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História Deadly Desire - Melhor versão


Escrita por: LovatooN

Notas do Autor


Olá amores!
Tenham uma boa leitura, espero que estejam gostando da fic e de como as coisas estão acontecendo.

Capítulo 22 - Melhor versão


 Levei alguns segundos para me localizar assim que acordei, logo reconheci o quarto e recordei da noite passada. Acabei decidindo não só aceitar o banho com Valderrama, mas também dormir lá, já era tarde e nós dois cansados e, por mais que não admitisse eu quis ficar por mais um tempo. Ele já não estava na cama, imaginei que provavelmente era tarde. Levantei e fui em direção ao banheiro, fiz minha higiene matinal e decidi da mesma forma que estava com uma blusa dele que batia na altura de minhas coxas. Caminhei insegura pelo apartamento reparando em tudo o que via pela frente, visto que não tive muito tempo na noite passada. O corredor extenso tinha as paredes carregadas de fotografias em molduras modernas. Fotos dele sozinho, com pessoas que nunca eu não fazia ideia de quem eram, algumas com o pessoal do departamento, outras com uma mulher parecida com ele que imaginei ser sua irmã e também várias com Nina e Josie, em uma foto maior a bebê estava sozinha para um desses ensaios fotográficos de recém-nascidos em estúdio, mesmo que crianças naquela idade geralmente não se parecessem com ninguém, Josie carregava traços dos pais, algo em mim doeu por imaginar alguém querendo fazer mal com um ser tão indefeso quanto ela, mesmo não tendo o sentimento de materno, pensei no quanto Wilmer sofreu e no quanto provavelmente sofria com aquelas imagens.

_Hola, bom dia._ sobressaltei-me quando o ouvi cumprimentar. Estava com um sorriso no rosto, parecia descansado e tranquilo, expressão que eu não via com frequência pelo departamento._ Pensei que ainda estivesse dormindo.

 Ele vestia apenas uma bermuda permitindo total visão de seu busto em que algumas marcas da minha unha ainda se faziam presentes. Sorri da mesma forma que ele e me aproximei.

_Bom dia delegado._ perto o bastante ele me abraçou pela cintura enquanto eu o abracei pelo pescoço.

_Vamos fingir que não somos delegado e detetive por hoje._ pediu com uma careta._ Não me lembro de ter dito, mas em meus dias de folga gosto de esquecer que carrego toda essa responsabilidade.

 Arqueei as sobrancelhas e assenti.

_Certo. Bom dia Will._ reformulei e fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. Ao contrário da noite passada não tínhamos toda a euforia, era calmo assim como o dia lá fora pelo o que vi da janela.

_Bem melhor._ respondeu assim que nos separamos._ Vendo minhas fotos?

_Conhecendo um pouco da casa e um pouco de você._ dei de ombros. Então ele começou a apresentar cada pessoa naquelas fotos como um guia turístico apresenta uma cidade, de alguns tentei memorizar enquanto ria das histórias que ele contava.

 Notei que em nenhuma das fotos Balbino estava presente.

 Depois de passar um tempo ocupados com aquilo, ele me chamou para tomar café e percebi que eu realmente gostaria muito de um café naquele momento. Na ampla cozinha a bancada já estava arrumada. Sentei em um dos bancos o observando enquanto pegava a jarra com café.

_Para que um apartamento tão grande para uma pessoa que mal fica em casa?_ questionei pegando um biscoito em um dos recipientes.

_Gosto de espaço, de me sentir confortável._ respondeu se sentando também._ Isso me faz lembrar de que nunca fui ao seu apartamento.

_Sabe muito bem onde fica._ respondi com ironia. _E não é gigante como este, mas confortável o suficiente.

 Nossos assuntos pareciam intermináveis, nunca havia parado para conversar com calma com ele e estava sendo surpreendente. Mandei uma mensagem para que Niall não se preocupasse, mesmo já com dezenas de chamadas perdidas dele no meu celular. Também tinham de Marissa, apenas respondi que estava bem, com Wilmer e que contaria mais tarde.

 Sentada no espaçoso sofá do apartamento com minhas pernas sobre as dele que passava a ponta dos dedos carinhosamente sobre elas, finalmente em silêncio, eu encarava Wilmer, seu rosto, seu corpo com algumas cicatrizes que não havia notado antes, assimilando tudo o que aprendi sobre ele nas últimas horas, ou dias. Um homem sozinho, que embora mantivesse a pose de durão para ser um delegado, por trás do distintivo ele era apenas um cara sensível, que carregava uma dolorosa lembrança, e sabia como tratar bem uma mulher. A ideia de que ele e o pai realmente não tivessem absolutamente nada em comum, se fechava em minha mente, ao mesmo tempo em que eu tinha receio de que talvez eu já estivesse descoberta e aquilo fosse apenas um jogo, um jogo comigo e com meus sentimentos. Sua expressão era serena enquanto acompanhava, com os olhos, o movimento de seus dedos sobre minha pele, a barba estava por fazer, os cabelos um pouco bagunçados, as olheiras em baixo de seus olhos ainda indicavam o cansaço causado pela semana. Permiti-me naquele momento admitir que eu gostava dele, mais do que deveria, o que era um problema para mim.

_Demi?_ chamou sem me olhar, fazendo com que eu saísse de meus pensamentos. Respondi com um som nasal para que ele prosseguisse._ Porque demorou tanto?

_Para o que?_ perguntei de volta franzindo o cenho.

_Para aceitar sair comigo, mesmo que eu não tenha feito o pedido diretamente._ ele estava inseguro._ Quero dizer, para se aproximar de verdade e estar aqui.

_Não sei._ menti._ Você ainda é o chefe e eu conheço sua fama. Pensei que se me afastasse eu evitaria um grande erro.

_Que erro?

_Gostar de você._ respondei com sinceridade._ Mas então estou aqui passando o dia com você como se não tivesse de me preocupar com mais nada, após de ter uma noite na qual pensei que não passaria de sexo.

Ele riu me encarando.

_Sei que você conhece minha “fama”._ fez aspas com as mãos.

_Ah não, não me diga que vai mudar por mim._ brinquei.

_Não exatamente._ ergueu o dedo indicador. _Quero dizer que não sou o mesmo homem que levou uma longa lista de mulheres para cama, não exatamente por você, mas por saber que eu não sou assim e só me tornei nisso quando perdi Nina e pensei que as outras anestesiariam a dor. Já fazia um tempo em que eu não saia com ninguém bem antes de você chegar e confesso que assim como nunca levei nenhuma mulher aquele restaurante, também nunca trouxe uma mulher para cá, além da minha irmã é claro, não da mesma forma que trouxe você e se tivesse, elas nunca teriam ficado e eu não passaria longos minutos as admirando dormir.

 Mordi meu próprio lábio tentando me conter, entender o que estava havendo ali.

_Wilmer..._ iniciei.

_Não, me deixe terminar._ pediu._ Não estou insinuando que estou apaixonado por você ou que já te amo incondicionalmente, pensando em me casar e ter filhos._ sorri nervosa._ Só que gosto muito de você e que você não é como nenhuma das mulheres com que dormi, não estou disposto a usar você como as usei e não pretendo te deixar ir, a menos que você queira. Você mexeu comigo Demi, fez com que eu me abrisse para você como nem Ashton conseguiu, e mostrar além do delegado Valderrama. Isso tudo é só para dizer que gosto de você, muito e ao menos que você me impeça, tenho certeza de que posso me apaixonar por você.

 Fiquei sem saber o que responder a atitude mais sensata que tive - ou menos-, foi de puxar seu pescoço para o beijar que na mesma hora correspondeu, me xinguei mentalmente por ceder, por admitir, por ficar. Segurei seu rosto como se assim pudesse garantir que não se afastaria, uma mão apertava minha cintura enquanto a outra se apoiava no sofá.

_Que bom que não estou cometendo um erro sozinha._ murmurei interrompendo o beijo. Senti meu corpo esquentar, mas não de uma forma sexual como na noite passada, porém de uma forma que eu ainda não havia experimentado, notei que se me apaixonasse por ele eu mal saberia, nunca tendo sentido aquilo por alguém. Seus olhos me analisavam, estavam escuros, temi que enxergassem além deles. Então voltou a me beijar, sem pressa, nós só dependíamos daquele ato.

 

 Mais tarde resolvi que eu deveria ir para casa, estar com ele era bom, mas se apressássemos as coisas poderia dar tudo errado. Voltei a vestir meu vestido e ele fez questão de me levar.

_Quer que eu suba com você e enfrente a fera?_ brincou se referindo a Niall. Ainda estávamos dentro do carro, a noite já dava seus primeiro indícios.

_Ele não é uma fera._ defendi._ Só é extremamente preocupado comigo._ Me voltei para ele._ Obrigada por tudo, pela noite e pelo dia em que passamos juntos.

Ele sorriu segurando minha mão.

_Não agradeceria de fosse você, ou te levo de volta daqui mesmo._ rimos do comentário._ Foi ótimo, espero que não tenha te assustado.

_Não, eu gostei de verdade._ apoiei no banco para selar nossos lábios._ A propósito, eu ainda não ouvi aquele áudio, mas também não quis falar sobre ele antes, estávamos muito bem, afastados da nossa realidade, mas eu preferia ouvir diretamente de você.

Desviou os olhos pensando por um tempo.

_Ouça o que tem lá e depois nós conversamos._ engoli em seco._ Pode me ligar ou ir até minha casa, agora você sabe onde fica, ou podemos esperar essa folga acabar e nos vemos no departamento.

_Não sou desses joguinhos de procurar só dias depois._ fiz uma careta. _ Nos vemos depois.

 O beijei pela última vez antes de sair do carro e receber olhares do zelador enquanto passava pela portaria. Apenas sorri amigavelmente e entrei no elevador. A surpresa veio quando vi Marissa sentada em meu sofá da sala, não vi a tempo de me certificar de que estava abraçada a Niall. Estranhei.

_Pensei que moraria com ele._ Niall implicou encarando a TV. Parei atrás do sofá para depositar um beijo em sua bochecha.

Marissa estava ao meu lado pronta para um abraço, eu podia jurar que o ar ficou estranho. Ela estava curiosa, no entanto um pouco sem jeito.

_Você não me ignorou então fiz questão de vir até aqui saber pessoalmente._ reclamou me acompanhando até meu quarto.

_E desde quando está aqui?_ questionei retirando o vestido e entrando no chuveiro.

_Não muito._ respondeu hesitante, encostada na soleira da porta.

_Você sabe que não precisa mentir para mim certo?_ perguntei um pouco mais alto devido ao barulho do chuveiro.

_Não estou mentindo._ respondeu. _ Só quero saber o que minha amiga estava fazendo na casa do meu chefe.

_Sei._ respondei sem acreditar muito._ Jogando xadrez._ debochei a fazendo rir.

 Contei sobre o jantar e nosso rumo, escondendo detalhes desnecessários, sobre todo o dia seguinte sem contar todas nossas conversas, ela me olhava como se não acreditasse muito, na cabeça dela nós gastamos esse tempo todo transando em cada cômodo do apartamento. Eu estava cansada, mas decidi que passar um tempo com os meus dois melhores amigos seria uma boa coisa a ser feita com um dia de folga.

 No domingo Niall decidiu começar sua mudança para o seu próprio apartamento que consistia em apenas uma mala grande o restante já estava em sua nova casa. Quase pedi para que ele desistisse da ideia e morasse comigo, porém eu sabia que minha ideia inicial era ser mais independente e a dele também, então o deixei passar pela porta e fiquei no sofá esperando o dia passar, com o passar das horas senti o tédio me afogar, nada na TV agradava, Marissa estava com a família, Selena viajando, na internet tudo parecia chato, pensei em cozinhar alguma coisa, mas a preguiça de arrumar a bagunça depois me impediu. Quando meus olhos bateram no celular sobre a mesa de centro automaticamente a ideia de ligar para Wilmer me veio à cabeça, mordi meu próprio lábio imaginando se seria uma boa ideia ligar logo no dia seguinte, bufei dando de ombros e peguei o aparelho, ainda havia alguma coisa a perder? No entanto assim que o desbloqueei a campainha tocou, fui atender imaginando que poderia ser Niall esquecendo alguma coisa, mas me surpreendi assim que a abri bem ali na minha frente estava justamente o homem para quem eu pensara em ligar, abri um sorriso no mesmo instante sem saber bem o porquê.

_A que devo sua ilustre visita, Valderrama?_ perguntei tentando conter minha animação.

 Deu de ombros, estava especialmente bonito naquela tarde, com um sorriso admirável.

_Sabe, eu estava apenas passando por aqui e pensei em te fazer uma visita._ respondeu com ironia._ Agora que já vi você, vou indo.

 Eu ri sabendo que era apenas uma desculpa e o puxei pela nuca para iniciar um beijo calmo que se tornou um abraço.

_Entra._ convidei disposta a mantê-lo em meu apartamento por um bom tempo.

_Na verdade, eu vim te convidar para um passeio._ disse sem sair da porta, franzi o cenho, ele sorriu e abraçou minha cintura._ E, por favor, não se maquie você é linda assim.

Corei.

_Passeio?_ perguntei._ Nós já não fizemos isso na sexta?

_ Sim e devido à ótima experiência podemos fazer o mesmo hoje, porém mais simples, vamos só andar por aí e conversar._ gesticulou com as mãos.

 Pensei por alguns instantes cogitando a ideia, eu estava entediada e agora que algo de diferente aparecia estava prestes a dispensar. Decidi que sim por final e enquanto ele me esperava na sala rapidamente eu me arrumava em meu quarto.

_Eu disse que você fica linda assim, natural._ tomei um susto quando ouvi sua voz, ele estava encostado na soleira da porta com os braços cruzados.

 Eu sorri e revirei os olhos me voltando para o espelho.

_Você realmente não precisa me elogiar mais.

 Escutei seus passos se aproximando e olhei seu reflexo a minha frente. Senti seus braços envolverem minha cintura por trás, sentindo seu calor envolta do meu corpo.

_Não ligo._ depositou um beijo em meu pescoço causando um arrepio por todo meu corpo._ Você é linda._ beijou a curva do mesmo._ Você é incrível._ beijou meu ombro. Apertou minha cintura._ E gostosa, com certeza muito gostosa._ mordi meu próprio lábio e dei um tapa em sua mão. Virei de frente para ele, pensei que imediatamente ele fosse me beijar, no entanto ele ergueu uma mão para acariciar meu rosto, não consegui decifrar seus olhos, quanto mais eu conhecia Wilmer, mais difícil era decifrá-lo. _Viu? Ainda não sei qual sua melhor versão.

_Talvez você ainda não a conheça._ sugeri._ E talvez você não queira conhecer a pior delas.

_Todos nós viemos com uma versão de que não nos orgulhamos._ hesitou._ Não dá para simplesmente superar ou deixar ela de lado, só melhorar. _senti o clima pesar um pouco e suspirei._ E mesmo assim não consigo deixar de reparar no quanto você é linda.

 Acabei rindo sem graça e antes que pudesse responder ele me beijou. Seus lábios quentes exploravam minha boca com destreza, com calma, como se ainda assim, depois de tudo ainda precisasse conhecê-la. Retribui na mesma intensidade puxando os curtos cabelos de sua nuca. Nos afastamos para respira e pouco depois eu já o beijava mais uma vez, meu corpo começou a esquentar assim como o próprio beijo, arranhei sua nuca e me afastei ofegante, com um sorriso.

_Se continuarmos eu não vou querer e nem te deixar sair daqui tão cedo._ comentei o fazendo rir.

_Digo o mesmo.

 

 


Notas Finais


Obrigada por acompanharem e comentarem, isso me motiva muito.
Digam o que estão achando e suas teorias hahaha
Até o próximo cap.
Beijos


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