História Dear "Daddy" - Capítulo Um

Megan Sky

Eu estava em frente a casa de Anne, esperando-a para irmos para faculdade. Eu estava ligando no celular dela e nada da minha querida melhor amiga atender. Já estávamos atrasadas, e eu estava morrendo de sono, por não ter dormido nada na noite anterior, tentando terminar um trabalho da faculdade, que no fim, estava totalmente incompleto e eu não teria condições de apresentar hoje. Decidi buzinar, quem sabe? Cinco minutos depois, o pai de Anne aparece na porta.

- Oi Meg, tudo bom? A Anne não vai conseguir ir hoje. - Christopher, o lindo pai da minha amiga apareceu na porta. Ah sério? 7h da manhã tio Chris, não vem aqui não.

- E porque tio? - Respondi levemente frustrada, era segunda feira e eu só queria ir pra casa.

- Ela acordou passando mal e não sai do banheiro, você sabe se ela saiu ontem à noite? - Christopher já tinha fechado a porta e vinha em direção ao meu carro.

Eu sabia que Anna tinha saído, ela tinha ido encontrar o crush dela da vez, Henry.  E provavelmente esteve bebendo horrores. Eu não acredito que minha amiga estava de ressaca em plena segunda feira.

- Na verdade não sei não - menti descaradamente - você vai ter que ir trabalhar, não é? Eu posso ficar e cuidar da Anne. Não terá nada de muito importante na faculdade - Na verdade tinha, apresentação de um trabalho, mas eu tinha que faltar. Sorri.

- Eu ficarei em casa hoje - murchei meu sorriso de esperança. - Mas você pode ficar, Anne precisará de uma amiga.

- Ok tio, vou deixar meu carro na garagem - ele piscou e foi abrir o portão automático.

Christopher Evans, olhos claros, cabelos castanho claro também, alto, um físico maravilhoso, no auge dos seus 36 anos e eu aqui, completamente apaixonada nele desde que eu tinha, não sei, dez anos? É aquela paixãozinha "acho você muito bonito pra ser pai da minha melhor amiga e eu só tenho 21 anos", mas nunca deixei de ter namorados ou coisa do tipo, ele é apenas o caso impossível da minha vida. Deixei o carro na garagem e peguei a minha bolsa, deixando os cadernos e livros da faculdade no porta-malas.

Ao entrar na casa de Anne pela cozinha, Chris estava sentado à mesa, tomando um suco que julguei ser de maracujá, lendo o jornal, enquanto esperava a torrada ficar pronta. O fiquei encarando, tão bonito e tão inalcançável. O barulho da torradeira me fez dar um pulo e sair de todo aquele transe, Chris olhou em minha direção e sorriu.

- Quer tomar café, Megan? Tem suco, café preto, torradas e um bolo. - Ele disse tirando as torradas da torradeira e colocando-as em um prato.

- Eu adoraria - sorri nervosa, a Anne poderia descer agora e a gente poderia matar a apresentação de trabalho em outro lugar, né?

Peguei o café e coloquei em uma xícara, enquanto comia uma torrada. Ele voltou a ler o jornal e eu me distraí mexendo no celular, eu queria matar a Anne. Assim que acabei o café, eu deixei tudo na pia, Chris murmurou algo que depois ele lavava. Eu apenas assenti e subi as escadas correndo assim que sai da visão dele.

Entrei no quarto de Anne e fechei a porta, me escorando na mesma e respirando fundo. Onde estava essa filha da mãe?

- Anne Evans! - gritei assim que entrei no banheiro e a encontrei escorada na banheira.

- Ah, não grite Megan, estou morrendo de dor de cabeça - ela fechou os olhos.

- Pelo jeito a noite foi ótima... Você não contou a seu pai que ia sair? Eu tive que mentir olhando nos olhos dele - lindos olhos, queria ressaltar.

- E você acha mesmo que meu pai iria me deixar sair com o Henry? Meu pai odeia o Henry desde que ele era nosso vizinho. - ela levantou e lavou o rosto.

Quando eu conheci Anne, eu tinha oito anos, nós morávamos na mesma rua. E Henry tinha 10 na época e era vizinho dela. E o tio Chris não deixava o Henry nem olhar em nossa direção, como eu não tive a figura de um pai, Christopher fez esse trabalho, mas acabou que me apaixonei por ele, acontece, não?

- Toma um banho, mas finja que está mal ainda - eu fui até seu closet e peguei um pijama pra mim - temos apresentação daquele trabalho, lembra? E eu não terminei, ou seja, não iremos para faculdade.

- Eu não iria mesmo - ela disse pegando sua toalha - Pode pegar um pijama meu, eu deixo - revirou os olhos

- Lógico que deixa - dei de ombros e me troquei - o controle da sua TV está aqui? - Geralmente ficava no quarto de Christopher

- Deve estar no quarto do meu pai, vai lá - ela disse já com a porta fechada e ligando o chuveiro.

Respirei fundo, o pijama que peguei era levemente curto e justo, fazendo com que minhas coxas ficassem maiores e aparecia um pouco da polpa da minha bunda. Não que meu corpo fosse muito bonito, mas sempre tive tudo no lugar. Sai do quarto de Anne tentando arrumar minha roupa, pra que não ficasse tão biscate, bati na porta de Chris e esperei, ele saiu sem camisa e com a escova de dente na boca, eu não me lembrava da última vez que tinha o visto sem camisa, mas deve ter melhorado bastante, ele andou malhando? Ele fez um sinal pra que eu entrasse no quarto e voltou ao banheiro para terminar a higiene.

- O que devo a honra de sua presença, pequena Megan? - Voltou para o quarto secando o rosto, algumas gotas caiam em seu abdômen, fazendo com que eu lutasse com meus próprios olhos e instintos de passar a mão naquele corpo.

- Ahm, controle da TV - suspirei nervosa, eu só queria sair correndo.

- Ah claro - ele sorriu e pegou o controle, entregando-me.

- Valeu tio. - sorri e sai do quarto, soltei a respiração e eu nem sabia que tinha prendido.

Chris teve a Anne com sua namorada de adolescência, ele só tinha 17 anos. A mãe de Anne acabou indo estudar fora, deixando a filha de apenas cinco anos pra trás. Meu pai nos abandonou quando eu tinha menos de dois anos, até os meus oito, eu só tinha a imagem de mãe, quando conheci Anne, Christopher me acolheu como filha também. Quando eu tinha uns dez anos, eu já o achava maravilhoso, mas eu era apenas uma criança. Mas então a gente cresce e os hormônios acabam tomando conta, com 15 anos eu já era muito madura pra minha idade, então eu comecei a olhar para Christopher com outros olhos, mas sem deixar ninguém perceber. Quando fiz 18, eu comecei a ver que eu realmente gostava dele, eu não tinha mais a visão de adolescente, eu tinha a visão de uma mulher, que o desejava como um homem de verdade. Isso nunca me impediu de namorar ou algo parecido, tive muitos namorados, ficantes, etc. Eu só sempre fiquei apaixonada pelo Chris.

Ao chegar ao quarto de Anne, ela já estava deitada na cama, enrolada no edredom, mexendo no celular. Deitei ao seu lado e liguei a TV, já colocando na netflix. Começamos a assistir Gossip Girl, até que então pegamos no sono.