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História Deixe que nosso amor os mate! - Baby Girl


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 27 - Baby Girl


Fanfic / Fanfiction Deixe que nosso amor os mate! - Baby Girl

“Você provavelmente pensou que eu não iria chegar tão longe

Você pensou que eu ia acabar na traseira de um carro

Você provavelmente pensou que eu nunca ia escapar

Seria um rato em uma gaiola, eu seria escravizada neste lugar”

 

 

Eu me lembro de ter arrancado o restante das minhas algemas com tanta força que um dos meus pulsos deslocou. Eu me lembro que desacordei Johnny Johnny com um chute, de ter pego Bud e Lou do abismo com o restante das minhas forças e colocado focinheiras bem apertadas neles. Me lembro de ter passado por um túnel escuro e encontrado um caminho tortuoso para o ferro velho onde Ivy morava. Eu estava cansada, minhas pernas tremiam e eu, aos poucos conseguia sentir meus braços, que pulsavam como se tivessem tomado seu primeiro sopro de vida.

“Muito bem, você conseguiu!”, podia ouvi-la com um ar realmente sincero.

Quando a vi, em meio as folhagens de sua casa, sorri um sorriso largo o bastante para disfarçar que eu estava completamente bem, mesmo que eu não aparentasse estar assim.

Olá, doçura! - continuei sorrindo - Achei uma boa vir passar umas férias com a melhor amiga de todas!


 

    Semanas.

    Era disso que eu precisava.

    Semanas.

    E foi isso o que eu tive.

    Foram 24 longas semanas esperando, paciente, dentro de uma casa coberta de folhas, aguardando alguma resposta da minha irmã, enquanto minha barriga crescia, parecendo a cabeça do Mike Tyson.

Conforme os dias foram passando, cheguei a vomitar diariamente, uma vez vomitei cinco vezes em menos de uma hora. E mais do que isso foram meus desejos estranhos por peixe com goiabada e abóbora com pimenta, tive até vontade de beber a água do rio tóxico, Hera não me deixou beber, não por mim, eu poderia tomar, mas o bebê que crescia a cada dia aqui dentro, não.

    Bud e Lou, graças a um medicamento natural feito pela Herinha, conseguiram se recuperar da raiva que o Sr. C colocara neles. Agora meus dois amorzinhos eram mais ágeis e mais fortes, tão robustos quanto os leões da série Zoo. Eram dois bebezinhos prontos para atacar quem quer que quiséssemos. Tome cuidado, Pudinzinho!

    Hera estava com suas ervas na plantação do lado de fora de casa. Eu andei, meio cambaleante, pelo cômodo repleto de samambaias e acácias, sentando-me na poltrona frente a televisão. O bolo de espinafre que Hera fez noite passada ainda estava no mesmo lugar, e duro do mesmo jeito. Ninguém comeria um bolo de espinafre. Nem mesmo meu bebê comeria.

- Ei… - murmurei assim que olhei ao redor e não vi o vislumbre de ninguém presente.

Ergui a camiseta surrada que servia como minha camisola e deixei com que a minha barriga branca e gorda ficasse a mostra. Meus dedos tocaram na pele quente, sentindo rapidamente um chute. Sorri.

- Você vai ser uma boa lutadora, huh?  - perguntei, ainda falando baixo, deslizando o dedo indicador por toda a barriga, como que desenhando um trajeto invisível com vários ziguezagues - Vamos assistir Bob Esponja juntas e brigar pelo último danoninho!

    Senti mais um chute involuntário perto da minha costela esquerda, fazendo com que eu me sobressaltasse da poltrona um pouco, e então voltasse a me encostar no espaldar esponjoso.

- Ei querida, vamos com calma!

Eu nem sabia se ela era garota ou não, mas enfiei isso na minha cabeça desde que eu tive aquele pesadelo, que, mesmo longe dele, ainda o tenho quase todas as noites, perturbando a minha cabeça.

- Vamos fazer o seguinte. - ajeitei-me mais uma vez na poltrona, entendendo que enquanto eu tivesse uma barriga enorme e consequentemente uma bunda do mesmo tamanho, nada, nem nenhum lugar que eu sentasse, seria confortável o bastante para mim e minha bebê. - Mamãe está entediada e não tem nada de bom para comer além daquele bolo de espinafre. - outro chute - Sabia que não ia gostar da ideia de comê-lo também. - peguei o controle com certa dificuldade e ofegante, voltando para o mesmo lugar - Quando você sair daí, me desculpe, mas nada de irmãozinhos. - suspirando, liguei a TV - Vamos ver se tem alguma coisa divertida aqui.

    Mudei de canal uma, duas, três vezes, sem parar, tentando encontrar algo na TV que me fizesse ficar um tanto hipnotizada, sem qualquer preocupação, mas as marcas continuavam em mim. Mesmo depois de um mês, meus pulsos continuavam enfaixados, a atadura tentando manter o osso no lugar para que ele não se deslocasse automaticamente.

Quando vi a imagem de uma repórter das Notícias Diárias de Gotham City, me arrumei na poltrona, ela dizia sobre o Sr. C.

Não era sua foto, assim como todas as matérias que passavam nas reportagens de Gotham, desta vez era um vídeo que corria pela tela, provavelmente ao vivo.

“Olá povo de Gotham, é tão bom finalmente estar na ativa”, disse ele, apoiado na bengala, sentado ao lado de um cadáver de olhos abertos, encarando ele para cima “Sentiram saudades? Acho que sim! Vejam só, tenho planos para vocês meus queridos. Tanto que vou presenteá-los todos os dias daqui uns meses. Ah, Senhor C, mas para quê antecipar? Possivelmente para que fiquem na expectativa, será a melhor forma de manter vocês esperançosos pela minha chegada. Imaginem só? O GCPD lotando as ruas isoladas e medrosas, enquanto o povo de Gotham City se esconde amedrontado HA-HA-HA! Aliás! Olá Jim Gordon… Mas o principal: Batman! Olá Cavaleiro, como se sente esses dias? Soube que sua cidade anda silenciosa, não é de se esperar. Implementou o medo nesses seres indefesos. E quem sou eu para dizer que devemos reagir? Ora! Vamos mesmos sabem! Me denominam como o Príncipe do Crime, o Rei de Gotham! Então vou fazer com que minha plebe reaja contra o Cavaleiro das Trevas, o Agente da Morte, o Homem de um exército só… Desculpe, discursei errado HA-HA! Boa noite, Gotham, e não se esqueçam… Os avisos dos novos tempos virão do céu!”.

Desliguei a televisão assim que ele terminou seu discurso. Sabia que isso viraria uma guerra mais para frente e que provavelmente ele não notou meu desaparecimento, ou talvez não tenha demonstrado, de qualquer modo, isso não importava agora, tinha coisa mais importantes para me preocupar.



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