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História Décalcomanie - So Nuts


Escrita por: Jaesa

Notas do Autor


Obgda por quem favoritou e comentou, vcs já estão no meu coração sz

Capítulo 2 - So Nuts


          Eren acordou com as batidas incessantes e claramente irritadas de Levi na porta. Foi um sacrifício e tanto se levantar e ir atender o médico, ignorando o gosto amargo em sua boca. 

          — Você dorme demais, pirralho. Você dormiu cedo ontem e acordou tarde hoje. Possui algum problema com sono? — o mais velho perguntou enquanto entregava a bandeja com o almoço de Eren para o mesmo. 

          — Dormir é o único jeito de fugir de mim mesmo. — explicou em um tom melancólico voltando para a cama com a bandeja em mãos. 

          — Imagino que não tenha funcionado muito bem ultimamente, né? Você me contou de alguns pesadelos. — puxou a cadeira que sempre ficava lá para perto da cama de Eren e se sentou, observando o garoto comer. 

          — Sim. — concordou focando sua atenção no prato de arroz e purê na sua frente, detestava quando as pessoas lhe vissem comendo, por que diabos aquele médico tinha que estar tão perto? 

          — O que você vê nos seus sonhos e pesadelos? 

          — Eu não me lembro da maioria dos meus sonhos, desculpe. Mas os pesadelos... são mostradas cenas de pessoas que eu conheço sendo mortas, minha mãe, meu pai, minha irmã, Armin... e ultimamente você. 

          — Qual é a causa mortis? 

          — Varia muito. Desde tiros na cabeça até afogamento. — terminou de comer e entregou a bandeja para Levi, este se levantou. 

          — Se arrume e vá para a Sala 07, você tem terapia com a Petra. 

          Assim que a porta se fechou, Eren se levantou fazendo todo o processo necessário no banheiro para ficar apresentável. Colocou uma calça jeans e uma blusa verde (sua cor favorita) de manga longa por causa do clima que estava frio. 

          Caminhou pelos longos corredores da clínica, passando por enfermeiros e pacientes até chegar na Sala 07. Bateu três vezes e escutou uma voz feminina gritar "entre!". Fez o que lhe fora dito e adentrou no quarto. 

          — Boa tarde Eren, como tem passado? — a doce mulher ruiva perguntou enquanto organizava alguns papéis. Eren gostava de Petra, ela era engraçada e descontraída. 

          — Meio mal. Mas e você? — se deitou no sofá de couro marrom, de frente para a cadeira da terapeuta. 

          — Vou bem, obrigada por perguntar. Vamos começar? — sorriu enquanto destravava a caneta e a deixava pronta para escrever no papel apoiado em um caderno em seu colo. Eren assentiu lentamente. 

          — Vamos falar sobre a sua família. Como está sendo a sua relação? 

          — Ontem eles vieram me visitar. 

          — E o que você sentiu ao vê-los? 

          — Eu me senti... feliz. Foi bom ver que eles estavam seguindo em frente... sem mim. 

          — Okay. Você teve alguma desavença ultimamente? 

          — Não, foi uma semana bem normal. — ditou enquanto fitava o teto de cor creme, brincando inconscientemente com seus dedos e observando os quadrados e círculos que apareciam em sua visão. 

          — Eu ouvi que você trocou de médico. Como se sente sobre isso? 

          — Eu sinto falta do Armin, mas Levi é um bom doutor. Só não é muito comunicativo. 

          — O que você sente sobre ele? 

          — Um pouco de medo, admiração... 

          — Uhum. Agora sobre seus pesadelos. — a mulher descruzou as pernas, somente para cruzá-las novamente, só que as invertendo. — Na última consulta você me disse que sonhava com mortes. De quem? 

          — Da minha família, Armin, e de uns dias para cá, Levi. 

          — Acha que isso pode ter algo a ver com sua relação desequilibrada com ele? 

          Recebeu um aceno positivo de Eren. 

          — O que você sente ao vê-lo morrer? 

          — O mesmo dos outros. Tristeza e dor. 

          Foram feitas mais algumas perguntas e Eren estava liberado. Saiu da sala de Petra e foi em direção ao jardim. Se sentou no mesmo banco de pedra de sempre. 

          Um garoto se sentou no banco ao lado do seu. Ele era alto, com o cabelo estranhamente de duas cores diferentes e... usava uma camisa de força. 

          — Jean, está na hora do seu medicamento. Eu te disse para ficar no quarto, não disse? — escutou a voz de Armin atrás de si e por um momento se perguntou porquê diabos o louro estava o chamando desse nome, até perceber que ele falava com o garoto de cabelos mesclados. 

          — Ah! Oi Eren. Como está sendo ficar com o Levi? Eu mal pude te ver durante esses dias, desculpe, eu estive bastante ocupado com... 

          Não conseguiu escutar nada além disso pois sua pressão caiu consideravelmente. Eren viu tudo girando por um momento e escutou a voz do louro lhe clamando diversas vezes antes de apagar completamente. 

          Assim que abriu os olhos, encontrou os orbes cinzas de Levi lhe encarando. Com uma mão na cabeça latejante, Eren se sentou na cama. 

          — Seu exame biométrico estava marcado para agora, eu vou entender se não quiser ir. — comentou o mais velho quando teve certeza que Eren estava em plena consciência. 

          — Não. Eu vou. — Se levantou com um pouco de dificuldade, precisando do apoio de Levi para tal. 

          — Apenas tome um Dramin antes, você parece meio enjoado. — indicou com a cabeça uma caixa com o remédio ao lado de um copo descartável com água visivelmente gelada. O mais novo agradeceu e colocou o comprimido na boca, tomando o copo inteiro de água de uma vez. 

          — Está melhor? Vamos. 

          Os dois seguiram até a sala aonde seria feito o exame biométrico de Eren, esta possuía alguns típicos instrumentos médicos e uma balança. O paciente se assustou quando entrou na sala e encontrou Armin ajustando a balança. 

          — Armin? O que faz aqui? — perguntou enquanto abraçava o louro, este retribuiu o afeto. 

          — Hanji teve que visitar alguns parentes, e como hoje só haviam exames biométricos para serem feitos, me pediram para assumir. — indicou a balança com um gesto de cabeça e Eren começou à tirar seus sapatos. 

          — Mas e o seu paciente? 

          — Jean está dormindo desde pouco tempo depois de seu encontro com ele. 

          O médico louro ajustou as costas de Eren para que o mesmo ficasse ereto e mediu sua altura, Levi apenas ficou encostado na porta em silêncio. 

          — Ele te machucou e precisou ser dopado, não foi? — Eren arriscou após notar um arranhão e alguns roxos na clavícula descoberta pelo jaleco de Armin, este apenas suspirou, concordando com a cabeça. — Eu vou matá-lo. 

          — Não, você não vai. Ele possuí tanto medo de agulhas quanto você, só que é um pouco mais agressivo. Uau! Você está mais alto do que eu. 

          — Armin, qualquer um consegue, de olho nu, perceber que eu sou mais alto. — riu, tentando afastar sua mente das formas como mataria Jean. "Jogue uma bigorna em cima dele!", "Taque gasolina e fogo", eram alguns dos palpites sugeridos por suas vozes mentais. 

          — Mas eu sou cinco anos mais velho que você! Que injusto. — O louro fingiu tristeza enquanto anotava o peso do paciente. — Você emagreceu. Vai me dizer que irritou aquele louco ali e ele te deixou sem comer? — indicou Levi com a cabeça enquanto falava "aquele louco ali", causando um riso por parte do mais novo. 

          — Oe louro idiota! Quer morrer? — o xingado ficara obviamente ofendido, encarando os dois com um ódio mortal. 

          — Desculpa, desculpa~

          Ficaram conversando por um tempo até todo o processo acabar. Levi em sua maioria ficava calado, mas também não deixava de dar suas alfinetadas típicas. 

          Os dois se despediram de Armin que continuou na sala para continuar com os exames. Eren foi para seu quarto, tendo Levi obrigatoriamente  ao seu encalço. Assim que o menor dos dois fechou a porta atrás de si, Eren colocou para tocar em um pequeno rádio seu CD de músicas favorito. 

          — Gosta de música clássica? — perguntou o médico enquanto se sentava na cama, ao lado de Eren que estava deitado. 

          — Amo, ela me acalma. Por algum motivo, as vozes não conversam comigo quando eu escuto Mozart. — comentou enquanto passava o antebraço por seus olhos, tampando a própria visão. 

          Levi anotou tudo mentalmente e se levantou. 

          — Se precisar de algo, estarei no pátio. — ditou antes de passar pela porta de madeira branca. 

          — Certo. — o mais novo suspirou e levantou somente seu tronco, encarando as figuras de animais que "surgiram" em sua frente. — Parem de aparecer, vocês não me assustam. — disse calmamente após se pôr de pé e caminhar pelo quarto, ignorando todos os cervos, papagaios e animais que apareciam ali. Se dirigiu até um pequeno baú que ficava em baixo de sua cama e o abriu, revelando algumas fotografias de sua infância. 

          "Viu só? Eles eram tão felizes. Mas você tinha que enlouquecer, né? Você estragou sua própria família, é realmente um monstro" disse uma voz feminina. 

          — Cala. A. Boca. — rosnou enquanto apertava uma foto sua junto de Mikasa na mão. 

          "Ela está certa. Não é a toa que a Annie te abandonou, você destrói tudo o que toca" desta vez foi uma voz masculina que se pronunciou. 

          — Não! Vocês estão errados! E-eu não sou louco! 

          "Não é? Por favor, você só causa problemas. Armin provavelmente só aceitou ficar com um psicopata porque não te aguentava mais"

          — Não... 

          "O próximo será aquele outro médico bonitinho, eu não dou uma semana para ele pedir para sair"

          Eren rapidamente se levantou e correu para o pátio, atraindo olhares confusos para si. Estava completamente ofegante quando encontrou Levi sentado em uma mesa tomando chá despreocupadamente enquanto lia um livro sobre psicologia. 

          — O que foi, pirralho? — perguntou assim que viu Eren se aproximar. 

          — Você não vai me abandonar, né? Me diz que não. — praticamente suplicou enquanto agarrava ambos os ombros do mais velho. 

          — Claro que não, se acalma, quem te disse isso? 

          — As vozes. Elas são más. 

          Levi suspirou, tomando mais um gole de chá. 

          — Fica aqui parado que eu vou buscar os seus antipsicóticos, tenta normalizar a respiração. 

          — O-okay, vou t-tentar. — ditou ainda meio ofegante, observando o doutor se levantar. 

           O paciente esperou o médico voltar estático no lugar, tentando ignorar todas as provocações que sua mente lhe dava. Assim que Levi lhe deu as pílulas, ele se acalmou mais. Passaram o resto da tarde assim. Levi bebendo um chá que parecia interminável, sempre atento ao comportamento de Eren. 

          Já o paciente ficava encarando a parede com o cenho franzido e murmurando coisas como "cala a boca", "você está mentindo" toda vez que as vozes em sua mente arriscavam falar consigo, as vezes ele contraia os músculos inconscientemente. Nem ele mesmo entendeu o porquê de se sentir incomodado sempre que não estava em movimento. No final, fora um dia intenso. 


Notas Finais


Fica o mistério no ar: Quem é Annie? Uma ex? Uma amiga de infância? Uma prima? :v
Para qm não entendeu um pouco direito aquela cena, aconteceu o seguinte: Armin viu q Eren desmaiou e chamou Levi, o Levi levou ele até o quarto e ficou por lá. Já o Armin como tinha q cuidar do seu paciente, precisou dar uma injeção no Jean, como ele tem fobia de agulhas, acabou machucando o Min e precisou ser dopado. Ou vcs achavam q aqueles roxos eram algo a mais? (Aquela carinha)


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