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História Deadly Desire - Um café


Escrita por: LovatooN

Notas do Autor


Olá, olá!
Demorei um pouco, mas aqui estou e finalmente livre das semanas de provas por um tempo.
Temos um pouco de Dilmer ai, aproveitem pois vai demorar um pouco ter mais, mas nem tanto.
Espero que gostem
Boa Leitura mores

Capítulo 14 - Um café


A cena do crime se situava a alguns quilômetros da delegacia. Toda a área estava interditada e só seria liberado quando terminássemos. Enquanto eu e Katherine entramos na casa Paul ficou do lado de fora para evitar que algum curioso aparecesse, assim como outros policiais que ainda estavam ali. Estava tudo exatamente como nas fotos, o sofá ensanguentado, por consequência o chão também, nada fora do lugar o que indicava que não houve briga ou a vítima foi pega de surpresa, mesmo com as fotos já tiradas levamos nossas câmeras para tirar mais e fotografar possíveis pistas.

_Pelo que soube os pais do garoto são judeus._ Kat comentou enquanto mexia em alguns papeis sobre a mesa de centro da sala, eu me abaixei perto do sofá.

_Imagino como eles devem estar._ respondi, aproximei a câmera do meu rosto para fotografar a poça de sangue no chão._ Não há nada ainda que prove que ele é um assassino.

_Ele foi visto correndo desta direção._ respondeu tirando um foto dos papeis que antes analisava.

_Quando sairmos daqui vamos ao colégio, precisamos ver o perfil dele._ afirmei._ De uma forma ou outra ele já está preso e dependendo do que descobrirmos definirá a vida dele lá.

_O promotor exige que tenhamos certeza de que ele seja o assassino, prendê-lo com apenas 16 anos é tirar toda a vida dele. _sua voz ficava mais distante à medida que ela entrava casa adentro.

Ao olhar mais uma vez a poça de sangue com cuidado, vi um curto fio de cabelo, peguei a pinça no bolso do meu paletó e o retirei.

_A vítima é loira, certo?_ ela respondeu positivamente com um som nasalado._ Então um fio de cabelo castanho não pode ser dela.

Ouvi os passos da morena se aproximarem.

_Dá para descobrir de quem é?

Meneei com a cabeça negativamente enquanto olhava de perto o fio.

_Não tem raiz, no entanto, o fio estava no meio do sangue seco, não pode ser de um dos policiais ou do médico legista. _afirmei pegando um pequeno pacote de plástico e colocando o fio dentro dele.

Ergui o corpo dando a volta no sofá, procurando imaginar de onde o assassino poderia atacar, a vítima estava deitada de costas para a porta, as facadas foram no abdômen e só o legista poderia dizer de que direção foi colocada, fui até a porta da sala e a abri, considerando o barulho que ela fez a mulher ouviria, as janelas estavam fechadas, a porta da cozinha ficava mais distante e segundo os policiais estava aberta, ao contrário da outra essa não fazia barulho. Kat continuou investigando pela casa e eu na sala, copa e cozinha, acabamos não encontrando nada muito relevante além do cabelo. Acabamos decidindo em nos dividir, enquanto eu e Paul voltamos para a delegacia para interrogar o adolescente ela e Joseph, para quem ligou depois, iriam para escola perguntar aos alunos e professores sobre o comportamento de Vitor.

_Sabe, você não precisa ficar o tempo todo atrás de mim._ me referi a Paul que enquanto caminhávamos até a sala de interrogatório._ Sei usar muito bem uma arma.

_Por isso estou aqui, para evitar que isso seja necessário._ ele respondeu jogando uma piscadela para mim. _São só as regras da casa. Longa história.

Tive vontade de perguntar sobre as tias regras da casa, mas já estávamos dentro da sala, Vitor já esperava sentado em sua cadeira lá dentro, um garoto magro de cabelos escuros, pálido e ansioso nos esperava lá dentro, me sentei na cadeira a sua frente do outro lado da mesa, Paul ficou atrás de mim, fiquei alguns minutos encarando o adolescente, em momento algum ele me olhou nos olhos, apenas fixava em suas mãos trêmulas sobre a mesa.

_Olá Vitor, sou a detetive Devonne, preciso fazer algumas perguntas.

_Já disse tudo o que tinha a dizer para os policiais._ o garoto respondeu rapidamente, quase me cortando, a cabeça continuava baixa, os dedos brincando entre si, os olhos rolavam de uma lado para o outro, a testa brilhando de suor, claramente ansioso._ Eu estava correndo, não matei a senhora James.

_Correndo._ afirmei como se fizesse uma anotação mental. _ Você sempre faz aquele mesmo percurso?

_Sim._ respondeu seco.

_Aquela mesma hora do dia?

_Sim.

Suspirei fundo me endireitando na cadeira. Observei sua expressão, a mesma de minutos atrás.

_Sabe Vitor? Eu acredito que você não a matou._ isso fez com que a atenção dele finalmente se voltasse para mim._ Mas preciso que você me diga o que estava fazendo lá, não quero julgar, porém, você não me parece o tipo atlético.

Isso fez com que ele bufasse e desviasse o olhar mais uma vez.

_Eu só estava correndo. Juro que não matei Christine.

As duas frases faziam uma oposição. A primeira eu sabia que ele estava mentindo, já na segunda eu acreditei.

_Preciso que me ajude._ debrucei sobre a mesa apoiando minha cabeça sobre o queixo, ele voltou a me encarar._ Nós dois sabemos que você não é do tipo atleta, inclusive minha companheira de trabalho está agora mesmo no seu colégio e pode confirmar isso, no entanto, sei que também não matou sua professora ou pelo menos é o que estou acreditando no momento, e sei também que você está me escondendo algo e a menos que queira passar o resto da sua vida aqui dentro sugiro que me diga o que está escondendo. Você tinha algum relacionamento com ela além de aluno e professora?

Não houve resposta, ficamos por um tempo nos encarando e cheguei à conclusão de que ele não diria naquele momento. Espalmei minhas mãos sobre a mesa e ergui meu corpo.

_Quando estiver pronto eu ouvirei._ caminhei até a porta, antes de sair virei meu corpo parcialmente e o olhei._ Só não demore, minha paciência é bem curta.

Paul veio bem atrás de mim sem perguntar nada, até chegarmos ao corredor.

_Como pode ter tanta certeza de que ele não é o assassino?

_Não tenho._ dei de ombros._ Só a mesma certeza de que ele é, ou seja, também não tenho, nesse ramo a última coisa que se pode ter é certeza de algo, a não ser dos seus próprios instintos. Ele não tem o perfil de culpado, é só um adolescente apaixonado pela professora.

_Então quem é o assassino?

_É o que iremos descobrir.

 

Encontramos Kat já na delegacia. Ela entrevistou todos que tinham um contato direto com Vitor e como eu já esperava, ele não é popular.

_O que me diz do diretor?_ perguntei com a ficha dele em mãos e partes da entrevista.

_Ele me pareceu abalado, mas nem tanto._ ela disse devagar enquanto se lembrava dele.

_O que quer dizer?_ Paul perguntou.

_Era como se ele já esperasse que Vitor fosse preso._ respondeu._ Embora quase todos tenham dito que ele era calmo, quieto e não oferecesse nenhum risco.

_Alguém mais disse o contrário?_ perguntei.

Kat remexeu nos papeis e pegou o com a foto de uma adolescente com o nome de Blair Bennet.

_Ela disse que ele era um garoto agressivo, apesar de quieto e que tinha uma relação estranhamente próxima da vítima._ ditou enquanto lia.

_Estranho só ela perceber isso._ retirei meus óculos de grau os colocando sobre a mesa._ Vou pedir a Camila fotos das câmeras de segurança perto da escola e da casa da vítima. Depois acho que o ideal seria irmos até a casa dos pais do garoto.

Fui até o laboratório de Camila, que estava concentrada em seus computadores, algo na tela do computador lhe prendia muito a atenção, franzi o cenho vendo que ela dava pulinhos na cadeira e jogava a cabeça para trás em risadas, minha surpresa foi maior quando vi Lauren ao seu lado, o cenho franzido e um pequeno bico nos lábios vermelhos, às vezes, acabava rindo das atitudes de Camila, porém parecia irritada com o conteúdo da tela do computador.

_Está tudo bem por aqui?_ perguntei alto o suficiente para que as duas mulheres sobressaltassem em suas cadeiras, assustadas, ambas com os olhos arregalados quando olharam para trás, acabei rindo da situação, notei que na tela do computador o que as intrigava era algum tipo de jogo que não identifiquei. Cruzei os braços abaixo dos meus seios.

Camila levantou tão rápido da cadeira que nem vi quando ficou de pé. Lauren se ajeitou na sua, embora eu pudesse ver seu rosto vermelho devido a sua tonalidade de pele extremamente branca ela manteve a pose séria.

_Sim, tudo sim detetive._ Camila gaguejou um pouco enquanto brincava com as próprias mãos._ Nós só estávamos... ahm.

Fiz um sinal de tudo bem, me segurando para não rir.

_Você por aqui Lauren?_ indaguei com uma sobrancelha erguida.

Ela balançou a cabeça, era interessante vê-la sem graça.

_Camila só estava me mostrando um jogo que ela desenvolveu._ fiquei impressionada com a estabilidade de sua voz.

_Vocês não precisam justificar nada._ descruzei os braços dando de ombros._ É bom ver estão se tornando amigas._ um olhar foi trocado em minha frente._ Bom, não vou tomar muito o tempo de vocês. Camila, preciso que consiga imagens de câmeras de segurança da Stocker St, C. St, e das redondezas do West College... quando puder.

_Agora mesmo detetive._ respondeu nervosa indo em direção ao computador, Lauren a acompanhou com o olhar.

_E Camila_ ela me olhou._ Não me chame de detetive, Demi está ótimo.

A mulher apenas assentiu e retornou sua atenção ao computador. Sai da sala com um sorriso no rosto, peguei meu celular para checar minhas mensagens, mensagens de Dallas, tia Denise e Niall dizendo que conheceria apartamentos e depois completou dizendo estar entediado com o corretor, soltei uma risadinha e por estar distraída com o aparelho esbarrei em alguém, olhei para cima e vi Wilmer, suas mãos em minha cintura reajustando meu equilíbrio, talvez segurando forte o bastante para significar algo mais, pigarreei consertando minha postura.

_Você estava bem distraída._ comentou rindo, retirou as mãos de minha cintura, porém, permaneceu perto o bastante para me deixar desconcertada.

_Só checando mensagens._ ergui o celular em minha mão.

_Estou indo tomar um café, aceita?

Pensei um pouco.

_Bem, se você puder trazer um, eu ficarei agradecida._ dei de ombros.

Ele riu negando com a cabeça.

_Não, estou te convidando para ir tomar um café comigo._ completou._ Aqui em frente.

_Eu estou cheia de coisa para fazer e..._ procurei todo tipo de desculpas em minha mente._ Kat deve estar me esperando.

_Katherine acabou de sair com o mesmo intuito, serão só alguns minutos, isso não prejudicará o andamento do seu caso, e além do mais sei que você não almoçou como pretende se manter de pé o restante do dia, já são três horas da tarde._ argumentou e ele tinha razão, mais uma vez. _Vamos lá, não é nada de mais, só preciso sair um pouco dessas paredes. Só um café.

Olhei para o relógio, estava tarde, meu estômago resolveu roncar naquele exato momento, me lembrando de que estava vazio.

_Tudo bem._ cedi._ Mas não posso demorar.

_Não se preocupe, ouvi dizer que o delegado daqui é bem compreensivo._ deu de ombros e saiu em minha frente.

Neguei com a cabeça me posicionando ao seu lado. Fizemos o curto percurso do departamento até o outro lado da rua em silêncio. Acabei pedindo mais do que um café e Wilmer fez o mesmo.

_Você me parece cansado._ comentei.

_É por que estou._ respondeu relaxando as costas na cadeira estofada. Nos sentamos no segundo andar ao lado de uma janela de vidro, a movimentação lá embaixo era agitada, carros indo e vindo, além de pessoas em constante correria._ Desde que cheguei há uma pilha de assassinatos, assaltos, sequestros, relatórios e outras coisas, ainda não consegui dormir bem com tudo isso.

_Isso não deveria ter sido resolvido por outra pessoa?_ franzi o cenho._ Você não estava em uma colônia de férias.

_Deveria, mas não fizeram._ deu de ombros. _Não é a primeira vez, nem será a última. De qualquer forma eu prefiro fazer a deixar para alguém que não faça direito. _ Assenti. Em pouco tempo o garçom já chegava com nosso pedido. _ E quanto a você? Por favor, me diga que pelo menos um de nós descansou._ Perguntou assim que o garçom se afastou da mesa.

Sorri e meneei com a cabeça positivamente. Acabei contando sobre os dias em que fiquei em casa e sobre a chegada de Niall. Wilmer pareceu interessado e levemente incomodado com a notícia de que meu amigo estava em Los Angeles, morando comigo mesmo que por poucos dias, e eu claro, me diverti com aquilo. Nossa conversa se tornou algo tão natural que acabamos ficando mais tempo na cafeteria do que deveríamos. Como eu nunca havia entrado ali fiquei encantada com a estrutura do local, totalmente aconchegante. Logo entendi o porquê de Wilmer querer sair por um tempo da delegacia, a energia do lugar era diferente e mais leve, devido a vários fatores é claro, mas estando ali e parando para pensar seria exatamente para aquele lugar que iria quando estivesse com a cabeça cheia.

Quando nos demos conta de que tínhamos de voltar já havia dezenas de mensagens de Kat no meu celular, o de Wilmer estava desligado e quando o ligou não fiquei surpresa de ver as centenas de ligações e mensagens de diversas pessoas.

_Se eu não gostasse tanto do que faço, já teria enlouquecido. _ comentou enquanto saíamos.

_Prender pessoas?_ brinquei. Ele sorriu, um sorriso leve e distraído.

_Fazer justiça._ deu de ombros e me encarou._ Não como se eu fosse um super herói, apenas um homem concertando erros.

Seu sorriso se desfez aos poucos, ao mesmo tempo em que seu olhar se distanciava. Uma dezena de perguntas se formaram em minha cabeça, tais perguntas que me diziam de que havia muito sobre ele de que eu não sabia, de que tudo o que eu sabia até agora estava absolutamente errado ou absolutamente certo.


Notas Finais


Então, espero que tenham gostado. Muuito obrigada pelos favoritos e comentários <3 Sério, isso significa bastante
Até o próximo cap, beijoos :*


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