— Você poderia me explicar sobre aquilo lá que você estava fazendo? — ele cruza os braços na frente do peito
— Acho que não preciso explicar já que você mesmo viu. — me aproximo dele, arriscando a sorte
— Susan você não tem idade para... — ele percebe que já estou perto demais e me encara — O que você está fazendo? — vale a pena arriscar. No outro dia é só dizer que foi efeito da bebida, certo?
— Você fica muito gostoso nessa roupa... — falo tentando ser sexy
Ele se afasta
— Eu não devia ter vindo. Faça a merda que você quiser, Susan. Mas quero você em casa em uma hora. — ele diz e sai pela porta.
Solto um grito angustiado. Eu preciso aliviar essa excitação que cresceu quando ele estava perto de mim. Abro a porta e vejo o mesmo cara que estava comigo dançando conversando com um amigo no corredor.
— Com licença — digo e arrasto o cara para dentro do banheiro junto comigo.
***
Meu fim de semana foi... Normal, na medida do possível. O Eric, no dia seguinte, pareceu ter esquecido o que havia acontecido na noite anterior. Pra falar verdade meu final de semana foi ótimo. Por quê? Porque fiquei praticamente o dia inteiro na piscina tomando sol. Consegui até marquinha — uma coisa rara de acontecer.
— Você é maluca garota! — Anne diz me dando um tapa de brincadeira. Eu rio
— E a senhora também. Ou vai dizer que não ficou com aquele moreno bonitão? — ela assobia
— Jesus amado. Que homem era aquele! O cada sabia fazer bem, e ele sabia que sabia — ela ri e eu também
— Nem te falo sobre o... — estalo os dedos tentando lembrar o nome do cara
— Minha nossa, já esqueceu o nome daquele loirinho?
— Claro que não. O nome dele é... — desisto. Eu não vou lembrar — Ok, eu não lembro. — ela balança a cabeça como se dissesse "Que coisa feia" — E você, dona Anne, qual o nome do outro? —ela não responde também. Gargalho e a professora nos dá uma bronca. — Nossa Susan você não lembra o nome do cara com quem você ficou — imito a voz dela
— Espera. Eu acho que o nome dele é Louis. — ela crispa os olhos — ou é Joseph? — começo a rir igual uma doida — Não. É Robert. Ou... Meu Deus. Eu não lembro. Que tipo de pessoa eu me tornei! — ela ri e abaixa a cabeça de vergonha
— Depois eu é que sou a maluca
O restante das aulas passam como sempre: se arrastando, e seria completamente entediante senão tivesse a Anne para conversar. O que me deixa aflita é a próxima e última aula do James. Eu sei que, nós não temos nada e tudo mais... Como eu sou otária. Esquece isso Susan. Assim como ele é livre pra fazer o que quiser, eu também sou.
— Sério que o professor gostoso e chato, vai passar slide? — Anne fala atrás de mim bufando em seguida
— Acho que ele quer nos atormentar. — digo revirando os olhos. A primeira imagem passa e fica falando e falando, enquanto eu e Anne ficamos falando e falando, também. Em alguns momentos nós nos esquecemos em que estamos em uma sala de aula, e falamos algumas partes da nossa conversa mais alto.
— Quer compartilhar o assunto com a turma, senhorita Kane? — ele aponta na minha direção e todos me olham
— Não, obrigada. Prefiro deixar a minha noite de sexta entre eu e minha amiga. — digo com um sorriso.
— E o que de tão interessante aconteceu na sua noite? — ele diz com uma certa raiva na voz
— O horário não permite, professor. — as pessoas riem e eu continuo com meu sorriso cínico. Mesmo com as luzes apagadas com apenas a luz do projetor, seu rosto fica levemente vermelho.
Ele volta a passar o restante das imagens, com um mal humor pior do que o normal. Será que fiz vem em falar aquilo?... Poxa. Ele também não se decide. Pego meu fone no bolso de trás da calça e conecto no celular e fecho os olhos.
I’ve been drinking, I’ve been drinking
Que música mais apropriada pra esse momento ein iPhone.
I get filthy when that liquor get into me
No meu caso, eu não preciso de álcool, não é mesmo? Sinto a Anne cutucar o meu ombro, mando ela ficar quieta. Ela me cutuca de novo.
— O que fo...— ela aponta com a cabeça e o professor está na minha frente.
Ele estende a mão. Suspiro e entrego o celular a ele. Isso me da coragem para esclarecer tudo com ele depois da aula. Não tiro o foco dele todo o tempo. E ele também. Fico contando na mente o quanto falta pra essa tortura, chamada matéria, acabar. E quando acaba fico sentada na cadeira esperando todos saírem.
— Por quê ainda está aqui? Quer mais aulas extras? — ele arqueia uma sobrancelha, colocando suas coisas na pasta. Fico calada, apenas observando seus movimentos. Ele levanta o olhar pra mim, franze o cenho e vem até mim. — O que você quer falar?
— Por quê você agiu daquele jeito comigo? — minha pergunta sai fria. Mais fria do que havia planejado
— Como? — me levanto
— Você me deixa confusa, sabia? Primeiro age como se estivesse com ciúmes depois como se eu não fosse nada! Sinceramente, o que... — respiro fundo e decido deixar pra lá. Isso não importa mesmo. Apanho minha mochila a colocando nas costas.
— Eu te deixo confusa?... Acho que é exatamente ao contrário... O quê você fez sexta a feira à noite?
— Eu fiquei com uma pessoa. — falo sem emoção
— Você o quê?! — ele diz com a voz alterada
— Eu transei com um cara.— vejo sua pele ficar absurdamente vermelha
— E você diz isso assim?! Como se não fosse nada?! — ele vem chegando perto de mim. E eu começo a temer pela sua reação
— Por quê você está reagindo assim? Nós não temos nada.
— NÓS NÃO TEMOS NADA?! — ele diz batendo na com a palma na mesa. A raiva começa a crescer ainda mais em mim
— Agora você está bravo? É isso mesmo? — digo com a voz controlada, ao contrário dele.
— E como eu deveria estar?! Me diga! O que eu deveria sentir depois de você me dizer isso?!
— Nada! Você não deveria sentir nada!
Minhas vistas queimam e meus lábios tremem. Merda.
— E sabe o que é o pior de toda essa merda? Eu fiquei com um cara e agora estou me sentindo culpada! Eu não deveria me sentir assim. Já que foi você mesmo quem disse que o que nós temos é "sexo casual". Agora me diz: Quando você ficou com outra mulher, sentiu ou sente a mesma coisa que eu estou sentindo agora? — saio de perto dele, fecho a porta e me ponho de frente a ele
— Você não acreditaria. — ele diz entre os dentes, enquanto seus olhos se tornam castanhos. Essas íris não se decidem se ficarm verdes, azuis, castanhos...
— Você não sente receio, é isso?
— Eu não tenho estado com nenhuma mulher, desde que você entrou na porra da minha vida!
— Eu não acredito.
— Eu disse que você não acreditaria.
— Por quê?
— Não vejo razão. — não sei se sinto alívio, culpa ou raiva
— E aquela mulher que estava com você aquele dia? — cruzo os braços
— Você sabe a resposta.
— E por quê você não vê razão para ficar com outra pessoa? — forço meus olhos a não derramar uma lágrima sequer
— Porque a partir do momento em que se a... — ele fecha a boca de repente — A partir do momento em que se gosta de alguém, e essa pessoa te satisfaz, em todos os sentidos, não há motivos para arranjar outra. — minha garganta fecha e eu prendo a respiração
— Você gosta mesmo de mim? — ele trava o maxilar
— E isso importa?!
— Claro — reavalio a situação e me dou conta que isso realmente não importa. Pelo menos, não agora. — Não. Não vale a pena.
Ele passa as mãos pelos cabelos fitando a parede.
— Nós não deveríamos ter começado muito menos ter levado a frente toda essa loucura. — ele diz
— Agora que você diz? — mordo o lábio, aflita — Gostaria de saber o motivo de você ainda não ter dado um basta nisso tudo. Mas já que você não colocou, eu estou colocando. A partir de agora. — olho pro teto, procurando forças não sei de onde — Quando você decidir o que realmente quer, me procure. — saio de perto dele, decidida a ir em bora.
Mas sou impedida — para variar —. E novamente surpreendida, por ele me virando de frente e me encostando na porta fechada e beijando com vontade. Nem cogito em resistir pois sei que não irei conseguir. Passo minhas mãos pelos seus cabelos e as pernas em volta de sua cintura firme e grossa. Corpo traidor! Ofego com cada toque seu, como se estivessem sendo feitos especialmente para me fazer perder a coerência. A mochila pesa em minhas costas e eu a jogo no chão, fazendo eco na na sala.
— Eu necessito de você. Por favor, não me deixe.
Fecho os olhos e os abro novamente só para confirmar o que ouvi de sua boca. Sorrio e logo meus lábios já estavam grudados nos seus novamente. Seus gestos se tornam ainda mais desesperadores. Nossos sexos se chocam quando ele empurra seu corpo contra o meu, e meu sangue parece queimar em minhas veias. Desço de cima dele antes que aconteça alguma coisa que nós podemos nos arrepender depois — ou não.
— Tchau, professor. Ele sorri do jeito mais safado possível. E esse sorriso faz com que eu quase — quase — volte para seus braços.
— Eric? — meu coração quase sai pela boca quando abro a porta e o vejo — O que você veio fazer aqui? — sorrio nervosa
— Fiquei preocupado. Como todos saíram e você não, resolvi vir ver se tinha acontecido alguma coisa. Está tudo bem?
— S-Sim. Ele franze a testa e olha pra dentro da sala.
— Olá James. — ele cumprimenta apático O meu professor não diz nada apenas o "cumprimenta" de volta com a cabeça.
— Vamos? — pergunto e já indo em seguida, sem esperar pela sua resposta.
Fico flutuando dentro do carro sem dizer um A durante todo o percurso para minha casa. O Eric também não forçou a barra me enchendo de questões, apenas me deixou quieta, mas deixando claro que estava lá se eu precisasse de alguma coisa.
A leitura me prende e eu me delicio com ela. Meu livro de agora? Quando Ela se Foi, Harlan Coben. Antes de tirar conclusões precipitadas — e se não conhece esse autor — não é um romance. É um suspense policial. Deus, como eu amo o Win. Aquele momento em que você prefere o co-protagonita do que o protagonista de um livro — que no caso é o Myron. Mas o que eu posso fazer? O Win é fantástico. Lindo, sabe lutar — e muito bem por sinal —, é mulherengo, — não deveria gostar dessa parte, porém... — é super sarcástico.... Acho que, fosse fazer uma lista de todas as coisas que eu adoro nele, ficaria o dia inteiro citando.
Puta que pariu ele gosta de mim!
Se eu já não estava bem, agora então.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.