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História (De)Feito Para Amar - Um Kun grogue, amigos inconvenientes e mais calças coladas


Escrita por: Caroul

Notas do Autor


Oi oi, bom, vamos as explicações do porquê a demora.
1 - Minhas aulas voltaram quinta-feira e o capítulo não estava pronto antes disso.
2 - Além da escola, outra coisinha ocupou o meu tempo e me impediu de postar esse capítulo assim que ele ficou pronto.
3 - Sim, ele ficou pronto e eu não postei...mas tipo: ficou pronto ontem.
Vou explicar o que me impediu de postar: Lembram do projetinho/surpresinha JaeYong? SURPRESA! DAQUI A POUQUINHO EU VOU POSTAR ELA!
Então...ela me impediu de postar esse capítulo ontem porque: Eu queria usar esse capítulo pra divulgar e avisar sobre a surpresinha, já que, não são todos que acompanham a(s) minhas(s) fanfic(s) me seguem e recebem notificação se eu posto alguma coisa nova, sabe?
Então, esse projetinho só ficou pronto hoje, mais especificamente agora mesmo. Eu to morrendinho de sono AAAAAAAH
Enfim, vocês viram que eu mudei a capa? Ficou outra bosta, mas uma bosta ajeitadinha, né nom?

Capítulo 12 - Um Kun grogue, amigos inconvenientes e mais calças coladas


Kun “acordou” com batidas na porta de seu quarto, fazendo sua cabeça latejar, mas parecia que seu corpo não queria – literalmente – se mexer, estava pesado demais, sua cabeça doía, junto de seu corpo inteiro, a dor só piorava com as batidas na porta; estava sendo difícil respirar devidamente e sentia um frio descomunal.

Resmungou irritado e dolorido ao escutar mais batidas na porta, não queria sair de onde quer que estivesse, estava confortável e quentinho. Estava tão irritado que começou a se remexer e esfregar o rosto no que quer que estivesse deitado.

— Quer que eu vá atender, hyung? – Ouviu a voz de SiCheng lhe perguntar baixinho, aquilo fora música para seus ouvidos.

Kun apenas fez um barulho que nunca pensou que seria possível fazer com a garganta, algo totalmente incompreensível, mesmo que quisesse dizer algo inteligível sua garganta não colaborava, parecia quase que fechada. SiCheng estranhou aquilo e franziu a testa, percebeu que Kun estava mais quente que o normal, estava muito febril. Mas apenas resolveu acabar com o barulho que irritava seu hyung. Abraçou protetoramente Kun e virou-se lentamente de lado, pousando cuidadosa e delicadamente o Qian sobre a cama, constatando que sua pele estava arrepiada e ele quase que tremia de frio.

Kun gemeu constatando que seu contato quentinho havia se afastado, e agora definitivamente passava frio, se não fosse por sua garganta “bixada” ele choramingaria ali mesmo, porém apenas abraçou o próprio corpo. SiCheng se apressou em pegar o cobertor que estava ao lado dos travesseiros, o abrindo e colocando sobre Kun, juntando as sobras do cobertor para que Kun ficasse quentinho. Pegou um travesseiro e colocou sob a cabeça do mesmo.

Bufou ao ouvir mais batidas altas na porta do quarto. Caminhou rápido e irritadiço até a porta e a destrancou, a abrindo em seguida. Conseguiu ver Ten, Yuta, Jaehyun e Taeyong amontoados na porta.

— Dá pra vocês pararem!? – Soltou irritado, controlando a altura de sua voz, para que não incomodasse Kun.

— Ih, tá pistola? Atrapalhamos algo? – Ten soltou risonho em seu tom alto, irritando ainda mais SiCheng.

— Sim, atrapalharam o sono do Kun. E fala baixo Ten. – Apontou ainda irritado.

— Idaí? Acorda esse preguiçoso! – Jaehyun se intrometeu.

O robô fechou os olhos e "respirou" fundo e contou até 5 mentalmente, se segurando pra não chutar a cara daqueles dois ali mesmo. Taeyong havia percebido que algo estava errado assim que SiCheng atendeu a porta irritado, escolheu ficar quieto assim como Yuta.

— Ele ‘tá doente! – Soltou em um tom mais alto, surpreendendo a todos ali.

— Desde quando? – Ten perguntou num sussurro, finalmente entendendo o motivo da irritação de SiCheng.

— Eu não sei...só percebi agora que ele acordou. – Abriu um pouco mais a porta e apontou para o Qian escolhida entre cobertas. – Ele tá muito quente e tá com muito frio.

— Desculpa... – Jaehyun pediu num sussurro.

— Me desculpa pelas batidas e pela inconveniência. – Ten também se desculpou.

SiCheng suspirou e esfregou os olhos.

— Vão pra sala. – Resmungou voltando para dentro do quarto.

Seus amigos apenas obedeceram em silêncio e foram para a sala, sentando nos sofás silenciosamente.

SiCheng caminhou até Kun e engatinhou para cima da cama, parando ao lado do Qian.

— Hyung... – Chamou calmo e baixinho, não obtendo resposta alguma. – Kun hyung... – Chamou mais uma vez, tocando seu rosto. Suspirou preocupado ao sentir a temperatura alta em sua pele.

Nada foi ouvido.

— Kun hyung, se não pode falar apenas tente abrir os olhos. – Pediu calmamente.

Viu as sobrancelhas e a testa de Kun se mexerem e suas pálpebras tremerem, em seguida Kun abriu levemente os olhos.

— Desculpa te incomodar, mas eram os meninos na porta, Jaehyun, Yuta, Taeyong e Ten. – Explicou. – Você quer alguma coisa? – Perguntou, acariciando os fios castanhos de seu hyung.

 Kun apenas piscou os olhinhos – literalmente – brilhantes, provavelmente seus olhos estavam lacrimejando.

— Hyung, por que não toma um banho quente pra diminuir essa temperatura? – Sorriu fraco.

Kun apenas balançou a cabeça negativamente e se encolheu ainda mais nas cobertas.

— Vamos hyung... – Balançou de leve o corpo a sua frente.

Kun tentou se levantar, mas assim que ergueu sua cabeça, ela doeu – uma dor quase torturante – e algo lhe queria subir do estômago para garganta, uma enorme ânsia de vômito. Involuntariamente desabou na cama, fazendo SiCheng lhe olhar ainda mais preocupado.

— Espere aqui. – SiCheng pediu, mesmo que ironicamente Kun não conseguisse se mexer.

Seria cômico se não fosse trágico.

Se levantou calmamente, para que não atrapalhasse Kun e nem movimentasse seu corpo, coisa que com certeza lhe causaria dores. Foi em direção à sala e olhou apreensivo para os quatro garotos quietos no sofá.

— Gente...sinto muito, mas o hyung não tá em condições de fazer qualquer coisa. Ele ao menos consegue levantar da cama. – Explicou, tendo atenção dos amigos para si.

Ten fez biquinho, junto de Yuta.

— Quer que a gente ajude a cuidar dele? – Ten se ofereceu.

— Ten, a última coisa que o Kun precisa são pessoas em cima dele. E também ele precisa de silêncio, coisa que você é praticamente incapaz de manter. – Jaehyun interveio.

Yuta e Taeyong riram baixinho.

Ten cruzou os braços e adotou uma expressão emburrada.

— Não sei se ele vai estar melhor...mas vocês podem voltar amanhã...ou outro dia. Não sei quanto tempo vocês vão ficar aqui. – O robô disse timidamente, se referindo a Yuta e Taeyong.

— Vamos ficar até amanhã à noite. – Taeyong respondeu se levantando.

— Vamos gente... – Yuta finalmente falou, se levantando também.

Ten e Jaehyun se levantaram silenciosamente.

— Até amanhã...ou não sei. – Taeyong se despediu. – Enfim, mande melhores ao Kun. – Sorriu fraco

— Desculpe o incômodo. – Yuta se desculpou, saindo atrás de Taeyong.

— Amanhã a gente vem ver como ele tá. – Jaehyun notificou.

SiCheng assentiu, dando um breve aceno com a mão.

Suspirou e voltou para o quarto, encontrando Kun na mesma posição em que havia ficado. Caminhou rapidamente até seu hyung e suspirou mais uma vez preocupado. Tocou o rosto pálido do outro, sua temperatura estava na mesma, nem mais baixa nem mais alta.

— Hyung... – Chamou. – Você precisa baixar essa temperatura, tem que tomar um banho quente.

Em resposta, Kun apenas abriu os olhos mais uma vez.

— Eu... – Hesitou por um segundo. – Eu te ajudo...eu posso te carregar até o banheiro.

Kun sem hesitar arrastou seus braços – fracos no momento – para cima e lentamente abaixou a coberta, fazendo SiCheng rir e puxar o resto dos panos, Kun franziu a testa e se abraçou mais uma vez.

— Fique reto hyung... – O pegou pela cintura e o endireitou da forma que seria mais fácil para si. – Assim.

Engatinhou por cima da cama parou ao lado de Kun, inclinou-se e posicionou suas mãos, uma em baixo de seus joelhos e a outra superficialmente nas costas.

— Vai doer, hyung... – Lamentou, o levantando vagarosamente sem esperar por uma resposta.

Ouviu Kun soltar um resmungo sôfrego e fechar os olhos com força.

— Desculpa... – Pediu enquanto andava de joelho até a borda da cama.

Kun apenas arrastou seus braços e os apoiou no pescoço de SiCheng, ao mesmo tempo em que ele caminhava até o banheiro consigo no colo. Seus olhos se estreitaram com a claridade da casa, sua pele se arrepiou e seu frio aumentou assim que passaram pela sala, esta, maior e mais arejada. O robô entrou no banheiro e acendeu a luz desajeitadamente com o cotovelo.

— Prontinho... – Anunciou, pousando delicadamente Kun na tampa do vaso sanitário, o deixando sentado ali.

Kun não se mexeu, sua coluna estava curvada – por conta da fraqueza e cansaço – e ele olhava fixamente para o azulejo da parede. Ele parecia meio sem vida. SiCheng desejou mentalmente que pudesse ler os pensamentos do Qian.

Ele queria se mexer, queria se virar, queria sair daquele banheiro e deixar seu hyung tomar banho, mas algo dentro de si não o deixou, algo dentro de si disse a si mesmo que Kun – mais que obviamente – não estava nem um pouco bem e não poderia deixa-lo sozinho ali.

— Hyung... – Chamou, fazendo Kun apenas desviar o olhar para si. – Consegue falar?

Kun abriu a boca para falar um “não”, mas tudo que saiu foi ar e um ruído agudo, quase como um apito. SiCheng suspirou.

— Tudo bem, não force... – Se aproximou e agachou na frente do acastanhado. – Você vai precisar beber bastante água hoje. – Advertiu.

Kun assentiu, desviando o olhar e engolindo em seco, coisa que fez sua garganta arder e uma careta se formar em seu rosto.

Silêncio.

— Consegue...consegue ficar em pé sozinho? – Perguntou preocupado e meio incerto. Provavelmente Kun estava com uma vontade imensa de lhe chutar a cara ali mesmo.

Quase caiu para trás – literalmente – ao ver Kun fechar os olhos e negar lentamente com a cabeça, se segurou na parede para que não tombasse ali mesmo com a conclusão que chegara.

— Poxa... – Arqueou ambas as sobrancelhas. – Co...como que você vai tomar banho então? – Engoliu em seco, desviando o olhar para lado.

Kun fechou os olhos quase que involuntariamente, eles pesavam demais, sua cabeça doía insistentemente, assim como o resto de seu corpo. Tinha noção de que mais tarde se arrependeria, mas apenas abriu levemente os olhos, vendo o olhar preocupado de SiCheng. Olhou para suas mãos caídas em suas pernas, apenas seus dedos se movimentavam de acordo com sua vontade, seus braços estavam fracos demais. Olhou para as mãos de SiCheng e depois para seu rosto, fez um esforço e apontou para a mão do robô, este que franziu a testa e esticou sua mão em direção a Kun.

— O que foi? – SiCheng indagou curioso.

Kun lentamente pegou a mão se SiCheng e a levou até a barra de sua camiseta, fechando sua mão por cima da ele. SiCheng imediatamente entendeu o que Kun queria dizer com aquilo, porém hesitou enquanto se perguntava se seu hyung estava raciocinando direito. Ele já estava meio grogue, se ele já estava fazendo aquilo sem tomar remédios, imagine depois de toma-los.

— Hyung, tem certeza? – Perguntou incerto.

Kun apenas tentou manter os olhos abertos e acenou um sim com a cabeça.

Ainda hesitante, o robô agarrou o pano fino e o puxou lenta e hesitantemente para cima. Kun levantou os braços da forma que pode, mesmo que fosse minimamente, e a camiseta foi tirada de si delicadamente. SiCheng riu ao constatar que deixara o cabelo de Kun mais bagunçado do que já estava, levou a mão até o mesmo e arrumou. Seu sorriso morreu assim que olhou para o corpo do Qian, desviou o olhar rapidamente, antes que falasse ou fizesse merda. Colocou a blusa no cesto de roupas sujas e se ajoelhou na frente de Kun, distraidamente levando a mão até o botão de sua calça.

Eles haviam dormindo depois da conversa que tiveram, mas fora completamente sem querer, caíram no sono sem jantar ou tomar banho, por isso estavam com a mesma roupa do dia anterior.

Assim que desabotoou a calça do Qian, se levantou e estendeu as mãos para o mesmo, que as pegou imediatamente. SiCheng sorriu e puxou os braços de Kun, o ajudando a levantar, esperando que a calça fosse ao chão ou algo assim, mas nada aconteceu.

— Poxa hyung...suas calças estão mesmo apertadas. – Comentou risonho.  –Consegue se apoiar rapidinho aqui? – Indicou a parede atrás de si.

Kun apenas assentiu e levantou os braços, se esforçando para apoiá-los na parede. SiCheng se agachou novamente e pegou o cós da calça de Kun, a puxando para baixo. Kun respirou fundo e desviou o olhar para o box, era constrangedor demais a posição em que estavam e – apesar do frio que sentia – sentiu seu rosto arder por alguns segundos, sua respiração limitada diminuiu ainda mais e seu coração começou a se agitar.

SiCheng também não estava nada normal, seu sistema quase que estava dando pane ali mesmo. As coxas...

AS COXAS!

Praticamente soltou um gemidinho de satisfação – coisa que Kun não ouviu, já que, estava preocupado com a ardência no rosto.

Kun tirou uma perna de cada vez da calça, e nem prestou atenção quando o robô a colocou no cesto e se levantou quase que no desespero.

— Pronto... – SiCheng parou em sua frente novamente, fazendo seu coração praticamente lhe esmurrar o peito. O que estava acontecendo?

O outro pegou seus braços e os apoiaram no ombro, praticamente o forçando a abraça-lo – não que ele não quisesse, é claro. SiCheng queria ficar abraçadinho daquele jeito com Kun pelo resto de sua existência, de preferência daquele jeitinho mesmo, com o outro semi-nu grudadinho em si.

— Se precisar de alguma coisa... – Parou no meio da frase, franzindo a testa e olhando pro chão. Não tinha como Kun chama-lo, algo do tipo “grita meu nome”. – Sei lá...bate o rodo na porta.

Ouviu Kun rir nasalado, ao mesmo tempo em que sorria.

Sentiu SiCheng lhe dar um beijinho na bochecha.

— Cuidado. – Se separou, olhando preocupado para Kun, com receio de que ele não conseguisse ficar em pé, porém ele ficou e ainda “tirou uma” com a cara de SiCheng, pegando o cós da cueca.

WinWin se retirou apressadamente do cômodo, apenas fechando a porta. Iria preparar alguns remédios e mais cobertores para Kun. Mas não foi sem antes concluir que, se tivesse um coração talvez ele tivesse explodido de felicidade ao ver Kun confiar em si daquele jeito.

(...)

SiCheng não poderia estar mais errado. Pensou que Kun capotaria após tomar banho e alguns remédio necessários, porém este permaneceu acordado e mais atento que antes. Lhe mandava levantar e pegar alguma coisa para si ou encher sua garrafa d’água de 3 em 3 minutos...e ele ao menos estava falando!

Depois de constatar que o robô não era adivinha e muito menos um leitor de mentes, Kun resolveu que se comunicaria através de um caderno em branco que havia achado em seu escritório e um canetão preto. Coisa que facilitou, mas ao mesmo tempo ferrou SiCheng, pois seu hyung não parava de cutuca-lo quando queira lhe “dizer” algo, o mostrando o que havia escrito.

Estavam sentados no sofá assistindo alguns clipes de a-pop, quando SiCheng sentiu um – depois de vários outros – cutucão.

— Hyung, eu acabei de encher a sua garrafinha... – Resmungou virando o rosto para Kun, se surpreendendo ao vê-lo apenas com os braços abertos.

Piscou, tentando entender o que aquilo queria dizer.

Kun bufou e com dificuldade se aproximou, abraçando o robô e enfiar seu rosto na blusa do mesmo. SiCheng notou no mesmo instante que Kun estava com frio, ao notar pela pele “arrepiada” e a leve tremedeira. Imediatamente o abraço de volta, vendo o Qian se encolher em seus braços e fechar os olhos.

— Vai dormir na cama, hyung... – Aconselhou suave, começando a fazer carinhos nos fios lisos e castanhos, quase que involuntariamente.

Kun apenas negou com a cabeça e se aconchegou ainda mais.

Ok, definitivamente aquele não era um Qian Kun normal. Quando no sofá, Kun costuma manter distância de quem quer que seja que esteja sentado consigo no mesmo sofá. Ele não gosta muito de contato, ele não fica muito tempo em um abraço e muito menos colado com alguém. Mas obvio que nada daquilo se encaixava a SiCheng, principalmente quando estava doente e praticamente dependente.

SiCheng sorriu fraco e apertou o hyung em seus braços, e se fosse possível não soltaria nunca mais. Por um momento uma frase saída da televisão ecoou pela sala, era de algum dos muitos clipes que passavam ali, e imediatamente SiCheng fez daquelas palavras as suas.

“I want you forever, even when we’re not togheter.” ¹

Acabaram adormecendo ali mesmo, na verdade, WinWin só “adormeceu” quando Kun o fez.

(...)

Fora um sacrifício fazer Kun levantar do sofá – pois acordado ele já estava – para que finalmente pudesse tomar um banho no dia anterior. Mas como dito, no dia anterior, já era outro dia – especificamente o dia seguinte.

Kun havia acordado agitado e já conseguia falar, mesmo que ainda rouco.

— Que dia da semana é hoje? – Indagou com a voz falha e rouca, o que fez SiCheng rir.

— Terça-feira.

Kun paralisou no lugar por um momento e arregalou os olhos.

— Terça-feira?! – Falou num tom alto, sua voz falhou no meio da frase.

— Sim...por que?

— Acontece que essa semana eu tenho aula terça, quinta e sexta! – Começou a andar de um lado para o outro.

— Aquele seu trabalho era pra quando mesmo? – Arqueou a sobrancelha, fazendo Kun paralisar mais uma vez e correr para o guarda-roupa numa velocidade anormal para alguém que estava doente.

— É pra hoje! – Começou a fuça seus cabides. – Pode me ditar a linha do tempo desde que chegamos aqui enquanto eu me troco?

— Sim. – Respondeu com prontidão e um sorriso no rosto. – Chegamos aqui na quinta-feira, quando “brigamos”, Ten pintou meus cabelos, nos resolvemos e comemos pizza. – Contou no dedo. – Sexta-feira choveu o dia inteiro, eu machuquei a boca e seu pai nos atrapalhou de uma pegação no sofá por uma ligação. – Mais um dedo. – Sábado apesar do frio fomos tomar sorvete, fomos no Shopping comprar meu celular e achamos Taeyong e Jaehyun dando uma volta. – Mais um. – Domingo seus pais vieram almoçar aqui. – Finalmente olhou para Kun, que terminava de abotoar a calça. – Segunda-feira, ontem, você acordou doente e...só. – Terminou sorridente.

— Ok, obrigado– Resmungou colocando meias, seguida de tênis.

— Ainda dá tempo, hyung? – Perguntou preocupado, mostrando as horas no celular.

— De ir pra aula não... – Respondeu assim que olhou para o aparelho. – mas de entregar esse trabalho sim. É até o fim do dia. – Se levantou, fazendo uma careta de dor.

— Quer que...não, na verdade eu vou mesmo com você. – Se levantou indo até o guarda-roupas e pegando uma blusa de mangas longas e tecido grosso.

— Por que? – Franziu a testa, pegando uma blusa também.

— Não sei se percebeu... – Vestiu a peça. - mas ainda está doente.

— E...?

— Hyung! – Fez bico, enquanto colocava um tênis. – E se você passa mal de novo?

— Eu só vou até a faculdade....

— Então não quer que eu vá? – Cruzou os braços. – Não quer minha companhia?

Kun rolou os olhos com a pequena encenação.

— Então vamos. – Colocou o celular no bolso e pegou a mão de SiCheng, o puxando para fora da casa.

(...)

SiCheng nem prestou atenção no caminho para a faculdade de Kun, estava mais que feliz por ter saído do apartamento, do prédio e ter chegado na faculdade sem soltar a mão de Kun, ou sem que ele o fizesse ou tentasse fazer.

Kun demorou bastante na secretaria, aquela mulher não queria deixar de jeito nenhum o Qian entregar o trabalho. Mas por fim, entregou o trabalho e justificou o porquê não poderia apresenta-lo, não precisou de um atestado, não quando sua voz já entregava o porquê.

Deram um “oizinho” para Ten e Jaehyun quando os viram pelos corredores, e foram embora.

— Hyung, Taeyong e Yuta vão embora hoje á noite...eles provavelmente vão lá em casa agora a tarde pra ver como você está. Mas deixando claro que sua doença praticamente furou qualquer plano que eles tinham pra ontem.

— Ok...já entendi, eu ferrei tudo. – Bufou, colocando as mãos nos bolsos, enquanto abaixava a cabeça e chutava uma pedrinha na calçada.

— Não, sua doença ferrou tudo...você não tem culpa de ficar doente assim, do nada. – Puxou Kun pelos ombros para si.

...

Silêncio.

— Obrigado... – O Qian soltou do nada, com a voz rouca e falha.

— Hum? – Franziu a testa. – Pelo quê?

— Por cuidar de mim. – Sorriu de lado, enquanto levantava a cabeça.

— Ah, foi um prazer hyung... – Sorriu sapeca. – Principalmente na parte em que eu tirei a sua roupa.

Kun empurrou SiCheng ao mesmo tempo que ria.

— É sério hyung, e se for pra ser assim acho que quero que você fique doente mais vezes. – O sorriso não saía de seu rosto.

— Você é um tarado, sabia? – Acusou risonho.

— Sei. Agradeça por eu não ter visto seu bumbum, hyung. Senão eu iria te encher o saco o dia inteirinho com esse assunto.

— Para! – Deu mais um empurrãozinho. – Isso é muito constrangedor.

A rua em que passavam era tranquila e quase que vazia, e SiCheng se aproveitou disso.

— Hyung. – Chamou se aproximando.

— Hum? – Se virou distraidamente.

WinWin pegou o queixo de Kun e lhe deu um breve beijinho. Assim que se afastou se preparou para uma bronca, mas tudo o que houve foi Kun soltando um risinho e abaixando a cabeça novamente. SiCheng franziu a testa e pegou o pulso do outro.

— Quem é você e o que fez com o meu hyung?

— Para de ser idiota garoto. – Retrucou, soltando seu pulso levemente segurado e pegando a mão do robozinho.

— Eu te amo hyung. – Soltou “felizinho” da vida, enquanto passavam pelo porteiro e entravam no prédio.

— Hum. – Fingiu dar de ombros, enquanto olhava em outra direção.

— Não vai dizer que me ama também?

— Não sei. – Fingiu dar de ombros mais uma vez.

— Diz, hyung. – Tombou a cabeça pro lado, tentando persuadir Kun.

— Me obrigue.

— Não hyung, não vou te obrigar, porque eu não sou obrigado. – Retrucou entrando aos pulinhos no elevador.

Kun riu brevemente – coisa que fez sua garganta doer minimamente – e apertou o botão de seu andar.

— Hyung, eu posso? – Ouviu SiCheng perguntar ao lado.

— Pode o que? – Franziu a testa sem o olhar.

— Tocar no seu...

— Não. – O cortou antes que pudesse terminar a frase, ao mesmo tempo em que virava o rosto em direção ao robô.

— Ah...queria muito. – Fez bico e enfiou as mãos no bolso.

As portas se abriram.

— WinWin você gostaria que eu ficasse falando do seu bumbum o dia inteiro? – Tateou os bolsos a procura da chave.

— Se for pra elogiar eu gostaria sim.

Kun rolou os olhos, ao mesmo tempo que pegava a chave e abria a porta.

— Gostaria que eu tocasse ele?

— À vontade. – Concedeu sorridente.

Kun riu mais uma vez, enquanto empurrava a porta e entrava. WinWin entrou em seguida e fechou a porta atrás de si.

— Ah deixa hyung... – Insistiu.

— Um dia... – Riu da cara emburrada que SiCheng fez.

— Esse dia está mais próximo do que você imagina.

— Ah, tá bom. – Não deu muita atenção.

Não soltou nada mais nada menos que um riso quando SiCheng passou por si parecendo bravo.

— Te amo! – Falou risonho e em alto som. 


Notas Finais


1 - A frase citada é de uma música chamada Bad Things do Machine Gun Kelly com a Camila Cabello. (Tradução: "Eu te quero pra sempre, mesmo quando não estamos juntos.")
Esse não teve nada demais, prometo que no próximo vai ter revelações e afins, tá? :) (Inclusive já comecei a digitar ele SOCORRO EU TO CHEI DE COISA PRA FAZER!)
Olha, enquanto você termina de ler o capítulo e as notas finais eu provavelmente já vou ter postado a primeira partezinha da supresinha JaeYong YAAAY!
Até lá.


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