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História Death Note - Continuação - Outros Velhos Amigos


Escrita por: LegendaPirata

Notas do Autor


Capítulo betado por §Bereu.

Este capítulo narra e esclarece detalhes importantes que envolve todos os personagens dessa história.

Capítulo 5 - Outros Velhos Amigos


Fanfic / Fanfiction Death Note - Continuação - Outros Velhos Amigos


     Antes de todo princípio conhecido, antes do próprio Deus Todo-Poderoso, havia um ser que pertencia à dimensão do caos. Hoje essa estranha criatura é chamada de Morte, ou rei shinigami.

     A origem de Deus é um mistério, que somente a Morte conhece. O que se sabe é que foi Deus quem criou todo o universo organizado e todos os seres espirituais. Mas para criar os seres feitos de matéria, os chamados mortais, Deus precisou da ajuda da Morte.

     Sem a existência da Morte, é impossível que os mortais possam existir, portanto todos os mortais são tão filhos de Deus, quanto da criatura de capuz negro e foice na mão.

     É por essa razão que somos chamados de mortais... Porque somos filhos da Morte, e portanto, morremos com naturalidade.

     Já com os anjos e demônios é diferente, pois estes são 100% filhos do Criador.

     Portanto, assim que um mortal morre, metade de sua força vital volta pra Deus, e a outra metade volta pra Morte. Esse é o acôrdo.

     Deus e a Morte são como velhos amigos com este velho acôrdo.

     Amigos, porém com ideologias e caráter totalmente diferentes.

     Não se pode dizer que a Morte é má como Satanás, mas ela é essencialmente amante do caos. É uma forma de "vida" bem diferente de Deus, e dos seres por Ele criados.

     Desde o dia desse acôrdo, a Morte passou a residir, de certo modo, por mais tempo dentro do Universo criado por Deus, numa região que ficou conhecida como mundo dos shinigami, e que alguns mortais costumam chamar de Hades, por este ser um dos muitos nomes da criatura.

     Alguns mortais de diversos mundos, erroneamente costumam misturar as coisas, e confundir o Hades com o Inferno. Mas estas são coisas totalmente diferentes:

     O Inferno é o lugar onde ficam os demônios e é pra onde as almas dos mortais pecadores são enviadas para tormento "eterno".

     Já o Hades... Este é o lugar onde fica a Morte, ou deus Hades, conhecido também como Tânato, filho de Nix, a noite, filha do Caos.

     Parte do corpo de Hades fica na dimensão do Caos, onde nem Deus põe os pés. A outra parte fica no Hades a maior parte do tempo. Mas ela pode vaguear pelo céu, pelo inferno e pelo universo dos mortais à vontade.

     Contanto que ela vagueie por esses lugares sem se manifestar fisicamente, assim não causa nenhum dano aos seres vivos ao redor, sejam eles espirituais ou físicos, pois mesmo aos anjos e demônios, sob a mera presença da Morte, caso a entidade se manifeste fisicamente, pode ser mortal.

     Portanto, no Hades, o rei shinigami pode ficar em sua forma de manifestação física, que não faz mal a ninguém. Somente Deus e os shinigami podem lidar bem com sua presença física.

     Antigamente, a Morte ficava sozinha nesse mundo, até que um dia ela resolveu trapacear um pouco, e roubar um pouco mais da força vital dos mortais para si quando esses morriam,  deixando Deus recebendo apenas uma pequena parte daquela que estava no acôrdo.

     O método que ela encontrou para fazer essa trapaça foi bem peculiar: passou a matar alguns mortais antes do tempo devido pra roubar para si a força vital relativa aos anos de vida que foram roubados da pessoa.

     O problema desse método é que a Morte precisava ficar próximo ao corpo em putrefação por pelo menos um ano para digerir essa energia. E ela não gostava de ficar presa a um só lugar no mundo dos mortais.

     A solução por ela encontrada foi criar uma espécie de receptáculo catalizador dessas energias. Bastava que este receptáculo ficasse não muitos milhares de quilômetros de distância destes corpos. E teria que ser uma forma meio viva, meio morta. Daí a Morte teve a brilhante ideia de criar um novo tipo de ser chamado shinigami.

     Ela esperaria esse shinigami matar muitas pessoas, e a vitalidade dessas pessoas passaria primeiramente para o shinigami, ou meio-shinigami, e assim que esse shinigami morresse, essa vitalidade voltaria toda para a Morte.

     A Morte é paciente por natureza, e ela espera Eras e Eras até que um Shinigami morra para poder ter uma refeição extra: uma iguaria de sabor inigualável!

     Não é preciso dizer a frustração e o ódio que ela sentiu quando o sacrifício de Gelus e de Rem foi Roubado por Lilith...


     Deus com certeza não gostava quando a Morte fazia essas coisas, mas como a quantidade de vítimas era sempre pequena, Ele não tomava nenhuma atitude drástica.

     Mas ele começou a se preocupar bastante com o fator Kira, pois diferentemente dos outros meio-shinigami, como são chamados os mortais que possuem um Death Note, este Kira matou um número extremamente expressivo de pessoas.

     Desde então Ele têm tomado providências para controlar e restringir esse tipo de atitude, colocando espiões entre os shinigamis, e manipulando suas atitudes, o que tem perturbado sobremaneira a Morte, pois desde o caso Kira, quase nenhum shinigami recrutou novos mortais com Death Note, e os poucos que foram recrutados fracassaram rapidamente.

     O fator Lilith-Misa foi a gota d'água para a Morte, pois além dela estar desconfiada de seus próprios shinigami por estarem tendo um comportamento muito mais passivo do que o normal, ela ainda está atarefada em como recuperar todas essas vidas perdidas com as diabas.

     Insatisfeito, Hades procura Deus para uma conversa complicada, usando sua fala tipicamente fantasmagórica, rouca e arrastada:

     — Javé... Javé! Você está me ouvindo, Javé? - diz a Morte chamando Deus por seu verdadeiro nome.

     — Saudações, caro amigo! Diga-me... O que lhe aflige? - responde cordialmente como sempre Deus foi.

     — Temos assuntos a tratar...

     E ele continua:

     — Quero o que é meu! Aquela sua filinha mimada roubou minhas vidas... Eu as quero de volta, Javé.

     E ameaçou, apontando seu dedo indicador para Deus:

     — Você está trapaceando, Javeé! Não me provoque! — aqui ela inclina seu rosto mais pra frente como querendo se aproximar mais de seu interlocutor.

     — Hades... Você conhece bem as regras dos 120 dias. Passado este tempo eu não tenho mais controle sobre a vida humana. Se aquela meia-shinigami valia tanto para você, porquê você não foi antes de Lilith pegar o que era seu? Sabe que eu nada podia fazer a esse respeito.

     — Você podia ter me avisado, Javé... Pra mim aquela meia-shinigami ia secar e morrer em 300 anos. Ninguém tem o direito de se meter com meu alimento.

     A Morte começa a rondar Deus, acrescentando:

     — Dê-me o coração de Lilith ainda pulsando, e eu te perdôo, Javé!

     Deus jamais gostou da ideia de medir forças com a Morte, e nem tampouco ela também gosta de considerar essa possibilidade. Todos os conflitos do passado entre ambos sempre foram resolvidos com negociações... Algumas até custosas para ambos os lados, mas eles sempre se entenderam dessa forma, como numa política entre dois vizinhos civilizados.

     — Lilith é uma degenerada que merece o pior, Hades, mas matá-la só multiplicaria nossos problemas...

     — Seus problemas! Seus problemas! Não os meus, Javeeeé! — Hades cortou a fala, desta vez com um tom bem mais agressivo.

     Deus começa a considerar a possibilidade de perder a paciência, mas resolve dar mais uma resposta num tom carinhoso e educado, mas desta vez com um olhar de aviso, que a Morte sempre entende bem.

     — Diga-me, Hades: quantas vidas você já me roubou nesses tempos? Quantas daquelas vidas da meia-shinigami pertenciam a mim, e você roubou? Eu tenho aceitado com paciência suas atitudes sem reclamar, e você vem reclamar comigo de ladrão que rouba ladrão, Hades? A mim você não engana. Aquelas vidas permanecem com Lilith.

     A Morte põe suas mãos fúnebres na própria cabeça, deixando a foice cair, e começa a lamuriar horrivelmente, de um jeito tal que o próprio Deus se sente desconfortabilíssimo:


     — Sete céus, sete Infernos, sete pirâmides! Todos vocês são testemunhas dessa grande traição, desse roubo! Eu vou ceifar, vou ceifar vidas humanas da Terra até recuperar o mesmo número de vidas que lá eu perdi...

     Todos os seres dos céus, inferno, potestades e das dimensões etéreas ouviram este lamento da Morte, que lhes foi dirigido.

     Ela se abaixa e pega novamente sua foice do chão, e olha para Deus:

     — Vou fazer a colheita à minha maneira, Javé. Estou com pressa e faminto, e preciso de muitos em pouco tempo.

     Deus sabia muito bem o que significava "muitos em pouco tempo". Significava o método predileto da Morte de ceifar vidas rapidamente, que era através de grandes guerras. Isto havia sido provocado por ela no passado em duas ocasiões diferentes dessa, justamente na Primeira e Segunda Guerra Mundiais da Terra.

     Foi a época da Dança da Morte, quando ela ceifava vidas rápido como quem ceifava trigo. Foi um tempo em que miríades de vidas foram parar no Inferno, pois o caráter humano era colocado à prova sucessivas vezes e a maldade sempre vencia, pois o poder corrompia e era tentador.

     Desta vez a Morte conta com a obsessão de um jovem shinigami vingativo, frio e astuto que está disposto a causar o maior estrago possível sem se preocupar com as consequências, e Deus sabe disso. Um shinigami perigoso com um raro poder de liderança, capaz de corromper e mobilizar os demais a ajudá-lo em sua causa: mais uma vez Deus avalia o estrago que o fator Kira pode causar, e começa a ponderar sobre quais providências tomar para sabotar ao máximo suas ações.

     Mesmo sendo "Todo-Poderoso", Deus estava de mãos atadas, pois se ele tentasse impedi-la, ela poderia ir embora de volta para a dimensão do Caos, e todos os seres mortais de todo o universo morreriam instantaneamente.

     Este seria um estrago infinitamente maior que uma simples Terceira Guerra Mundial, localizada apenas num pequeno e insignificante planeta. Há muitos outros mundos com muito mais vidas bem mais valiosas que as humanas. Portanto Deus não encontrava saída senão consentir.

     O caso é que este diálogo ocorreu na época em que a Terra ainda existia, logo depois de Misa morrer e ter sido levada ao Inferno. E Deus sabia por antecedência que a Morte aguardaria que Kira, seu trunfo, atingisse maturidade e experiência bastante como shinigami para usá-lo.

     Bastava que Kira viajasse ao passado para ceifar as vidas da época mais aproximada possível à aquela das vidas roubadas de Gelus e Rem. Mas como Kira só pode alterar o passado da época após sua morte, então a Morte teria que se contentar com um morticínio que só poderia ocorrer após o dia de sua morte, no caso, Kira só poderia viajar ao passado a partir do dia 28/01/17, depois da partida de Ryuk.

     Segundo as regras do Arquiteto do Universo, Kira até poderia viajar antes de sua morte, mas sem alterar nenhum fato. O mesmo vale pra Misa, a menos que ela viaje depois de alguém causar desequilíbrio no tempo.

     Quanto à Morte, esta poderia muito bem viajar no tempo e impedir Lilith de roubar Misa, mas isto já não lhe interessava mais, pois em sua falsidade isso serviu bem de desculpa para ela provocar caos na Terra, e se sentir em casa.

     — Faça como quiser, Hades, mas por favor dentro das regras. Sem excessos. Pegue o que é seu e vá embora, mas não espere que eu vá ficar de mãos atadas. Vou controlar os exageros e impedir violações de minhas leis.

     — Então estamos entendidos, Javé! Até mais, vizinho...

 

 


Notas Finais


A foto deste capítulo é do filme: O Sétimo Selo.
Uma verdadeira obra-prima do cinema dos anos 50.

No próximo capítulo, Kira se familiariza com as estórias dos outros shinigamis, conhecendo o passado dos mais importantes, um a um. Até o capítulo 9, as estórias dos shinigamis mais relevantes são contadas para Kira.


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