História (De)Feito Para Amar - Taeyong é só...Lee Taeyong.

Kun já devia ter desconfiado da pressa de Jaehyun, assim que o mesmo lhe chamou para a refeição. Era tão obvio, Jaehyun estava com pressa apenas porque Taeyong o convidou para sentar com ele e seus amigos. E adivinha quem teve que se sentar junto? Isso mesmo:

— Kun. – Escutou seu nome ser chamado.

Se virou para a voz, encontrando Taeyong. Ergueu uma sobrancelha, como se quisesse dizer um “O que foi?”, só que ao mesmo tempo não quisesse dizer. Ato que fez Taeyong rir.

— Você está melhor? – Perguntou sorrindo.

Kun franziu a testa.

— Eu estava mal? – Perguntou confuso.

Ouviu Ten rir.

— Bom...quando eu perguntei para o Yoonoh o motivo de você e do SiCheng não estarem lá no final da trilha, ele disse que você tinha torcido o tornozelo e SiCheng havia levado você de volta.

— Ah...- Soltou em compreensão. – Sim, eu estou melhor. – Sorriu pequeno.

Taeyong saiu de onde estava e se sentou perto de Kun. Ato que fez todos naquela mesa se virarem para os dois.

— O que estão olhando? – Taeyong perguntou.

— A provável tentativa se assassinato que vai rolar daqui a pouco. – Yuta riu.

Ambos reviraram os olhos.

— Ei Kun. – Chamou em um tom mais baixo.

Kun, que estava distraído com seu suco, parou de tomar o mesmo e se virou pra Taeyong.

— Você...- Taeyong olhou pra baixo, parecia envergonhado. Kun arregalou os olhos. O que estava acontecendo ali? – Você me odeia ou algo assim?

Kun soltou o ar que nem sabia que prendia.

— Eu não...- Fez uma pausa. – Por que eu te odiaria?

— Eu não sei...- Bufou. – Sempre que eu chego perto de você e dos seus amigos, especialmente SiCheng, você fica emburrado ou bravo, não sei...- Suspirou. – Eu só queria dizer que não vou roubá-los de você ou algo assim, eu só...quero ser seu amigo também. – Sorriu.

Kun estava levemente chocado com a confissão de Taeyong, eles se “conheceram” não fazia nem um dia. Como assim amigos?

— Você é bem sociável, né? – Kun perguntou risonho.

— O que por que?

— Sabe, a gente se “conhece” não faz nem um dia. – Respondeu ainda risonho.

Taeyong bufou.

— É um defeito meu. – Apoiou os braços na mesa. – Mas aí, se o nome dele é Yoonoh, - Apontou para o Jung. – por que vocês o chamam de Jaehyun?

— Bom, o nome dele era Jung Jaehyun, até ele mudar pra Jung Yoonoh. Ele nunca nos disse o motivo. – Kun respondeu pensativo. – Meio que ele continua sendo o Jaehyun pra nós. – Deu de ombros sorrindo.

— Mas ele gosta de ser chamado assim? – Arqueou uma sobrancelha.

— Eu não faço ideia. – Deu de ombros risonho.

— Agora eu é que tô com ciúmes. – Kun ouviu e virou a cabeça pro outro lado, dando de cara com SiCheng. Perto, extremamente perto.

— Menino! – Colocou a mão na testa do loiro e afastou o rosto do mesmo de seu rosto. – Não me assusta assim.

— O que estão fazendo? – Perguntou curioso.

— Conversando. – Deu de ombros.

— Achei que não gostasse do Taeyong hyung. – SiCheng riu.

Hyung?

Por que ele estava chamando Taeyong de hyung?

— Taeyong. – Chamou, fazendo o outro mudar a atenção de Yoonoh para si. – De que ano você é?

— 95. – Respondeu sorrindo fofo.

Kun abriu a boca, mas nada saiu.

— Uh, parece que o Taeyong é seu hyung também. – SiCheng riu mais uma vez.

— Sou? – Taeyong sorriu grande.

Kun apenas soltou uma numeração:

— 96. – Em seguida bufou.

Taeyong riu, junto de SiCheng.

— Então quer dizer que Chittaphon vai se encontrar com o monitor bonitão a noite? – Jaehyun soltou alto e com um sorriso malicioso nos lábios.

— Cala boca! – Ten jogou um garfo de plástico em sua direção.

Kun começou a rir alto, sendo acompanhado dos demais.

— Qual deles? – Yuta perguntou.

— Como assim qual deles? – Tem perguntou.

— Bem, tem dois monitores bonitões...o Hansol e o Johnny. – Yuta explicou.

— Hansol é o monitor de vocês? Aquele loiro? – Ten perguntou, tentando desviar do assunto.

— Ele vai se se encontrar com o Johnny! – Kun soltou alto para Yuta, este que riu ao ver Ten jogar uma colher e uma faca de plástico no Qian.

— Mas sim, o Hansol é o nosso monitor. – Yuta sorriu de lado.

— Yuta! – Taeil chamou.

O acastanhado se virou.

— No Japão, normalmente vocês acrescentam “Kun” ao final do nome de uma pessoa, não é? – Perguntou.

— Especificamente nos nomes de meninos. – Yuta explicou.

— Então o nome do Kun hyung ficaria...Kun-kun? – SiCheng perguntou risonho.

Yuta olhou para Kun antes de rir, logo sendo acompanhado pelo próprio Kun e os demais.

— Pior que sim. – Respondeu assim que se recuperou.

— Você é japonês? – Ten perguntou para Yuta.

Yuta assentiu sorridente.

— Glória a Denise! – Ten levantou os braços. – Não sou o único estrangeiro nessa merda!

— Você é da onde? – Dongyoung perguntou.

— Tailândia. – Respondeu o Chittaphon sorridente.

— Poxa Ten, como você esquece dos amigos assim? – Kun colocou a mão no peito, verdadeiramente ofendido.

— O que? Por que? – Perguntou o tailandês confuso.

— Não sabia que Coreia tinha mudado de nome pra China, porque foi de lá que eu vim. – O Qian respondeu irônico.

Ten arregalou os olhos.

— Eu esqueci! – Colocou ambas as mãos na cabeça. – Me desculpa!

— Seu crush também não é daqui, esqueceu? – Jaehyun o lembrou da nacionalidade de Johnny.

— Ok, então Yuta é mais um que entra pro clube dos estrangeiros. – Ten disse sorridente. – Alguém mais?

Doyoung, Taeil e Taeyong negaram, alegando que eram todos coreanos. Uma conversa sobre alguma outra coisa que Kun não prestou atenção se iniciou. Ele não prestou atenção pelo simples fato de SiCheng estar sentado bem ao seu lado, com toda a sua fofura em pessoa. Ele estava com uma blusa de mangas longas listrada preta e branca, a qual a manga esquerda estava dobrada até o cotovelo e a direita não, sorriu com isso. Ele também estava com um boné amarelo que o deixava ainda mais fofo.

— Hyung, eu ‘tô te vendo me encarando. – SiCheng disse, antes de virar o rosto e olhar em direção a Kun.

— Pois é, os olhos são meus e eu olho pra onde eu quiser. – Sorriu de lado, nem um pouco afetado.

— Credo, que mau-humor. Você é muito mal-educado comigo, sabia hyung? – Bufou enquanto apoiava o cotovelo na mesa e o rosto na mão. – As vezes eu acho que você não gosta de mim. – Franziu o cenho.

— Acho que ele gosta de você até demais. – Taeyong comentou, ao outro lado de Kun.

— Mal começamos a nos dar bem e já quer causar, Taeyong hyung? – Kun ironizou virando o rosto para Taeyong. Este riu.

Kun virou o rosto para encontrar WinWin com a boca levemente aberta, que logo depois se fechou, junto com a cara do garoto, o robô torno sua expressão emburrada.

— O que foi? – Perguntou o Qian confuso.

— Não chame ele de hyung. – Falou sério.

— O que, está com ciúmes de mim agora? – Kun sorriu sarcástico, mas no fundo ele estava quase virando aquela mesa. Estaria SiCheng lhe trocando por Taeyong?

— Não chame ninguém de hyung. – Completou, deixando claro de que não era dele que estava com ciúmes.

— Mas ele é meu hyung, seria meio desrespeitoso eu não chamar ele de hyung. – Kun se acalmou, apoiando o rosto em sua mão.

— Não, você é meu hyung, Taeyong é só...- Olhou para Taeyong, este segurava o riso, esperando uma definição para si. – Lee Taeyong. – Deu de ombros.

— Nossa, os papéis estão se invertendo aqui... – Yuta comentou risonho.

(...)

— Tá bom Ten, seu cabelo é bonito naturalmente, não faça nada nele. – Kun comentava, vendo o Chittaphon desesperado tentando arrumar algum penteado diferente.

— Mas eu não posso ir de qualquer jeito...- Murmurou.

— Talvez Johnny tenha gostado do seu qualquer jeito. – SiCheng comentou.

Já era noite, a fogueira havia sido divertida. Todos em uma grande roda, melodias divertidas e antigas, que causavam certa nostalgia foram cantadas aquela noite de harmonia. Mas havia o horário de dormir das crianças e o horário do acampamento. A fogueira acabou cedo, vantagem para Ten, este que se encontraria com o americano bonito na calada da noite.

— Uau, desde quando SiCheng é filósofo? – Jaehyun zombou.

O loiro apenas ignorou.

— Eu ‘tô com medo. – Confessou o tailandês.

— Se ele tentar alguma coisa perigosa dá o famoso Mata-Leão. – Yoonoh fez o movimento com o braço.

— Não nesse sentido idiota. – Ten rolou os olhos. – Medo de ele não gostar de mim, estou nervoso...E o que diabos é Mata-Leão?

— Um golpe de autodefesa. – SiCheng respondeu quase que automaticamente.

— Relaxa, aposto que ele está caidinho por você. – Kun se lembrou de algo. – Aliás, o que você disse pra ele na trilha? Digo, quando convenceu ele a deixar o WinWin me trazer de volta?

— Eu...falei que eram namorados e que precisavam se reconciliar. – Ten respondeu risonho.

O Jung explodiu em gargalhadas, caindo deitado no chão da barraca de tanto rir.

— Santa Denise...- Kun arrastou a mão pelo próprio rosto brutalmente.

— Podia ser verdade, né hyung? – Ouviu SiCheng dizer ao seu lado.

Jaehyun que já estava com a barriga dolorida de tanto rir, dessa vez começara a chorar aumentando a crise de riso.

— Tem certeza de que não foi programado pra nada? – Kun franziu a testa, virando o rosto para o loirinho.

— Absoluta. – Sorriu.

— Rosa. – Ten soltou do nada.

— O que? – Kun fez uma careta.

— Rosa. Será que cairia bem no cabelo do SiCheng? – Perguntou retoricamente, olhando para o robô.

— Não, não e não. – Negou o Qian. – Você disse que não estragaria o cabelo dele. – Kun se aproximou protetoramente dos cabelos de WinWin e os acariciou, fazendo o garoto fechar os olhos e sorrir de boca fechada.

— Ai relaxa...se você não deixar eu não vou pintar. – Ten rolou os olhos, passando a mão no cabelo pela quadragésima quinta vez naquela noite. – Bom, eu vou lá! Me desejem sorte. – Suspirou nervoso.

— Boa sorte! – Falaram o três em uníssono.

(...)

Ten andou um pouco, saindo da área onde as barracas estavam armadas, parando em um ponto em que o americano lhe disse que estaria.

— Olá! – Ten pulou de susto.

— Ai meu coração! – Ten suspirou, colocando uma das mãos no peito esquerdo.

— Desculpa. – Pediu sorridente. – O que quer fazer? Digo, eu não preparei nada pra nós fazermos. – Disse sem graça.

— Ah não se preocupe, podemos ficar apenas conversando. – Sorriu o tailandês.

— Tudo bem então, posso lhe fazer perguntas enquanto andamos?...se isso lhe interessar é claro. – Colocou as mãos nas costas e sorriu.

Ten estava quase chorando de felicidade ali mesmo, Seo Johnny era tão perfeito.

— Claro. – Imitou o gesto do outro.

Começaram a andar lentamente.

— Tá, perguntas básicas e bobas eu também posso fazer? – Perguntou risonho.

Ten assentiu, também risonho.

— Qual é o seu nome inteiro? – Perguntou.

— Ten Chittaphon Leechaiyapornkul. – Respondeu sorridente.

— Oh, não é daqui? Aliás, Seo Johnny, ou Youngho...?

— Não, sou da Tailândia. – Olhou para o chão.

— Eu nem da Ásia sou, não se sinta intimidado ou algo assim.

Ten riu.

— De onde é?

— Chicago. – Tornou seu olhar para o mais baixo. – É de quando?

— 96.

— 95. – Sorriu. – Aqueles são seus amigos ou algum deles é... – Deixou no ar.

— É o que? – Ten perguntou risonho.

— Seu namorado? – Perguntou sugestivo.

— Hah, e como tem tanta certeza de que eu gosto de garotos?

— Não gosta? – Perguntou parecendo debochar.

— Não. – Mentiu.

— Sério? – Johnny pareceu surpreso.

— Não. – Riu.

Se divertiu ao ver Youngho suspirar exagerado.

— Eles são só meus amigos. Você tem algum amigo aqui?

— Só Hansol, aquele outro monitor que estava comigo antes da trilha, sabe? Ah, também tem os donos desse acampamento que são senhores muito legais.

— Entendi. – Suspirou – Me desculpe. – Ten soltou de repente.

O Seo franziu o cenho.

— Desculpar pelo que? – Perguntou confuso.

— Eu menti. – Confessou.

— Mentiu sobre o que? – Johnny perguntou divertido.

— WinWin e Kun não são namorados. – Olhou para o chão.

(...)

— Onde vai? – Kun perguntou, ao ver Jaehyun parado na entrada da cabana.

— Sair...por aí. – Desviou o olhar.

— Não sabia que Taeyong trocou o nome dele por “por aí”. – WinWin alfinetou. Kun riu.

Jaehyun fuzilou o robô com o olhar, o que fez o mesmo e rir e Kun mais ainda.

— Pode ir, não contamos pra ninguém...a espera, oops! – Kun tapou a boca.

Yoonoh não falou mais nada, apenas saiu de lá em passos fundos. Fazendo os dois ainda dentro rirem. O ambiente ficou silencioso. Kun encarava distraidamente o lampião de led que iluminava o interior daquela barraca.

— Hyung. – Ouviu ser chamado.

— Sim? – Desviou o olhar para SiCheng.

— Posso ter um celular? – Perguntou sorrindo.

— Não. – Voltou seu olhar para o objeto brilhante.

O sorriso do outro desmanchou e de lá surgiu um bico.

— Por que?

— Você não tem ninguém pra ligar além de mim, Ten e Jaehyun. – Apoiou o cotovelo no joelho e o rosto na mão.

— Mas e se eu quiser ligar pro Taeyong? Ou pro Yuta? Taeil? Doyoung?

— É só pedir o meu emprestado ou usar o fixo lá de casa. – Deu de ombros.

— Mas...

— Depois a gente vê isso, SiCheng. – Interrompeu.

Houve um momento de silêncio. SiCheng observava o olhar distraído de Kun, parecia estar perdido, nos pensamentos especificamente.

— Hyung, tem alguma coisa te incomodando? – Amansou a voz. – Digo, eu te incomodo? – Se aproximou do Qian.

— O que? – Desviou o olhar para SiCheng novamente, este como todas as vezes ultimamente, estava perto demais. – Não, por que?

— Eu não sei. Sabe, aquilo que eu falei na mesa é verdade, as vezes eu acho que você não gosta de mim...- Murmurou, desviando o olhar, parecendo tristonho ou algo assim.

— E o que Taeyong disse também é verdade, acho que eu gosto de você até demais...- Falou, distraído com algum ponto nos olhos do outro.

— Poxa hyung! E por que você gosta de mim você me trata desse jeito? – Bateu a mão no chão, parecendo indignado.

— É. – Kun riu, se divertindo com a reação do outro.

— Não gosto de você. – Cruzou os braços.

— Ah poxa, que peninha...- Se deitou no aglomerado de cobertores que havia ali, se preparando pra dormir, ou tentar. Como dito anteriormente, Kun não era acostumado a dividir espaço com outra pessoa na hora de dormir, além disso ele mesmo era espaçoso. Esperava não chutar WinWin no meio da noite ou algo assim. – Se for dormir apaga a luz.

Ouviu o outro bufar e sorriu com isso. Ouviu um “click” e o ambiente escureceu mais ainda, ele havia desligado a luz.

(...)

— Não? – Johnny parecia realmente confuso, mas ao mesmo tempo matinha um sorriso no rosto.

— Não... – Ten respondeu quase rindo. – Desculpa, Kun é muito frescurento com essas coisas de passar vergonha. Tenho certeza que ele ficaria se sentido mal depois se tivesse atrapalhado a trilha. – Bufou.

— Poxa, mas eles parecem mesmo...

— Não é!? – Ten concordou sorridente. – O que vamos fazer amanhã?

— Amanhã? – Pareceu confuso.

— As atividades, ou vão ser as mesmas de hoje?

— Ah, não, vão ser diferentes.

— E o que vão ser?

— Não vou te contar, é surpresa. – Sorriu sacana.

— Ah, qual é hyung!? – Jogou os braços pra baixo.

— Não. – Repetiu risonho.

— Sério que não vai funcionar? – Ten fez bico.

— O que não vai funcionar?

— Quando SiCheng pede alguma coisa pro Kun e ele nega, ele o chama de hyung. Kun faz o que ele quiser quando WinWin o chama assim. – Deu de ombros.

— Tantas pessoas me chamam assim, que eu já me acostumei. – Riu mais uma vez.

— Poxa!

(...)

Kun ao menos percebeu que não estava realmente dormindo, estava pensando tão profundamente em alguma coisa qualquer que WinWin realmente achou que o Qian estava dormindo. Teve tanta certeza de que o outro estava dormindo que, ao se deitar, rolou para o lado de Kun, ficando extremamente colado com ele. Kun queria abrir os olhos e reclamar, mas tudo que fez foi segurar o riso e abraçar SiCheng enquanto tentava realmente dormir. Isso soou realmente bom para SiCheng, este que sorriu e riu baixinho antes de se esconder nas cobertas junto com o acastanhado.