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História Deadly Desire - Quero te levar à um lugar


Escrita por: LovatooN

Notas do Autor


Olá, em primeiro lugar sinto muito pela demora. Nunca fiquei tanto tempo sem atualizar, confesso. No entanto, meus motivos foram falta de tempo realmente e o cansaço enorme que a escola me causa.
Até que enfim entrei de férias e disposta para escrever.
Boa Leitura!

Capítulo 17 - Quero te levar à um lugar


_Bom dia Dinah._ saudei a mulher que parecia perdida entre papeis sobre sua mesa e ligações rápidas.

_Bom dia Demi, ou nem tanto, o dia já começou um pouco agitado._ respondeu, na verdade ela parecia um pouco assustada o que me deixou confusa.

Antes que eu fizesse a pergunta seguinte, ouvi a porta sendo aberta de forma brusca.

_É melhor que saia daqui agora._ era nitidamente a voz de Wilmer, e somente pelo seu tom eu o julgaria extremamente irritado._ Esse lugar não pertence a você, pelo menos não esse, e eu já deixei de ser o seu escravo há muito tempo.

-Ora, você é meu fil..._ a outra voz era mais grossa e de provavelmente alguém mais velho, sua fala foi interrompida de forma seca pelo outro.

_Não ouse terminar._ e então houve o baque da porta se fechando, passos pesados pelo corredor chamaram minha atenção.

Assim que os três homens entraram em meu campo de visão, senti minha respiração pesada, tive de controlar a força em minhas mãos para não quebrar o copo de plástico.

_Bom dia meninas._ a mesma voz antes desconhecida por mim, agora parecia arranhar meus ouvidos.

 Forcei um sorriso. Balbino parecia o mesmo das fotos espalhadas pela internet, com notícias falsas como se ele fosse um grande empresário bom, abandonado pelos filhos ingratos que não quiseram assumir a empresa de publicidade, nome dado para camuflar todas as merdas por baixo dos panos. Seus guarda-costas igualmente vestidos de ternos, o que os diferia do chefe era o grande casaco de couro que este usava e todas as joias espalhadas por seus dedos e pulsos, sua expressão era de uma neutralidade surpreendente, visto que a pouco havia acabado e de presenciar uma discussão. Tive nojo ao olhar para ele, minha única vontade naquele momento era acabar com aquilo tudo de uma vez, mas ainda era cedo de mais, arriscado de mais, ainda por cima onde nos encontrávamos. Por sorte, ele apenas passou por nós, fechei os olhos com força respirando fundo, notei que Dinah soltou o ar que estava preso em seus pulmões.

_Ele não é muito popular por aqui não é?_ questionei sem olhar para ela, ainda encarando os números do elevador mudando.

_Não. Toda vez que ele aparece por aqui Wilmer fica estressado e acontecem essas discussões._ respondeu empilhando alguns papeis de sua mesa.

_Algum problema com a relação deles?

_Não sei, desde que vim para cá ainda não entendo o que pode ter ocorrido entre eles._ fez uma pausa._ Você o conhece?

Demorei um pouco para responder.

_Quem não conhece o grande Balbino Valderrama?_ endireitei meu corpo._ Seria uma má ideia entrar lá agora?

Referi-me a sala de Wilmer.

_Talvez._ respondeu receosa.

_Ótimo._ dei de ombros e caminhei até o cômodo dele.

_Bom dia?_ saudei assim que abri a porta da sala de Wilmer, visto que ele parecia estressado.

Ele levantou os olhos e um sorriso quase imperceptível surgiu em seus lábios, ele fez um gesto com a cabeça para que eu me sentasse. Aproximei-me de sua mesa e entreguei-lhe um dos cafés em minhas mãos.

_Agora sim é um bom dia. _ele se levantou e deu a volta na mesa para pegar o café, seu sorriso apareceu com uma facilidade melhor e antes que eu pudesse me afastar, ele se inclinou um pouco para roubar um beijo rápido. Neguei com a cabeça o repreendendo com o olhar._ Sinal errado?_ perguntou fazendo-se de desentendido, dei um tapa de leve em seu ombro e me afastei para me sentar.

_Você parecia ocupado. _observei._ Até irritado, eu diria.

_Problemas de família._ deu de ombros, vi que ao terminar sua frase ele trincou o maxilar e levou o copo com o líquido quente até os lábios, por mais que tentasse passar a mesma neutralidade que eu vira no mais velho minutos antes, ele ainda deixava passar sua raiva._ Nunca são fáceis.

Ergui meu cenho assentindo. Preferi não aprofundar no assunto ou clima ficaria pesado de mais.

_Como passou o fim de semana?_ ergui uma sobrancelha com um sorriso mínimo._ Ah, eu só preciso me distrair um pouco e aproveitar a sua ilustre presença aqui._ debochou.

Neguei com a cabeça e franzi a testa procurando me lembrar de detalhes relevantes.

_Nada de mais, apenas fiquei em casa, revisando alguns relatórios, assistindo um pouco de TV e aproveitando meu melhor amigo. _ dei de ombros._ E você?

_Menos animador._ apontou para os papeis sobre sua mesa._ Demi, você acha que seria possível...

Sua fala foi interrompida por batidas na porta, logo Dinah apareceu com uma expressão desanimada.

_Desculpe interromper, uma criança de 13 anos que estava desaparecida foi encontrada perto de um posto de conveniência, o caso foi encaminhado para nós pois ele relata que  foi sequestrado juntamente com outros garotos em lugar desconhecido. Os oficiais não sabem se é um delírio ou um caso grave._ ela entrou e entregou um papel com um endereço para Wilmer, se ele estava preocupado antes, agora parecia pior.  _O levaram para o hospital, o garoto está fraco e bem machucado.

_Você já tem um caso?_ perguntou voltando-se para mim.

Ergui as mãos balançando as mãos.

_Agora sim.

 

Nós fomos para o hospital em carros separados o que fez com que ele chegasse mais rápido do que eu. Quando cheguei Wilmer já conversava com um enfermeiro, enquanto ao mesmo tempo olhava fixamente para a janela de vidro, as mãos cerradas em punho e o maxilar ainda trincado. Aproximei-me a passos apressados, à medida que fiquei mais perto recebi um aceno do enfermeiro que saiu para encaminhar outro paciente. Perto o suficiente, pude olhar pela vidraça, o garoto de cabelos médios, magro e com algumas feridas pelo rosto, o soro pingava lentamente em seu pulso enquanto uma máquina anunciava seus batimentos calmos.

_O que houve?_ apoiei uma mão sobre a parede abaixo do vidro.

Levou alguns segundos até que Wilmer respondesse, sua respiração estava pesada.

_O nome é Julian, ele é um dos garotos desaparecidos da cidade._ sua voz soava de forma dura e devagar._ Ele chegou aqui desacordado, mas segundo os exames ele foi espancado durante todo o período em que esteve com o sequestrador e foi violentado.

 A última frase fez com que eu paralisasse por alguns segundos, em especial a última palavra me fez engolir em seco. Não fora o primeiro caso com uma criança violentada ou espancada, porém, cada vez que aquilo se repetia eu sentia um baque, não que fosse aceitável para outras idades, de jeito nenhum, no entanto, imaginar e conhecer seres-humanos, se é que podemos chamar assim, machucar pessoas incapazes de se defender, para mim era o pior.

_Sinto muito não poder atendê-los antes..._ nos viramos para ver o dono da voz que surgiu no corredor, no entanto, o que chamou minha atenção foi o fato de a reconhecer, assim que olhei para trás é claro que reconheci também a pessoa, Nick, meu irmão de criação._ Demi.

Um discreto sorriso surgiu em seu rosto.

_Nick._ o imitei, embora eu estivesse feliz em vê-lo, a situação me impedia de ficar completamente contente. Não me segurei em lhe dar um rápido abraço apertado.

_Ele acordou._ Wilmer nos interrompeu e sem perguntar se podia entrou no quarto.

_Ei, espere._ Nick disse se afastando de mim.

Segui atrás dos dois, um pouco deslocada, havia algo nas ações de Wilmer que seguiam além do ocorrido com seu pai mais cedo, aquele garoto mexeu muito com ele. Este abria os olhos com certa dificuldade devido à claridade do quarto, com o cenho franzido observou o quarto e nos fitou, logo os seus olhos confusos se tornaram assustados e ele começou a ficar agitado.

_Julien, precisamos conversar com você._ o mais velho disse se aproximando, no entanto, Julien negou freneticamente com a cabeça, seus olhos lacrimejando.

_Preciso que saiam daqui agora._ Nick anunciou com o tom de voz elevado e tentando acalmar o garoto.     

Vi que Wilmer permaneceu imóvel e disposto a desobedecer às ordens do médico. Me aproximei dele e coloquei minhas mãos em seu busto o empurrando em direção a porta, mesmo que ele fosse mais alto e mais forte do que eu o que dificultava.

_Wilmer, por favor._ ele parecia em uma espécie de transe. Elevei o tom de voz._ Wilmer!

Só então ele me encarou, balançou a cabeça negativamente e saiu a passos duros. Olhei para trás e Nick ainda fazia um esforço para acalmar seu paciente. Sai atrás do delegado e fechei a porta, ele se encaminhou para a sala de espera, parecia disposto a sair, o chamei duas vezes tentando o alcançar e recebendo olhares repreensivos pelo caminho. Quando cheguei perto o suficiente agarrei seu braço.

_Você pode, por favor, me esperar._ ele parou bruscamente e virou para trás, tive de parar na mesma velocidade o que quase me desequilibrou. Olhei em volta e vi que algumas pessoas nos olhavam, algumas preocupadas, outras estressadas conosco, coloquei uma mecha solta de cabelo atrás da minha orelha e o puxei para um canto, quase o obrigando a se sentar em uma das cadeiras postas para espera_ O que está havendo com você? _perguntei em um tom de voz mais baixo e me sentei ao seu lado._ É fácil ver que não é um caso como os outros, eu só gostaria de saber o porquê.

_Não vou falar sobre isso agora._ se apoiou sobre os joelhos._ Ele é só um adolescente, quase uma criança ainda e teve de passar por isso, não é possível que isso não te comova.

_É óbvio que sim. Chega a doer._ fiquei da mesma posição que ele para observar seu rosto._ Mas perder o controle não vai ajudá-lo. Acredita mesmo que quando ele acordasse a primeira coisa que gostaria de ver são dois policiais cheios de perguntas na frente dele? Ele precisa de tempo e de espaço, o daremos isso e vamos procurar por quem fez isso ou ainda pode estar fazendo com outras crianças.

Wilmer bufou e passou as mãos no rosto, apoiando o mesmo nelas. Tive um pouco de receio, mas coloquei uma mão sobre suas costas o acariciando devagar. Por alguma razão a mais ele se portara daquele jeito e aquilo atiçou minha curiosidade sobre ele. Pela primeira vez eu vira o grande delegado Valderrama ficar vulnerável e desestabilizado.

_E o que sugere?_ disse levantando a cabeça e me encarando com sinceridade.

_Vamos com calma._ suspirei._ Podemos tentar mais tarde novamente, enquanto isso vamos atrás da pessoa que o encontrou e o local, talvez tenha alguma coisa lá, uma pista, qualquer coisa que nos leve até o sequestrador._ tive uma boa ideia, peguei meu celular e disquei para Camila que rapidamente atendeu.

_Sim?_ ela respondeu concentrada em algo além da ligação.

_Escute, preciso que verifique toda a área onde o garoto desaparecido foi encontrado._ lhe passei o endereço e alguns comandos._ Se encontrar casas, postos de conveniência, sítios, qualquer coisa me informe e já envie alguém para lá.

_Tudo bem. Vou fazer isso agora.

_Obrigada Camz, até logo._ desliguei o aparelho e olhei novamente para o homem ao meu lado, este ainda estava apoiado nos joelhos, desta vez com uma mão sobre a boca, pensando em algo. Levantei e fiz um sinal com a cabeça._ Anda logo, precisamos nos mexer.

Antes de sair fui até Nick e perguntei a situação do adolescente, que agora estava estável e com a família, porém calado e extremamente infeliz, e eu o compreendia.

Assim que cheguei ao estacionamento encontrei Wilmer me esperando, escorado no carro, parecia mais calmo, porém com algo a me contar.

_Tudo bem?

_Quero te levar à um lugar._ respondeu abrindo a porta do carro para mim.

_Tenho escolha?_ indaguei antes de entrar.

_Tem, mas acredito que se quiser saber um pouco mais de mim, gostaria de entrar nesse carro._ ele estava paciente, sem piadas ou malícias.

_E quanto ao caso?

_Voltaremos a tempo._ respondeu._ Por favor.

Assenti e entrei sem mais perguntas. A minha preocupação quanto ao lugar não era real, eu sabia que ele não me machucaria de forma alguma, pelo menos não acreditando em quem eu realmente era.

                                                                                                                                                                                                  


Notas Finais


Espero que estejam gostando! Beijooos


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