“Eu sei que estou ficando sem tempo
Eu quero tudo isso
E eu queria que eles parassem de tentar me conter
Eu quero tudo isso
E estou caminhando em um fio
Tentando ir mais alto
Parece que estou rodeada de palhaços e mentirosos
Mesmo quando eu desisto de tudo
Eu quero tudo isso”
Harry Stein bambeava na cadeira de rodas, coberto por uma manta cinza até o pescoço com uma máscara de oxigênio, não muito distante da aparência do Sr. C, que usava um jaleco médico, uma touca cirúrgica e uma máscara higiênica.
- Vamos levá-lo ao parque, Sr. C?
- Não, não! Isso é muito óbvio.
Corríamos com Harry pelo estacionamento sem sermos vistos. As luzes piscavam conforme percorremos os corredores intercalados dos automóveis.
- Quanto tempo você acha que vai levar até eles nos encontrarem?
- Harley! Chega de perguntas! Isso não interessa agora!
De certo importava. Só eu sabia como essa coisa de Esquadrão Suicida funcionava, e eu ainda tinha a marca da pele para provar isso, uma marca em forma de grão de arroz fritada dentro da minha pele, atrás da nuca. Eles não eram tão espertos, eu admito, pelo menos não em equipe, a minha sorte é que eu sempre tive meu pudinzinho como alicerce, o que me deixava mais à vontade para conseguir me socializar em grupo, ao contrário dos outros. No entanto, se eles não eram inteligentes, a Amanda Waller era, e por todos eles. Ela sempre sabia de tudo, era incrível como era calculista, poderia até confundi-la com o Sr. C caso me vendassem frente aos dois. Mas a questão não era a sabedoria e sim a tática de guerra, eles tinham um batalhão militar das forças especiais e isso os deixava a uns 40.000 passos a nossa frente, se não mais! Era isso o que me preocupava. E se eles já estivessem perto? E se fossemos pegos? E se o Sr. C fosse separado de mim novamente? Ele seria arrastado para o Arkham e a Amanda reativaria minha nanobomba. Que droga! Por que o Pudinzinho não pensou em algo menos catastrófico como explodir uma praça? Seria muito mais majestoso ver tudo voando pelos ares enquanto víamos a cena de cima de um prédio próximo, do que esperar atentamente por um ataque surpresa com 5 marmanjos atrás de nós, se não mais! Quem eles teriam enfiado no meu lugar, da Magia e do Amarra?
Suspirando, joguei Harry para dentro do banco do passageiro, o que me levou a jogar a cadeira de rodas para trás. Quando entramos no carro, o Sr. C pisou fundo no acelerador, nos jogando fundo no banco.
Arranquei minha peruca e puxei o jaleco para longe, usando o uniforme de guerra mais sexy que eu tenho. Sorrindo, me encolhi entorno do torso do Sr. C, tirando sua máscara e a touca, deixando seus cabelos verdes reluzindo.
- Eles estão vindo… - sorriu ele, estourando a régua de parada do estacionamento do Arkham.
As sirenes soaram alto e eu ri pelo som distorcido que tudo começava a parecer ter sobre mim.
- Isso vai ser insano, vai sim! - segurei-me no pregador acima da janela, no teto, me prendendo mais ao cinto.
Assim que avistamos o portão do Arkham, policiais tentaram nos impedir, atirando contra o automóvel, mas a velocidade pareceu duplicar, o que os fez se jogar para os lados. O portão se partiu, me fazendo lembrar de quando o estourei na busca de recuperar o Sr. C das garras do Batman, assim que foi espancado, pego logo após ter matado o Jason Todd comigo.
A ilha estava perto do seu percurso final quando conseguimos avistar o mar a nossa frente, a ponte estava se erguendo assim que as sirenes chegaram perto dos guardas do lado de fora, avisando os policiais, mas meu docinho foi mais ousado e esperou o momento certo para acelerar com toda a potência da lamborghini, içando-nos para cima num impulso alto o bastante para erguer o carro no ar. Meu estômago afundou assim que pode ver o mar abaixo de nós, mas voltou ao seu lugar assim que o carro bateu as rodas duras contra o asfalto, do outro lado da ponte.
- Essa foi por pouco. - suspirei, respirando com nervosismo.
Por Deus, eu não sei nadar! No que ele estava pensando? Sei que meu docinho é louco, mas não é para tanto! Será que se tivéssemos caído e sobrevivido, ele me deixaria para morrer que nem me deixou no lago quando o Batman me encontrou? Eu não duvidaria nada disso. Mas de qualquer forma, são águas passadas.
"Esqueça isso, Harley!"
A ponte era larga o bastante para ser percorrida, mas por mais rápido que fossemos, não chegaríamos ao seu final a tempo. Sabia disso porque um helicóptero militar pousou na metade dela, descendo uma corda que chacoalhava no ar. Era o mesmo modelo do pássaro que Rick Flagg levou os outros integrantes do Esquadrão Suicida e eu para minha última missão.
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