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História Dead Roses - Reflections of the Dead Roses


Escrita por: minklyestaoff

Notas do Autor


Oiiiiiiiiiiiiiiii, gente, aqui não é o Eli Corrêa (e nem o Bozo, é a autora lesada piadista fail nas horas vagas), mas a gente dá um jeito de cumprir as promessas, mesmo nas correrias, né?!
Portanto, capítulo novo, mas com as mesmas músicas de sempre (o link que colocarei é o link da OST da fanfic que criei no 8tracks, no caso de ter alguém curioso em ouvir as músicas citadas nesse capítulo - se alguém souber outro site parecido, agradeço) e muuuuuuuuuuuuuito obrigada pelos 85 favoritos <3 e por receberem tão bem a Lisa <3

Espero que gostem dele e boa leitura ^^

Capítulo 9 - Reflections of the Dead Roses


De volta para Tóquio, o estúdio do tatuador Kenjirou Minami tinha uma mensagem bem explícita na porta: “Fechado. Luto pelo meu grande camarada Yuuri Katsuki”, junto com um aviso curto e grosso para a mídia “Respeitem meu luto, por gentileza, não quero dar entrevistas”, também postado nas redes sociais do tatuador.

Trancado dentro do seu estúdio de estudos artísticos e sentado em uma cadeira, Minami assistia no celular um snap que ele fez mês passado com Yuuri, quando o ator dormiu no seu casarão, brincando de dublar a música Smack My Bitch Up, um dos maiores sucessos do grupo britânico de eletrônica The Prodigy, totalmente bêbados e altos da mistura álcool e maconha.

— Agora que estou vendo… Yuuri, suas pupilas estavam maiores do que as minhas, sendo que nesse dia a gente bebeu e chapou para caralho, véi… Você já tinha cheirado antes nesse dia, né, seu safado?! Por que eu não percebi, mesmo na minha loucura, que você estava tão mal assim, cara? Se eu pudesse ter sido mais amigo seu de desabafos, como o Yuri era, do que amigo de rolê… meu, eu tinha te ajudado a buscar uma reabilitação, ouvir você, sei lá, sabe?! Ai, cara… só você mesmo para me fazer chorar com música de balada. — conversava alto o tatuador consigo mesmo, enquanto observava no celular as várias fotos e vídeos tirados com Katuski em vida, dentro de várias festas, baladas, shows e até mesmo viagens feitas juntos.

Fechou a Galeria de fotos e vídeos do celular, clicou no aplicativo de música no celular, escolheu a música favorita de Yuuri da banda grunge feminina norte-americana Hole, chamada Dolls Parts, e começou a pintar um retrato do falecido ator. Conforme a música corria, Minami através das cores, linhas, notas, melodias, dava traços a seus sentimentos.

(…) Eu tenho partes de boneca

Pele ruim, coração de boneca

Esperando por uma apunhalada

Pelo resto da minha vida

 

Sim, eles realmente te querem

Eles realmente te querem, eles realmente querem

Sim, eles realmente te querem

Eles realmente te querem, mas eu também quero

 

Eu quero ser a garota com o maior pedaço do bolo

Ele só ama essas coisas

Porque ele ama vê-las serem destruídas

Eu finjo tão bem que estou além do fingimento

E algum dia você vai sofrer como eu sofro

Algum dia você vai sofrer como eu sofro (…)”

Enquanto pintava e cantava junto a letra da canção, Minami refletia sobre a tradução dela:

— Talvez Dolls Part fosse sua música favorita do Hole, porque, no fundo, no fundo, ela era o seu pedido de socorro mais implícito e explícito que você poderia fazer o qual eu e ninguém percebemos a tempo, infelizmente. Yuuri, Yuuri... — Minami parou de pintar o retrato do falecido, com o sorriso de sempre, porém um dos olhos soltava uma lágrima de sangue que se transformavam em rosas negras, corvos pequenos e pequeninas Mortes de Sandman, e começou a chorar desesperadamente de saudades do amigo.

Após um bom tempo, Kenjirou enxugou as lágrimas, recomeçou a pintar o retrato, concentrado em terminar a pintura naquele dia mesmo, pois tinha um compromisso marcado com Yurio, enquanto cantava junto o final do refrão da música com toda a força dos pulmões, liberando por completo toda sua dor: “(…) Algum dia você vai sofrer como eu sofro (…)”.

XxxX

Em uma cafeteria de luxo, no segundo piso de uma das lojas mais poderosas da moda, Lisa Manoban desfrutava sossegadamente um café, enquanto chorava revendo os vídeos de Yuuri nos tempos de vlogger no celular. A cantora fez questão de mandar reservar o café só para ela, pois, segundo seus próprios pensamentos, “meu papel como idol é dar alegria para todos. Infelizmente, desde que aceitei meu contrato, aceitei junto minha privação de chorar em público quando eu quisesse”.

Lá, a cantora também pode ligar sossegada para os pouquíssimos colegas mais íntimos, para seu empresário, para suas companheiras de Blackpink e agradecer por estar em um ambiente de trabalho minimamente compreensivo, no qual permitiu Lisa apenas fazer um show, após cumprir com seu compromisso que marcou antes com Yurio, e depois descansar por duas semanas; além de tudo isso, a agência da cantora emitiu um comunicado oficial pedindo respeito a privacidade de Lisa e avisando que tomaria medidas legais, caso alguém ousasse difamá-la, criando quaisquer boatos ou comentários maldosos sobre o relacionamento dela com Yuuri Katsuki, pois o comunicado foi enfático em reforçar que a relação deles era apenas amizade de fã para ídolo. 

Ainda vinha na sua mente o depoimento de Plisetsky sobre os abusos que a agência dele cometia contra seus contratados — não, Lisa não sabia da verdadeira causa da morte de Yuuri, nem dos métodos sujos que a agência do ator utilizou para esconder isto; ela somente sabia da vida junkie e a anorexia do falecido — e aquilo arrepiava ela. Não que a empresa em que a mulher estava era maravilhosa, mas, pelo menos, ela não se metia na vida pessoal dos seus contratados.

Naquele momento, Lisa também pensava muito no quesito família, pois não era segredo para ninguém que a cantora foi abandonada em um orfanato ainda bebê e lá viveu até atingir a maioridade, época que fez os testes para a sua atual agência. Seus conhecimentos de canto, dança, instrumentos musicais e composição vieram dos tempos de estudante bolsista em uma escola de artes no colegial:

“Minami e Yurio têm os pais para poderem contar, Viktor, apesar dele ser órfão como eu, com certeza tem parentes para contar. Eu… posso não ter tido pai ou mãe, nem parentes, mas eu tenho pessoas que querem o meu bem, quando eu precisar de alguém. Agora, eu preciso do meu tempo!” — finalizou a mulher em lágrimas, enquanto observava uma foto antiga sua com Yuuri e degustava um chocolate gelado, cantando junto a música que tocava na cafeteria como trilha sonora ambiente, Decode, um antigo sucesso da banda norte-americana Paramore.

(…) Como nós chegamos aqui?

Bem, eu costumava te conhecer tão bem, sim, sim, sim, hey

Oh, como nós chegamos aqui?

Bem, eu costumava te conhecer tão bem

 

Eu acho que sei

Eu acho que sei

 

Oh, há algo que eu vejo em você

Isto pode me matar, mas eu quero que seja verdade”

XxxX

De volta para Tóquio, sentado na banheira, com o rosto mergulhado na água, Viktor Nikiforov estava naqueles dias, os dias em que a crise depressiva o pegava forte e ele não queria nem levantar da cama. Só tomava banho, porque seu corpo pedia pelo ato. De fundo, ouvia uma música que costumava ouvir quando estava assim, cuja letra sempre fez sentido para ele por expressar seu vazio desesperador mais a roleta de sentimentos que vinham junto.

(…) Eu tenho um problema que não consigo explicar

Não tenho nenhuma razão pela qual deveria ter sido tão claro

Não tenho perguntas mas, com certeza, tenho desculpas

Falta-me a razão pela qual eu deveria estar tão confuso

 

Eu sei como me sinto quando estou perto de você

Eu não sei como me sinto quando estou perto de você

Perto de você (…)”

(Roulette – System of a Down)

Banho terminado, corpo seco, Viktor saiu do banheiro direto para o quarto, deitou na cama, pegou o celular, abriu em uma foto dele junto com Yuuri, levou o aparelho até o próprio peito e apenas deixou o refrão da última música do álbum Steal This Album da banda norte-americana de nu metal System of a Down, chamada Streamline, expressar todos seus pensamentos naquele momento:

(…) Porém eu não consigo te ver através da neblina,

(Mas eu não estava lá por você),

Você foi embora,

(Eu não estava lá por você),

Despedidas são longas,

Adeus,

(Eu não estava lá por você),

Adeus,

(Eu não estava lá por você),

Adeus,

Eu não estava lá para o adeus (…)”

O fotógrafo sentia uma desesperadora culpa por não ter percebido a tempo, que Yuuri Katsuki, seu ídolo, precisava tanto de ajuda quanto ele próprio. Ter percebido os sinais que o ator emanava, como os olhos fechados dele para não ver o fotógrafo comendo, a magreza excessiva em certas partes do corpo, as idas demoradíssimas e excessivas para o banheiro, ter reparado nas pupilas dele antes… entretanto aí lembrou de que lidava com um ator premiado e que também fingia tanto para Yuuri quanto ele para ti. Lembrou também da maconha e da boa quantidade de álcool tomada na ocasião e aí vinha ainda mais o sentimento desesperador de vazio misturado com impotência, saudades e até mesmo tesão, afinal as lembranças das tórridas transas ainda eram vivas na mente de Nikiforov. Tanto que se tocasse os próprios lábios, o gosto da boca de Yuuri era puxado na memória como se tivesse ocorrido cinco minutos atrás, assim como os toques do resto do seu corpo que puxavam as lembranças dele junto ao de Katsuki. Sentiu o pênis começar a ficar rijo, excitado com os momentos eróticos que o cérebro do fotógrafo reviviam, misturado com uma dor imensurável de não poder ter mais aquilo, mas segurou a vontade de se masturbar, pois “era um desrespeito à memória de Yuuri, não fez nem vinte e quatro horas direito que ele faleceu” — segundo pensamentos do próprio Viktor.

Nem queria pensar no dia seguinte, o dia do lançamento do ensaio póstumo de Yuuri. Se pudesse não compareceria na distribuição e coletiva de imprensa do lançamento, feitas só por obrigação mesmo, pois a festa, em respeito a sua falta de condição para tal, foi imediatamente cancelada… Se pudesse, Viktor sumiria junto com Katsuki desse mundo:

“De que adianta sucesso, fama, pessoas que admiram meu trabalho, algumas que até me admiram como pessoa, se eu nunca… Yuuri, Yuuri!” — pensava o fotógrafo de cabelos atualmente platinados, enquanto gritava o nome do ator às lágrimas até dormir embalado pelo próprio choro e ao som de Ask For Answers do Placebo.

XxxX

Yurio fazia o show final do boygroup onde cantava, afinal eles tinham uma agenda e um grupo a finalizar. Nunca agradeceu tanto pela agência ter adiantado o encerramento do contrato dele e dos outros membros. Por outro lado, os fãs do grupo, assim como os cantores estavam também abalados pela repentina morte de Yuuri Katsuki. Tanto que antes do show começar, eles fizeram um minuto de silêncio pela alma do ator e em vez da apresentação começar com o single mais atual do grupo, ele começou com Yurio e Lisa cantando Stay. Sim, todos ficaram surpreendidos com a presença da idol do grupo sul-coreano no palco, entretanto o dia anterior em Hasetsu permitiu os cantores planejarem essa homenagem.

Os fãs do grupo sabiam da proximidade de Yurio e Yuuri, alguns chegavam a dizer que o cantor e o ator eram melhores amigos e ainda tinha aqueles que “shippavam” eles, seja apenas na forma de amizade ou na forma romântica. Além disso, boa parte dos fãs sabiam também que Lisa era uma grande fã de Katsuki, foras os que eram fãs de Yuuri, Yurio e Lisa ao mesmo tempo, portanto eles cantarem Stay naquele momento era mais do que compreensível e justo. As lágrimas que ambos soltavam durante a apresentação eram mais do que verdadeiras, principalmente quando houve uma parte em que Yurio parou de cantar para ser consolado pela mulher. Minami, observando tudo na área dos staffs do lado do palco, somente queria sair dali e abraçar os dois.

Após terminarem de cantar Stay, eles cantaram uma das músicas favoritas de Yuuri, pois ela lembrava os duetos que Yuuri e Yuri costumavam fazer no violão, Roses, da banda grunge australiana dos anos 90 Silverchair

(…) Leve sua mente com você

Não há espaço para dois

Não posso suportar

Suportar dois de vocês

 

Cheirando rosas mortas

Mas não cairei

Não, não cairei (…)”

Musica terminada, Yurio e Lisa foram ovacionados pela plateia, incluindo Minami, fizeram mais um minuto de silêncio por Yuuri e a cantora saiu do palco muitíssimo aplaudida pelo público, direto para cumprir o restante da sua agenda com o Blackpink, afinal a vida de idol cobrava isso.

O show continuou, relembrando os maiores sucessos e músicas não lançadas como single, mas queridas pelos fãs. Depois vieram as homenagens aos fãs, interações com eles, mais músicas, agradecimentos a todos que fizeram eles chegarem até onde chegaram e apresentações solos dos integrantes. Yurio, último a se apresentar, surpreendeu ao cantar uma música de sua autoria chamada Dead Roses, cuja letra contava sobre três eu líricos destruídos pelos seus vícios, mortos em vida, apenas vivendo por viver, aguardando a morte definitiva e a melodia ser uma estranha mistura de Death Metal e Industrial. Depois o russo fez um cover de Sonne da famosíssima banda alemã de industrial Rammstein e surpreendeu ainda mais com o seu visual cheio de piercings e tatuagens. Em seguida, anunciou o seu primeiro CD solo chamado Svoboda (“liberdade” em russo), lançado por uma famosa gravadora de Heavy Metal, a mudança do seu nome artístico para Yuri P., ou simplesmente Yuri Plisetsky.

Sim, Minami cumpriu a promessa de lançar o CD solo de Yurio, ajudando o cantor a finalmente assinar com um selo de Heavy Metal, como ele sempre sonhou, com a seguinte modalidade de contrato: assim que o contrato com a agência expirasse, o novo contrato passaria a valer. Só não imaginavam a agência expirar o contrato deles um dia após a morte de Yuuri Katsuki, uma grata surpresa.

A maioria dos fãs individuais de Yurio sabiam que o ídolo curtia algo mais puxado para o Rock e para o Metal, além da amizade com vários astros do Rock e do Heavy Metal, constantemente retratada no Instagram privado do cantor para seus fãs, portanto eles não se surpreenderam com a radical mudança do russo. Pelo contrário, essa maioria, junto aos outros integrantes do grupo, sentiram-se aliviados ao ver Yuri finalmente cantando o tipo de música que ele gostava de verdade e prometeram apoiar o cantor ao máximo, a ponto de prometerem colocá-lo em primeiro lugar nos charts japoneses e como Yuri já não tinha mais nenhum vínculo com a agência, eles não poderiam fazer nada.

Minami aplaudia, às lágrimas, Yuri ser ovacionado pela plateia, pois era nítido o orgulho dele em finalmente poder ser ele mesmo.

XxxX

Após o show, o cantor recebeu uma ligação de Lisa, parabenizando-o por tudo ter dado certo e após uma intensa divulgação intensiva da sua carreira solo, Yuri e Kenjirou estavam no quarto do apartamento do cantor, sentados na cama do russo.

Olhando nos olhos de Minami, Plisetsky cantou a música favorita dele, Fairy Tale, da banda brasileira de Power Metal e muito famosa entre os fãs de Metal na Ásia, Shaaman, usando somente o violão como acompanhamento.

(...) Pequena senhora, seu conto tem um fim

Pois seu amor aos céus foi enviado

Ele se transformou em faíscas que brilham com as estrelas …

 

E à noite ele sempre estará lá

Para sua senhora o olhar

E assim ele nunca morreu (…)”

Por eles compartilharem a mesma música favorita, eles tinham uma natural ligação especial através dela, entretanto o cantor queria criar uma lembrança a mais com ela. Pediu para Minami fechar os olhos e tomou um dos atos mais importantes da sua vida.

Quando o tatuador abriu os olhos e viu a aliança prateada na mão direita, entendeu perfeitamente o que estava acontecendo. Não precisaram de nenhuma palavra, os beijos e a noite de amor que tiveram em seguida demonstraram o que aquilo significava: a declaração mais a promessa de amor eterno mais intensa, que ambos deram um para o outro.

XxxX

Minami foi acordado por múrmuros emitidos por Yuri, em um tom de voz choroso:

— Eu matei o Yuuri! Eu matei o Yuuri!

O tatuador sacudiu o cantor, pensando que ele tinha algum pesadelo, porém ao perceber os olhos verdes de Yuri mirando fixamente para os seus, Kenjirou apenas abraçou forte o namorado e falou, segurando as lágrimas:

— Você não tem culpa pelo que aconteceu, eu já te falei isso várias vezes. Infelizmente o Yuuri viciou por conta própria e que aconteceu com ele foi… uma fatalidade. Uma tragédia onde infelizmente a gente não teve como perceber a tempo, que ele precisava de ajuda e tentar salvá-lo. Shhhh, shhhh, passou, passou! Você finalmente realizou seu desejo de ser você mesmo profissionalmente, então aproveite-o ao máximo.

Entretanto, Yuri também chorava por outro motivo também. Mesmo após a morte de Katsuki, ele ainda sentia muita vontade de cheirar cocaína. A “fissura” era violenta, dolorosa demais e estava à base de Valium mais Ritalina para tentar disfarçá-la. Uma parte da mente do cantor gritava para ele parar com o vício, porém a outra berrava por mais, mais cocaína e ele ainda tinha muitos compromissos a cumprir na sua nova agenda…


Notas Finais


Link da OST da fanfic com músicas citadas no capítulo de hoje (para quem quiser ouvir): http://8tracks.com/mink-e/dead-roses-fanfic-trilha-sonora

Aguardem o próximo capítulo, pois ele será importante para os rumos futuros da fanfic ^~^

Beijões e até a próxima ^^


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