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História Deixe que nosso amor os mate! - Ponto de Escape


Escrita por: FresadelaLuna

Notas do Autor


Sorry a demora, Puddins, mas eu acabei ficando sem internet <\3 A ideia era postar um todo dia, mas vamos que vamos, né non?

Capítulo 26 - Ponto de Escape


Fanfic / Fanfiction Deixe que nosso amor os mate! - Ponto de Escape

“Você não sabe o quanto eu lutei para sobreviver

Acordando sozinha quando eu fui deixada para morrer

E você não sabe sobre essa vida que eu vivi

Ou estas estradas que eu andei

Ou estas lágrimas que sangrei”

 

Durante todo o meu tempo com o Sr. C, nunca que um pesadelo havia me envolvido daquele modo. Era aterrador pensar que ele poderia fazer isso com um bebê, não, não digo um bebê qualquer, como o do Bullock, mas o meu bebê, o nosso bebê. Mas bebês!? Ora! Quem estava pensando em bebês agora? Eu não pensaria em um bebê tão cedo, embora seria a coisa mais linda que poderia acontecer comigo e com o meu Pudinzinho! As fantasias de construir uma família haviam se apagado em alguma parte do tempo em que eu convivi com o Sr. C e não conseguia recordar qual foi...

Ofegante, pisquei diversas vezes, tentando tirar a visão difusa que se acomodava sobre os meus olhos. Assim que consegui enxergar o meu redor com mais exatidão, bufei de frustração, notando que eu continuava naquele cômodo decrépito de cheiro podre que exala dos cadáveres ao meu redor. Tento chacoalhar meus braços, ainda sem poder senti-los Lembro-me que no início da semana eu conseguia sentir um comichão irritadiço que adormeceu-os por completo, até mesmo as minhas mãos, que só eu erguendo muito bem o meu pescoço, podia enxergá-las, vez ou outra pareciam muito pálidas, outras, de um tom púrpura com salpicões vermelhos.

Suspirando, voltei a olhar ao redor.

- A Bela Adormecida acordou, pensei que eu ia ficar aqui o dia inteiro. - disse Johnny Johnny, entrando pela porta, enfiando as mãos nos bolsos da calça social.

“Você sabe que não existe saída!”.

- Cale a boca! - retruquei, voltando a ouvir a voz arrogante da Dra. Harleen. Ela sempre foi presente, sempre esteve ali, incisiva dentro da minha cabeça, mas parece que ultimamente ela se mostrava mais disposta a me atormentar que o normal.

- Perdão? - se aproximou cautelosamente, tentando não tocar nos corpos estrebuchados e esparramados no chão.

- Eu disse: Me tira daqui, Johnny Johnny! - abri um sorriso largo, tentando, de algum modo, não parecer sorrateira, como sempre.

- Infelizmente meu patrão não deixa. - coçou a nuca, colocando um cigarro na boca.

- E eu sou a sua patroa! - rebati, dando de ombros, ainda assim olhando-o de soslaio.

- Não! - negou com o dedo indicador - Eu só trabalho para ele. - puxando um isqueiro, acendeu a ponta do cigarro, tragando a fumaça com vontade.

Chacoalhei o rosto, notando o quão podre minhas roupas cheiravam, assim como o quão flácidas minhas coxas começavam a ficar sem meus exercícios diários.

- O que você veio fazer aqui, então?  Me pagar um sorvete? Gosto de napolitano!

- Ele não queria que eu viesse, mas sabia que ele queria, mesmo não dizendo, sabe como é, coisa de gente durona que não sabe o que fazer, então faz as piores escolhas!

Eu bem sabia como era...

- Precisa de alguma coisa, fora eu te soltar!? - reclamou, as fitas de fumaça saindo pelo seu nariz.

“Pede uma metralhadora, vai ver ele te empresta uma também!”.

Revirei os olhos para a minha própria mente.

- Quero… - tossi, chacoalhando a cabeça, tentando tirar as mechas de cabelo do meu rosto - Um X-Burguer com batatas fritas, suco de uva e… E um teste de gravidez… Este último o Pudinzinho não pode saber!

Ele me olhou espantado, mas mesmo assim afirmou com um aceno de cabeça e saiu pela porta de aço, fechando-a atrás de si.

“Bingo!”

- Onde? - olhei ao redor, procurando alguma mesa de jogos.

“Você entendeu. Talvez o seu Sr. C saiba agora, além do mais, ele soube do Pistoleiro e você pela foto que se cão de guarda tirou”.

- Um pervertido.

“Um chantageador, sem dúvidas”.

- Ele não faria isso. Johnny Johnny é do bem, da paz, sabe como é.

Olhei novamente para os meus pulsos, com o cheiro de sangue vindo forte dos antebraços. Puxei minhas mãos para baixo, concentrando todo o peso do meu corpo ali. A pele ardeu, embora adormecida e eu continuei ali, jogando-me para baixo, mordendo os lábios, até parar ao ouvir um estalo vindo de um dos meus punhos. Notei que uma das mãos havia se infiltrado dentro de uma das algemas. Suspirando, tentando engolir a dor, sorrindo.

“Nada mal!”.

Rindo, tentei puxar novamente, nem ao menos me lembro quanto tempo perdi tentando arrancar o resto das mãos das algemas, sentindo meus pulsos deslocando os ossos e as juntas dos dedos batendo contra a parede de pedra gelada atrás de mim, pela frustração. Logo, não demorou muito para que Johnny Johnny trouxesse tudo o que eu pedi.

O teste foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Não foi pelo sonho, mas pelos enjoos constantes que vinha tendo desde a missão em Belle Reve. Não, não era do Pistoleiro, nem conseguimos chegar ao ápice porque Johnny Johnny apareceu, afora isso, minha outra relação sexual foi o com o Senhor C e somente com ele.

Johnny Johnny me deu um sanduíche para eu comer, segurando-o para que eu conseguisse fazê-lo. Mordi um grande pedaço, sentindo pela primeira vez o sabor de uma comida de verdade em dias.

- Como vou usar isso acorrentada? - perguntei, ainda de boca cheia.

Johnny Johnny puxou minha calcinha para baixo e colocou o teste abaixo de mim.

- Manda ver. - interveio, tentando não olhar para as minhas partes íntimas.

- Sutil - sorri, engolindo a comida rapidamente. - Vai ficar embaixo de mim mesmo?

- Tem ideia melhor?

- Faz barulho de água escorrendo para me ajudar?

Ele negou com a cabeça, olhando fixamente para a porta de vidro.

Eu estava impaciente, teimosa, batendo as pontas dos pés no chão, assim que terminei de urinar no teste, tentando torcer para que desse negativo, ou positivo, tanto faz. Digo, não tanto faz pelo bebê, mas por mim, em qualquer uma das duas formas, eu estava na merda e essa situação não mudaria tão cedo.

- Quanto tempo pra dar resultado?

Ele ergueu o rótulo frente aos olhos e o jogou dentro do saco de papel do sanduíche.

- Dois minutos!

O silêncio tomava todo o cômodo. Era dois minutos longos que se passaram sem que eu tivesse uma resposta definitiva. Qual era o problema de aparecer alguma voz agora me dizendo “Ei, Harley, você está fodida, mas tudo bem, porque vai sair uma coisa enorme de dentro de você!”?

- Então, gosta de batatas? - indaguei, esperando quebrar a mudez.

Ele se ergueu e colocou o teste na minha frente.

- Dois riscos.

- Então são gêmeos!?

- Não. Deu positivo.

Positivo. Que merda! Positivo. Isso é maravilhoso! Positivo. Eu estou tão morta por isso ter acontecido! Positivo. O Sr. C vai amar saber sobre o bebê. Positivo. O sonho pode se tornar real! Positivo. Eu não podia ficar aqui de jeito nenhum!



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