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História Deadsouls - 04: i've been trying so hard


Escrita por: bolchevicky

Notas do Autor


Bom, é claro que antes tenho que gradecer aos comentários divinos! Sério gente, muito obrigada.
Boa leitura

Capítulo 5 - 04: i've been trying so hard


Fanfic / Fanfiction Deadsouls - 04: i've been trying so hard

POV Lana:

Um... Dois... Três. Três.

Um número ímpar irritante, era isso que significava aqueles cortes superficiais em minha pele quase translúcida do meu pulso. O sangue, em questão de segundos, começou a aparecer e então, cada gota deslizava morbidamente pelo meu braço. Eu chorei, mas não foi pela dor física.

Tomei cuidado para não manchar minha roupa e, deitando no chão do banheiro, deixo que a ferida transborde livremente. Fecho os olhos, e eu deixo que as lágrimas se vão também. Tudo doía, tudo era recente demais... Eu que deveria morrer. Não sirvo para ajudar ninguém, não sou ninguém. Sou um fardo.

You're a liability

Você é um fardo

You're a little much for me

Você é um pouco demais para mim

So they pull back, make other plans

Então eles recuam, fazem outros planos

I understand, I'm a liability

Eu entendo, sou um fardo

Get you wild, make you leave

Te deixo louco, te faço ir embora

I'm a little much for

Eu sou um pouco demais para

E-a-na-na-na, everyone

To-a-na-na-na, todo mundo

- Lana?

Era a Marina, do outro lado da porta. A voz dela me assusta, então eu me levanto de qualquer jeito e ligo a torneira, deixando que o sangue escorra pelo ralo. Arde um pouco, então eu enrolo com papel higiênico e pego outro pedaço, para limpar o chão. Em seguida, escondo a lâmina na minha nécessaire.

- Lana? – ela torna a chamar, com a voz um pouco mais alarmada do que antes

- Marina? O que foi? –  tento transparecer que supostamente não tinha ouvido da primeira vez

- Está tomando banho?

- Érh... – hesito, pensando no que responder – Já acabei

Ouço ela se afastar, mas antes ela diz:
- Ande logo, estamos quase atrasadas para o primeiro dia de aula.

Aquela frase foi capaz de me levar de volta para o abismo que era minha mente. Deveria estar animada com o novo rumo que a minha vida estava tomando, mas eu estava com raiva porque pensava muito nos meus pais e em como eles reagiriam, se ainda estivessem aqui. Sabia que eles não ficariam felizes pelo fato de eu estar muito longe de casa... Mas me apoiariam. Sempre apoiaram.

Mordo os lábios e afasto os pensamentos, percebendo que meus olhos ardiam por causa das lágrimas. Era fim do verão em Londres, mas não me incomodei em puxar as mangas do meu cardigã para esconder meu pulso e, respirando fundo um zilhão de vezes, eu finalmente saio do banheiro.

(...)

- Tudo bem se eu voltar hoje para a casa dos meus tios?

Marina e sua preocupação palpável com meu bem-estar ficaram comigo por um tempo, desde que chegamos em Londres – uma semana para ser exata. A presença constante dela não era incômodo, porque isso só mostrava o quão atenciosa ela está sendo. Afinal, quem doa o próprio tempo para cuidar da dor do outro? Marina não era egoísta. Nunca foi. Espero poder retribui-la à altura algum dia.

Porém, nem a Marina conseguia afastar meus demônios.

Eles sempre vinham no silêncio da noite, ou no banho. Sempre que estava sozinha, eu começava a lembrar. Mas reviver tudo aquilo novamente, por mais que seja inevitável, não é algo que eu goste. Eu mesma estou me matando aos poucos, sinto que em cada esquina tem um pouco de mim. E a cada amanhecer, eu sei que não me conheço mais.

- Tudo bem – respondo, quando percebo que passei muito tempo divagando.

- Lana – o tom de voz firme e sério da moça que acompanhava meus passos para dentro do campus, me faz parar – Não carregue toda a dor do mundo em seus ombros.

Me virei um pouco, para assim conseguir enxergar seu rosto. Ela sustentava um olhar triste e um cenho franzido. Não gostava de deixar as pessoas preocupadas.

- Sei que não está sendo fácil, mas você... Não falou nada sobre o que aconteceu. Com ninguém.

- É só que...

- Eu sei que você está pensando absurdos e sei que você está com medo, porque está se sentindo sozinha – interrompeu, segurando a minha mão gentilmente –  O que quero dizer, é que você tem a sua vó e você tem a mim. E você pode, ou melhor, deve procurar ajuda sempre que... Você sabe, sempre que quiser.

Ali, olhando em seus olhos tão expressivos, eu me senti um pouco melhor. Mas os questionamentos dentro da minha cabeça me faziam hesitar toda vez. Então, com uma estranha impassibilidade em minha voz, eu murmuro:

- Tudo bem

Aquilo soara como uma mentira, mas bastou para que nada mais fosse dito no resto do caminho até a entrada da faculdade. Marina parecia observar todo o entusiasmo dos alunos ao seu redor, mas eu estava alheia - cercada por uma multidão, mas me sentindo como se estivesse só.

Então foi ai que, quando uma moça alta e esbelta apareceu em meu campo de visão, sorrindo para mim, eu parei, estranhando aquilo de imediato.

- Hey! – ela disse, parando na nossa frente – Vocês devem ser alunas novas

- Está tão óbvio assim? – Marina brincou, fazendo arrancar uma risada da moça. Deus, ela era graciosa em tudo. Parecia uma típica modelo da Victoria’s Secret

Respirei fundo, olhando ao redor. Não poderia desistir agora.

- Bom, eu sou a Lana e essa é a Marina – disse com dificuldade, já que internamente, estava segurando no meu único fiapo de vontade e coragem para conseguir dizer alguma coisa – Qual é o seu nome?

- Bella Hadid

A garota desconhecida se dizia veterana e decidiu, por livre e espontânea vontade, explicar e apresentar todos os lugares importantes que haviam na faculdade, para um número relevante de calouros. Ela era bonita – rosto simétrico, fino e lábios rosados. Os olhos eram astutos, como o de um felino. E o cabelo dançava em seus ombros enquanto ela andava.

- Bom, aqui é a recepção – ela disse, apontando para uma sala onde haviam três funcionários sentados e, em uma parede oposta a eles, havia altas estantes cheias de arquivos – Recomendo que confirmem seus horários com eles.

Assenti, observando o local.

- As aulas já vão começar, então... – diz, sorrindo depois de olhar algo em seu celular – Nos vemos em breve! Qualquer coisa, é só me procurar!

Bella Hadid sumiu nas escadas, nos deixando sozinhas ali. A gentileza dela era tanta que chegava a ser incômodo, apesar de não soar como algo forçado. Mas, mesmo assim, me senti um tanto quanto desprezível ao lado dela.

- Ela é muito legal, né? – Marina estava animada

- Sim – sussurrei – E ela é muito gentil também.

Marina sorriu, com certeza com algo em mente. Mas ela não me deixou formular nem uma frase sequer:

- Vamos, depois que descobrirmos as nossas salas, eu te acompanho até a sua

 

 

 

 


Notas Finais


Sei que uma narrativa explicativa, atenta aos detalhes, talvez não seja o favorito de muitas pessoas aqui. Mas posso assegurar que no próximo capítulo, Abel e Lana irão se encontrar pela primeira vez.
Bom, e o que acharam do capítulo?
Beijos,
Little Vicky <3


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