História Death Note - Continuação - Entre Acôrdos e Trapaças, parte 1

     Em 2010, quando Ryuuku e Raito se conheceram, aquele lhe explicou que se este abdicasse de seu Death Note, ele teria então suas lembranças a respeito do caderno retiradas da memória. Foi o que ocorreu com Raito e Misa na época em que estes abdicaram, e tempo depois, ao voltarem a tocar no caderno, recuperaram toda a memória.

     Outra consequência curiosa de se abdicar do caderno é a perda do contrato dos olhos, como ocorrêra com Misa no passado.

     Pode-se notar que mesmo quando o caderno que estava na posse da Força-Tarefa japonesa da qual Kira fazia parte passou para outras mãos no ato do sequestro de Sayu Yagami, estes policiais não perderam as lembranças do caderno, justamente pprque eles não abdicaram do mesmo!

     Pra completar e complicar ainda mais, antes de Kira ter se oferecido pra ser preso por L na época da faculdade e da primeira prisão da segunda kira(Misa), Raito havia pedido pra Rem e Ryuk passarem ambos os cadernos de mão em mão. Isso acabou unificando as lembranças dos dois cadernos, portanto, se por exemplo, se você abdicar do caderno de Ryuk, você não perderá suas lembranças caso você não tenha abdicado do caderno de Rem, isto, é claro, caso você tenha tocado no caderno de Rem alguma vez.

     É tudo um pouco complicado, mas isso explica de certo modo pelo menos, porque os agentes da SPK e da Força-Tarefa não se esqueceram da existência do Death Note mesmo após Near ter queimado os dois, tanto o de Jelous(que era o que ficava com a força-tarefa), quando o de Rem(que era o que Teru Mikami usava).

     É justamente pelo fato do Death Note de Rem ter passado pelas mãos de Ryuk que qualquer pessoa que tocasse neste DN veria este shinigami como sendo o dono, após a morte de Rem.

     Pois o próprio Death Note de Ryuk vive preso em sua cintura, e ele nunca o entregou pra nenhum humano, nem pra Raito. 

     Essas coisas explicam porque L, mesmo após a queima dos DN e desaparecimento dos dois pedaços que ele tinha, não perdeu as lembranças da existência do DN...foi justamente porque o dono deste DN jamais abdicou do mesmo. E ainda tem a Regra Número 12 do Death Note, que diz que passados 490 dias após a pessoa perder ou ter sido roubado ou destruído, ela perde a memória, a menos que o caderno seja recuperado neste tempo.

     A mesma regra vale pra Misa-Misa, que inclusive por não ter abdicado continua com o acôrdo dos olhos valendo, e ela sempre pode ver os nomes e tempo de vida das pessoas, mas sem nenhum Death Note em mãos, ela não tem como matar ninguém, porém, ela continua sendo uma meia-shinigami! 

     Somente as regras básicas do DN ficam escritas no caderno. As mais complexas, que são ao todo 65, ficam no mundo dos shinigamis, e não podem ser escritas pra humanos, mas Raito conhece todas de cór.

     Um fato não faz parte das regras escritas no mundo dos shinigamis, pois elas não o mencionam por ser óbvio e irrelevante: é o fato de que um ser humano não possui o poder de destruir em definitivo um DN. Sempre que ele é destruído por um humano, este DN então deixa automaticamente de pertencer ao mundo dos humanos, e ele volta para as mãos da Morte caso o shinigami dono do caderno esteja morto. E os DN de Rem e Jelous estão com a Morte agora.

     Misa Amane e L têm agora exatamente 488 dias restantes pra esquecerem da existência dos DN!

     Misa-Misa foi à cozinja preparar o almoço. Raito ficou no quarto vendo as noticias, pensando se volta a escrever nomes agora ou não e que estratégias tomar.

     "E quanto à Misa?" - pensou Raito - "Melhor eu não falar nada sobre eu ter morrido nem nada sobre a vida espiritual...não seria bom pra ela. Mas foi ótimo saber que ela ainda tem os olhos de shinigami...ela pode ainda ser bem útil pra mim!"

     "Quanto à fase 2 da criação do Novo Mundo..." - ele foi bruscamente interrompido pela diaba-Misa, que aparece na porta, segurando um enorme livro:

     — Olá, maridinho! Vejo que escapou com vida e tá aí numa boa...

     A diaba-Misa pula de repente na cama onde está Kira, e enfia um punhal em brasa no seu estômago, lhe causando uma dor lancinante, e remexendo dentro de seu estômago quase o fazendo desmaiar de dor.

     — No Inferno você vai passar por isso um milhão de vezes, vezes mil! Quer ir pra lá agora, queridinho? Ou quer me obedecer? Se fizer tudo o que eu digo, eu te deixo viver mais tempo, e paro de te torturar...o que me diz? Podemos ir pro Inferno agorinha mesmo se você quiser...quer ir?

     — Não, Misa...por favor...eu faço, arg...tu..do...

     — Tudo o que, maridinho? - diz ela com um olhar inexplicavelmente assustador.

     — O que você quiser...

     Ela então retira o punhal flamejante sem causar sangramento nem cicatriz. Tudo era real, exceto por não haver cicatriz nem sangue.

     Kira não sabia que ele era necessário vivo pros planos do Inferno, então Misa poderia enganá-lo e chantageá-lo como quisesse.