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História Décalcomanie - As My Heart Turns Cold


Escrita por: Jaesa

Notas do Autor


FELIZ NATAL E FELIZ ANIVERSÁRIO PARA NOSSO CAPITÃO LEVI S2

Capítulo 9 - As My Heart Turns Cold


Levi's POV

 

          Parei meu carro na frente da casa de Armin. Nem eu, nem ele tínhamos parentes próximos, os deles estavam na Inglaterra e, os meus, na França. Tudo bem que eu estranhava que ele, uma pessoa tão sociável, preferisse passar o Natal comigo do que em alguma festa com seus outros amigos, ou até mesmo, visitar a família. Mas mesmo assim, fui para a casa dele. Assim que cheguei na frente da porta, apertei a campainha e fiquei esperando. Não demorou nem cinco segundos para o louro abrir a porta com uma língua de sogra na boca, um chapéu de festa pontudo, soltando confete bem na minha cara. 

 

          — Feliz aniversário! — ele gritou sacudindo as mãos. Rolei os olhos involuntariamente. 

 

          — Eu disse que não queria essas suas "comemorações". 

 

          — Qual é Levs. — soltei um "tsc" com o apelido. — Só tem a gente aqui, para de cara amarrada. — ele continuou enquanto me empurrava para dentro de sua casa. 

 

          — Fica aí que eu já vou buscar seu presente. — Armin cantarolou enquanto subia as escadas. 

 

          — Eu disse que não queria nenhum presente! — gritei. 

 

          — E eu não perguntei. — ele voltou para a sala, com uma sacola lilás em mãos, sorrindo. Esse pirralho já está cheio de intimidade, tch.

 

          — Abre, abre, abre! — me entregou a sacola e eu, dando de ombros, abri. Lá dentro estava uma capinha para celular, com o tema da Torre Eiffel. 

 

          — Uau. — arregalei os olhos, a arte era definitivamente bonita. — Ér... obrigado? 

 

          — De nada. — sorriu mais ainda, se é que possível. — Então, você me disse que queria conversar comigo pessoalmente. Pode começar. — se sentou no sofá de estofado branco e deu duas batidas rápidas ao seu lado, para que eu me sentasse. Foi o que eu fiz. 

 

          — Eu queria conversar sobre... o Eren. — comecei. 

 

          — Eren? Aconteceu alguma coisa com ele? — o louro franziu o cenho e eu vi a preocupação em seus olhos. 

 

          — Sim, quer dizer, não. Eu não sei. — suspirei. — De uns dias para cá, eu venho me sentindo meio... estranho. Eu sinceramente não sei como aplicar isso. 

 

          — Não me diga que... — ele se levantou, apontando o dedo indicador para mim. — Você está gostando do Eren! 

 

          — Eu não sei, tá legal? — soltei uma lufada de ar, cruzando os braços. — Isso nunca aconteceu antes, eu não sei o que fazer. Preciso dos seus conselhos. 

 

          — Okay, vamos por partes. — Armin voltou a se sentar. — Vocês têm ficado muito próximos, né? 

 

          — Sim. Nós não conversávamos muito, mas, de um tempo pra cá, nosso relacionamento se intensificou. 

 

          — Tipo quando? 

 

          — Aquele dia que fomos para a praia. Eu senti algo de... diferente. 

 

          — E o que você pretende fazer? — me olhou apreensivo. 

 

          — Eu não sei. Por isso quero seus conselhos. 

 

          — Olha, eu nunca passei por isso. — deu de ombros. — Mas acho que posso tentar ajudar. Como seu colega de trabalho, eu digo que isso pode ser perigoso, você está correndo risco e o Eren também. A saúde mental dele, no caso. Você sabe muito bem disso. — deu uma pausa. — Mas como seu amigo, eu digo que você tem que lutar por ele, lutar por vocês. Faça valer a pena. Apenas não deixe esse relacionamento atrapalhar seu dever: cuidar dele. 

 

          — Quem você acha que eu devo seguir? — perguntei. 

 

          — Bom, não há como prever o resultado de suas escolhas, então apenas escolha o que preferir. 

 

          Ele sorriu, que vontade de dar um tiro no meio daquela carinha de bebê. 

 

          — Talvez você já saiba, mas o Eren vai ficar uns dias fora do manicômio. — comentou enquanto se dirigia até a cozinha. Um mito sobre os hospícios: as pessoas acham que são prisões, que um paciente só sai na morte. Mas é mentira, o paciente pode ir e voltar quando ele quiser, se não for atrapalhar sua saúde. 

 

          — É, me contaram. — ele me jogou uma lata de cerveja, a peguei no ar. Abri e tomei alguns goles. — Que horas são, hein? — eu não queria demorar muito no assunto "Eren", então apenas falei a primeira coisa que veio na minha mente. 

 

          — Uh... — o louro já voltava para a sala, olhando seu relógio de pulso. — Dez pra meia-noite. Você chegou bem tarde... 

 

          — Não quero saber, vou pegar seu presente no carro. 

 

          Ele ia protestar mas eu saí de sua casa antes que ele falasse alguma coisa. Assim que voltei, já estava segurando a caixa que continha seu presente. Armin me encarou, erguendo uma sobrancelha. 

 

          — Sério, não precisava. 

 

          — Se você começar com esses papinhos de Orkut de "sua amizade foi o melhor presente que eu poderia pedir esse ano", eu juro que corto suas cordas vocais e dou elas de alimento para o cachorros na rua. — o cortei antes de qualquer coisa. Ele deu de ombros e eu lhe entreguei a caixa. Assim que ele abriu, eu vi um brilho de diversão em seu olhar. 

 

          — Boy London*? Isso é sério? — sorriu enquanto retirava aquele chapéu de festa ridículo e colocava o boné preto que antes estava dentro do compartimento. 

 

          — Você é de Londres, né? Achei que fosse gostar da piada. — voltei a me sentar no sofá. 

 

          — Essa foi ruim até pra mim. E levanta daí, eu ainda não te dei meu presente. 

 

          — Mas a capinha... 

 

          — Aquilo foi seu presente de aniversário, o seu de Natal está aqui. — ele me entregou uma pequena caixa. O olhei com raiva. 

 

          — Eu disse que não queria nenhum presente. 

 

          — Bobagem, é só uma lembrancinha. — sorriu, me olhando com expectativa. 

 

          Suspirei e abri a caixa. Meus olhos se arregalaram automaticamente. Era um globo de neve da Torre Eiffel, novamente. De repente, uma saudade aguda de casa perfurou o meu peito. 

 

          — E-eu... — respirei fundo para conter as lágrimas. Eu não iria desabar agora. Apenas sequei qualquer vestígio delas com as pontas do dedos. Armin pareceu ter percebido, pois me dirigiu um de seus sorrisos mais reconfortantes e tratou de mudar de assunto. 

 

          — Você deve estar com fome, tem salgadinhos~ — eu segui ele até a cozinha. 

 

          — Você, a pessoa mais fitness e saudável que eu conheço, comendo salgadinhos? — uma coisa sobre Armin era verdade: ele adorava se exercitar. Não do tipo levantar peso ou qualquer coisa, apenas exercícios como corridas e ele também possui uma alimentação saudável, afinal é vegetariano. Eu já tentei acompanhar ele naquelas dietas malucas, mas meu organismo não segue a vibe. É aquele velho ditado: "meus antepassados não fizeram arco e flecha para caçar repolho". 

 

          — Uma vez ao ano não faz mal. — respondeu levando uma daquelas batatas fritas super industrializadas até a boca. Ele estava sentado no móvel perto da pia, me sentei ao seu lado, repetindo seus gestos anteriores. Ficamos ali, comendo, bebendo e conversando sobre muitos assuntos variados. O plano inicial era que eu dormisse por lá mesmo, foi o que eu fiz. Lá para as três ou quatro da manhã, nós nos arrastamos pelas escadas até o segundo andar da casa, ele foi para seu quarto e eu fui para o quarto de hóspedes, já que já haviam algumas roupas minhas lá mesmo. 

 

          Quando acordei, estava um frio desgraçado. Me cobri mais ainda com a coberta, mas o sono já havia ido para o saco. Xinguei todos os palavrões que conhecia em inglês (e alguns em francês, só para variar) e me levantei, não pareciam ser mais do que oito da manhã, meu relógio biológico é mesmo muito fodido. Eu não estava pronto para mais um dia sem Eren. Mesmo não tendo uma relação muito profunda com ele, eu ainda sentia sua falta. Escovei os dentes e tomei um banho, trocando de roupa. Eu não estava de ressaca, Armin e eu não bebemos tanto para isso, bebemos mais energéticos do que cervejas. Desci as escadas e saí da casa, mesmo o louro não tendo acordado ainda. 

 

          Caminhei pelas ruas, respondendo aos "Merry Christmas!" que as pessoas me falavam. Admito, estava surpreso por ter gente caminhando na rua plenas nove da manhã. Eu esperava que todos estivessem em casa, com suas famílias, com uns 5kg a mais por causa do peru da noite passada. Decidi me sentar em um banco na praça. Fechei os olhos e me permiti relaxar por uns cinco minutos. Não demorou mais do que isso pois logo escutei alguém que estava arfando cutucar meu ombro. Abri os olhos, um de cada vez, e a figura de um Eren sorridente surgiu bem na minha frente. 

 

          — Feliz Natal, doc.


Notas Finais


E... chegamos aos 100 favs, obrigada por todo o apoio, eu fico muito emocionada ao ver o quanto vocês gostaram da história, sério, eu não tenho nem palavras para demonstrar minha gratidão, apenas... obrigada, do fundo do peito.


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