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História Décalcomanie - Mind Control


Escrita por: Jaesa

Notas do Autor


Gente, se puderem, leiam as notas finais, really

Capítulo 4 - Mind Control


Faltava apenas uma semana para o final de Novembro. A clínica já estava enfeitada com flocos falsos de neve e meias decorativas e temáticas, havia até mesmo uma árvore de Natal montada na recepção.

Eren estava sentado no jardim, desta vez na grama que estava coberta por uma fina camada de neve. Utilizava calças de moletom e uma blusa branca, coberta por um casaco bem quente. Levi estava sentado ao seu lado, utilizando a típica roupa de médico mais um casaco extra.

— Eren, tem certeza de que você não quer entrar? A tendência é esfriar cada vez mais. — ditou o mais velho enquanto se levantava, visando trazer o medicamento diário de Eren.

— Huh? Não, eu vou ficar aqui. — respondeu brincando com o excesso de neve que caíra. 


— Já volto.

Eren acenou a cabeça em concordância e continuou apreciando as calmas melodias de Vivaldi que tocavam no rádio da recepção. Havia pedido para que Sasha colocasse suas músicas, a garota não se importou muito então aceitou. Murmurava os ritmos e balançava levemente sua cabeça, reconhecia que era uma das poucas pessoas ali que preferia mil vezes música clássica do que música contemporânea. O fato não lhe incomodava nem um pouco, se sentia calmo e relaxado escutando esse gênero. Logo teve seu ombro cutucado por Levi que lhe entregou suas pílulas de sempre. Tomou os remédios sem cerimônia com o auxílio da água e voltou a murmurar a música, bocejando brevemente, ato que não passou despercebido pelo médico, assim como a música que murmurava.

Intriga número um: o pirralho gosta de música clássica.

— Já está com sono? Ainda nem escureceu. — franziu o cenho ao ver o mais alto coçar os olhos. Deduziu que fosse algum efeito colateral do remédio. Apenas se surpreendeu um pouco quando meio segundo depois viu Eren apagado na grama.

— É cada coisa. — Levi se aproximou do corpo adormecido do garoto, passando um de seus braços por debaixo dos joelhos alheios e o outro servindo como apoio em suas costas. Não se importava nem um pouco de carregar o paciente, o mesmo era estranhamente leve, apesar da grande altura.

Abriu a porta do quarto de Eren com um pouco de dificuldade por estar com as mãos ocupadas. Quando conseguiu, colocou o esquizofrênico deitado em sua cama e se virou para sair. Porém algo impediu que o fizesse. Com um suspiro audível, voltou para perto do pirralho e o cobriu com o edredom grosso por causa da época. Ao fim de sua missão, pôde finalmente sair do quarto, se repreendendo mentalmente por se importar tanto.

Porém ainda tinha que fazer uma coisa, passou no consultório de Petra, deixando-a ciente da tentativa de suicídio de Eren, não tivera nenhuma outra oportunidade desde o ocorrido. A mulher preparou um roteiro especial de perguntas sobre o caso e pretendia utilizá-lo na próxima sessão. Isso bastou para que Levi ficasse um pouco mais tranquilo, não totalmente, mas um pouco. Caminhou pelos longos e brancos corredores da clínica em direção ao refeitório, destinado especialmente para os médicos.

Encontrou Armin sentado em uma cadeira com uma xícara de café apoiada na mesa ao lado. O louro lia uma revista de palavras cruzadas, Levi não estranhou, afinal estavam em seu horário de folga. Se contentou em pedir um café na lanchonete e se juntou ao amigo, se sentando na mesma mesa.

— Levi, qual é o nome que se dá ao centro circular de um circo? — perguntou o louro sem nem mesmo retirar o olhar da revista.

— Picadeiro. — respondeu simples, dando um longo gole em seu café quente, recebendo um aceno positivo de Armin. — Posso te fazer uma pergunta?

— Até duas.

— O Eren já te falou de algum "titã"?

O louro respirou fundo, marcando a página da revista com a caneta que estava utilizando para escrever a resposta e a colocou em cima da mesa.

— Sim. Só que sempre que eu perguntava sobre ou buscava saber mais, ele ficava pálido e sua pressão baixava. Com o tempo eu decidi deixar as coisas por conta dele, sabe? Não que eu tenha feito muito progresso assim. — deu uma pausa enquanto bebia seu café. — Por quê? Ele te falou algo?

Levi negou com um movimento de cabeça.

— Eu acho que vou precisar aumentar as doses de remédio e as consultas com Petra. — avisou em um tom distraído, a opinião de Armin querendo ou não também era válida para o tratamento de Eren, já que os dois conviveram juntos por mais tempo.

— Ué, por que diz isso? — o louro franziu o cenho, encarando Levi.

— Ele tentou se matar, Armin! Estamos perdendo ele para si mesmo.

— Olha, eu conheço o Eren há um bom tempo. — suspirou. — Tempo suficiente para saber que isso não é do feitio dele. O que aconteceu naquela noite me chocou, e muito, mas acho que o que ele precisa mesmo é sair. Respirar um ar livre, sabe? Por que você não leva ele para a praia? Ele fica bem calmo quando fala do oceano.

O moreno o olhou como se ele tivesse contado a maior das piadas.

— Armin, eu sou o médico dele, ele é meu paciente. Não estamos em uma espécie de filme aonde somos adolescentes apaixonados marcando um encontro.

— Eu estou falando sério. Pensa comigo: não acha que a tentativa de suicídio foi talvez algo derivado do isolamento? O Eren só come, dorme e é medicado. Ele precisa sair como todo ser humano normal, precisa interagir com seres humanos. Seres reais.

— Tá, então por que você não leva ele, já que são "tão amigos"? — cruzou os braços.

— Eu não, já tenho meus próprios problemas. — ergueu as sobrancelhas, deixando bem claro sobre o que estava falando.

— Então eu vou pedir para os pais dele... 

— Não, Levi. — o louro lhe interrompeu segurando em seu pulso. — Você tem que fazer isso.

— Por que eu?

— Porque você é o médico dele. Se ele se sentir bem com você, as coisas serão mais fáceis, não acha? Ele irá se abrir mais facilmente. — soltou o pulso alheio, mantendo aquele mesmo contato visual.

— Não, não acho.

Armin suspirou, cruzando os braços em frente ao peito.

— Confia em mim, vai dar certo.

O menor passou longos segundos pensando, analisando minimamente os prós e contras. Sabia que não era uma pessoa de fácil convivência (sua ex-namorada que o diga), tanto que se admirava ao ver que alguém animado como Armin ainda andava consigo. No entanto, a ideia de ajudar o paciente com a questão do isolamento lhe pareceu bem válida. Seria apenas um dia na praia, correto? Correto.

— Tá, se você diz.

O louro comemorou internamente, já fazia um bom tempo que queria retirar Eren dessa "bolha" que ele próprio havia criado.

— Ah! Antes que eu me esqueça, o que você acha de iniciar uma terapia em grupo com o Eren?

Levi franziu o cenho.

— Como assim?

— Eu estava conversando com um psicólogo, e ele me disse que tinha um grupo de terapia. Alguns membros são pacientes daqui mesmo da clínica. Eu já estava pensando em levar o Eren mas... você sabe. Então, o que me diz?

Terapia em grupo era um dos bons tratamentos para esquizofrenia, Levi sabia muito bem disso. Balançou a cabeça em concordância, iria tratar de Eren. Iria ajudá-lo.

No dia seguinte, lá estava Levi puxando o maior da cama, alegando que os dois iriam sair.

— Por favor, colabora, Eren! Você precisa sair um pouco.

Eren soltou uma lufada de ar, ficando finalmente em pé.

— Eu não quero ir! Eles estão lá fora... A polícia está atrás de mim. — seus olhos verdes se arregalaram.

— Eren, você vai estar comigo. Nós só vamos para a praia. — Levi explicou calmamente, conseguiu ver facilmente o pânico do mais novo quando o assunto era "socializar", precisava mudar isso. Tanto pela personalidade de Eren quanto pelo seu tratamento.

— Espera... praia? — os orbes do paciente ganharam um brilho diferente.

— Sim. Mas pode começar a chover então nem pense em colocar roupa de banho. — também não via muitos pontos em ir à praia em um dia frio com probabilidade de chuva, mas Armin disse que o mar acalmava Eren. Estava contando com isso.

— Eu vou me arrumar! Espere aqui! — o mais novo pegou uma muda de roupa e foi para o banheiro, já deveriam ser umas 15:30, já havia tomado seu remédio e tudo.

Assim que voltou para o quarto, estava usando uma calça preta, uma grossa blusa bege de manga comprida e uma toca, além de tênis. Levi estava com uma roupa semelhante, só que estava sem touca e sua blusa era cinza. O tempo pedia isso.

— Vamos? — o maior sorriu abertamente.


Notas Finais


Guys, o capítulo ficou curto, provavelmente com alguns erros. Mas é pq recentemente, um amigo meu saiu do armário, e como ele tem 0 de apoio familiar, precisa dos amigos mais do que nunca. Talvez eu não poste o capítulo 5 amanhã pq pretendo dar o máximo de atenção p ele (já q ele foi praticamente humilhado pelos próprios pais quando se assumiu, eu tenho medo que ele adquira depressão). Anyway, no próximo capítulo vai ter Ereri na praia e muitas revelações, "se preparem-se"
Armin, o maior Ereri shipper q vc respeita


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