1. Spirit Fanfics >
  2. Deadsouls >
  3. 05: i've seen her, i knew she had to know

História Deadsouls - 05: i've seen her, i knew she had to know


Escrita por: bolchevicky

Notas do Autor


Eu sei que já faz um mês que não posto, mas eu nem deveria estar aqui! Eu escrevi meio capítulo de outra fic e era pra ter terminado, mas estava tão ansiosa para fazer a cena da Lana se encontrando com o Abel e vice-versa, que não aguentei. Juro que tava tão empolgada, que pensei que teria mais de 2000 palavras nesse capítulo... Mas eu raramente consigo essa proeza </3
Bom, gente, muito obrigada pelos comentários, né? Tô vendo que tem muita gente animda, fico muito feliz! E me desculpe mais uma vez pela demora, mas administrar todas essas histórias + a minha vida pessoal, não é fácil.
Boa leitura!

Capítulo 6 - 05: i've seen her, i knew she had to know


Fanfic / Fanfiction Deadsouls - 05: i've seen her, i knew she had to know

 

POV Lana:

Tudo se tornou triste. O café quente não me trazia mais conforto. Os livros que eu amava tanto ficaram empoeirados. Os filmes se transformaram tediosos demais para serem assistidos. As músicas não me completavam mais. Os meus olhos fatigados só sabiam derramar lágrimas geladas. Era como se a dor do mundo estivesse em meus ombros, me esmagando. Me consumindo. Me matando. Quero fugir daqui. Quero ir para um lugar melhor. Quero voltar ao tempo em que era feliz e não sabia.

– Lana?

Viro-me lentamente e encontro a Marina com seu semblante preocupado e cansado, que já estava se tornando comum para mim. Não queria deixa-la assim. Não queria estar assim. Mas tudo está se degradando tão rápido e eu não sei como posso sobreviver com isso sem deixar essa escuridão cair sobre mim.

– Venha jantar

Marina iria embora para a casa dos seus parentes hoje a noite, provavelmente logo depois do jantar. Mas eu estava indisposta demais para qualquer coisa.

– Estou sem fome - sussurro com dificuldade, já que a minha garganta está seca e minha língua está presa devido ao choro incessante.

– Sua avó quer que você jante, Lana.

– Mas eu não quero…

– Lana - me interrompe - Sua avó precisa de você. Ela está viva. Pare de agir como se ela tivesse morrido.

Algo no olhar fatigado da Marina me fez mover os músculos da minha perna e andar até a cozinha, onde minha avó estava com um sorriso acolhedor no rosto. A única coisa que pensava, enquanto encarava seus olhos opacos que ensaiavam um sorriso, era que eu devia estar sendo uma filha da puta. Soava injusto demais toda essa minha inconstância de humor, mas era isso: quando estou triste, tenho que agradecer por não estar triste demais.

Sentamos e apesar da dor constante, eu tentei agir normalmente enquanto tentava engolir um pedaço de lasanha que parecia ter gosto de isopor. A comida não me atraia. Minha mente simplesmente estava ocupada tentando pensar numa solução para toda essa dor psicológica incômoda, mas não havia. Por mais que eu quisesse, eu tinha que aguentar isso até o fim. O invencível fim.

– Querida, como está indo a faculdade? - perguntou minha avó, tentando mais uma vez atrair minha atenção para longe dos meus pensamentos obscuros.

– Hoje foi só o primeiro dia – soltei, meio rude demais. Percebendo isso, engulo em seco e pigarreio, tentando me corrigir: - Eu ainda não conversei com ninguém direito, mas eu e a Mary conhecemos uma garota muito legal.

– Isso é muito bom! – eu capto imediatamente o alívio na voz da minha vó. Será que ela pensava que eu estava me esforçando? Será que eu era um fardo, até pra ela?

– É - murmuro, fingindo estar concentrada no pedaço de lasanha no meu prato.

– Bom… - pigarreou Marina – Hoje vai ter uma festa. Pros calouros.

Levantei meu olhar do prato, encarando-a.

– Não me lembro de ter sido convidada - foi tudo o que respondi.

– Hmmm - ela sorriu de lado, mas seu sorriso não atingiu seus olhos – Bom, é um convite geral, Lana. É uma festa para os calouros e olha só: você é uma caloura.

Bufei.

Ela ficou em silêncio e eu dei de ombros, engolindo mais um pedaço da minha comida. Mas ali, enquanto eu tentava pôr meus pensamentos agitados em ordem, eu percebi que apesar de tudo, a gente espera, lá no fundo, perdido, soterrado e cansado, que a vida compense de alguma maneira.

POV Abel:

Eu estava no meu segundo cigarro de maconha quando ela apareceu no meu campo de visão. Usava um short de cintura alta e um cropped branco, fazendo com que um pedaço da pele da sua barriga ficasse aparecendo. Em seus pés, um par All Star azul... Azul. Uma cor não muito comum para os sapatos, mas combinava com ela afinal, parecia deslocada e tímida. Era visível que não queria estar ali. Carregava também um outro peso em seus movimentos que não conseguia identificar, e nem poderia, já que com certeza ficar encarando a garota desse jeito só vai me levar a divagações e ilusões.

Mas, quando percebi, o cigarro já estava no chão e fui me aproximando dela.  O que eu iria dizer, eu não sabia. Eu só queria ouvir a voz dela.

Yes, she caught my eye

Sim, ela chamou minha atenção

As we walked on by

Enquanto nós passamos um pelo outro

She could see from my face that I was

Ela poderia ver no meu rosto, que eu

Flying high

Estava voando alto

- Olá

Ela se assustou comigo tão perto, mas logo recuperou a postura. E ela me olhava de um jeito estranho. Deus, eu devia estar parecendo um drogado fodido.

- Desculpe, eu...

- Tudo bem – forçou um sorriso com os olhos distantes. Provavelmente ela estava procurando alguém. E bem provavelmente eu a estava deixando desconfortável.

- Olha – comecei, fechando os olhos com força – Eu tenho namorada. E fumei um cigarro e meio de maconha. E apesar de ser um drogado, eu não vou fazer nada com você. Sei lá, talvez se estivesse sóbrio eu nem teria vindo aqui falar com você e...

Ela riu, ela fodidamente riu.

- Tudo bem, eu já entendi – deu de ombros – Vou te dar a honra da minha companhia.

Assim que ela disse isso, eu comecei a pensar. E apesar de não estar tão drogado assim, o filtro do meu cérebro não estava funcionando mais, então não achei que seria importuno perguntar:

- Hey, por que você não saiu correndo assim como qualquer outra garota normal faria?

As sobrancelhas arquearam e em seus olhos havia surpresa. Mas, como anteriormente, ela se recompôs e então disse:

- Eu normalmente te rejeitaria assim que percebesse a sua presença – começou – Mas nada está sendo normal esta noite.

Eu podia facilmente concordar com o que ela dizia, já que para mim não estava sendo muito diferente. Ainda não sabia o nome dela, então pedi dois shots de vodka e me sentei  ao seu lado no largo balcão do bar.

- Bom, eu me chamo Abel – murmurei, cruzando os braços em cima do balcão com a cabeça virada para ela, que estava sentada no meu lado direito.

- E eu me chamo Lana

Os shots chegaram rapidamente e ela, sem hesitar, tomou tudo de uma vez, fazendo uma careta que já tinha visto muitas vezes com outras pessoas. Eu ri, meio que sem querer, mas ri.

- Seu primeiro shot?

Ela voltou a me olhar

- Shot? É isso que chamam de shot?

- É, quantos mais shots, mais bêbado você fica

- Ah – ela pareceu compreender – Preciso de mais, então

De forma súbita, ela pegou o meu shot e bebeu todo o conteúdo, me deixando no mínimo surpreso. Minha mente lenta, então entendeu: ela queria ficar bêbada. E geralmente, a vontade de se embriagar era comandada por sentimentos; normalmente aqueles conflituosos.

- Você pretende ficar bêbada?

- Eu te disse que nada está sendo normal essa noite – ela revira os olhos, deixando o copo no balcão – Aliás, aposto que você nem olharia para mim na faculdade.

- Então você é caloura, Lana?

- Sim, senhor

- Então todos os shots são por minha conta

POV Lana:

Era visível que aquele garoto não estava em seu estado normal. Seus olhos vermelhos e sua voz enrolada entregavam isso. Mas nada naquela noite estava sendo normal, a começar pelo fato de ter saído para uma festa bem no meio da semana. Na verdade, festa era algo que nem pensava. Desde da morte dos meus pais, eu só saía quando era necessário.

E aqui estava eu. No meu quarto shot, já sentindo que o efeito viria rápido – o gosto daquilo era horrível, mas estava começando a sentir um formigamento quase que tranquilizante em meu cérebro.

- Você tem uma namorada, mas por quê está aqui comigo? – minha língua estava pesada e eu me sentia ousada, e aquele garoto ia além da minha monotonia depressiva, o que era muito bom.

- Eu não sei – ele riu, me fazendo rir também.

Bom, não estávamos fazendo nada de errado

- Onde ela está agora?

Lambeu os lábios e pousou a cabeça no balcão, em cima dos seus braços cobertos pela jaqueta. Ele parecia hipnotizado pelo torpor alcóolico e me perguntava se o efeito da maconha já tinha passado.

- Provavelmente em algum restaurante caro, com os pais dela – Abel franziu o cenho, como se a imagem que tivesse surgido em sua cabeça não fosse tão agradável assim – E ela deve estar brava comigo.

- Hm – murmurei, copiando o seu gesto e deitei a minha cabeça no balcão também – Pelo menos você tem a mim. E eu não estou brava. – sussurrei a última parte, ou pensei que tinha sussurrado. Não sei ao certo, mas ele sorriu.


Notas Finais


Bom, o título do capítulo eu tirei da música Party Monster. Já a música encontrada no meio do capítulo, é You're Beautiful do James Blunt (gosto rsrsrs)
Gostaram, nenes? Sério, quero saber o que vcs acharam <3
Beijos,
Little Vicky <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...