História Debingos: um amor policial - Um abraço confortante

                            Narrador
Ao amanhecer o dia, as irmãs Bloch se espreguiçam e Débora vai começar a se arrumar. Deni resolve fazer o café enquanto a irmã se arruma. Um tempo se passa e Débora surge num vestido preto tubinho e scarpin preto. A irmã a olha de cima a baixo e a questiona:
•Deni: Essa produção toda é para a conversa com o Domingos?
•Débora: Tá muito exagerado?
•Deni: Você pedindo minha humilde opinião? Que milagre! Mas não está exagerado, está uma legítima Bloch!
•Débora: Vai se arrumar também... Lhe dou uma carona...
•Deni: Deixa de se enganar... Você quer me dar "carona" para ver o seu detetive...
Débora joga o travesseiro na cara dela:
•Débora: Ele não é meu, Deni... Você sabe disso... Vamos logo...
Enquanto isso, Domingos chega a delegacia e estranha o fato de Deni não ter aparecido ainda:
•Domingos: "Será que aconteceu alguma coisa?"
Um tempo se passa e, enquanto as irmãs estavam no trânsito em direção a delegacia, o celular de Deni toca:
•Deni: Domingos?
•Domingos: Desculpe telefonar mas está tudo bem? Cheguei e não estava...
•Deni: Óh não se preocupe... Estou a caminho...
Ao encerrar a ligação, ela provoca a irmã:
•Deni: Se você ainda fosse chefe dele receberia essa ligação preocupada... Mas não colabora...
•Débora: Deixe de besteira... Chegamos!
Assim que adentram a delegacia, os olhares de Débora e Domingos se encontram. Mariana chega nesse exato momento e entra na sala de Deni junto com ela:
•Domingos: Débora? Aconteceu alguma coisa?
•Débora: Olha Domingos eu vim até aqui para falar do Léo... Ele me ligou ontem e...
•Domingos: ... Lhe pediu para o tirar da Luciana... Não foi isso?
•Débora: Então você já sabia...
•Domingos: Disse a ele para telefonar outro dia mas quando dei por mim estava desligando o celular...
•Débora: Que mal lhe pergunte, por quê ele quer tanto se afastar da mãe?
•Domingos: Não sei se vai lembrar mas comentei uma vez que Luciana estava distante...
•Débora: Me lembro vagamente...
•Domingos: Ontem ele foi se despedir dela dando boa noite e ela foi completamente grossa com ele... Ele se sentiu tão mal que foi chorar no banheiro... Me dói tanto ver o meu filho desse jeito...
Débora fica sem palavras com a confissão dele e, vendo a sinceridade com que ele está levando a conversa, resolve usar de sinceridade também:
•Débora: O que pretende fazer?
•Domingos: Talvez a única saída seja a separação... Não vejo outra solução...
•Débora: E como o Léo vai ficar nessa história?
•Domingos: Não sou de pedir as coisas mas você é a única capaz de me ajudar... Se as coisas continuarem como estão vou ser obrigado a pedir a guarda do Léo...
•Débora: Está pedindo para que eu seja sua advogada no caso?
•Domingos: Pode ter certeza de que se não fosse tão importante não estaria lhe pedindo...
Deni se preocupa em ouvir isso, pois descobriu coisas que podem mudar o rumo das vidas de muita gente. E entra na conversa:
•Deni: Já pensou na hipótese de você não ter direitos nesse caso?
•Domingos: Como assim Deni? O Léo é a pessoa mais importante da minha vida...
•Deni: Devo ter pensado alto... Desculpe...
Débora não engoliu a desculpa da irmã e, com certeza, a questionaria mais tarde. Deni continua seus afazeres e Débora responde a Domingos:
•Débora: Aceito seu pedido pelo Léo... Mas irei ajudar somente no processo de guarda... Já em sua provável separação não vou poder intervir...
•Domingos: Claro... Até porque ela não é tão simpática com você...
•Débora: Exato... Quero evitar problemas... Vou precisar de algumas informações sobre o Léo... Na verdade, o ideal seria que ele fosse até o escritório junto com você...
•Domingos: Para saber a opinião dele, não é?
•Débora: Isso... A opinião dele vai pesar muito na hora da decisão do juiz... Apesar de já imaginar qual seja, é preciso ter certeza...
•Domingos: Claro... Se essa audiência for como aquela do caso da jovem, o Léo fica sob minha guarda...
Débora sorri:
•Débora: Ainda se lembra? Nossa!
•Domingos: Como poderia esquecer sua alegria ao ganhar o caso? Nunca! Me lembro como se fosse hoje... Você concentrada na hora de dar seu parecer, confiante quando a juíza pediu um tempo para analisar o caso e contente por ter ganho a causa...
•Débora: É verdade... Nos falamos para combinar tudo, pode ser?
•Domingos: É claro... Eu ligo ou você liga?
•Débora: Tanto faz... O que achar melhor...
•Domingos: Então eu telefono... Vou só conversar com o Léo antes para que ele fique ciente da situação e com Luciana também...
•Débora: Vai dar tudo certo... A gente vai ganhar mais essa...
Num impulso, Débora abraça Domingos que chora em seu ombro. Sem se dar conta do tempo, eles permanecem daquela maneira minutos a fio, até que Deni é obrigada a interromper:
•Deni: Desculpe interromper Débora mas, vou precisar do meu detetive...
Ao ouvir isso, ela se dá conta do que havia feito e se desculpa:
•Débora: Óh, me desculpe... Não sei o que deu em mim pra abraçar você assim, de repente...
•Domingos: Tudo bem... Ajudou a me acalmar... Obrigado!
•Débora: Bom... Espero sua ligação... Vou indo para o escritório...
Deni e Domingos se olham e ela o questiona:
•Deni: Você está realmente pensando em se separar?
•Domingos: Conviver com a Luciana está a cada mais complicado... Sem contar o desprezo com que ela está tratando o próprio filho...
•Deni: Nesse caso da separação, talvez Mariana possa ajudá - lo...
•Domingos: Já ouvi falar muito sobre ela... Será que pode mesmo?
Mariana intervém:
•Mariana: Asseguro que sim... Por quê acha que eu e Débora somos amigas? Porque somos excepcionais em nosso trabalho... Pode confiar em mim! Se a situação chegar num ponto de separação, eu o ajudarei...
•Domingos: Obrigado... Mas vamos trabalhar? Vou tentar resolver essa situação o mais breve possível!
•Deni: Tem várias análises esperando por você bem ali...
Débora chega ao escritório e encontra Sérgio, que há dias não aparecia, lhe esperando:
•Débora: Ora, ora, olha quem resolveu dar as caras...
•Sérgio: Tive uns imprevistos e não consegui vir...
•Débora: Sinto muito mas, não posso mantê - lo aqui... Não tolero essa quantidade de faltas...
•Sérgio: Não pode me demitir... Não depois de eu ter guardado tanta coisa sobre você...
•Débora: Por um acaso está me ameaçando? Não se esqueça de que você entrou aqui graças a mim e eu tenho total liberdade para demití - lo tendo em vista que andou faltando ao trabalho... Você realmente acha que tem moral de ameaçar alguém como eu? Por favor, se retire de meu escritório...
•Sérgio: Isso não vai ficar assim... Pode esperar...