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História Deadly Desire - Inegável sua competência


Escrita por: LovatooN

Notas do Autor


Holaaaaa
Demorei aparecer eu sei, mas em minha defesa, as últimas semanas foram limitadas, estressantes e exaustivas para mim, ao contrário de praticamente todo mundo eu só entrei de férias na última sexta, dia 23. Ainda tenho uma prova final em janeiro, então considero isso como feriado e não férias, mas depois terei todo o tempo do mundo para escrever e ter vida.
Então desculpas dadas, desculpas aceitas, aproveitem o capítulo e um Feliz Natal atrasado!

Capítulo 4 - Inegável sua competência


Wilmer tinha uma postura autoritária e ao mesmo tempo descontraída, como se estivesse sempre pronto para qualquer situação, desde ser um delegado com total segurança ao que faz a um homem galanteador, é do tipo de pessoa que parece disposto a conquistar qualquer mulher com seu sotaque e seu sorriso misterioso, devo admitir que todos os boatos sobre sua beleza são reais, e que os outros boatos de ter uma lista incontável de mulheres que passaram por sua cama, também. Nunca ouvi dizer que o moreno estivesse em um relacionamento sério, na verdade grande parte de sua vida parece ter sido apagada do grande veículo de informações, a internet, nem somente por ela, aos poucos ele se tornou conhecido pela sua carreira policial, a cada dez pessoas no Texas, ao menos duas já haviam ouvido falar dele.

_Vejo que mesmo com pouco tempo de formação, a senhorita já carrega uma lista que a favorece em sua carreira._ ele comentou lendo meu currículo._ Inegável sua competência.

Dei de ombros.

_Acredito que idade não seja um obstáculo quando se é bom em algo._ mordi meu próprio lábio após estalar a língua, minha resposta acabou se tornando direta e possivelmente com um segundo sentido.

Ele sorriu sem tirar os olhos do papel. Minha postura ereta sobre a cadeira em sua frente, fez com que eu ficasse em uma sensação de defesa, algo treinado em anos de minha vida. Antes que ele pudesse responder ouço um bip sobre a mesa, o que desvia a atenção de nós dois, se trata de seu celular, ele o checa por alguns instantes após pedir licença, sua expressão muda, ele arqueia uma sobrancelha e guarda o celular se levantando. Percebo um sorriso de desafio se formar em seus lábios enquanto ele se levanta.

_Estou contente em tê-la entre nós, detetive._ ele diz dando a volta em sua mesa._ Sinto informá-la que não terá uma sala exclusiva, a dividirá com outros três do mesmo ramo.

Levantei-me e dei de ombros.

_Sem problemas.

Assentiu.

_Não poderei mostrar agora._ disse checando a si mesmo._ Acha que já está preparada para sua primeira atuação em campo aqui?

_Foi para isso que eu vim._ respondi.

_Ótimo, parece ser apenas algo rotineiro, um assalto perto daqui._ ele andou a passos rápidos até a porta e eu o segui._ Você de carro comigo.

Concordei, um pouco hesitante, algo em Wilmer me deixou desconcertada e tenho certeza que não foi nada relacionado ao seu físico. Ao sair ele cumprimentou Dinah com um aceno, a mulher de cabelos longos me olhou perto dele como quem não me quisesse ali, não precisava de mais para chegar a conclusão de que eles já tiveram ou tem algo, secretária e chefe, porque não me surpreende? A própria ideia de um delegado ter uma secretária não é comum, tampouco faz sentido.

Descemos os andares de escada, ele parecia ter pressa o que nos fez chegar rápido, passamos pelas pessoas ocupadas, pela conversa incessante e o cheiro forte de café, tive a impressão de que todos me encaravam, porém não me incomodou. O carro de Wilmer estava do outro lado da rua e não se tratava de uma viatura policial e sim um carro próprio. Uma Mercedes Benz prata, classe c, se teve uma coisa que aprendi com Eddie além de ser um bom policial, é sobre carros. Dentro do automóvel o perfume masculino exalava exageradamente. Não trocamos sequer uma palavra, obviamente não tínhamos assunto para tal ou, se tínhamos, não viria ao acaso. Rapidamente chegamos ao local, um dos bairros mais calmos de Los Angeles eu diria, crianças corriam pela rua com seus brinquedos em mãos, imaginei no quanto elas poderiam estar em perigo em plena luz do dia. Valderrama estacionou o carro frente a um estabelecimento, pela arquitetura e aparência do local deduzi ser ponto de referência do pequeno bairro à muitos anos, coloquei meus óculos escuros e sai do carro, a vidraria da fachada estava em sua grande parte quebrada, uma viatura já estava no local, alguns policiais conversavam com testemunhas, pessoas curiosas especulavam em volta do local, a fita amarela cercando a entrada já indicava o que encontraria ali. Encolhi-me entre a multidão curiosa e me abaixei para passar por baixo da fita. Alguns dos policiais me olharam desconfiados, afinal nenhum deles me conheciam, Wilmer veio logo atrás de mim, os olhos atentos em cada canto do local, adentrei o estabelecimento e não precisei de muito mais para me deparar com o corpo ensanguentado no chão, pela face do homem sem vida julguei que tivesse por volta dos sessenta anos, alguns peritos no local analisavam a cena a procura de qualquer prova. Um homem analisava o corpo, abaixado ao seu lado, fiz o mesmo o que fez o rapaz me olhar.

_Causa da morte?_ perguntei diretamente sem olhar para ele.

Retirei uma luva do meu bolso e peguei a carteira perto do corpo, a carteira de identidade dentro dela admitia minha hipótese sobre sua idade, Jonh Kast, 64 anos.

_Dois tiros no peito._ ele disse apontando onde o sangue emanava indicando a morte de poucas horas ou até minutos._ O atirador não me parece ser muito experiente, além de  ter pólvora na camiseta o que indica que o disparo foi perto do corpo. _Assenti_ Você deve ser a nova detetive.

Ele disse e só então olhei em sua face, o rapaz de aparente trinta me encarou com um sorriso sem mostrar os dentes, seu olhar desafiador me fez perceber o quão autoritária devo ter parecido. Dono de um corpo um musculoso, de pele negra e o rosto coberto por um cavanhaque, lhe dando um ar de mais velho. Sorri da mesma forma e me levantei.

_Sim, Detetive Lovato, Demi Lovato._ ele se levantou e eu estendi minha mão._ Desculpe-me a falta de apresentação.

Ele negou com a cabeça.

_Sem problemas, sou Detetive Davis ou Michael Davis._ me imitou._ É um prazer conhecer minha nova companheira de trabalho.

Seu olhar e sorriso eram galanteadores, o que acabou sendo engraçado devido ao local em que ele decidiu flertar comigo.

_Você não perde tempo Michael._ A voz de Wilmer soou ao meu lado_ Não a espante logo de cara rapaz, além do mais estão em serviço.

Limitei-me a rir timidamente dos dois e voltei ao meu trabalho, ao final se tratava do meu primeiro dia e eu não poderia parecer tão antiprofissional e oferecida, Michael era um moreno bonito de fato, porém não valia o esforço. Enquanto eu analisava o local os dois rapazes conversavam desta vez sobre o crime, nada além de que o corpo fora encontrado pela manhã, segundo as evidências, a menos de meia hora do assassinato, ambos os tiros a queima roupa, a pólvora na camisa do senhor mostrava o quão perto o assassino estava e talvez o quão íntimo fosse da vítima. Andei pelo estabelecimento, o lugar era pequeno e antigo, algumas marcas de infiltração no teto, cantos do piso manchados pelo tempo, além de rachaduras discretas nas paredes e, mesmo limpo, o cheiro de mofo exalava, para mim o senhor vivia mais por sua aposentadoria do que pelo lucro do estabelecimento, um apresso.

_Ele tinha esposa?_ perguntei um pouco distante de Wilmer e Michael_ Filhos? Netos? Parentes próximos? Inimigos?

_A esposa faleceu há alguns anos._ o latino respondeu._ Tiveram uma única filha, ela se mudou para o Canadá e só o visitava poucas vezes ao ano, ela tem um filho de treze anos.

_Jonh morava sozinho_ Michael interviu_ Mas os vizinhos informaram que ele tinha uma empregada, por duas vezes na semana, apenas para cuidar da casa. Aqui na loja ele também tinha um funcionário, hoje não é seu dia de trabalho, provavelmente está sabendo da notícia agora.

_E ele é de confiança?_ questionei.

_É o que procuramos saber._ Wilmer concluiu.

Assenti e voltei a caminhar pela loja, a porta dos fundos estava entreaberta, ao passar por ela percebi que dava para um beco sem saída, nada além do comum, latas de lixo, alguns animais sem dono. Olhei o beco com cuidado até chegar a uma das duas latas, nada além de lixo comum, na outra aparentemente não havia diferença, até avistar algumas gotas de sangue, com a luva em mãos retirei um pedaço de papelão, por baixo dele uma camisa listrada coincidentemente ou não manchada de sangue, ao meu parecer o dono tentou limpar as mãos pelas marcas de dedo arrastadas, peguei um saco plástico de evidências e a coloquei nele, era coincidência de mais para não pertencer ao caso, ao lado uma terceira lata menor me chamou a atenção, retirei a tampa e após revira-lá um pouco pensei estar tendo um delírio, uma arma, da mesma forma que antes a peguei e a girei. Wilmer apareceu pela porta, um sorriso de lado se formou em meu rosto, se aquela fosse à arma do crime eu teria tirado uma grande sorte.

_É do nosso cara?_ Wilmer indagou se aproximando.

_É o que descobrirei._ disse pegando o saco de evidências de sua mão e colocando o objeto dentro._ Isso se...

_O caso é seu._ Me interrompeu._ Você terá ajudantes é claro, mas se estiver disposta e preparada para pegar esse caso, é seu.

_Não costumo errar._ afirmei.

_Ótimo._ ele pegou o saco em minhas mãos e o da camisa sobre a lata._ Agora precisamos voltar se já tiver terminado._ ele ergueu os sacos._ Você tem provas para analisar, pessoas e seu local de trabalho para conhecer.

_Claro.

Deixei as provas com uma viatura e voltei da mesma forma: de carro com Wilmer. Ele parecia me observar a cada segundo, todos os meus passos, meus atos e minhas palavras, provavelmente tudo fazia parte do protocolo da delegacia, eu só esperava que aquilo não durasse, ser observada o tempo todo não facilitava meu trabalho, se você quiser um caso resolvido em pouco tempo, tudo bem, me dê espaço e resolvo, não me pressione.

Na delegacia nada mudara desde poucas horas, os burburinhos sobre mim flutuavam pelos corredores e mesas. Wilmer ainda se encontrava na minha presença, dando instruções sobre o prédio, sobre alguns funcionários e salas específicas. Não demorou até chegarmos na minha sala, que na verdade não era somente minha, eu dividiria coincidentemente com Michael e uma jovem moça: Katerina Graham ou Kat, a negra tinha uma aparência admirável, cabelos escuros até os ombros, um corpo esbelto, pouco maior que eu, além de um sorriso simpático e amigável, eu esperava me dar bem com ela. A sala tinha um tamanho razoável, com espaços suficientes para certa privacidade entre as três mesas, a minha mesa em especial estava vazia, a decoração ficaria por minha conta e eu fiquei satisfeita com isso, além da mesa, tínhamos pequenos armários ao lado.

Enquanto conhecia o restante do prédio, uma certa jovem de cabelos louros e farda policial me chamou a atenção.

_Marissa?_ indaguei receosa.

_Sim?_ ela se virou distraída com um papel em suas mãos, ao virar de frente para mim não tive dúvidas, ao me olhar sua expressão deve ter se parecido com a minha, os olhos azuis se arregalaram e sua boca se formou em um ‘o’ perfeito, eu quase ri de sua expressão, porém ao invés disso me aproximei e a abracei._Meu Deus, Demi!_ exclamou me olhando de cima a baixo._ Olhe só para você, está tão madura, mais adulta, céus, quanto tempo. Olhe só esse terninho, aposto que se tornou detetive.

_Acertou._ ri de sua surpresa e por própria felicidade em vê-la, desde que nos formamos perdemos contato e eu jurei que nunca mais a veria._ Olhe só como você está, você está loira!

Algumas pessoas a nossa volta nos olhavam e eu pouco me importei, havia me esquecido da presença de Wilmer, que agora nos olhava atordoado e surpreso.

_Vocês se conhecem?_ perguntou de forma óbvia.

_Desde a faculdade._ confirmei.

_Até essa vadia aqui desaparecer._ Marissa completou.

Ele riu da forma como a garota disse, pelo visto nesse quesito ela não mudara, sempre desbocada e atrevida. O som do telefone do rapaz nos chamou a atenção, ele olhou para o visor e em seguida para nós.

_Calahan, você está ocupada?_ questionou.

_Não senhor._ respondeu.

_Já que se conhecem, você pode terminar de lhe ambientar?

_Com todo prazer.

Suspirei aliviada por não ter mais de ficar sob os olhos dele. Marissa puxou-me e me mostrou, os vestiários, a área de treinamento de tiro e onde os oficiais treinavam. Pelo percurso ela fez questão de me contar sobre os últimos anos, como chegou ali, com quem se relacionou até ali e de todos que conhecera, até me alertou sobre possíveis pessoas falsas e interesseiras do local, eu apenas ouvia, interessada de mais para interrompê-la.

_Agora eu preciso realmente dar andamento no meu caso Mari._ disse no final de nosso tour.

_O caso do velho Jonh.

_Pelo visto a notícia espalha rápido._ observei.

_Não nada que escape das boas e más bocas por aqui, seja do trabalho ou pessoal, se lembre disso._ aconselhou.

_Me lembrarei. _sorri._ O que acha de ir me visitar hoje? Podemos colocar todo o assunto em dia.

Ela pensou sobre o convite por alguns instantes desviando os olhos, um brilho tênue surgiu neles, seguidos de um sorriso esperto.

_Eu aceito o convite, mas não hoje._ fingi indignação._ Se acalme, você é a novata por aqui e é meu dever te convidar primeiro. _argumentou cheia de si._ Há um barzinho não muito longe daqui, sempre vamos em finais de semana e ocasiões especiais e hoje é uma delas, você está aqui, tenho certeza de que se chamar o pessoal todos vão.

_Mari, eu não sei._ torci o lábio._ Eu mau cheguei e já tenho um caso, além do mais ainda tenho coisas para arrumar no apartamento.

_Demi, vamos lá. Eu sei que você gosta, é um lugar que não é muito badalado, o dono é conhecido por todos aqui à anos, é um local aconchegante e divertido, por favor, Wilmer pediu para que eu lhe ambientasse e é isso que estou fazendo, lá você pode conhecer melhor todo mundo. _ponderou_ E é uma ótima oportunidade de rever minha melhor  amiga.

Pensei um pouco antes, ela tinha razão, era uma boa forma de conhecer as pessoas que teria de conviver ali, e conhecer um pouco mais do meu alvo, sem perder o objetivo de ter chegado até Los Angeles.

_Tudo bem eu vou, mas estou sem carro.

Ela comemorou minimamente e deu de ombros.

_Me passe seu endereço e eu te pego lá, esteja arrumas até as 21:00hrs.

 


Notas Finais


Espero que estejam gostando, comentem, compartilhem, favoritem ou não haha
Até mais :*


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