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História Deadly Desire - Ele não irá te machucar


Escrita por: LovatooN

Notas do Autor


Heeeeeeey
Boa Leitura amores :*

Capítulo 6 - Ele não irá te machucar


Depois da noite movimentada, trabalhar no dia seguinte não foi um problema para mim, muito menos para Marissa que bebeu bem mais que eu, ela continuava a ativa e elétrica como sempre. No escritório Kat também estava bem, apesar de sonolenta, já Michael reclamava da dor de cabeça. Peguei uma cartela de comprimidos em minha mesa e joguei para ele que não pegou de primeira.

_Tome isso e irá melhorar._ ordenei sem tirar os olhos do computador._ Não adianta fingir, nós já percebemos que você não superou a bebedeira de ontem.

_Eu avisei querido._ Kat debochou._ É sempre assim, ele nem precisa de muito para ser derrubado.

Acabei rindo olhando para os dois. Todos estavam concentrados em casos divergentes, mas a harmonia do local não era quebrada. Miche a fuzilou com o olhar e retirou um comprimido da cartela se dirigindo até o pequeno bebedouro. O som de batidas no vidro chamaram nossa atenção, era Marissa com dois copos de café em mãos,  ela fez sinal para que eu saísse, reclamei dizendo que estava ocupada, mas ela insistiu e apontou para a sala de Wilmer. Bufei e me levantei. Ao sair percebi que ela tinha mais um copo não mão.

_Esse é seu._ ela disse me entregando um e depois outro. _ E esse é do Wilmer, entregue-o pra mim, sim?

_Por que eu?

_Por que ele disse que precisa conversar com você sobre o caso e eu estou ocupada._ disse e deu um gole na bebida em suas mãos fazendo um cara engraçada._ Uh, eu adoro esse café, experimente.

Fiz o que ela disse, e provavelmente tive a mesma reação que a dela, o café era delicioso, diferente de qualquer coisa que eu já havia tomado.

_Céus, isso é maravilhoso!_ comentei deslumbrada._ Onde conseguiu?

_Na cafeteria aqui em frente, é uma safra de outro país, se não em engano do Brasil, eles nunca decepcionam._ nós já havíamos subido os andares e passado por Dinah._ A propósito, no sábado nós voltaremos no Casey’s.

_Hum, não, sem chances.

_Cale a boca Demetria. Você cantou muito bem, todos gostaram de você. Além do mais você está intimada a aprender jogar sinuca, é inacreditável._ reclamou. Nós paramos em frente a porta de Wilmer, ela bateu uma vez e um “entre” foi emitido._ Aliás o senhor aqui adorou sua voz, só para constar.

_Você é uma idiota Calaham.

Ela soltou um beijo no ar e deu as costas voltando o percurso. Abri a porta e me deparei com um Wilmer concentrado em alguns papéis sobre a mesa, ele estava de pé, apoiado sobre ela com as duas mãos, o cenho franzido.

_Ajudo ou atrapalho?_ indaguei me aproximando, ele desviou a atenção para mim com seu sorriso de lado, lhe entreguei o café.

_Obrigada._ ele agradeceu pegando o café e dando um gole, ao sentir o sabor ele fechou os olhos, degustando a sensação, logo ele os abriu e me encarou novamente. _Ajuda muito, estou com fotos e a vida inteira da vítima aqui, mas há uma parte da vida dele que simplesmente não consta, não bate.

Dei a volta na mesa e analisei precisamente. Ele apontou para as fotos, explicou alguns detalhes e aos poucos eu estava dentro da cena. Em todo caso que eu pego, consigo adentrar na cena, memorizar cada centímetro e presumir o que aconteceu como se eles estivessem a minha frente, em tempo real, os movimentos do assassino, da vítima, das possíveis testemunhas.

Na minha cabeça é nítido o assassino entrando com as roupas que encontrei no lixo, eles têm uma discussão e o mais jovem saca a arma, minutos depois dispara uma, duas, a vítima cai de joelho e o terceiro, ele cai deitado e sem vida. O assassino sai pela porta dos fundos, o que é estranho é que há indícios de que a porta foi arrombada por dentro e a de entrada havia sido trancada na noite anterior e de manhã, o assassino não teria como abrir nenhuma das duas e se tivesse porque trancar e arrombar ao sair?

_Onde você estava?_ pensei alto.

_O que? Demi, você está me ouvindo?_ Wilmer me encara confuso.

_Precisamos voltar à cena do crime._ Anunciei.

_A filha dele estará aqui dentro de uma hora._ ele disse ainda confuso.

_Ela pode esperar._ Dei de ombros._ Isso não, não irá ser demorado.

Ele pensou por alguns instantes e respirou fundo, acabou cedendo e nós descemos. Vamos no seu carro novamente.

_Você tem uma bela voz._ ele disse depois de um tempo sem tirar os olhos da rua._ Canta há muito tempo?

_Obrigada._ Agradeci sem olhá-lo._ Desde criança sou apaixonada por cantar, dançar e tocar.

_Fiquei admirado._ ele disse me fazendo rir._ É sério, a forma que você se entrega._ deu de ombros._ Aprendeu sozinha?

_Com meu pai. Ele tocava para mim e me ensinou._ suspirei.

_Ele deve estar orgulhoso agora, mesmo que você não tenha iniciado carreira.

Senti um aperto em meu peito, “talvez ele estivesse, se não estivesse morto”, automaticamente meu sorriso se desfez, suspirei aliviada quando percebi que havíamos chegado na pequena loja.

_Chegamos._ desci do carro rapidamente.

As faixas ainda estavam ali, mas o corpo e a mancha de sangue não. A porta estava destrancada e mesmo assim tudo estava no lugar. Olhei todos os cantos, inicialmente sem sair do lugar, depois comecei a andar procurar em lugares improváveis, tentei tirar estantes, prateleiras, a bancada, e principalmente os móveis colados a parede.

_O que está procurando?_ Wilmer perguntou enquanto me seguia, sem olhar para ele eu sabia que ele me sondava com o olhar, cada movimento meu e se possível cada pensamento também, afinal ele era o meu chefe, só fazia um dia desde que cheguei e tentava agir.

Continuei andando, entramos no depósito, continuei com o trabalho de arrastar as coisas.

_As portas não foram arrombadas._ iniciei meu ponto de vista._ Nenhuma delas. Ele entrou e em seguida foi morto, se o assassino não entrou pela manhã ele fez isso no dia anterior.

_Ele poderia ter entrado quando a vítima destrancou a porta._ ele deu de ombros e me ajudou a deslocar um grande móvel, uma espécie de armário antigo e pesado.

_Os tiros foram de frente, ele havia acabado de entrar._Ele estava me testando.

_Baseada em que?_ indagou._ O assassino pode ter sido rápido o suficiente.

Revirei os olhos e estalei a língua.

_Talvez um dia eu te conte.

Conseguimos arrastá-lo para frente e pudemos ver justamente o que eu esperava, um alçapão.

Eu e Wilmer nos entreolhamos e um sorrisinho se fez em meu rosto.

_Pode ser só um estoque ou um galpão velho.

Revirei os olhos mais uma vez.

_Até onde sua teimosia te leva?

 Me abaixei e puxei uma corda marrom, foi preciso um pouco de força, mas consegui, o local era escuro e o local exalava um odor conhecido por mim, liguei a lanterna de meu celular e peguei minha arma, apontando os dois para baixo, uma escada enferrujada possibilitava a decida, mesmo que precariamente, Wilmer apenas me seguia perplexo. O “galpão” não tinha nada a ver com a pequena loja, não esperava encontrar armas enfileiradas devidamente em estantes, os mais variados tipos de drogas e um lugar tão extenso. O lugar exalava cocaína, maconha e umidade, porém mais forte e intenso do que qualquer coisa algo fedia e em minha mente eu suspeitava do que seria. Após andar com cautela entre as estantes, eu de um lado e Wilmer de outro encontramos o que agora sim eu esperava: um corpo em processo de decomposição, ainda era possível distinguir entre homem ou mulher e se tratava de um homem de meia idade, havia sangue seco por todo lado, mais do que na primeira cena de crime, os cortes profundos na barriga explicavam, ele não foi morto a tiros, seria arriscado e barulhento de mais. Olhei em volta, nada além do que havia visto antes, mais lixo e baratas. Pelo estágio de degradação do corpo eu diria que ele estava ali desde o dia do assassinato do senhor de cima.

_Como isso é possível?_ Wilmer indagou, ele estava surpreso. Pegou seu celular para avisar a delegacia._ Aqui não dá sinal, precisamos subir para avisar o centro.

Assim que ele terminou de falar ouvimos um barulho vindo de trás de nós, nos entreolhamos, porém não era possível nos enxergar sem o auxilio da lanterna, que agora estavam apontadas para o onde o som saiu, tudo ficou em silêncio até um vulto passar rapidamente, imediatamente corremos em direção a ele, pelo pouco de luz que podíamos ver, sabíamos que quem quer que fosse estaria indo em direção a saída. Eu estava na frente, uma pessoa de estatura baixa estava conosco, ela começou a subir a escada e eu cheguei a tempo de lhe apanhar e tentar segurar seu pé, ela me chutou e eu cai por falta de equilíbrio, Wilmer estava logo atrás e me ajudou a levantar.

_Tudo bem?_ questionou.

Assenti me levantando rapidamente e ele subiu as escadas, fiz o mesmo e logo estávamos no andar de cima, ele havia perdido a pessoa de vista, sai pelos fundos, visto que a porta estava aberta, ao contrário de antes, ainda era possível a apanhar, corri atrás, atravessando as ruas com um tráfego considerável, entramos em um outro beco, eu estava perto, mas não o suficiente, tive de apertar o passo e por sorte entramos em um outro beco sem saída, voltei a pegar minha arma a apontando já engatilhada. Ela parou, de perto e sob a luz eu podia ver que se tratava de uma mulher, o cabelo castanho estava bagunçado, as roupas sujas, assim que ela se virou seu rosto aparentava medo, levantou as mãos em sinal de rendição, estava ofegante e chorava, pelo seu rosto era mais nítido que não se passava de uma adolescente, ela estava suja, sua roupa rasgada, deveria ser uma menina de rua se aventurando.

_Por favor, não me prenda lá de novo._ ela pediu com a voz embargada, além de um pouco rouca.

Franzi o cenho. Abaixei a arma devagar e a travei, a guardei novamente, a menina estava assustada, com medo, parecia faminta, uma arma apontada em sua direção não seria uma coisa agradável e receptiva, além do mais ela não teria para onde fugir ou se esconder sem passar por mim.

_Demetria._ Ouvi Wilmer me chamar com cautela, fiz um sinal com a mão sem olhá-lo para que ele ficasse onde estava.

_Te prender? Porque eu faria isso?_ questionei me aproximando, ela deu um passo para trás e eu parei._ Olha só, eu prometo que não vou te machucar, nem te prender em lugar nenhum, você só precisa confiar em mim.

Ela fez um sinal negativo com a cabeça, um sorriso amargo em seu rosto.

_Você acabou de correr atrás de mim com uma arma._ ela ainda chorava, mas tentava se controlar. Ela revezava entre olhar para mim e para Wilmer._ Não é tão fácil.

Suspirei e comprimi os lábios.

_Tudo bem, começamos mal. _ a garota estava na defensiva._ Não vou ser falsa com você. Sou a Detetive Demetria, nova por aqui, e se eu achar que você tem algo a ver com aqueles crimes terei de tomar uma providência, mas se você contar seu nome e o que aconteceu com você, prometo que farei de tudo para te ajudar._ ela olhou para Wilmer, e pelo seu olhar eu sabia que ela ainda estava receosa._ Delegado, por favor abaixe essa arma.

_Eu juro que não tive nada a ver com aquele assassinato._ ela disse um pouco mais calma.

_ E eu acredito, só preciso de razões mais concretas para acreditar._ estendi minha mão depositando e passando um pouco de confiança, eu conhecia os riscos, ela poderia estar armada, porém precisava arriscar.

Demorou um pouco até que ela se aproximasse e segurasse minha mão, quase respirei de alivio por melhorar nosso contato, aquela menina poderia ser a resposta dos dois crimes. Voltamos para a rua, dois carros de policia estavam no local. Paul e Candice vieram na nossa direção estranhando a garota, fiz um sinal com a cabeça para que eles não se preocupassem e Wilmer também assentiu, uma ambulância chegou em seguida e eu acompanhei a garota te ela, enquanto Wilmer levava Kat até Ian, que até então eu não conhecia, o perito. Fiz questão de ficar sozinha com a adolescente, já que mesmo que pouco eu havia conseguido sua confiança.

_Você ainda não me disse seu nome, podemos começar assim?_ questionei enquanto ela se sentava na parte de trás do carro.

_Clarie Volvier._ ela respondeu._ Precisa mesmo de tudo isso? Não estou tão machucada.

_De qualquer forma precisa de cuidados médicos, um banho e comida. _ peguei o pacote que havia pedido que Candice trouxesse com um sanduiche._ Isso pode ajudar um pouco.

A entreguei, pela primeira vez ela deu um sorriso mínimo e abriu o pacote o mais rápido que pôde começando a comê-lo imediatamente, ela estava de fato faminta, sentei-me ao seu lado e esperei até que ela terminasse, o que não demorou, já que ela nem mastigava direito, também terminou com uma garrafinha de água em menos de minutos., fiquei observando-a, tentando imaginar de todas as formas possíveis o que poderia ter acontecido, Clarie não poderia ser somente uma menina de rua, quem a prendeu e por qual razão, eram questões que sondavam minha cabeça sem cessar.

_Você tem mais?_ perguntou limpando a boca.

Assenti.

_Mas antes você precisa me responder algumas coisas._ ela bufou._ Sei que é chato, que você está casada, assustada, com muita fome, por mais que tente manter sua pose durona, admiro isso em você Clarie._ ela me olhou por alguns segundos e desviou o olhar para fitar seus dedos._ No entanto preciso que me diga o que aconteceu antes e lá dentro, como você foi parar lá?

Clarie respirou fundo e fechou os olhos, estava prestes a chorar de novo.

_Meu padrasto, ele... ele mexia com coisas erradas, mas isso nunca nos afetou. Nós vivíamos bem até minha mãe morrer e as coisas desandaram, eu não tenho mais ninguém, nem onde ficar, então ele ficou com a minha guarda, nos últimos meses ele me tratava mal e um dia ele me levou para aquele lugar, disse algo sobre pagar uma dívida e eu estava incluída, ele me jogou naquele sótão por um dia e no dia seguinte voltou acompanhado de um homem._ ela fazia pausas a medida que ia contando._ Ele me bateu e quase me estuprou._ A garota enrijeceu com a lembrança e enxugou uma lágrima. _ Depois eles começaram a discutir... não me lembro o que, eu estava tonta, depois uns gemidos de dor e tudo ficou em silêncio... vi alguém saindo pela escada e tudo ficou escuro... depois eu não sei quanto tempo se passou, ouvi tiros no que devia ser o dia seguinte, mais tarde escutei vozes e passos... gritei, gritei o mais alto que pude, mas ninguém me ouviu._ soluçou._ Se vocês não tivessem entrado lá morreria.

_Você correu bastante, ainda tinha energia._ observei.

_Minha mãe me ensinou que devemos guardar nossas energias, gritar ou movimentar-se não ajuda._ deu de ombros, segurei sua mão.

_E o seu padrasto? Sabe onde ele está?_ questionei.

Ela assentiu e apontou para o corpo que saía tapado por um lençol branco sobre a maca.

_Vocês o encontraram antes de mim._ fungou, não parecia sofrer com a morte do homem. Ela se virou para mim._ Me diga que aquele velho está preso, bem preso.

_Quem?_ franzi o cenho.

_O dono dessa loja imunda.

_ O que ele fez com você?

Ela abaixou o olhar, sem perceber apertou minha mão e estremeceu, voltou a chorar desesperadamente, não precisei de mais respostas, ergui uma de minhas mãos e segurei seu rosto gentilmente, ela me olhou com os olhos vermelhos e inchados.

_Ele está morto Clarie, nunca mais te machucará. 


Notas Finais


Esqueci de avisar nos capítulos anteriores, mas os personagens novos são todos atores e atrizes de The Vampire Diaries/The Originals, são meus amorzinhos e irão aparecer bastante, quem assiste essas séries já estão ligados, quem não, recomendo hahaha
Espero de coração que vocês estejam gostando dessa fic, eu tô bem insegura, ainda não tá tendo muito Dilmer porque as coisas vão acontecendo aos poucos e tem muita história por trás disso.
Deixem aquele comentário para dar aquela moral.
Beijoooos :*


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