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História Deep Phobia Hunters - Reconhecimento


Escrita por: ElitteBlue

Notas do Autor


Ellite: Boa sexta-feira a todos, demorou muito pra um capítulo tranquilo.
Haruka: Só se foi tranquilo para você, para mim foi bem agitado
Ellite: Falando em agitação... melhor deixar o pessoal ler logo né, aliás você deveria fazer o que o velhote te disse.
*Haruka abraça Ellite*
Haruka: Pronto... (。^‿‿^。)
Ellite: Eh, Haruka?
Haruka: Estou cansada, me carregue até o meu quarto? \(✿˚▽˚)/
Ellite: Mas eu estou...
Haruka: Por favor? (づ。◕‿‿◕。)づ
Ellite: *suspiro* ... tá... '(-¬‸¬-)
Haruka *bocejo* ... また明日みんな.... *Pula no colo do Ellite* (✿^.^) zZ
Ellite: Não é todo mundo que fala em japonês Haruka. Tenham uma boa leitura... *A leva para o quarto*

Capítulo 7 - Reconhecimento


Fanfic / Fanfiction Deep Phobia Hunters - Reconhecimento

... tenho a impressão de que esse medo faz parte deste enigma, seria a base para as minhas dúvidas? Ou seria apenas meu subconsciente pregando peças em minha mente...

Exaustivo, essa e a melhor palavra que se encaixa neste momento. Novamente o “trio” retornou de sua missão por um triz, porém trazendo a primeira conquista de muitas, um “Fragmento do medo”. Mas ainda sim terão que se explicar sobre a convidada inesperada

Mas enquanto isso...

“Enfermaria A1 – D.P.H.”

- Hmm... – Pyiro observava curioso ao longe de onde estava uma garota de yukata que havia sido posta sob a cama por alguns enfermeiros há 8 horas atrás, que descansava profundamente.

- Ela se encontra bem agora, só está bastante exausta. – disse uma enfermeira que se aproximou de Pyiro. Era ela, a qual Pyiro tem interesse. Estava com os longos cabelos castanhos amarrados, tinha os olhos na cor âmbar.

- Ah certo... mas enquanto aos outros companheiros de equipe dela?

- Eles também estão bem. Agora encoste-se que irei medicá-lo! – a enfermeira recolheu um medicamento em frasco de seu jaleco hospitalar.

Pyiro podia até estar deitado, mas seus pares de olhos observavam a enfermeira de cima a baixo enquanto ela retirava a tampa do frasco

- Ok, pode tomar, isso... – Pyiro colocou o medicamento na boca, depois o copo de água que a moça segurava. Não era bem sua intenção, mas ele conseguiu ver dentre o pequeno espaço que o colarinho da enfermeira exibia timidamente os delicados porém atentadores pares de seios.

Pyiro arregalou os olhos enquanto tomava a água com tanta rapidez que acabou engasgando

- Algum problema Pyiro?

- Mmf... nada, não é nada... – dizia Pyiro enquanto colocava sua mão direita na boca enquanto entregava o copo de volta.

- ... entendo, agora repouse.

- Obrigado... – Pyiro se deitou de imediato, olhando fixo para o teto, mas logo seus olhos puxaram para as curvas da enfermeira que saia dali, enquanto tentava ignorar a sensação do seu rosto esquentar um pouco.

- Eeh, se precisa tomar alguma atitude logo... – Pyiro virou sua cabeça surpreso para a direção da voz.

- Ah, cara já te pedi para não aparecer assim do nada! – disse Pyiro olhando para Shiro que estava próximo de sua cama em pé, olhando para alguém.

- Sabe, nunca tive a oportunidade de conversar com aquela garota... e ela parece ser bem forte. – Shiro observava enquanto caminhava para a cama atrás dele com as mãos no bolso de seu sobretudo.

- Pelo que a enfermeira me disse, ela apenas está exausta. – disse Pyiro enquanto olhava para a tal garota.

- Sei... – Shiro encarava para a feição delicada que ali repousava, que se mexeu de repente, ela estava acordando.

- No fim ela está bem, espero que os outros colegas dela estejam também...

- É tão sim, nem chegaram a serem levados para cá... – Shiro caminhou, passando pela cama de Pyiro que o observou se retirar do lugar - ... vou sair um pouco.

- Beleza cara... – Pyiro estranhou a séria expressão de Shiro - ... hmm, deve tá desconfiando de alguma coisa outra vez, como sempre.

Shiro empurra as portas duplas e caminha pelo corredor

- ... “família Reymond”... – Shiro fumegava ar condensado enquanto formou duas pedras de gelo em suas mãos, como pequenos dados até que as esmagou. Uma enfermeira que empurrava um carrinho com medicamentos por ali esfregou os braços com o frio que sentiu apenas por ele passar por ela - ... eu vou ficar de olho... – pensava decidido enquanto descia as escadas.

Não muito longe dali...

Transição de personagens

“Corredor N – D.P.H”

Passaram se oito horas após o retorno dos “Relíquias”. Após algum repouso e tratar de seus ferimentos, Ellite convidou Jill para apresentar um pouco a organização. Ele não sabia como a Haruka poderia estar, obviamente precisava ver como ela estava. A movimentação era grande nos corredores da D.P.H. Dentre a multidão, Ellite está acompanhado da convidada inesperada em direção da recepção da enfermaria. Muitos dos funcionários assim como os membros especiais olhavam curiosos para ela, era perceptível notar que ela não se sentia muito bem com isso

- Se isso for um cosplay do Resident Evil, é o melhor que já vi na vida. – disse uma voz feminina atrás deles.

- Que mané cosplay, é ela mesmo! – replicou outra voz com entusiasmo.

- Dr. Doppel jamais permitiria algo assim, então por que ela está aqui?  – disse uma voz masculina desta vez.

- Ela é linda! – disse uma voz abafada, lógico, era de um dos soldados que passavam em grupo por ali também.

Jill olhou para frente enquanto ainda alguns falavam entre si quanto outros apenas olhavam

- Relaxa, eles apenas nunca viram alguém de outra realidade paralela andar por aqui antes hehe... – eu disse sorrindo para ela enquanto ela olhava pelo canto dos olhos, segurando seu braço.

- ... este lugar, eu ainda estou tentando processar tudo isso em minha mente sabe... – desabafou meio que cruzando os braços enquanto apoiava seu queixo sob o punho fechado.

- ... espera, quando eu estava desacordado eu meio que jurei que a Haruka te explicou sobre nós certo?

- Brevemente para falar a verdade, e por favor me perdoe por ter tentado te matar antes... – ela disse com um leve olhar de clemência.

- N-Nah magina, no fim tudo não passou de um mal entendido hahah... ãh.. – eu sorri na tentativa de reconforta-la, mas pelo sorriso que ela me deu era óbvio que ela me viu fazer cara de “cagaço” por me recordar daquilo.

- ... há há há... tá desculpe por isso mas você fez uma cara... – Jill apoiou sua mão em um lado de seu rosto – ... mas sério, sinto que acordei de um pesadelo, e vocês me mostraram o caminho para acordar... obrigada. – ela disse e em seguida me abraçou.

- Arrgh meu braço... – aqueles cortes no braço, mesmo já saturados, ainda incomodavam bastante.

- Ai desculpe!

- Não foi nada! Mas devemos nossa gratidão pelo meu primo, o Pedro. Se não fosse por ele nunca teríamos nos virado com sucesso naquele lugar.

- ... têm razão, e aliás... onde é que ele está? – disse enquanto me segurava com as mão dela nos meus ombros.

- Bem, agora ele deve estar em qualquer lugar da organização. De qualquer forma nos encontraremos com ele mais tarde... – eu disse enquanto tornamos a caminhar. Nós nos aproximávamos da entrada da enfermaria do nosso lado direito.

Um cara de cabelos grisalhos e sobretudo cinza sai da recepção, olhando para Ellite e Jill

- ... – O cara apenas ficou parado me encarando de cima abaixo, com as mãos no bolso de seu sobretudo.

- ... eh, eu já não te vi antes? – perguntei estranhando a forma como ele me encarava.

- ... você é “Ellite Reymond”... certo? – a D.P.H. pode até ser imensa, mas ainda sim eu já vi esse cara várias vezes antes, por algum motivo eu nunca quis trocar um papo com ele, talvez pela estranha sensação de frio na espinha só de encará-lo.

- Sim mas, quem é você exatamente?  – questionei enquanto tentava compreender aquilo. Mesmo com as roupas de frio que eu uso, já estava tremendo um pouco. Sério que frio é esse?!

- ... no momento certo você saberá quem sou eu... – disse o cara saindo e passando por nós dois na direção oposta de onde viemos.

- Tá... isso foi esquisito. – eu bufei enquanto Jill observava toda a situação calada.

Os dois adentraram então na recepção, lá havia uma enfermeira atrás de um balcão que estava lendo alguns prontuários

- Boa tarde enfermeira! Por favor, viemos ver a Haruka Kabuto.

- ... oh Ellite! Boa tarde! Ela está na enfermaria A1.

- Todo mundo conhece você por aqui? – a ex-policial arqueou a sobrancelha.

- Todos os funcionários como médicos, soldados e cientistas possuem informações básicas dos membros especiais, como eu por exemplo! – respondi sorrindo enquanto apontava para mim mesmo – Mas claro que há alguns que pegamos afinidade.

- Por favor, por aqui. – disse a enfermeira.

A enfermeira subiu algumas escadas que estavam mais para o fundo da recepção, logo eles estavam em um curto caminho com alguns enfermeiros que estavam de saída do lugar, foram até as pálidas portas duplas 

- Certo, ela acordou agora a pouco, ei como está o seu braço?

- Considerando pelo que passei, está bem sim! Obrigado por perguntar enfermeira! Eei! HARUKA!! – corri assim que eu vi Haruka.

- Ei Ellite espera... – Jill olhou para a enfermeira, ambas deram uma curta risada.

Ellite se aproxima rapidamente em direção de Haruka, ela estava ajoelhada em cima de uma cama com as mãos sob suas pernas enquanto conversava com alguém que estava deitado em outra cama

- Haruka! Graças a deus você está... ah opa, quem é ele Haruka?

- Pyiro, te apresento o líder do grupo, Ellite!

- Que foda! Você consegue mesmo invocar qualquer tipo de monstro?! – que repentino, ele disse enquanto estava deitado coberto até a cintura. Usava uma jaqueta sem mangas vermelha com estampa de chamas, tinha o cabelo ruivo e encaracolado, mas o que chamou a atenção mesmo foram esses olhos de cada cor. Aquilo era maneiro!

- Bem, só aqueles que tive a infelicidade de “conhecer”... – falei lembrando enquanto passava minha mão na nuca.

- Kabuto-san, Fico feliz que esteja bem! Mas não deveria estar descansando? – Jill se aproximou de Haruka.

- Tudo bem, pode me chamar pelo nome mesmo. – a garota de yukata correspondeu.

- Oh, certo Haruka. Mas não se sente exausta? 

- Não vou dizer que passei por coisa pior, eu ainda não cheguei ao meu limite. – disse Haruka sorrindo com determinação em suas palavras – Só precisava dormir mesmo, ficar com a guarda em alta por três dias naquele lugar não é para qualquer um. E além do que, eu tenho meus ideais para defender... – Haruka disse isso me observando com um olhar de tara seguido de um sorriso, me senti uma lebre no olhar de uma raposa.

- AH- EH... É um prazer conhece-lo... bem como é seu nome mesmo?! – disse corando o rosto, Jill percebeu a cena mas decidiu conter-se.

- Verdade, cadê meus modos!? Sou Yukio Don Yul. – disse apertando o punho com uma mão e com a outra apoiando no peito.

- Prazer cara. – estendi minha mão e fui respondido por um aperto de mãos dele.

- Bem Ellite, desculpe te perguntar mas você viu um cara de cabelos grisalhos e sobretudo cinza?

Um silêncio tomou aquele lugar por alguns segundos, na mente de Ellite a estranha cena deste mesmo cara o encarando com aquele olhar medonho, aquela sensação de frio na espinha de alguma forma veio com essa recordação

- Ellite? Você tá ai? – disse Haruka passando sua mão a frente do meu rosto.

- ... ah, sim sim eu o vi. – respondi com uma expressão neutra.

- Hm... vou chutar o que acho: você viu o Shiro e ele estava em seu momento “Sherlock Homes”. Ele fica bem sério quando está assim, mas ele na verdade é um brincalhão.

- Eh percebi... – disse após retirar meu gorro e expor a mostra o cabelo negro que refletia a luz da enfermaria. Sério aquele cara me deixou inquieto demais.

A conversa seguiu por longos minutos, se não horas! Pyiro brevemente contou como sobreviveu ao ataque de Nemesis junto a Shiro e Kuro que ajudou os dois a fugirem do monstro, Ellite se surpreendeu ao saber que aquele baixinho mudo pertencia ao grupo dele, aliás um dos vários grupos de “interceptadores”. Jill contou suas experiências que teve, seus momentos críticos quando esteve em Raccoon City

- Conseguiu derrotar aquele deformado apenas com uma pistola?! Não é possível... – lamentou Pyiro por lembrar de ter fracassado em derrotar o monstro.

- Bem, não se sinta mal por isso, eu quase morri para ser sincera! – Jill tentou conformá-lo.

- Heheh, o Pedro morre de medo daquele bicho feio, eu o chamo de “Seu buceta deformado” – falei enquanto colocava o gorro após ficar brincando com ele, Haruka ria baixo.

- Posso não ser brasileiro, mas pelo tempo que moro aqui nesse país já sei muito bem de quem está falando hehehe. – disse Pyiro enquanto ria lembrando do “meme.

- Sem brincadeiras agora, aquela coisa quase ferrou com a gente, de longe foi um dos inimigos mais... – alguém abriu a porta da enfermaria me fazendo parar com a explicação.

Passos apressados gradativamente ficaram mais lentos

- Boa noite a todos, espero que estejam se sentindo melhor agora. – apareceu o velho segurando sua prancheta. Já é de noite?!

- Doppel! – Tanto a mim quanto Pyiro falamos ao mesmo tempo.

- Boa noite Dr. Doppel. – disse Haruka em um tom alegre.

- É gratificante ver que já recobrou a consciência Senhorita Kabuto. Vejo que já se conheceram também, aliás, Pyiro como está sua costela? Sente alguma dor?

- Nenhuma dor, me sinto bem melhor, obrigado.

- Haruka, queria apenas pedir para que você se dirija para a sua fototerapia, parece que a sua orquídea ainda está um pouco ressecada. – Doppel examinava a flor que estava do lado direito da cabeça de Haruka.

- Doutor, desculpe mas poderia me explicar sobre isso?

- Hein, sobre o que? – perguntou Doppel enquanto virava-se para Pyiro.

- Pelo que entendi, essa flor na cabeça dela não tá ali só de enfeite né?

- ... você está certo. Mas acredito que seria mais convincente vindo dela mesma. – Doppel acenou com a cabeça para Haruka, que saiu de sua cama e sentou-se na dele, próxima de Pyiro, virando sua cabeça de lado aonde possuía a flor para ele.

- Minha habilidade é a “Botanofobia”, ou “medo de plantas”. Pode parecer algo até meio “bobo”, mas indo em foco do assunto, possuo a capacidade de manipular qualquer espécie de planta, sejam vinheiras ariscas ou cipós volumosos, plantas carnívoras exóticas ou plantas venenosas mortais... mas isso têm um preço: clorofila.

- “clorofila”... – Pyiro pareceu compreender um pouco, mas Doppel aproximou-se com a mão nas costas e explicou com calma.

- Presumo que tenha estudado sobre “Fotossíntese” em sua época de colégio Pyiro.

- Sim.

- Então deve saber que para uma planta manter-se viva, ela obtém sustento através de um processo em que ela absorve luz solar e transforma em energia.

- Sim doutor.

- Basicamente, Haruka possuí a limitação de depender de luz quando faz uso bruto de seu poder, se ela utilizar uma certa taxa, não há riscos. Porém, se ela manter este mesmo ritmo em um longo prazo sem obter luz solar suficiente para suprir a falta de seu poder, ela enfraquece.

- isso explica por que ela estava tão abatida quando a vi pela primeira vez, estava de madrugada e haviam poucas iluminações... – Jill olhou com pena para Haruka, que olhava com uma expressão triste para o chão, devia estar pensando em algo?

Haruka levantou-se de onde estava sentada

- Bem... então encontro vocês mais tarde então! –avisou a garota, enquanto andava em direção da saída.

- Certo Haruka, até mais haver! – acenou Pyiro. Decidi ir na direção da Haruka para perguntar sobre algo.

- Desculpe, Doutor Doppel certo? Por favor, sabe me dizer aonde está o Pedro? – Jill se aproximou do velho que a observou calmamente.

- Se refere ao “Pedro B. Reymond”?

- Sim... eu acho.

- Eu o vi próximo da quadra de treinamentos, é só seguir pelos corredores e...

O velho orientou Jill dizendo aonde encontrar Pedro

- ... certo, obrigada. – disse em passos rápidos para encontra-lo.

- Disponha. – Doppel voltou a observar alguns raios x em sua prancheta.

Jill passa por Ellite e Haruka que estavam conversando

- Que foi fofo?

- Ah, nada Haruka, eu queria perguntar uma coisa... – sério, posso ser quase qualquer coisa, menos “fofo”.

- ... sim? – Haruka aproximou-se bem próxima de mim, me abraçando pela cintura e encostando seu rosto perto o suficiente para sentir sua respiração, me arrepiei.

Ellite abraça Haruka com apenas um dos braços

- O que houve comigo antes de eu acordar dentro daquela capela em Raccoon City?

Haruka ao escutar a pergunta apenas ficou quieta. Hesitante em responder a pergunta de Ellite ela levemente pressiona um pouco mais o abraço

- Se eu disser, você ficará muito preocupado.

- Co-como assim preocupado? – já reparou que quando alguém diz para você não se preocupar com algo, você acaba ficando mais nervoso ainda? Comigo não foi diferente.

- Viu só? Façamos o seguinte, te digo o que houve se fizer uma coisa por mim...

Ellite sentiu a mão da Haruka sair de sua cintura e vagarosamente descer até “aquele lugar”

- HÃ...t-tudo bem! – pulei tão rápido do abraço dela que quase acabei caindo de costas.

- Têm certeza? Nem ouviu minha proposta ainda... – Haruka apontou para o imenso vaso de planta que estava no canto da enfermaria. Este começou a chacoalhar e dali três imensas raízes cresceram de dentro para fora do vaso derrubando um pouco da terra escura, pior mesmo foi ver esse infeliz mover-se em minha direção como um crustáceo, cambaleando quase derrubando.

- Não valeu mesmo!! – disse correndo para fora da enfermaria.

- É uma pena... – disse Haruka fazendo as raízes entrarem de volta no vaso de plantas que agora estava praticamente na porta da enfermaria - ... melhor eu ir logo, mal consegui manter o controle.

Haruka caminha até a porta por onde Ellite havia passado, saindo da enfermaria para a sua fototerapia. Enquanto isso, Dr Doppel explicava sobre a recuperação de Pyiro

- ... exatamente isso, se o tratamento seguir tranquilamente, muito provável que receba alta logo Pyiro, bem eu ainda preciso tratar de um assunto. Até logo. – disse o velho retirando-se da sala.

- Certo doutor, até! – Pyiro acenou e em seguida acomodou-se em sua cama – haha, quem diria que eu teria tais visitas! Uma personagem de um jogo veio me visitar. Só nesse lugar do mundo que isso poderia ocorrer mesmo! – Ele fecha os olhos, cochilando.

Transição de personagens

“Quadra de treinamento S-4”

Pedro pensava, inquietante no que suas atitudes resultaram e o que ainda poderiam resultar

- ... Dr. Doppel sempre nos alertou dos riscos que representariam em intervir em eventos de outras realidades paralelas, o risco de afetar outras linhagens do tempo é inimaginável segundo ele... – Pedro observava um senhor que varria o outro lado da quadra, conversando com mais 5 rapazes que auxiliavam na manutenção do lugar - ... bem, é o preço que sou obrigado a pagar por meter o nariz aonde não era da minha conta.

- Pedro! – a voz fez com que Pedro se virasse de imediato.

- Jill?! Mas o que... – Jill parou bem a sua frente, encarando seriamente enquanto sua mente ainda processava especulações.

- ... pois é, estava te procurando.

- e pra que?

- ... para agradecer...

- “agradecer”...?

Pedro apenas focou toda sua atenção para as palavras de Jill

- Se não fosse por você, o seu primo e Haruka, eu ainda estaria vivendo uma ilusão de horrores e pesadelos... eu, eu queria te pedir desculpas por ter te ofendido também.

- ... não! – Pedro corou o rosto enquanto levantava suas mãos – eu que te peço desculpas por ter te...

- “Por ter” o que?

Pedro olhou para sua mão esquerda enquanto seu rosto ficava mais vermelho, por mais clichê que fosse essa cena em sua cabeça, ela acabou acontecendo com ele

- ... Oh i-isso, não se preocupe.. aquilo foi um “mal entendido”, eu acho. – Jill cruzou os braços enquanto olhava para o lado, tímida.

- Mas até que foi engraçado quando você me deu aquela “chave de braço”. – Pedro sorriu para a ex-policial que olhou para ele sorrindo.

- ... hehe não posso dizer o contrário. Mas agora vocês terão que se explicar com aquele senhor, o...

- Doppel, Doutor Doppel. – disse Pedro acenando com a cabeça – E é, tenho que procurar por aqueles dois mais tarde para lidar com um assunto com ele...

- Eu fui na enfermaria com o Ellite ver como a Haruka estava depois dele me apresentar alguns pontos desse lugar. A Haruka foi fazer fototerapia, sinceramente eu estou impressionada com o que seu primo me explicou, vocês possuem habilidades baseadas em fobias... parece até coisa de filme.

- É bem irônico vinda de uma personagem de vídeo-game. – pensou Pedro.

Jill olha para a quadra, os funcionários operavam imensas máquinas, estavam restaurando o chão da imensa quadra, cheia de rachaduras e fissuras

- Desde o último dia de treino estão restaurando esta quadra...

- Esta não é a única, passei por várias quadras até te encontrar.

- ... sim, isto por que esta possui o bioma de campo aberto, é o mais simples e relativamente pequeno. É perfeito para combates diretos.

- entendo... – Jill observava a quadra até olhar para Pedro de volta - ... mais uma vez, obrigada – Jill beija o rosto de Pedro, em seguida ela vira-se e caminha lentamente por onde veio – eu irei dar mais uma volta pelo lugar, você vem?

- ... Hã?! S-sim claro! – falou em resposta de repente estendendo a mão enquanto segurava com a outra no lugar do beijo – Por acaso o Ellite te apresentou o lugar aonde Haruka costuma repor as forças dela?

- Agora que disse, não. – Jill respondeu com um tom de curiosidade.

- Certo, então eu te mostro! – Dizia Pedro, se sentindo um “guia turístico” tomando a frente.

Próximo ao LAB da D.P.H...

“Domo de Éden – Estufa U-1”

Provavelmente a questão mais relevante por um convidado a parte seria: “Como tudo isso foi fundado”? A D.P.H passou por muitas adaptações por anos enquanto era mantida em segredo do mundo, e em resultado temos uma imensa instalação com equipamentos de última geração seguidos de uma disciplina rígida perante os membros. Se observar bem, a disciplina é algo comum e necessário. Exatamente abaixo de uma árvore em específico, o “Bordo Japonês”, há alguém encostado nas raízes, recebendo um feixe de luz de uma das lâmpadas enquanto está cercada das inúmeras folhas com um tom de rubro vibrante

- “Ellite!! Por favor, acorda!! ELLITE!!!” – lembrava do episódio em que Ellite foi tomado por aquele fragmento, a voz estridência como os fortes ventos de uma tormenta em sua mente ocupada por preocupação e ansiedade – ... o que foi aquilo? – disse Haruka abrindo os olhos, olhando para baixo enquanto fez com que uma minúscula planta crescesse entre os dedos de seus pequenos pés.

Haruka observava fixa para a pequena planta, começou a acariciar uma das folhas

- Ás vezes sinto sua falta também, papai... – sussurrava enquanto abraçava suas pernas - ... sinto falta de tudo, dos meus antigos amigos, da Cidade de Uruma onde morávamos, era tão bom quando viajávamos juntos até o vilarejo de Ryukyu... – era impossível para ela impedir que suas lágrimas descessem pelo seu rosto.

Os muitos que chegaram a conhecer Haruka, poderiam descrever que se trata de uma pessoa independente, que costuma controlar situações ao seu favor e encara tudo com alta estima e um sorriso destemido. Mas todo mundo têm o seu “LADO RUIM”. Ela estava em seu momento de “LUTO”

Lembranças assombram a garota de quimono

- “Otou-san? Anata wa kokodesu ka?”

- …”gruuuhôôô”…

- “Otou-san?! Genki?!”

- “GRAAAAHH

- “AAAAAH!!” – Haruka tremia enquanto seu pensamento era tomado por um pesadelo, a raiz de sua fobia. Abraçava suas pernas com intensidade enquanto suas lágrimas desciam de seu rosto, segurava sua voz que gemia baixo.

- HARUKA? CADÊ VOCÊ?! – Haruka imediatamente escutou a voz e olhou para os lados.

- ... Pedro?

- HARUKA!!

- SIM!! EU TÔ AQUI! – levantou-se depressa, secando as lágrimas.

Pedro aparecesse de uma das trilhas, acompanhado de Jill que olhava espantada para a imensa estufa e depois para onde Haruka estava

- Meu deus, que lugar mais lindo!

- Bem-vinda ao meu “cantinho particular”... – Haruka sorria.

- Eh, seus olhos estão um pouco vermelhos... parecia que estava chorando... – dizia Pedro chegando próximo a ela.

- Impressão sua... – respondeu de imediato, olhando de volta aonde estava sentada.

- Hmmm, deve ser sobre o primo que ela tenta assediar sem o consentimento dele...

Haruka olha pelo canto dos olhos sem esboçar reação para Pedro, que apenas sorri sem desconfiar do que Haruka estava prestes a fazer

- Tudo bem Haruka, todos têm o seu momento pessoal.

- Pois é, só o cabeça de vento do Pedro não percebe haha.

- Ué não percebi o que? Bem de qualquer forma eu ia te avisar sobre a conversa que teremos com o Dr. Doppel sabe?

- Ah entendi, temos que explicar pro Doppel que você não conseguiu controlar sua emoção perto da sua personagem favorita e quis ela só para você.

- E-explicar o que? – disse Jill virando a cabeça na direção de Pedro, que ficou nervoso.

- Nah! Não liga não Jill! Ela tá só me provocando de volta... – respondeu nervoso, sorrindo.

- ... sei. – Jill fingiu acreditar.

- C-certo então! Irei avisar o Ellite para...

Haruka observa Pedro se aproximar o suficiente de Jill para dar o seu “bote fatal”

- “はい...今 ...” – pensou em sua mente.

Haruka faz uma raíz sair do chão, fazendo Pedro tropeçar e cair para frente

- TAH PORR...

- ESPERA!

Pedro cai derrubando Jill junto

- ... nossa Pedro como você é ousado... – Haruka sorria corada, passando sua mão esquerda na frente de sua boca, enquanto apontava para a mão de Pedro com a outra.

- HARUKA COMO VOCÊ P....

Pedro sente sua mão direita pressionar uma massa bem macia e redonda, aos poucos percebendo que sua situação iria piorar

Pela segunda vez, Pedro “acidentalmente” caiu em cima de Jill com uma de suas mãos em cima do seio direito dela

- ... hããã... ca-calma eu posso... – gaguejou, retirando sua mão depressa.

- Grrrr.... PERVETIDO!!! – Jill berrou e em questão de segundos agarrou Pedro pela sua mão e a virou ao contrário.

- HÁÁÁÁÁHHAAHA CALM...!! – Pedro leva um soco no lado direito.

- HEHEHEHE – Haruka ria alto enquanto Jill havia colocado a cara de Pedro contra a terra, puxando os dois braços dele pelas suas costas, furiosa.

- HÁÁÁH DESCULPA EU NÃO SABIA!!

- SAFADO!! SEU SAFADO!! – dizia enquanto pisoteava nas costas de Pedro.

- Em fim, até logo “Ero-kun” – Haruka caminhou pela trilha que levaria para fora daquela imensa estufa.

- HÃÃÃAAk!! DESCULPA JILL... HÃÃÃk!!! NÃO!! HÃÃÃKK!!!!  NÃO ERA PRA ACONTECER!!! – Haruka sorria maleficamente enquanto escutava distante da confusão que conseguiu criar.

- CALA A BOCA!!

Um estralado similar a madeira faz um imenso eco, de dentro da estufa

- HÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!! –  tranquilamente Haruka passava pela porta que se abria automaticamente, já pelo lado de fora da estufa. Um soldado passava por ali e escutou os berros.

- Com licença Srta. Kabuto, mas o que tá...

- Isso é resultado de quando um garoto ousa tocar uma garota em um “lugar proibido”.

- ah tá.... – o soldado arregalou os olhos e engoliu seco olhando para a porta, aonde os berros de dor do Pedro prevaleciam junto a voz de ira da Jill.

-Sabe me dizer aonde está  Ellite Reymond? – perguntou aproveitando a presença do homem.

- Sinto muito, eu estava no setor leste em treino com “Red Dot”, mas com certeza outros o viram.

- Bem, boa noite! – Haruka foi procurar por Ellite.

- ... hm... preciso melhorar bem a pontaria hehehe... – disse o soldado apontando sua G36C para o alto.

- SOCORRRRRRO!!!!! – a voz de Pedro ecoava se aproximando da porta.

- Eh? – o soldado se virou para porta, distanciando-se dela.

A porta abre, o garoto cheio de hematomas, sujo de terra cai desesperado do lado de fora

- HÁÁRG!! – Pedro passa correndo para o caminho de onde Haruka havia ido.

- Humf! – uma moça sai limpando as mãos, ela olha para sua esquerda e vê o soldado que a observa com uma certa tensão.

Jill empina o nariz e ignora o soldado caminhando para onde Pedro havia corrido

- “A melhor entidade da terra é uma boa mulher, e a pior, a que é má.” – o soldado pensava enquanto sentia calafrios por observar a expressão furiosa da jovem ex-policial.

Adiante dali...

“Corredor N – D.P.H.”

- ... como eu disse, nos esbarramos com ela assim que entramos na tal cabana do cemitério. – Ellite contava um pouco do que houve de sua última missão.

- Pera, mas você não disse que era um parque? – indagou um dos três soldados que não compreendeu o que o garoto de roupas negras dizia.

- Sim! Mas o lugar era imenso, era o principal parque da cidade, é como o “Parque do Ibirapuera”, só que com cemitério e um monte de mortos-vivos de várias formas. – explicava abanando as duas mãos.

- Como o seu primo não foi infectado? Pelo que eu soube sobre ele, nem sequer possui alguma habilidade... – dizia outro soldado passando a mão no queixo.

- Se eu dissesse que foi apenas sorte, não estaria sendo sincero. Ele sabia bem como lidar em cada ponto daquele lugar, isso por que ele já jogou o jogo.

- Tá deixa eu ver se eu entendi... – um dos soldados que permaneceu calado o tempo todo se aproximou olhando para baixo, segurando seu fuzil com uma das mãos - ... tá me dizendo que nas últimas 8...

- Até agora não conta! Quando Doppel conseguiu entrar em contato conosco, ele disse que sumimos por 5 horas!

- ... tá que seja! – o soldado abanou a mão – Vocês ficaram por três dias, exatamente como ocorreu com a protagonista do tal jogo?

- ... sim.

- Bem, nunca mais reclamo do meu turno por aqui... – o soldado virou as costas, voltando para o seu posto.

- heheheh – riram os outros dois soldados.

- PRIMO!! – um grito esgoelado fez com que Ellite vira-se para a direção do berro.

Pedro se esconde atrás de Ellite

- MAS QUE? SAI CARA, SE TÁ TODO SUJO!

- Shiiii!!! Ela tá vindo me pegar! – disse Pedro choramingando.

- Hein? – Ellite virou a cabeça sem entender direito.

Jill se aproxima com um olhar neutro

- Oi Jill! – Ellite acenou para Jill.

- ... oi. – disse com uma voz sem expressar emoção.

Os soldados levantaram a mão em sinal de cumprimento também

- Oi para vocês também.

- Pera ai, se viu aonde a Haruka foi? Nós iremos...

- Estou aqui. – a garota de quimono apareceu por trás de Ellite e Pedro, que estava atrás de seu primo, agachado – Ei Pedro, precisamos ir pro gabinete do Dr. Doppel.

- POR QUE VOCÊ FEZ AQUILO!? – Pedro se levantou, irritado abanando os braços freneticamente.

- Hmm... não entendi.

- Você me fez tropeçar de propósito só pra eu fazer...

- “Fazer o que”? – Haruka sorria com uma expressão maliciosa.

- Fazer...

- Quer dizer que você “fez” mesmo o que queria? – a garota do quimono disse dando um pequeno salto para frente.

- NÃÃO! DIGO, EU NÃO FIZ AQUILO! – Pedro agora estava perdido de vergonha.

- O que ele fez Haruka? – perguntou Ellite que apenas observava Pedro fazer sinais com as mãos como se quisesse dizer “nada não”.

- Ele repetiu a doze que fez na cabana. – sussurrou, mas olhando para Pedro com um olhar pervertido.

- Não entendi... aaah tá – respondeu Ellite olhando para cima.

- Eu não fiz aquilo por que quis! – Pedro se aproximou de Ellite.

- Sim, mas o que ele quis dizer foi que ele adorou. – Haruka sorriu para Pedro.

- EU NÃO FALEI QUE GOSTEI!! – berrou com os olhos fechados e com as duas mãos na cabeça.

- “Não gostou do que”? – perguntou Jill atrás de Pedro, que ficou mais branco que o plano de fundo desta página.

- Eek! É- nada não! – falou com uma voz quase fina, suando de medo.

- Ele disse que “não gostou do tamanho deles” – Haruka levemente apertou os próprios seios com as duas mãos.

Ellite tem um leve sangramento nasal por ver a cena, Pedro arregalou os olhos e seu queixo quase cai pro chão. Jill ficou com uma aura negra em volta dela

- Fudeu... – pensou um dos soldados olhando com aflição para Pedro e Jill.

- ... quer dizer que além de pervertido, ainda fala mal dos meus peitos? – Jill colocou sua mão esquerda no ombro de Pedro que travou de pânico.

- Hã-Hã-Haruka sua... – Pedro apontava com seu dedo tremendo para a direção da Haruka, que já havia pego Ellite pelo braço o levando para o gabinete do Dr. Doppel, ele olhava com cara de paisagem ainda sangrando um pouco o nariz enquanto era arrastado.

- Rapazes, melhor vazarmos daqui, tipo, AGORA... – avisou um dos soldados caminhando depressa enquanto olhavam para Jill massacrar pela 3ª vez Pedro.

- SOCORRO!! ESPERA AI!! ME AJUDEM VOCÊS!!! – gritou por clemência para um dos soldados que estavam se distanciando que se virou para dizer algo.

- É mais fácil lutar contra o capeta do que com uma mulher em fúria. Desculpe – disse um dos soldados com calafrios na espinha. 

- Olha garoto, perdoe mas “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”... – aquilo atingiu Pedro tão dolorosamente quando as cotoveladas no meio das costas dele.

- AGORA VOCÊ APRENDE!! – gritou para Pedro.

- Não, NÃO A CHAVE DE BRAÇO NÃO!! AAAAAH

Estralado ecoa pelo corredor

- YAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!! – o grito fez todos da organização pararem com o que estavam fazendo por algum momento, mas voltaram a normalidade logo após.

- “Que caralhos foi isso”? – Alan Ferreira do canal “Eletronic Desire GE”.

Algum tempo depois...

“Gabinete - DR. DOPPEL”

Já estava bem tarde da noite, o grupo aguardava ao sinal do velho para entrarem no gabinete sentados em um banco numa sala reservada

- ... não é justo, eu queria estar em casa agora... – Ellite reclamava pela demora, já haviam pessoas ocupando a vez deles no gabinete de Doppel.

- Pelo menos você não passou as últimas horas sob atrocidade... – reclamou Pedro, a barra de sua camiseta polo vermelha estava um pouco rasgada, haviam marcas de sola de bota no peito, ele segurava um saco de gelo no rosto.

- Temos que procurar palavras sábias para nos justificar de nossa violação ao “Termo de Intervenção dos Eventos em Realidades Paralelas”, fico imaginando qual será o resultado... – dizia Haruka com os braços cruzados

- Não pode ser pior do que o meu dia... – dizia Pedro olhando irritado para frente, enquanto segurava o gelo.

- Relaxa Pedro! Vamos dar um jeito de explicarmos tudo! – Ellite dizia determinado, apertando os punhos olhando para Pedro.

Pedro tira o saco de gelo do rosto e olha para Ellite, mostrando o olho roxo

- ... pfff... – Haruka colocou as duas mãos na boca.

- Caralho hein primo, tá muito feio... – disse Ellite apontando para o olho direito dele.

- Cala essa boca... – respondeu ranzinza, colocando o saco de gelo de volta no hematoma.

A porta se abriu e duas garotas saíram dali

- ¡Ahora vea lo que pasó! Debería haber cuidado. – disse uma garota meio baixa, de cabelos negros volumosos soltos, saias xadrez azul escuro com poncho roxo, meias cinzas com listras negras quase na altura do joelho, grandes botas pretas com zíper na lateral com um imenso sombreiro purpura.

- Oye, no me culpe por la cagada que hiciera... – disse outra de cabelo preto longo estilo “rabo de cavalo”, ela era maior que sua colega, devia ter por volta de 1,80. Esta usava um jeans alaranjado, botas “country” com bordado beges claro e base da sola preta, acompanhado de uma camiseta polo branca com laço vermelho no pescoço.

- No lo creo... MIERDA! NOSOTRAS HABIAMOS PELEADO TAN BIEN Y... – a garota de purpura parou de cismar com sua colega e olhou para o lado.

O trio observava sem entender muito bem o que ambas diziam

- PRÓXIMO! – avisou Doppel de dentro de seu gabinete.

-.... – A garota do sombreiro olhava direto para Ellite, enquanto sua colega observava o trio.

Certo, vamos terminar com isso e voltar para casa! – disse Pedro segurando o saco de gelo no rosto.

O grupo entrou na sala e fecharam a porta

- ¿... son ellos... mismos? –  indagou a garota de poncho para a sua colega.

- ... Ellos pertenecen a la división de las relíquias, Pero sólo conocí a algunos de ellos, sabe que no voy con la cara de los hombres de aquí...

- Bueno, pero... – a garota do poncho arrumava o seu imenso sombrero.

- "Bueno pero” ¿más que? – sua amiga aproximou-se com as mãos na cintura.

- ¿Y ese chico de ropa de frío negro? El es muy guapo... – a pequena de poncho deu um sorriso tímido.

- Mejor que usted tenga cuidado... – avisou sua colega de forma rude.

- Solo quiero conocerlo un poco. – disse passando pela sua colega, que a seguiu com uma expressão desconfiada.

Enquanto isso dentro, do gabinete, o trio delatava pela atitude que levou a infligir a condição mais séria da organização

- Ela nos ajudou a lidar com a situação sem hesitar, mesmo desconfiando da gente no começo, no fim ela nos ajudou muito! – Ellite dizia em frenesi.

Doppel segurava as próprias mãos sob a mesa, apenas virou os cansados olhos na direção do rosto de Pedro

- O que foi que aconteceu com o seu rosto? – Doppel perguntou ao notar o olho roxo de Pedro.

- Só um imprevisto doutor... – coçou a nuca sorrindo um pouco nervoso.

- Certo, por favor sentem-se. – pediu o velho sentado do outro lado da mesa com uma voz calma. Cada um sentou-se do lado do outro: Ellite no meio, Pedro à sua esquerda e Haruka, na direita.

- Certo doutor, sabemos que infligimos a condição mais importante da organização, e que isso pode de algum modo desencadear algum resultado negativo, e desconhecemos os seus efeitos. Mas estamos dizendo, se não fosse pela ajuda dela, com certeza no mínimo um de nós não teria retornado com vida doutor! – dizia Pedro com os punhos fechados enquanto rangia os dentes.

- Felizmente obtivemos o nosso principal objetivo que era este fragmento do medo, no entanto houve um imprevisto que resultou no nosso retorno... – Haruka parou a explicação de repente.

- O que houve naquele dia...? – pensava Ellite enquanto apertava a borda da mesa com as duas mãos.

Do outro lado da mesa, o velho ouvia as explicações, ele inclina-se para frente em um gesto de curiosidade

- Que tipo de “imprevisto” vocês tiveram...? – questionou enquanto passava a mão na barbicha, olhava fixo para Haruka.

Haruka permaneceu calada, de cabeça baixa

- A Haruka precisou repousar! Isso acabou afetando a todos nós pois eu havia perdido o meu ADFM também... – disse Pedro olhando para o seu primo e depois para Haruka.

- ... de fato, lidamos com situações incomuns todos os dias, eu compreendo cada membro desta organização e reconheço quando há limites...

- De fato doutor. – Pedro acenava com a cabeça.

- ... sabem que a punição é o rebaixamento da classe, perda dos pontos de treino, além do afastamento.

- QUÊ?! – os três ficaram perplexos.

- Mas por incrível que pareça, não irei aplicar tais condutas, nem expulsar ninguém. Todos vocês são úteis para esta organização. Mas irei sim aplicar um afastamento. Vocês conseguiram cumprir com o objetivo principal, mas ainda sim iremos tratar sobre a sua amiga, Pedro.

- A-ah entendi senhor. – Pedro passou a mão no braço dolorido.

- E aonde a deixaremos ficar velhote? – disse Ellite levantando as duas mãos em sinal de dúvida.

- Nossa organização oferecerá hospitalidade necessária a ela, mas enquanto ela estiver aqui, precisaremos tomar alguns cuidados... – disse o velho se levantando da mesa, olhando para o relógio do gabinete com os braços nas costas.

- “Cuidados”? – Haruka observava o velho.

- Sim, por exemplo Pedro, sabe que aonde estavam se tratava de um local com riscos de contaminação biológica, no caso em questão, o T-Vírus é um tipo de arma biológica de grande risco.

- Doutor agora eu entendo... – Pedro respondeu com um tom preocupado.

- O que foi? – Ellite olhou tenso para a reação de Pedro.

- Lembram de quando estávamos no sótão da “Clock Tower” e vimos a Jill lutar contra o Nemesis de lá? – segurava suas mãos perto da boca, olhando para frente enquanto lembrava em detalhes o que falava.

- Sim, ela foi atingida por um golpe de um dos tentáculos dele e foi infectada... – respondeu Haruka que observava neutra para Ellite.

- ... tá mas, ela tomou aquele antídoto que o Carlos Oliveira encontrou no “Raccoon Hospital”, não foi?

- O “antídoto” só retardou o efeito do vírus, agora está em um estado “dormente” dentro do corpo dela... os anticorpos dela não serão capazes de lidar com o vírus a tempo quando quando ele voltar a ficar ativo, temos algum tempo até pensarmos em algo, por enquanto... – respondeu colocando uma das mãos na testa.

- Como você têm certeza disso? E se ela melh...

- Isso não vai acontecer a menos que tratemos de eliminar o vírus totalmente... – Pedro interrompeu - ... se isso acontecer, ela irá morrer e se transformar em zumbi. E no pior dos casos, causar uma epidemia com os membros desta organização. – levantou da cadeira, inquieto.

- Hmm... creio que há alguma solução, só precisamos entender como o vírus age. Aonde ela se encontra? – perguntou Doppel aproximando-se de Pedro.

- Bem ela não me disse direito, só falou que iria dar uma volta... – disse Pedro passando a mão no rosto com o olho roxo.

- Ei Pedro, por que vocês se estranham tanto? – Ellite questionou curioso.

- É... bem é que nós brigamos por... – Respondia com a cabeça baixa, com uma aura roxa sob a cabeça.

- Não, ele apanhou mesmo. – disse Haruka sorrindo.

- Por sua culpa, pervertida! – flertou Pedro apontando o dedo na direção da Haruka.

- Você sabe que sou mesmo, devia ter ficado esperto, “ばか”~... – disse a garota do quimono.

Ellite encarava os dois discutirem sem compreender mais o que acontecia

- Para de falar em japonês!!

- いいえ. – Haruka encarou de volta.

- Grrrrrr... – Pedro cruzou os braços e sentou de volta na cadeira virando o rosto.

- Certo já chega os dois... doutor, então como tudo irá proceder de agora em diante? – Ellite perguntou ainda aflito pela decisão do velho cientista.

- Bem, com base nos relatos dos três e na conduta que nossa organização exerce para tal situação, cheguei a uma conclusão... Pedro...

- U-uh? – Pedro virou tão rápido sua cabeça que parecia ter girado ela.

- ... por ter sido o primeiro a intervir em “tentar ajudar" sua “personagem preferida” em um evento cujo desfecho não influenciaria em sua morte para ela, nem a terceiros...

- E-eh senhor... – cobriu o rosto com uma das mãos, envergonhado.

- ... terei que afastá-lo.

- HÃ?! – Pedro arregalou os olhos.

- Doppel! O meu primo é o "navegante" da equipe, as vezes seus conhecimentos sobre as realidades paralelas envolvendo jogos é de grande serventia!

- “AS VEZES”? – Pedro esgoelou irritado.

- ... tá bem, sempre. Não poderia pensar em algo melhor?

- Ellite, lembre-se que a disciplina é algo vital em qualquer lugar. Além do mais, Pedro terá que assumir a responsabilidade do problema que arrumou! Agradeça por não ter que fazer o mesmo com você e Haruka. – disse o velho com uma aura negra.

- ... tá. – respondeu Ellite com o dedo baixo, um pouco assustado.

- E Haruka...

- Sim senhor?

- Hm... você possui ótimos resultados nos treinos, mas creio que deveríamos tentar lidar com sua condição no quesito “resistência”.

- E o que o senhor sugere? – disse a garota curiosa.

- Irei fazer algumas pesquisas primeiramente, enquanto isso peço que ainda repouse para uma recuperação 100% garantida de seus poderes.

- Tudo bem senhor Doppel, eu irei relaxar bastante... – disse mordendo levemente os lábios enquanto observava Ellite.

- Quanto a você Ellite, ainda pode seguir com as missões. Graças a nossa equipe de cientistas, obtivemos êxito com o fragmento do medo obtido nesta última missão... - Ellite observou Haruka.

O garoto corou ao perceber o olhar dela, Doppel observou com cara de taxo enquanto Pedro ainda tentava “digerir” o que Doppel havia lhe dito

- Não é justo... não é justo... – murmurava lamentando.

- Pedro, eu o afastei para que pudesse auxiliar com as informações que possui sobre esse tal “T-Vírus”... irá contribuir muito.

- Viu só? Pelo menos vai poder ficar perto da sua waifu. – disse Haruka e aproximando de Ellite, provocante.

- AAAAAAAH BICHU!! – gritou Pedro enquanto Haruka ria da reação dele.

- ... vocês não prestam... – disse Ellite com uma voz exaustiva.

- Muito bem, por enquanto exijo que descansem mesmo, o trio está dispensado! – avisou Dr. Doppel, se sentando em sua cadeira.

- 分かりました! – respondeu Haruka levantando-se enquanto cantarolava baixo.

- Certo doutor... – Pedro levantou-se com os braços caídos enquanto ainda segurava o saco de gelo.

- Até logo velhote... – disse Ellite acenando e fechando a porta por último.

Doppel se vira para frente em sua cadeira e apoia seus braços sob a mesa, olhando para a porta. O velho coloca sua mão por dentro do jaleco e retira de lá o “Fragmento do Medo”

- ... isso vai ser interessante... – sussurrou enquanto observava o fragmento com o símbolo de um oito deitado.

Enquanto isso já nos corredores...

Após um dia exaustivo, o trio finalmente se preparava para retornar para casa

- Ó glória!! Iremos voltar para casa meu deus... – Pedro levantava as mãos para cima louvando.

- Urg, preciso muito tomar um banho... – disse Ellite após ter levantado o braço esquerdo.

- Curioso, pensei a mesma coisa... – Haruka olhava pelo canto do olho para Ellite.

- Nem pense nisso Haruka, você mesma ouviu o que o Doppel falou pra você. – avisou Pedro.

- Quem disse que eu iria tentar isto? Posso muito bem conseguir “brincar” com Ellite-kun sem usar de minhas habilidades... – respondeu orgulhosa.

- Pena que suas brincadeiras são mais assustadoras do que prazerosas... – pensou Ellite enquanto sorria nervoso.

Alguém observava o trio

- Huh? – Ellite parou de caminhar e olhou para trás, pelo corredor aonde só haviam membros e mais membros andando para todos os lados.

- ... que foi Ellite? – Haruka percebeu e deu meia volta.

- Uh... nada, eu acho.

- Deve ser o cansaço te fazendo ver e ouvir coisas, vamos logo pra casa e... – Pedro ao voltar a caminhar parou de imediato ao ver Jill se aproximar deles.

- Finalmente, encontrei vocês! – Jill se aproximou contente.

Pedro ficou bastante apreensivo

- Será que ela ainda está irritada por “aquilo”?

- ... – Jill olhou para o Pedro, mas virou o rosto com uma expressão irritada.

- Óbvio que ela tá... – pensava Pedro com os braços largados e cabeça baixa. Sua consciência pesava como uma rocha.

- Eh, mas por que da alegria? – questionava Ellite enquanto Jill segurava seus ombros.

- Eu estava andando por esse lugar, conheci algumas pessoas que perguntaram muitas coisas sobre mim e como cheguei aqui, essa organização, essas pessoas e o que vocês fazem... então cheguei a uma conclusão: quero servir para esta organização!

Todos ficaram em silêncio, apenas o barulho de alguns passos pelo corredor que já estava quase vazio ecoava por ali

- ... co-como? – Pedro perguntou cortando o silêncio, bem, quase o silêncio.

- ... eu disse que quero fazer parte dessa organização. – disse Jill pausadamente.

- Bem, o Dr. Doppel queria mesmo tratar de algo com você mesmo... – dizia Ellite levantando suas mãos.

- Sobre o que? – Jill perguntou surpresa.

- É, é meio complicado, mas não é algo tão sério hehehe... – Pedro passou a mão na nuca.

Jill estranhou o que Pedro disse

- De qualquer o modo assunto é muito importante, primo, pode voltar com a haruka, voltarei um pouco mais tarde. – Pedro deu meia volta em direção do gabinete – Jill, o gabinete fica por aqui... – apontava para frente enquanto a ex policial o acompanhava.

- Hmm.... tá bem então... – Ellite se virou e Haruka estava na sua frente, sorrindo com as mãos para trás – ... o que foi?

- Hihi, nada não... vamos logo... – Haruka o puxou pelo braço.

- Oow, calma garota! – Ellite quase tropeçou com o puxão.

- Nós vamos nos divertir bastante hehehe... – Haruka cantarolava.

- Por que tenho a impressão de que a noite vai ser longa? – pensou Ellite. Observava Haruka desconfiado e com certa timidez.

“Enfermaria A1 – D.P.H.”

O barulho de alguém se aproximando fez com que Pyiro abrisse os olhos para a sala escura, iluminada apenas pelos abajures, suas tímidas luzes nas outras cômodas das camas permitiam enxergar Shiro, se aproximava com certo cansaço em seu rosto.

- Finalmente voltou, “Sherlock Holmes”. – Pyiro sorriu enquanto Shiro passou por sua cama.

- Hmm... achei que já estivesse “juntado os olhos”. – Sentou-se na cama vazia do lado enquanto removia os seus “óculos de Snow Boarding

- No máximo cochilei, mas o dia foi bem agitado sabe? – Pyiro cruzou os braços atrás da cabeça, com um sorriso satisfatório de orelha a orelha.

- Hããh, o que eu perdi? – Shiro juntou as mãos, com uma expressão sarcástica.

- ... por que essa cara? – Pyiro arqueou a sobrancelha.

- Digamos que um certo “carinha de preto” acompanhado de uma bela mulher apareceu por aqui. – respondeu com os olhos fechados, sorrindo.

- Epa! Se conheceu o Ellite e a Jill então?! Eles são muito bacanas... – Pyiro sorriu.

- Bem, nós apenas trocamos breves palavras... mas nada de extravagante.

- Uh, algum problema? – Pyiro notou que seu amigo estava com desconfiança no olhar.

- Por enquanto, nenhum. Mas vou ficar de olho nele. – Shiro deitou-se na cama, cruzando os braços atrás de sua cabeça e fechando os olhos.

Pyiro suspirou

- Sabe Shiro, quando o conheci, vi que ele não parenta ser alguém ruim. Devia conhece-lo não acha?

- Tudo que eu sei sobre ele, já me é suficiente para tomar precauções...

- Eu sei cara, mas não acha que todos merecem uma segunda chance? – Pyiro observava Shiro.

- Ele é um Reymond, a família dele é a raiz dos problemas que enfrentamos aqui...

- Sim mas...

- ... e a ganância deles nos colocou nessa situação. – Shiro interrompeu Pyiro.

Shiro virou-se na cama

- Ei, melhor você descansar. Descanse bem.

- Certo. Boa noite pra você também. - Pyiro puxou seu cobertor na altura do tórax e fechou os olhos.

A brisa da madrugada e o silêncio anunciava mais um dia que se encerrava para os membros da “D.P.H”

 

Continua...


Notas Finais


*Ellite aparece pela sala escura e acende a luz*
Ellite: Então pessoal? Espero que tenham curtido o capítulo! Sei que demorei muito e até sinto que deixei a desejar nesse capítulo, sei lá (¬_¬') Mas a parte boa é que finalmente estou cursando *mecatrônica* e *informática* ... puxa fica meio estranho o Pedro não estar aqui hoje, como viram ele está cuidando da "waifu" dele hehehehe... tá okay, até logo e nos vemos em breve! (˚▽˚)/

*Ellite apaga a luz e retorna ao seu quarto*


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