História Death Note - Continuação - Inocente café da manhã

     — Você é sangue tipo A como seu pai, meu filho. - disse Soichiro Yagami pro seu filho Light, quando criança há vários anos atrás.

     — E o que isso significa, papai? - indagara o pequeno Light, balançando as perninhas na cadeira da cozinha, que ainda era alta pra ele.

     — Bem, Light...nós japoneses levamos muito a sério essa questão do tipo sanguíneo da pessoa. Pode-se até definir a personalidade de uma pessoa apenas por seu tipo sanguíneo, com uma margem de acerto muito precisa!

     — E como são as pessoas tipo A?

     — Ah! As pessoas tipo A costumam ser muito aplicadas, metódicas e estáveis! São pessoas como nós que nascemos com um senso de dever inabalável... às vezes até exageramos quando temos um propósito em mente. Disciplina, Light! É a disciplina que move o mundo! Desde que você nasceu, sua mãe sempre dizia por instinto que você seria uma criança obediente que nunca causaria problemas pra ninguém. Você é uma criança abençoada, Light!

     É difícil pra Light Yagami esquecer dessas coisas que ouvia de seus pais quando criança...

     Palavras doces como essas ficam gravadas em seu subconsciente, formando seu caráter. Muitas vezes somos mais forjados por nossa criação do que pela genética, e como dizia o filósofo: "O homem é produto do meio".

     Enquanto dirigia até o escritório central, Light faz uma rápida parada num café e pede alguma coisa enquanto retira o pequeno pedaço de Death Note que ainda carregava em seu bolso. Sentado à mesa mais escondida do recinto, protegido de olhos curiosos, ele retira uma pequena lupa de joalheiro que passou a carregar por onde anda.

     Ele se disciplinou a escrever usando a lupa, para economizar espaço num papel pequeno, e escrever o máximo de nomes possíveis por centímetro quadrado. É uma lupa que se encaixa no olho tornando possível pra Light escrever pelo menos cinco vezes mais nomes do que poderia fazer de forma natural, e somando isso aos seus olhos de shinigami que já lhe dão naturalmente uma visão pelo menos três vezes maior que de uma pessoa normal, aí é que fica ainda mais fácil economizar espaço no papel.

     "Haha! Pobre Cho Saito...nem ela mesma deve saber qual é seu verdadeiro nome. Com meu olhos pude ver pela primeira vez seu nome ucraniano. Será que eu deveria contar pra ela? Quem sabe depois dela morrer, hehe! Mas pretendo poupá-la, Kattrina Vinográdov! À você e ao Chieko...por consideração, afinal não acredito que vocês vão conseguir alguma coisa comigo, amadores!"

     E assim prosseguiu Light, saboreando sua recente vitória sobre os experientes detetives que ficaram no chinelo ao tentar confrontá-lo...e ele nem precisou fazer muito esforço. Isso o deixa ainda mais convencido e orgulhoso.

     "Agora aos nomes dos criminosos que tenho que matar...por que será que a diabinha me pediu pra eliminar somente dez por dia? O que será que ela está tramando?"

     Light escreve nomes de dez criminosos que saíram recentemente nos noticiários de um país do outro lado do mundo, chamado Brasil. Assim, ele deixaria o mundo inteiro pensando que Kira pode estar viajando pelo mundo todo.





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