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História Décimo quarto andar. - Capítulo único.


Escrita por: MalrRy

Notas do Autor


Heeey! Como estão? Hoje venho aqui trazer uma fanfic um pouco aleatória que está guardada na gaveta há bastante tempo, hehe!

Espero que gostem, comentem, por favor! <3

Capítulo 1 - Capítulo único.


Fanfic / Fanfiction Décimo quarto andar. - Capítulo único.

Não sei quanto tempo demorei para descobrir isso, para decidir. Você me avisou que isso poderia acontecer, que eu poderia ficar confusa. Você me avisou, mas não lhe dei ouvidos. Não acreditei. Hoje, me arrependo tanto que poderia simplesmente deixar de existir. De fato, isso ocorrerá hoje, deixarei de existir.


Meu pior erro foi ter me apaixonado pelos dois mais poderosos deuses do Olimpo, meu erro foi ter acreditado que a escolha seria pacífica, que ninguém se machucaria. Fui ingênua e por conta disso sou culpada pela morte de muita gente, até mesmo de deuses menores. A dor e a culpa me assolam, uma pergunta -ainda sem resposta- vaga constantemente por minha mente: "Se eu deixasse de existir, tal guerra, tão sangrenta e dolorosa, acabaria?"


Sou apenas uma simplória humana, pobre, negra e periférica. Apenas estive no lugar errado, na hora errada. Nunca quis trazer tamanho sofrimento, nem para o ser humano, nem para os deuses. Como eu poderia me perdoar sendo que minha existência é tão problemática? Não tem como. Agora eu sei, para isso acabar, um dos deuses tem que morrer. E para impedir isso de ocorrer, eu devo morrer. A solução é tão simples e fácil que é inacreditável que ela consiga acabar com esse extermínio em massa.


Não sou cega como antes, sei que tanto quanto eu amo Hades e Zeus, estes me amam –tal coisa foi motivo de tamanha discórdia. Tenho certeza que atenderão meu pedido, que pararão com essa matança.

Dói ao cair do décimo quarto andar? Apenas rezo que não, rezo também para que minhas preces não sejam ouvidas, pois isso me entregaria completamente.

Minha mente está limpa, não me arrependo de minha escolha, não sinto medo. Sentar nessa janela me faz pensar nas coisas que deixei de fazer, nas palavras que deixei de dizer. Está frio, escuro e o ar dança com força contra meu corpo, entrando no apartamento e procurando seu parceiro de dança, infelizmente não obtendo sucesso. Sinto pena, mas sei que daqui a pouco, serei eu a dançar com ele.


Olho o relógio preso à parede atrás de mim, marcavam exatas 23:59. Respirei fundo, contando -sem pressa alguma- um minuto. Quando cheguei ao sessenta, empurrei a batente com a mão, me jogando contra o vento bailante, sendo abraçada confortavelmente pelo mesmo. Os segundos pareceram parar, ou então, passar bem lentamente. Meu corpo se mexeu automaticamente, virando para cima e analisando o céu escuro com poucas estrelas, provavelmente por culpa da poluição ou, quem sabe, por culpa das nuvens espessas, não saberia dizer.


Meus braços começaram a se mexer, não para tentar me salvar, mas sim para acompanhar o ar solitário em uma dança sem precedentes. Eu não sabia o que fazia, apenas me mexia livremente, tanto na mente, quanto no corpo. Como a muito eu não era permitida de fazer. Comecei a gritar, não de dor ou sofrimento, mas de euforia.


Em completa surpresa, me assustei quando dramaticamente fui segurada no ar por duas pessoas, ou melhor, deuses. Ambos tinham um olhar desesperado e irritado. Percebi, pelo olhar deles, que em suas visões –e até mesmo na minha visão interior- o que eu havia tentado e quase conseguido fazer, era completamente errado.


Não reconheci para onde fui levada, mas quando vi estava em um enorme campo. Por um momento, me surpreendi quando senti meu corpo pesado e cansado. Aquilo era surreal. Meus olhos lacrimejaram, grossas lágrimas criaram caminhos por minhas bochechas. Por que eu estava chorando? Eu não estava triste até segundos atrás. Não sentia dor alguma, então porque meu peito estava tão apertado?


Meu coração abriu depois de muito tempo, liberando emoções e dores que nem mesmo eu sabia que existiam. Inconscientemente minha mente havia guardado tudo aquilo e sem eu perceber meus ombros, coração e mente estavam carregando um peso enorme, um peso que estava tão bem camuflado entre o estresse, preguiça, tristeza súbita e animação, que não era notável. Os soluços vieram fortes, junto com os pedidos de desculpa. Nem ao menos sabia por que me desculpava, não me arrependia, certo? Tinha que deixar de existir, minha existência só causava sofrimento! Só causava dor!

Óbvio que eu sabia que os deuses tinham, entre os inúmeros poderes, a capacidade de ler mentes, não era novidade. Se eles conseguiam fazer isso, por que não me entediam? Por que eu não me entendia?


Mesmo tendo os olhos completamente embaçados, pude ver os poderosos deuses se entreolharem e cochicharem algo entre si. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, fui abraçada, não por um, nem dois, mas sim quatro braços. Senti, naquele abraço, o fim da guerra, um pedido de desculpas e uma declaração amorosa conjunta. Retribuí com todas as minhas forças, chorando alto, gritando e, surpreendentemente, tendo em mente que sou importante, que minha existência não é catastrófica.

Naquele momento aprendi coisas que levaria para a vida toda, aprendi que eu –mesmo não sendo uma deusa- tinha poderes extraordinários. Que eu não causava dor, mas sim apenas felicidade. Que eu era simples e unicamente perfeita. 


Notas Finais


Até a próxima, galera! Beijos <3


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