História Death Note: M-Kira - Chapter 1: Death Note

Quinta Feira, 27 de Novembro de 2006, Wammy's House

Quando encosto no caderno sinto uma sensação estranha. Provavelmente era uma brincadeira de algum arruaceiro que acha legal zoar com órfãos. Peguei o caderno e coloquei por dentro da minha blusa, se alguém me visse com aquilo na mão acabaria achando que era obra minha. 

Vou andando até o meu quarto. Ao chegar lá vejo que Mello ainda não havia chegado. Sento na escrivaninha e abro o caderno. Vejo uma folha preta com um título bem grande escrito "How to use". 
- "O humano cujo nome for escrito no Death Note morrerá" - Leio em voz alta - Mas que besteira, não existe esse tipo de coisa

Deixo o Death Note aberto ali e ligo a televisão. Vou passando os canais até que chega no noticiário.
- Homem sequestra três crianças em orfanato no interior de Hampshire - Diz a jornalista - O sequestrador foi identificado como Jackson Potter de 42 anos. Jackson tem uma ficha criminal extensa, com crimes incluindo assassinato e estupro. 
- Se L não pensasse apenas nos casos que lhe interessam, talvez esse cara poderia estar em uma prisão mofando. - Disse entediado enquanto deito de olhos fechados - O pior de pensar nesse tipo de coisa é que provavelmente Near vai assumir o cargo dele, e não acho que ele será muito diferente do que L é hoje... 

Não vejo sentido alguém se nomear a justiça como L faz, sendo que só resolve os desafios que lhe interessam. O que isso muda? Não faz sentido? Eu não ligo muito pro que está acontecendo com mundo, mas coisas desse tipo só mostram que L é um jogador que não troca de modo de jogo.

Escuto um barulho e olho para a janela, vejo que estava chovendo. Ao olhar lembro do caderno que havia pego a pouco, nem havia pensado em testa-lo, mesmo sabendo que as chances dele ser real eram quase nulas. Vou até o caderno e volto a ler as regras:

- "Este caderno não terá efeito a menos que o escritor tenha o rosto da pessoa na sua mente quando se escreve o nome dela. Portanto, as pessoas que compartilham o mesmo nome não serão afetadas." - Leio mentalmente as regras - "Se a causa da morte for escrita dentro dos próximos 40 segundos de escrever o nome da pessoa, isso vai acontecer."

O criador dessa coisa até que teve um trabalho ao pensar nisso. Parece as regras de um jogo... talvez isso seja parte de algum jogo de tabuleiro.. não, acho que não. Bem, não preciso ler o resto, vou testar. Já que está tendo uma tempestade, pode ser interessante mata-lo eletrocutado por um raio...

Abro uma gaveta e pego uma caneta, vou até uma folha em branco, já que outras estavam cheias de nomes e escrevo: "Jackson Potter, morto eletrocutado por raio". Me viro para a televisão, que estava ao vivo mostrando o caso, e começo a contar. 

1,2,3,4... 20,21,23... 35, 36, 37, 38, 39, 40

Suspiro decepcionado e fecho o caderno. Deito na minha cama e fecho os olhos. Já esperava que fosse falso, mas a esperança de que fosse real, e que ele estivesse em um novo jogo ainda era alta. Mas tudo bem, agora apenas precisava destruir o caderno, se pegassem ele com isso achariam que ele tinha intenções de matar pessoas.
- Atualizações Urgentes sobre o sequestro de três crianças. O sequestrador acaba de ser eletrocutado por um raio. As crianças já foram socorridas e uma ambulância já foi chamada para prestar socorro. Um médico local afirmou que o homem já está morto, mas ainda não há certezas.

Aquelas palavras arrepiaram todo o corpo de Matt. Não acreditava no que havia acontecido. O caderno era real, e ele acabava de se tornar um assassino. Poderia muito bem ser uma coincidência... não, não podia. As chances disso ocorrer eram menores que a do Death Note ser real. 

O desespero tomou conta de Matt. Caso alguém descobrisse isso ele seria preso, e talvez até morto. Se bem que na Inglaterra a pena de morte havia sido abolida no ano interior. 

O garoto foi até o Death Note, e leu todas as regras, inclusive viu algo sobre "Shinigami". Não sabia muito bem o que era isso. Ligou seu notebook, foi até o Google e pesquisou. Descobriu que eram deuses da morte na cultura japonesa. Se aquilo realmente existia, ele provavelmente iria até ele. 

O garoto tinha apenas 13 anos, não seria uma suspeita inicialmente, então poderia continuar as mortes. Mas o que ele estava pensando? Qual motivo de querer continuar mortes? Não era um psicopata, e nem tinha vontade de assassinar pessoas. Qual seria o objetivo de faze-lo? Diferente de Near e Mello que queriam superar L, Matt nunca ligou muito para isso. Sabia que se esforçasse poderia até supera-los, mas não achava isso necessário. Preferia continuar com seus jogos, entendia tudo deles, era capaz de entender a mecânica inteira do jogo com poucas horas de jogo. Também tinha habilidades como hacker, já havia conseguido invadir o computador de Roger para mudar o horário das aulas e substituir um horário de filosofia por física, que o garoto achava bem mais interessante.

Após pensar muito decidiu que iria transformar aquelas mortes em um jogo. Iria jogar tão bem que iria superar L, e vence-lo em seu próprio jogo de detetive. Claro, precisava de uma estratégia, o investigador não era conhecido como o melhor do mundo sem motivos. Primeiramente precisava de um modo para distraí-lo, sabia que se continuasse matando pessoas próximas dele, ele iria acabar descobrindo a origem de tudo e inevitavelmente descobriria o garoto. Se bem que L nunca desconfiaria de seus discípulos... ou desconfiaria? Desde o caso de Beyond Birthday sentia que um deles poderia se tornar o próximo BB. 

Precisava de mais um tempo para pensar, seria muito mais inteligente esperar o tal Shinigami aparecer, talvez houvesse coisas que ele deva saber antes de utilizar o caderno efetivamente. 
- Ei, Matt - Disse Mello entrando no quarto - Acabei demorando, era sobre o L mesmo, queriam ver se eu e o Near preferíamos nos mudar para um quarto para nós dois. Deixei bem claro que acho aquele albino de merda é um babaca e não dormiria no mesmo quarto que ele.
- Tá bom né - Disse o garoto tampando o caderno com outros cadernos que estavam ao lado - Um cara acabou de morrer eletrocutado no noticiário ao vivo. Essa cena foi literalmente chocante.
- Matt sempre com essas piadas de merda.. - Disse Mello gargalhando - Esse cara era o que tinha sequestrado algumas crianças né? Escutei Roger falando algo sobre
- Esse mesmo - Acenou Matt - Imagina que merda ser acertado por um raio, as chances são quase nulas e essa merda cai justo no cara. Mas de qualquer jeito, ele mereceu.

Após isso, ambos garotos voltaram para seu jogo.
- O jogo começou, L - Pensou Matt

Sexta-Feira, 28 de Novembro de 2006, Mundo dos Shinigamis

- Então os boatos são verdadeiros Deridovely? Ryuk realmente foi atrás de um humano? - Riu Gook

- Aham, pelo o que eu vi quem pegou foi uma criança, mas que burro, nem para dar para um maluco - Gargalhou Deridovely enquanto jogava

- Criança? Ela vai se mijar toda só de ver o Ryuk, se fosse no mínimo o Gelus, aquele bobão que parece mais uma boneca de menina - Gargalhou Zellogi - Inclusive, cadê aquele bostão do Gelus?

- Pelo o que parece ele se apaixonou por uma humana, é tão mole que até isso ele chega! - Debochou Calikarcha - Aquela tal de Rem tá vigiando a humana junto dele, mas acho que é só por curiosidade mesmo. 

Os Shinigamis voltaram a jogar.

Sexta-Feira, 28 de Novembro de 2006, Wammy's House

Mello havia saído, não avisou para onde ia e disse que Roger mandou não dizer. Provavelmente tinha algo haver com L, já que Near também foi junto e duvido que ambos iriam querer compartilhar um encontro. Estava sozinho em meu quarto mais uma vez, deitado na minha cama jogando um jogo em meu Game Boy Advance. Senti um tipo de tremor, as coisas começaram a cair no chão.

Me assustei vendo as coisas caindo no chão, do nada os tremores param e me sinto sendo observado. Ao olhar para o lado, vejo uma figurante que deveria ter visto dos filmes de terror.
- Olá Mail - Disse a figura
- S-shinigami

|Continua|