo.

“Ê, Yuuri, é um príncipe mesmo!” — pensou o fotógrafo.

Com a explicação de Yurio, Nikiforov não ficou espantado pelo fato do cantor ter uma cópia das chaves da casa do ator, abrir o portão, depois a porta e entrar lá dentro. Viktor o acompanhou. Dentro da mansão, o cantor e o fotógrafo foram direto para o quarto do ator, presumidos pela música que vinha de lá.

Felizmente o local estava com a porta aberta. Entraram e Viktor já avistou seu celular em cima da mesa do computador do ator. Desplugou o aparelho, ligou para o cliente e resolveu-se com ele, enquanto Yurio ia até a cama do ator cuidar dele. Quando Viktor colocou o celular no bolso frontal da calça para ir embora e ia se aproximar da cama para dar um beijo de bons sonhos na testa do ator, ele viu Yurio virar o ator, no intuito de acordá-lo, e quando o fez, Yuuri sangrava um grosso filete de sangue pela boca e pelo nariz. Desesperadamente afastou-se, deu um grito pelo nome do ator, depois pelo cantor e ficou em silêncio ao ouvir Plisetsky chamando a ambulância do hospital particular da agência. Sim, a agência onde Yuuri e Yurio trabalhavam era rica suficiente para ter um hospital próprio.

Após o cantor encerrar a ligação, o fotógrafo foi até Yuuri tentar reanimá-lo, mas foi impedido por um choroso Yurio. Plisetsky pegou a mão de Nikiforov e colocou-a sobre o pescoço de Yuuri para medir a pulsação de Katsuki no local, nenhuma batida. Levou os dedos para o nariz do ator, sem respiração. Viktor tomou a única atitude plausível naquele momento: aceitar o abraço de Yurio e chorar junto com o cantor a morte de Yuuri Katsuki.


Notas Finais


Link para "Ask for Answers" - Placebo: https://www.youtube.com/watch?v=cpwaeafc7nM

Link para "Stay" - Black Pink - Black Pink: https://www.youtube.com/watch?v=FzVR_fymZw4

Espero que, apesar da fossa, o capitulo tenha, de alguma forma, tocado vocês <3

Até a próxima!


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