História Dear Diary - Good Friend

Querido diário,

Sei que já faz algum tempo que não escrevo, pelo que vejo aqui, a última coisa que relatei foi quando acabou meu último namoro, mas aconteceram coisas desde então.

Estava eu desolada, não falava mais com nenhuma amiga minha. Parei de estudar, parei de sair, parei com tudo. Não sentia mais vontade de fazer absolutamente nada. Passava o dia e a noite inteira no meu quarto. E foi numa dessas que conheci Rupert. Ele era um amigo de Saymon, às vezes a gente conversava pois eles sempre estavam juntos porém nada mais que um “Olá”, mas aconteceu que eles se desentenderam e não se falavam mais, ele não me disse o motivo até então. Rupert e eu se aproximamos, visto que ele também estava abalado com o término do namoro dele com Christine. Um consolava o outro. Estávamos na mesma situação, abandonado pelos amigos e desiludidos.

—Selena? – uma voz grossa soou na linha. Estranhei.

— Sim, quem é? – perguntei confusa.

— É o Rupert, lembra? – esperou uns segundos antes de continuar com um tom duvidoso e meio entristecido, — Era amigo do Saymon... Se vimos algumas vezes na escola. – esclareceu.

— Ah, claro – recordei imediatamente, mas não entendia o motivo da ligação.

— Estou te ligando porque sei que vocês terminaram e... eu e Christine também...

— Olha, Rupert, não estou pronta para um relacionamento agora, como você sabe...- o interrompi sendo um pouco grossa, não havia nem esfriado o corpo e ele já estava querendo partir pra outra, só podia ser brincadeira.

— Não é isso! – disparou – Liguei porque sei você é uma boa pessoa, e... – hesitou – A verdade é que eu não tenho mais ninguém para quem ligar.

 Ficávamos horas e horas no celular conversando, sobre como isso aconteceu com a gente, que sempre estávamos tão bem, dava tudo tão certo. Ele estava muito mal com tudo isso, ele conhecia Saymon desde crianças, nunca haviam ficado mais do que um dia sem se falarem, e agora já fazem semanas, sem falar em Christine, que o traiu. Não posso imaginar como ficaria se Saymon tivesse me traído.

Rupert não ia mais a escola também, estava indignado com todos. Nós éramos o que consideram “populares”, mas quando ficamos mal, ninguém se propôs a ajudar, simplesmente viraram as costas. Só estavam do nosso lado pelo que representávamos, não pelo que éramos de verdade. As que se diziam minhas melhores amigas, que dormiam na minha casa, que sabiam dos meus segredo, que andavam ao meu lado, hoje andam ao lado do Saymon.

Enfim, cansados de ficar em um quarto fechado, marcamos então de nos encontrar. E assim é. Sempre que podemos, nós nos encontramos para conversar e espairecer. Ele é um grande amigo pra mim, sinceramente, se não fosse ele, acho que entraria em depressão. Ficar chorando era a única coisa que eu sabia fazer, mas Rupert me arranca boas risadas, me faz lembrar que ainda existe algo que valha a pena, embora eu não saiba o que.