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História Deixa - Único


Escrita por: arus

Notas do Autor


caraca eu escrevi mais de 500 palavras e tive a coragem de postar!!!!!

para as flores mais lindas do meu jardim @thalytabaker e @han_30hyuk amo vcs ♡

Capítulo 1 - Único


Durante meus longos anos de vida, que somam um total de vinte e quatro anos, eu nunca fui muito de gostar de fazer as coisas certas. Sempre tive tendência a fazer coisas que, segundo o ponto de vista da minha sábia mãe, eram bem problemáticas, inclusive parar de estudar no quinto semestre da faculdade de arquitetura por que meu melhor amigo me convidou pra ir pra um festival de hip hop no outro lado do mundo.

Música sempre me pareceu melhor do que plantas e lápis ponta sei lá o que e aqueles tubinhos de guardar projeto. Música é mais simples, e ao mesmo tempo complicado. Música descomplica tudo, e ao mesmo tempo complica.

E por causa de todas essas reviravoltas, me encontro no chão do bar onde trabalho já faz um ano e meio, acompanhado de uma garrafa muito simpática de uísque e do garçom daquele barzinho singelo, Baekhyun.

Essa é uma das situações onde eu achei que a música ia descomplicar tudo, e acabou piorando minha vida de cantor de barzinho, pobre, fodido e viciado.

O papo é que, eu já sou meio vidrado nesse tal de Baekhyun faz um longo tempo, já escrevi inúmeras poesias pensando no jeito que ele sorri quando conversa com os clientes, como ele mexe no cabelo que de três em três meses muda de cor, e da expressão que ele faz quando eu toco alguma música que ele gosta, como se o corpo dele vibrasse com a sensação de amar aquela música o tanto quanto eu amo tocar pra ver ele assim.

O outro papo é que, eu tenho um total de zero pingos de coragem pra chegar nele e mandar a real, por que a paixão nunca foi tão simples assim, sempre fui de me entregar mais do que deveria, e me fuder de maneiras fudidamente fudidas quando o assunto é gostar de alguém.

E aqui me encontro, meu violão em cima do palco, eu e ele habitando aquele bar vazio, quase porres, sentados no chão conversando sobre buracos de minhoca e teorias da conspiração. Eu me apaixonava toda vez que ele dava uma gargalhada, ou quando ele me observava veemente enquanto eu explicava detalhadamente uma teoria sinistra pra ele. Baekhyun parecia gostar da minha estranheza o tanto quanto eu gostava da dele.

Nesses momentos de estranheza e silêncio ele, de repente, tomou a garrafa da minha mão e sorriu travesso bebendo um gole longo. Eu o olhei, perguntando mais pra mim mesmo do que pra ele, que porra?

– Ok, tô me segurando a noite inteira pra não falar isso, sei lá você já deve tá acostumado com esse tipo de situação e achar isso super incômodo e chato, e argh – ele resmungou no meio do monólogo e bebeu mais um gole, dessa vez seguido de uma careta; eu apenas o olhei, com um meio sorriso nos lábios e pensando no que diabos eu tava me metendo, ele continuou. – faz um tempo já que eu tô querendo isso, não é de hoje não.

Uma pausa longa, ele olhou bem no fundo dos meus olhos e, sei lá, pude jurar que todo álcool do meu sangue tinha evaporado no espaço sideral que aquele momento se resumia.

– Quero que toque pra mim hoje, só pra mim.

Tá, eu engasguei no chiclete de canela, e ele deu mais uma gargalhada deliciosa com o meu desespero. Olhei pra ele que sorria, se levantando e indo em direção às cadeiras em frente ao palco improvisado do bar, como se fosse um convite pra eu dar meu show pra ele. Que abusado, eu nem tive o poder de escolher se queria ou não tocar uma pra ele.

Realmente, eu queria.

Eu sorri. Centenas de milhares de músicas passaram na minha cabeça naqueles segundos em que eu caminhava em direção ao violão.

Escolhi só uma mesmo, que era meio que uma síntese do meu coração. Peguei o violão, nervoso que só Deus sabe, e toquei o primeiro acorde. Parei. Ele me olhou confuso.

– Ah, o que foi? – ele reclamou desapontado.

– Vem aqui – o chamei pra cima do mini palco – e trás uma cadeira – sorri.

Ele continuava confuso, mas obedeceu minhas ordens. Já devidamente sentados, um de frente pro outro, bem próximos, e eu podia sentir o cheiro dele misturado com o álcool e essência de morango, que ele tinha gastado na calça mais cedo enquanto preparado drinks destilados. A combinação perfeita. Momento perfeito, e eu decidi começar.

– Eu quero fazer isso do melhor jeito possível, e eu sei que você ia amar se eu tocasse uma música pra você, já percebi que você ama me ouvir tocando, mas eu queria te falar umas coisas. Desse jeito mesmo, sem melodia, nem nada, da forma mais crua e orgânica que eu puder te contar.

Pausei minha fala e prossegui. Ele me observava atento, parecia intrigado com o que eu ia falar, tentei não pensar nisso e deixei a coragem que não existia no Chanyeol sóbrio tomar conta do Chanyeol suavemente alterado.

– Bom, ontem eu sonhei com você. Vi toda a verdade, mas eu me esqueci. – ele riu, eu ri junto. – eu não entendo minha própria fé, se devo ou não acreditar nesse meu coração. Sabe, moreno, sonhei com você, logo depois nem me lembrei do que vi. Mas deixa, assim meu coração fica em paz, e mesmo assim, por sua causa, eu erro o tom.

Ele me olhava, dessa vez sincero, com uma expressão séria, quase nervoso. Deixei de sorrir e continuei.

– Hoje, pensei em te ligar e te falar o como é bom ouvir tua voz. – ele me olhou surpreso, se aproximando mais de mim, aproveitei e tomei as mãos dele nas minhas, e terminei minha confissão cheia de poesia roubada. – tu me pareces uma sensação, é bom te sentir. Já não sei mais viver sem esse teu jeito, o teu calor já pertence aqui.

Coloquei as nossas mãos no meu coração, que batia cada vez mais forte, que nem escola de samba, e quase morrendo do coração, terminei minha confissão.

– Tu pareces não perceber, mas esses dias venho pertencendo à ti.

Baekhyun sorriu, do jeito mais bonito que eu já vi, radiou felicidade, e pressionou mais ainda a mão no meu coração. Chegou mais perto como se fosse costume dele já, agindo como o dono de mim.

– E se eu te contar que também sonhei com você? – dessa vez foi ele que falou, olhando nos meus olhos, tirou as mãos do meu peito, segurou meu rosto e sussurrou no meu ouvido. – a verdade está dentro de ti.

Baekhyun beijou uma vez, beijou outra vez, na terceira vez, foram nos meus lábios, pressionando levemente e realizando meu sonho de beijar aquela boca dele. Partiu o beijo cedo demais, e eu resmunguei, ele sorriu e sussurrou no outro ouvido.

– Eu não preciso de mais nada, e eu só quero  que você acerte o tom tocando pra mim.

Juro que se eu pudesse quebrar meu violão na minha própria cabeça, eu quebrava. Esse era o tamanho da minha felicidade naquele momento. Eu sorri, sorri bonito, sorri grande, e fiz a memória mais importante da minha vida ali, naquele barzinho singelo, com a garrafa esquecida de uísque, com o barman, que tinha gosto de fruta na boca e o corpo quente, que vibrava a cada toque, a cada carícia e cada súplica de desejo que nós dois nos agraciamos jogados no palco improvisado, sem imaginar na proporção do amor que se equalizava em nossos corações. 


Notas Finais


perdão por essa capa zoada heuheuhe amo todos vocês ♡
me "inspirei" na música deixa - ana muller. escutem, vale a pena. abraços ❤


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