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História Dear Daddy's - Blob


Escrita por: dear_sunshine

Capítulo 2 - Blob


 

— ... por isso eu acho que ele não quer ser mais ser meu amigo. — concluiu Jungkook, triste, e enterrou sua mãozinha quente na de Seokjin.

— Hum, não se preocupe, tenho certeza que Taehyung vai mudar de ideia amanhã. Ele sempre muda. – disse Seokjin, distraído. O olhar vago mirava um lugar qualquer em sua frente.

A mãozinha é subitamente arrancada do dedos de Seokjin.

— Papai, Você não está prestando atenção! 

— Estou sim, estou sim! — protestou Seokjin depressa, olhando um tanto apavorado para Jungkook que havia parado de andar e estava com os braços cruzados, com uma expressão raivosa, raivosa demais para um menino de oito anos  — Você disse que… hum… Taehyung não queria mais ser seu amigo porque…

— Taehyung não, Jimin! — exclamou Jeongguk, em tom de queixa. — Eu falei ‘pra você ontem que o Jimin e eu ficamos de mal porque ele pegou meu boneco favorito, o homem de ferro, e não quis devolver, mas o Taehyung tomou dele.

— Ah, tem razão — Seokjin se apressou a dizer, tentando desesperadamente lembrar-se da conversa. — Seu boneco.

— Agora você vive esquecendo tudo, papai — murmurou Jungkook, chateado com a falta de atenção do pai ultimamente.

Eles voltaram a caminhar em silêncio por alguns minutos — estavam vindo da escola primária Soshim, Seokjin havia ido buscar Jungkook, como de costume.

A culpa se enrolava ao redor do jovem, fria e Implacável como uma cobra. Ele tentava em vão lembrar-se da situação do boneco, mas não conseguia.

— Aposto que você nem sabe quem é o meu melhor amigo agora, papai — disse Jeongguk, em tom de desafio.

— É claro que sei — disse Seokjin depressa. — É… é o Taehyung.

Jeongguk para de caminhar novamente e balança a cabeça para o jovem na calçada, num gesto derrotado. — Não.

— Bom, então é Jimin, porque tenho certeza de que assim que ele se desculpar, vocês vão…

— Não é ninguém! — gritou Jeongguk — Eu nem tenho um melhor amigo!

Seokjin olha atônito para Jeongguk. O menino jamais gritou ou ficara furioso antes, muito menos com Seokjin — sempre fora calmo, gentil e carinhoso. 

O Kim respirou fundo, segurou um das mãos do menino e acariciou suas bochecha. — Jeongguk-ah, calma, você só teve um dia ruim… 

— Não tive não! A Sra. Kang até me deu três estrelinhas porque eu escrevi tudo direitinho. Eu falei tudo isso, papai, mas você só falou hum. Você não presta mais atenção não que eu falo! 

Jeongguk se contorceu, soltou-se de Seokjin e começou a correr. O Kim alcançou o menino na esquina da casa onde moravam; segurando-o pelos ombros, forçando-o a se virar para ele, o jovem se agacha e tenta mantê-lo imóvel. O menino soluça baixinho, esfregando o rosto com as palmas da mão, zangado.

— Jeongguk, me desculpe. Me desculpe, meu amor, me desculpe de verdade, aquilo foi muito egoísta da minha parte. Não é que eu não esteja interessado, não é que eu não me importo. É que estou muito ocupado com o trabalho e me sinto tão cansado…

— Isso não é verdade! — Jeongguk soltou um soluço abafado e as lágrimas se derramaram de seus olhos, escorrendo por seu rosto. — Você não… presta mais atenção… nem brinca comigo… como… fazia… antes…

Seokjin se recostou em uma muro próximo. 

— Não, Jeongguk… não é isso… eu… — mas enquanto tentava elaborar uma desculpa, Seokjin é forçado a enfrentar a verdade. 

Ele se afastara do menino, sim, era verdade, ao perceber singelas mudanças em seu sentimento em relação ao menino — ao se dar conta de que seu sentimento estava se distinguindo de algo brando para algo mais intenso, torpe. Jeongguk transformou-se em seu oxigênio, sua alma gêmea, a razão pela qual ele espera com ansiedade pelo momento de acordar todos os dias. O jovem estava percebendo que amava Jeongguk mais do que qualquer outra pessoa no mundo — e não apenas de um jeito fraternal. Por conta disso — do conflito interno de sentimentos —, que Seokjin decidiu afastar-se um pouco de Jeongguk, para tentar pôr a cabeça no lugar. Mas, o jovem não pensara em como o filho iria lidar com isso — se jeongguk iria acostumar com afastamento, se iria sofrer. 

— Vem cá — disse Seokjin por fim, dando um abraço apertado no filho. — Você é a pessoa mais importante para mim e eu te amo muito, muito mesmo. Você tem razão. Eu não tenho prestado atenção em você direito por conta de alguns problemas que eu venho resolvendo. Mas são só chatices. De agora em diante, eu e você vamos voltar a nos divertir. Combinado?

Jeongguk concordou, fungando, e afastou os cabelos dos olhos. Seokjin pegou Jeongguk no colo e o menino envolveu os braços e as pernas no corpo do mais velho. Mas através do calor dos braços em seu pescoço e do rosto colado ao seu, Seokjin sentira que suas palavras não convenceram  totalmente Jeongguk.

[...]

À noite, Seokjin não conseguia dormir. A cabeça atormentada por mil coisas e a avalanche de responsabilidades no trabalho, não o permitia adormecer. Então, sem conseguir descer as camadas da inconsciência, e ser levado por um sono profundo, Seokjin saiu do quarto, atravessou o corredor e seguiu para o quarto de Jeongguk.

O som da porta se abrindo levou Jeongguk a se remexer e o jovem estremecer, ansioso para não acordá-lo. Ele caminhou pé ante pé até a cama, mas o menino continuava a se mexer, sonolento, esfregando o rosto no travesseiro, e então se apoiara bruscamente num cotovelo. 

— Papai, é você? — o menino sussurrou alarmado.

— Shh, sou eu. Desculpe, Volte a dormir.

Jeongguk se forçou a sentar, esfregando os olhos com as mãos. Por fim, fixando-os em Seokjin e sorriu de leve, puxando o edredom do personagem infantil pororo sobre os braços.

— Por que ‘tá aqui, Papai?

— Desculpe… eu não quis te acordar.

— Mas acordou. — ele sorriu meio sonolento e estendeu para Seokjin uma ponta do edredom.

Seokjin recusa depressa. 

— Não… eu queria… posso só ficar vendo você dormir? Não estou conseguindo dormir e estou com a cabeça exausta — Seokjin sorriu fraco, angustiado. — Ver você dormindo me faz sentir… — Seokjin suspirou fundo. — Me sinto em paz… lembra que você fazia isso quando chegou?

Jeongguk sorriu, lembrando de quando veio morar com Seokjin. Nas primeiras semanas — há quase dois anos. —, que só conseguia dormir ao lado de Seokjin, segurando sua mão ou vendo o rosto adormecido do jovem. Só assim conseguia relaxar, e dormir durante toda a noite.

— Mas suas pernas vão cansar se ficar em pé aí, Papai — Jeongguk voltou a estender um pedaço de edredom.

— Não, não, não precisa. Vou só ficar aqui um pouquinho e depois volto para a cama, coelhinho.

Jeongguk sorriu largo quando ouviu o apelido carinhoso e se levantou, e fora até Seokjin e o puxou pela mão para cama. — Vem deitar, Papai.

O calor do edredom evolveu Seokjin e Jeongguk se aninhou em seu colo. O contato com a pele quente, os braços e as pernas do menino, fez o jovem relaxar. 

Jeongguk abraçou apertado Seokjin, enterrando o rosto no pescoço do mais velho. O menino sentia falta de ficar assim com o pai, de tê-lo por perto. Nas últimas semanas, o mais velho mal chegava perto dele, e isso estava fazendo-o ficar triste e com medo de que fosse abandonado novamente. Mas, tudo se resolveu, fora um mal entendido e tudo iria voltar ao normal.

Por alguns minutos eles ficaram em silêncio. O hálito úmido de Jeongguk fazia cócegas no rosto de Seokjin e ele acaricia a parte de trás da cabeça do mais velho, passando os dedinhos com unhas roídas  pela sua nuca.

Gostaria que pudéssemos ficar assim para sempre, pensou Seokjin. Ele sentia a necessidade de se nutrir da pele do mais novo, de beijar seus dedos gorduchos com as unhas roídas, ouvir sua voz melodiosa, apertá-lo até ele ficar atordoado. E de repente, ele ficou sentimental e seus olhos se encheram de lágrimas, sentindo-se culpado. 

— Você está bem, papai?

Foi como se Jeongguk pudesse sentir que Seokjin estava sofrendo por algo

— Estou bem, meu amor. Não se preocupe. — Seokjin intuara que o mais novo não acreditou em suas palavras.

Seokjin abraçou jeongguk mais forte, sentindo seu coração batendo contra o dele, sentindo o cheiro de xampu de morango no cabelo do mais novo em seu nariz. Jeongguk não fazia ideia do que se passava com o ele, de como ele estava dividido. 

Jeongguk assopra no ouvido de Seokjin e o faz cócegas, tirando-o de seus devaneios. — ‘Tava dormindo, Papai?

Seokjin esboça um sorriso. — Não, coelhinho. Só estava pensando.

— No que, papai? — perguntou Jeongguk, curioso para saber no que tanto o pai pensava que nem mesmo piscava.

— Em nada. Vamos dormir que já está muito tarde.

— 'Tá bom. — jeongguk ficara desapontado, pois queria permanecer acordado, conversando com  o mais velho. — Boa noite, papai.

— Boa noite, coelhinho. 

 

 



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