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História Death Hotel - Two days to death


Escrita por: KimYutaka

Notas do Autor


Amores e amoras, estou de volta, aeeeeee!
Bem, o meu pc está morrendo aos poucos, então acaba sendo difícil postar ou até mesmo escrever... vamos torcer para ele sobreviver ao menos até o último capítulo, né? DHUSAHD
Bem, vamos à leitura. <3

Capítulo 26 - Two days to death


Fanfic / Fanfiction Death Hotel - Two days to death

Yoongi 

 

Eu tentava ao máximo acalmar o choro de Yang Mi junto ao Jung, mas nada do que fazíamos resolvia o problema. Chanyeol, Minseok e NamJoon voltaram para o orfanato, com as mãos em suas pernas para recuperar o ar perdido, um ao lado do outro.  

– Então, encontraram algo? - Perguntei. 

– Chanyeol disse que vocês viram um homem no jardim, mas quando chegamos lá ele não estava. - NamJoon iniciou, apontando para Minseok que logo deu continuidade: 

– Nós corremos atrás de um homem que parecia o que vimos, mesmo sem reconhecermos a face, a altura e roupas eram as mesmas, mas então um carro parou e levou ele. Não sabemos quem pode ser. 

– Eu encontrarei ele, nem que para isso eu precise morrer. - Chanyeol segurava suas lágrimas para não preocupar ainda mais Yang Mi, mesmo que sua tristeza fosse perceptível. – O que fizeram com o corpo dela? 

– Jin e Taehyung estão no jardim junto às meninas, eles levaram o corpo. - Jung foi breve, apoiando-se na bengala para ir ao seu quarto. 

– Eu irei até lá. Yang Mi, você quer vir junto a mim? - Chanyeol perguntou, esticando uma de suas mãos. 

– Eu não quero vê-la novamente. Se eu vê-la sendo enterrada, será um trauma ainda maior para mim... não quero acreditar que ela se foi.  

– Você precisará aceitar a morte da sua irmã, Yang Mi. 

– Respeite a minha decisão, Chanyeol. Vá vê-la, porque esta será a última vez em que estará junto da mulher pela qual se apaixonou. 

O silêncio dele serviu como resposta a nós, então ele apenas virou-se e caminhou em direção ao jardim, enquanto eu ainda abraçava Yang Mi, tão forte que ela nem ao menos conseguia se soltar, então ela sorriu. 

– Yoongi, pode me soltar agora. 

– Ah, perdoe-me!  

Um tanto sem graça, afastei-me dela e repousei minhas mãos em meus bolsos, desviando o olhar dela por alguns instantes, ao menos até ela segurar um de meus braços e guiar-me em silêncio até seu quarto. Estranhei seu ato, mas apenas deixei que ela fizesse o que queria, então ela fechou a porta e sentou-se junto a mim em sua cama, mas logo em seguida deitou sua cabeça em meu colo e voltou a chorar, então entendi o que ela queria. Ela queria carinho, o meu carinho. Acariciei lentamente seus macios fios de cabelo enquanto a ouvia chorar em meu colo, soluçando baixo. 

– Ela fugiu... prometeu que viria me buscar, mas preferiu se aliar a um homem como o Park, julgou-me porque eu gostava do Jeon, mas apaixonou-se por um assassino. Quando reapareceu, estava mudada, não se preocupava comigo e ainda traiu os nossos amigos e, consequentemente, foi assassinada por aquele que tanto amou. - Ela forçou um sorriso e olhou para mim. - É como você diz, Yoongi: as pessoas são inúteis, egoístas e estúpidas. 

– Você aprendeu direitinho, não é? - Acabei rindo junto a ela, levantando-a outra vez. - Eu entendo a sua dor, porque vi a minha família se desfazendo, se definhando pouco a pouco e eu não pude fazer nada para mudar, mas eu quero que entenda uma coisa: foi melhor assim. 

– Eu sei, porque continuaríamos a sofrer, tanto nós quanto ela.  

– Bem, é melhor você dormir, garota estúpida. - Sorri e selei a testa dela. - Você fica muito feia chorando. 

– A sua demonstração de carinho é um pouco bruta.  

Yang Mi riu baixo e deitou-se na cama, permitindo-me retirar seus sapatos e cobri-la com o edredom até o pescoço; agachei ao lado dela e acariciei seu rosto, deliciando-me com a sensação gostosa de sentir a pele dela que era tão macia quanto seda, tão clara quanto a luz e tão viciante quanto o álcool.  

Deus, o que está acontecendo? 

Os olhos dela fecharam-se e, aos poucos, o choro cessou e deu lugar a um belo sorriso, o mesmo sorriso que tirou-me o ar. Então, ela abriu outra vez os olhos e os manteve fixos aos meus. 

– Obrigada, Yoongi. 

– Pelo que? 

– Por estar comigo quando ninguém mais esteve, nem mesmo o Jung. 

– Yang Mi, todos estão abalados, JungKook está novamente perdido na escuridão, você não imagina o quanto deve ser difícil para ele.  

– Mas ele nem ao menos perguntou se eu estava bem... apenas ficou ali, parado, ouvindo-me chorar. 

– Mas eu sei que ele estava tentando te consolar.  

– Que seja. 

– Yang Mi. - Abaixei a cabeça, respirando fundo antes de perguntar: - Ele é tão importante assim para você? O amor dele é tão necessário assim? 

A expressão séria e cansada de Yang Mi congelou-me, ela suspirou e fechou os olhos, virando-se de costas para mim, puxando meu braço por cima do corpo dela, para que assim eu a abraçasse e, inevitavelmente, deixasse o rosto no vão entre o ombro e a cabeça dela, então pude perceber um tímido sorriso vindo de seus lábios. Yang Mi ainda permanecia em silêncio, mas após longos minutos, quando ela estava prestes a pegar no sono, sussurrou: 

– Não mais... 

Aquelas duas palavras não possuíam fundamento ou peso algum, mas foram o suficiente para um fio de esperança surgir em meu peito, assim como um oceano de ilusões afogar-me. Eu não sabia o que deveria fazer ou dizer, não sabia o que deveria pensar ou acreditar, mas eu sabia que mesmo com todas aquelas emoções novas, algo em mim estava florescendo, e junto a isso, uma raiva e desejo por vingança também. Foi então que lembrei-me daquele sonho em que ela aparecia morta, mas não era Yang Mi em meu sonho, mas sim Hye Sun. Eu já sabia quem havia tirado a vida dela, e essa pessoa sofreria as consequências. 

– Ah, Park Jimin, é melhor não dormir esta noite. 

 

(...) 

 

Aquele lugar vazio, mesmo com a impecável decoração, transmitia terror e tristeza, ainda mais com a energia negativa que caminhava lado a lado dos vultos que corriam pelos pontos mais escuros do hotel. Perguntei-me quando Park perceberia a minha presença, mas não queria procura-lo, queria executa-lo ali mesmo, queria que ele viesse até mim para eu derrota-lo em frente aos inocentes que ele matou. Como imaginei, em poucos minutos senti a presença dele, mas não o vi por conta da parcial escuridão no segundo andar do hotel. Aquela risada era inconfundível. 

– Min Yoongi, querido irmão. - Jimin sorriu. - Que surpresa vê-lo aqui! Imagino que tenham recebido o meu presente. 

– Ah, irmão, sempre tão prestativo. 

Jimin deslizava sua mão pelo corrimão dourado enquanto descia calmamente os degraus da escada, logo direcionando-se ao balcão da recepção, dedilhando os papéis acima do mesmo. 

– Tem muita coragem de vir aqui sozinho, irmão. 

– Tem muita coragem de enfrentar-me, irmão. 

– Oras, Yoongi! - Jimin virou-se para mim. - Tentando enfrentar-me em tais circunstâncias? Você sabe que sou mais forte, mais inteligente e mais rápido que você. 

– Você, Jimin? - Gargalhei. - Você não passa de um garotinho mimado, a força está no demônio, não em você.  

– Sinto-me ofendido, irmão! - Jimin levou a mão até o peito, forçando sua expressão tristonha, mas logo riu. - Veio se vingar pela Yang Mi? 

– Vim alerta-lo, irmão. 

– Sobre o que?  

– Sobre os perigos que está correndo ao brincar comigo.  

– Yoongi, você está muito confiante para um mero escravo. 

Jimin aproximou-se de mim, parando em frente ao meu corpo e pendendo sua cabeça para o lado, e apesar da má iluminação, percebi seus olhos negros e sua fisionomia alterada.  

– Tem certeza de que enfrentará o seu criador? 

– Alcander pode ser o criador do meu Guardião, mas não o meu. Eu ainda sou humano, Jimin. 

– Mas é dominado pela entidade, é submisso a ela! 

– Eu não preciso usar o meu Guardião para acabar com você. 

Jimin gargalhou, tão alto e rouco que sabia que não era ele ali. Com seus calmos passos ele afastou-se, observando o quadro na parede com suas mãos para trás, então disse: 

 A cada cem anos a maldição renasce. A cada cem anos cinco humanos são escolhidos para carregarem parte da alma grandiosa de Lúcifer. A cada cem anos a história se repete. E, como há cem anos atrás... - Ele virou-se novamente, sorrindo para mim. - os Guardiões opostos apaixonam-se pela mesma mulher. 

– Desta vez é diferente! 

– Diferente? Por quê? - Gargalhou. - Porque o primeiro "trem" derrubou a "carga"? Porque o humano do seu inimigo não ama a mesma mulher que você? - Jimin balançou a cabeça negativamente. - As humanas são diferentes, mas a Guardiã é a mesma, a luta será a mesma e, quando o dia chegar, o plano de Lúcifer se concretizará.  

– O plano falhou das outras vezes, agora não será diferente. 

– Pense, Yoongi. - Ele respirou fundo, olhando para cima. - Não seria bom viver eternamente, sem ver as pessoas morrendo, as culturas mudando, as guerras acontecendo a cada renascimento? 

– Não me deslumbro por tal coisa. Afinal, qual a graça de saber o dia de amanhã? 

– Já que pensa desta forma, querido irmão, diga-me: como é ver a mulher que você ama ser morta pelo seu próprio irmão a cada cem anos? 

– Quieto. 

– Ah, não gosta de relembrar? - Ele sorriu. - Então pense, Yoongi... se juntar-se a mim agora, poderá viver eternamente ao lado da sua amada, caso contrário, renascerá, lembrará de suas vidas anteriores e, consequentemente, sofrerá a perda outra vez.  

Jimin iniciou uma lenta caminhada para o lado oposto ao meu, mas antes que ele pudesse desaparecer, eu disse: 

– Não se o criador estiver morto. 

– Não seja tolo, Yoongi. Alcander já está morto. 

– Mas você, não. 

– Onde quer chegar? 

– Se eu matar você, os Guardiões estarão livres de seu criador, já que ele não terá um corpo para usar como transporte para o plano carnal. 

– Para viverem livremente, teriam que matar Sophie também, exatamente como planejado no início. 

– E trazer Alcander e Damara à vida? Eu não sou burro, Jimin. 

– Então venha, tente matar o seu criador, demônio insolente! 

Jimin virou de frente para mim, com um leve toque ocidental em sua aparência, com os olhos cobertos pela cor negra, não tão diferente de mim, que permiti a possessão de meu guardião no mesmo instante que Jimin, tornando assim, o controle sobre o meu corpo, fala, pensamentos ou movimentos impossível.  

Um irônico sorriso desenhou os lábios grossos do rapaz à frente antes que ele jogasse o meu corpo contra a estante decorativa do hall, mas a dor que senti foi semelhante a cócegas, fazendo-me rir e levantar-me dentre os estilhaços.  

– Esta é a sua força, "meu senhor"? Precisará de muito mais. 

– Não aprendeu que é feio desobedecer ao seu pai?  

– Ah, palavras tão engraçadas, tão ingênuas e tão insignificantes. - Sorri para ele. - Já que pensa desta forma, perdoe-me, "pai". 

Sem hesitar, usei ambas as mãos para erguer o corpo alheio no ar, arremessando-o para o mais longe que pude, assim encontrando-me com ele em segundos, tão rapidamente que Alcander não percebeu quando passei a desferir socos em seu rosto, para em seguida voltar a joga-lo, agora no corrimão da escada, o qual partiu ao meio com o choque. Ele não revidava golpe algum, nem mesmo quando o sufoquei com meus pensamentos, impossibilitando, também, os movimentos de seu corpo.  

– O que pensava? - Gargalhei, segurando-o pelo pescoço ao ergue-lo o mais alto que pude, diante a mim. - Que eu continuaria sendo o mesmo filho fiel, fraco e medroso? - Balancei a cabeça negativamente. - Yoongi reencarnou mais forte do que o próprio Lúcifer imaginou. As coisas sairão de controle, e eu terei prazer em caminhar à liberdade. 

Com aparente dificuldade, Alcander abriu os lábios, forçando-se a dizer: 

– Mate-o, então, estúpido! Deixe que Yoongi carregue o peso de matar o próprio irmão.  

– Posso sentir o seu medo. - Involuntariamente sorri, apreciando aquele doce sabor que o medo possuía. - Percebo o quão fraco é quando está longe da Damara. Qualquer um pode te controlar. 

– Vocês não conseguirão.  

– Conseguiremos sim e, acredite, não precisaremos matar mais nenhum inocente para isso. 

Apertei ainda mais o pescoço dele, percebendo que pouco a pouco Jimin voltava a si, assim como eu também recuperava a minha consciência, mas em momento algum o soltei, porque o ódio ainda ocupava a minha mente, mas quando Park começou a perder o ar e a se debater, Hoseok empurrou-me para longe do irmão, abraçando-o quando este caiu no chão desacordado. 

– Ele é nosso irmão, Yoongi! 

– Não, Hoseok. - Aproximei-me outra vez. - Você é o meu irmão, mas ele não. 

– Então, se ainda considera-me seu irmão, por favor, ouça o meu pedido e deixe-o em minhas mãos! 

– Você morrerá, Hoseok. Jimin precisa morrer para sobrevivermos.  

– Não me importo com a morte, desde que eu cumpra a minha promessa a ele. 

– Você está perdendo a cabeça, Hoseok.  

– Adeus, Yoongi. 

– Espero que quando decidir juntar-se a nós, ainda não tenha ninguém morto. Até o dia final, Hoseok. 

 

 

(...) 

 

Todos estavam acordados quando cheguei, mesmo com o horário consideravelmente tarde. Taehyung estava deitado no colo de JungKook, o qual conversava com Chanyeol e Minseok, enquanto Jin e Anna jogavam cartas com Yang Mi, e Sophie bebia algum chá com NamJoon, trocando olhares preocupados enquanto mantinham entre silêncio entre si. Forcei uma tosse para chamar a atenção deles, e no mesmo instante Yang Mi jogou as cartas para longe e correu até mim, abraçando-me com toda a sua força. 

– O que deu em você? Sabe o quanto fiquei preocupada? 

– É o Yoongi? Venha aqui para eu bater em você, idiota! - Disse JungKook ao levantar-se, ignorando Taehyung em seu colo ao levantar-se e tatear as paredes à minha procura. - Você tem noção da burrada que cometeu? 

– Como vocês sabem o que fiz?  

– Jung dizia a verdade quando falou sobre enxergar coisas inimagináveis. - Chanyeol comentou, também se levantando. - Ele contou em detalhes tudo o que ocorreu no hotel. 

– Poderia explicar-me o que você pensou quando enfrentou o Jimin? - Jin cruzou os braços, balançando sua cabeça. - Realmente achou que acabaria com a maldição se matasse o humano do Alcander?  

– Pensem: se Jimin morrer, Alcander não terá quem possuir, então estaríamos livres de tanta tormenta! Vocês nunca imaginaram como seria prazeroso viver como uma pessoa normal? - O silêncio prevaleceu, então continuei: - Jin, já se imaginou livre de toda a inveja, de toda a responsabilidade que é carregar o inferno nas costas? JungKook, já imaginou o quanto seria prazeroso acordar e ver o amanhecer? Deixar de enxergar coisas horríveis do mundo espiritual? Taehyung, já imaginou a paz que seria passar uma lua nova sem sair do controle? E quanto a você, Yang Mi? Não gostaria de voltar a viver como uma jovem comum? Eu também quero viver como um homem honesto, esquecer meus crimes e deixar de alimentar-me do pecado.  

– Todos nós pensamos nisso, irmão. - Mais calmo, Jin sentou-se. - Por isso aceitamos ajudar os nossos pais, porque queríamos viver livres das possessões, queríamos ser normais, mas nunca seremos! Eles, além de escolherem a nós como transporte para os Guardiões e outros demônios, escolheram a nós para atormentar, traumatizar e odiar. Estamos marcados não só pelo demônio, mas também pela vida terrível que tivemos.  

– Nós quase conseguimos da última vez... estávamos quase livres, podemos tentar outra vez. 

– Apenas conseguimos ficar algum tempo livre graças a EunJi. - JungKook respirou fundo e se distanciou de mim. - Porque ela rompeu o laço ao se matar.  

– Deve existir outro jeito, eu sei que há! - Insisti, mas de nada adiantaria. - Eu estou cansado de renascer e lembrar de tudo, ainda mais agora que envolveram a Yang Mi nisso!  

– A Guardiã é a única que não tem lembranças do passado, então não se preocupe com ela. - Taehyung forçou um sorriso, cruzando os braços em seguida.  

– E mesmo que você mate o Jimin, alguém conhecerá a história e dará a alma ao Alcander. A maldição é forte e ela nunca morrerá.  

– Mas não sabemos quando esse dia chegará, poderíamos estar mortos quando tudo recomeçar, então estaríamos livres de vez dos Guardiões, demônios e lembranças, porque as memórias não são nossas, são deles. 

– Mas eu também precisaria morrer, Yoongi. - Sophie, tão docemente, sorriu. - Você deseja, realmente, ser livre, correto? 

– Sim, irmã.  

Sophie deixou sua xícara vazia na mesa de centro e levantou-se, caminhando até mim e tocando meu rosto com ambas as mãos, acariciando-o brevemente antes de outra vez sorrir. 

– Então eu darei ela a você, a todos vocês. 

– O que está dizendo, Sophie? - Taehyung riu. - Você não dará a sua vida por nós. 

– Se eu morrer junto ao Jimin e vocês não caírem outra vez em tentação, talvez daria certo. Se morrermos, vocês manteriam afastadas as pessoas do lugar amaldiçoado enquanto vivos, com certeza dará certo! 

– Cale a boca, Sophie. - Anna exigiu ao colocar um grande grimório na mesa de centro, procurando algo nele. - Esqueceu-se de que este era o plano dos pais deles antes de morrerem? Você morrer não mudará nada.  

– Claro que mudará! Não acreditam na irmã de vocês? 

Sophie riu, então logo pude perceber o que estava acontecendo. Segurei firme o corpo de Yang Mi e a puxei para o outro lado da sala quando Jin prendeu o corpo de Sophie com uma corrente grossa, tendo a ajuda de NamJoon para segura-la a certa distância enquanto dizia: 

– Que a força divina do elemento fogo isole a gélida energia dentro do círculo de proteção.  

Anna ergueu o rosto quando chamas formaram um pequeno círculo ao redor de Sophie, que tentava soltar-se das correntes, também energizadas, gritando para soltarem-na. 

– O que estão fazendo comigo? 

– Perdoe-me, amiga, mas você já não está agindo sozinha.  

– O que quer dizer? Soltem-me, estão me machucando! 

– Ela está sentindo dor! - Yang Mi tentou ir até ela, mas a contive. - Yoongi! 

– Está tudo bem, pequena. 

Anna sorriu ao achar a página que queria, erguendo suas mãos para cima quando Jin fechou os olhos, então recitou: 

– Bela dama de vermelho, tão fria como o gelo e tão quente quanto o amor. Bela dama de vermelho, tão poderosa quanto os céus e tão forte quanto o fogo do inferno. Bela dama de vermelho, que a todos nós guia e que a todos nós observa. Bela dama de vermelho, esposa da natureza e amante de Lúcifer, venha a nós em nome da Deusa.  

Assim que Anna encerrou a breve oração, Sophie gritou e o fogo intensificou em volta dela, então em questão de segundos sua pele tornou-se pálida e seus belos olhos esverdearam quando o sedutor riso surgiu. Damara, então, ergueu as sobrancelhas e encarou Anna. 

– Ora, ora, pequena bruxa, tamanho poder para tão insignificante humana?  

– Pergunto-me o mesmo sempre que lembro sobre a sua vida. 

Damara gargalhou. 

– Por que tanto anseia a minha presença, poderosa menina?  

– Porque eu quero a sua ajuda.  

– Minha ajuda? - Ela sorriu. - Conte-me o que deseja e eu digo-lhe se farei ou não.  

– Preciso que quebre o laço que construiu com Alcander. 

– Trair a meu amado esposo?  

– Exatamente. 

– Trairia você o seu tão idolatrado e amado SeokJin?  

– De maneira alguma.  

– Então como ousa implorar a mim que traia o meu amado? 

– Eu não imploro, senhora, eu mando.  

Damara novamente gargalhou, erguendo as sobrancelhas em surpresa. Orgulhosa, talvez? 

– Como pode existir uma humana tão corajosa e, ao mesmo tempo, tão insolente? Assim como... 

– Assim como ela era? 

O sorriso sempre presente, pela primeira vez, apagou-se dos lábios de Damara. Então ela forçou os braços outra vez. 

– Soltem ela. 

– Anna, está louca? - Jin sussurrou. 

– Eu... eu confio nela. 

– Como pode confiar em mim? - Damara bufou. - Eu sou a inimiga de vocês. 

– Não, Damara. O seu inimigo é o seu marido. 

– Alcander? - Ela riu.  

– Ele a traiu, tirou de você o que você mais amou. Não faça o mesmo que ele, por favor. 

Com o semblante sério e ainda surpreso, Damara percorreu todo o corpo de Anna com os olhos, e eu juro que a vi tremer entre as correntes, então fitou o olhar da humana. 

– Saiam daqui. - Damara exigiu, mas não nos movemos. 

– Façam o que ela manda, ou não gostarão de sentir na pele o poder desta mulher. 

Anna ameaçou, e de fato não gostaríamos de sentir tal poder. Pouco a pouco saímos do orfanato, deixando-as a sós na sala principal, então o assunto prosseguiu quando estávamos longe o suficiente para não ouvir mais nada. 

 

Anna 

 

As chamas apagaram-se assim que Damara livrou-se das correntes que a prendiam, mantendo-se parada no mesmo lugar enquanto esperava por alguma palavra minha, mas ao perceber que eu não diria nada, ela mesma iniciou: 

– O que sabe sobre mim? 

– Apenas o que permitiram que eu sonhasse.  

– Não faça com que eu repita. 

– Eu vi a sua vida, Damara. Você não teve culpa de se apaixonar, confesso, mas teve culpa de permitir que ele tirasse a sua vida e a da sua irmã. Ele a queimou junto ao seu sobrinho no fogo do inferno, ele permitiu que tirassem a sua vida em público. Ele fez você ir contra todas as suas crenças, contra todos os seus deuses. Ele tirou o que você tinha de mais precioso.  

– Minha irmã foi burra por ir contra o mestre. 

– Sua irmã pensou no filho que estava esperando, Damara! Assim como você pensou no seu quando tentou fugir. Você não entende? Você estará cometendo o mesmo erro se continuar seguindo-o! 

– São situações diferentes, garotinha. - Ela sorriu, cruzando seus braços. - Você não conseguirá mudar-me, eu sou um demônio e é impossível enganar-me. 

– Enganar-te, senhora? Não. 

Sem hesitar fui até ela, fazendo-a tocar-me por cima da leve camiseta, então, por breves segundos, jurei vê-la lacrimejar antes de se afastar de mim. 

– Eu aceitaria morrer se outra vida não dependesse da minha. Você, assim como eu, não tem culpa de nada, Damara... por favor, nestes dois meses eu não tenho pensado apenas em mim, assim como você e sua irmã não pensaram em si mesmas. Reconsidere.  

– Eu não tenho o que reconsiderar. Os planos do mestre concretizarão.  

– Isso não trará o seu filho ou a sua irmã de volta, pelo contrário, Damara. Ele mente. 

– Adeus, humana. 

– Aquele homem lá fora é tão amado quanto o seu marido, é tão especial para mim quanto o seu marido, mas ao contrário dele, ele não sabe que terá um filho e eu sei que quando souber, jamais fará mal a ele. 

– Quando pretende dizer? 

– Se sobrevivermos, direi.  

Damara sorriu ao virar-se de costas, olhando para o lado de fora do orfanato. 

– Você daria a luz à mais bela criação da natureza, mas eu não posso ir contra o meu destino. Eu não poderia ajuda-la nem se eu quisesse, humana.  

– Damara, por favor...  

– Quieta! - Ela gritou. - Adeus, e não me incomode mais.  

O corpo de Sophie caiu no chão quando Damara se foi, e eu caí junto a ela, entregando-me às desesperadas e dolorosas lágrimas que segurei durante tanto tempo. 

Eu usei a última carta, arrisquei a última oportunidade, mas a oportunidade que parecia perfeita levou junto a si o restante de minha esperança. Morreríamos, todos nós. 

Faltavam dois dias. 

Dois dias para a morte.


Notas Finais


Eita porra, altas revelações! dhsaudhu
Espero que tenham gostado e digam o que acharam, uh? Os comentários de vocês me motivam mais do que imaginam... <3
Beijinhos e até o próximo. <3


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