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História Deixe que nosso amor os mate! - Anti Christ Birth


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 29 - Anti Christ Birth


Fanfic / Fanfiction Deixe que nosso amor os mate! - Anti Christ Birth

“E eu não sou boa nisso, não, de jeito nenhum

Eu sou um desastre e eu sei disso

E eu tendo a mostrar isso toda vez que tenho a chance

Borboletas nos céus, elas apenas voam por perto

Sim, elas estão me deixando enjoada

Elas não batem as asas

Tudo que elas fazem é chutar”

 

 

Um grito alto estanca em minha garganta como se estivesse prestes a rugir e fazer tremer todo o resto do terreno baldio. Hera tentou me ajudar a me erguer, mas uma força descomunal parecia atingir toda a região da minha barriga, me puxando para baixo com tanta vontade que eu pensei que meus órgãos explodiriam para fora.

Com passos curtos, tentando não intensificar a dor, recuei aos poucos até chegar a porta.

- Harley! Harley! O que pensa que está fazendo? - perguntou Ivy, ainda tentando ajudar.

- Cuide do Batman, eu estou bem, eu cuido da demoniazinha que está saindo! - segurei a porta, vendo-a, por entre meus cabelos desgrenhados, me olhar confusa e então fechei a porta com força, deixando-a do lado de fora, ouvindo-a socar a madeira, tentando me convencer a entrar - Volta para ele! Ele vai desconfiar se você não continuar a lutar! Agora menina, eu estou parindo aqui!

As batidas sucessivas pararam e rapidamente a tremedeira dentro da casa também, o que facilitava toda a dor lancinante que continuava a queimar todos os meus ossos. Rasguei o shorts de pano que eu estava usando, deixando o espaço livre para que o bebê pudesse sair. Mau notei eu que Bud e Lou haviam entrado junto comigo e estavam sentados, a poucos metros à minha frente, diante da saída do bebê, esperando pacientes pelo seu novo irmãozinho, ou irmãozinha, eu estava pouco me fodendo para a escolha do sexo da criança agora, a dor continuava cada vez mais intensa!

Suando, puxei algumas toalhas de mesa e as juntei abaixo de mim.

- Certo! - gritei, engolindo a dor - É hora de ajudar a mamãe!

Eu continuava sentada, as coxas esticadas, sem conseguir ver nada além de uma barriga enorme. Eu gritava sem conseguir enxergar qualquer coisa que estivesse a dois palmos à frente do meu rosto, não conseguia entender os tremores do lado de fora ou o modo como tudo parecia funcionar, eu só conseguia me concentrar na dor e como ela me dilacerava de dentro para fora.

- Vamos! - comecei a empurrar a barriga para baixo, sentindo o suor escorrendo da minha testa, para a ponta do meu nariz - É só sair! Qual é o seu problema? - gritei.

Tentei me arrumar, sentindo a movimentação interna entre as minhas entranhas como agulhadas e marteladas. Consegui então enxergar, os panos que coloquei abaixo de mim, encharcados de sangue.

- O quê? - toquei-os, desacreditando no que estava vendo, enxergando meus dedos manchados de vermelho - Ah, não, não, NÃO! - gritei, sentindo as lágrimas ardendo meus olhos - Isso é normal, bebê? Por favor, você tem que estar vivo aí dentro! Vamos! - solucei, esfregando minhas mãos ensanguentadas no cabelo, puxando as mechas para trás das orelhas, tirando-as do meu campo de visão - Vamos, vamos, vamos!

- Ah, docinho, mas porque a pressa, tudo tem o seu tempo?

Olhei para a cadeira, antes vazia, agora com o sorriso metálico estampado no rosto do Sr. C.

- Ótimo, é disso que eu preciso: Da minha imaginação fértil criar meu Pudinzinho agora! - revirei os olhos, respirando o ar pelo nariz e soltando pela boca - Vamos, pequena, só saia daí de dentro!

- É isso o que vai fazer comigo? Me ignorar? Mas que infantilidade! - puxou a cadeira, arrastando-a no chão e voltando a se sentar perto de mim - Vamos, eu estou aqui por você!

- Que merda! - gritei, sentindo a contração me fazendo entrar em parafuso - Sai da minha cabeça! Eu preciso me concentrar! E o Sr. C não falaria isso para mim!

- É, você tem razão! - cruzou os braços - Mas é o melhor que você pode fazer: pensar que ele se importa com isso. Então porque, enquanto esse monstrinho sai de você, você não desabafa?

As lágrimas escorriam dos meus olhos sem que eu notasse, nem ao menos eu conseguia identificar se era de dor ou de poder “vê-lo” ao meu lado nesse momento.

- Eu não quero desabafar, eu só quero ter o meu bebê em paz! - gritei.

- Se você realmente quisesse isso, amorzinho, com certeza já teria me tirado daqui, mas olha, ainda estou aqui! - rindo, esticou os braços - Além do mais, eu sou uma parte do Coringa que você queria que ele fosse, porque, como eu bem sei, deve ser horrível estar com alguém completamente diferente de quem você se apaixonou!

Gritei mais uma vez, podendo sentir o interior das minhas coxas queimando e os ossos se expandindo dentro de mim.

- Só… Só me escute gritar como você sempre fez, está bem? - indaguei, sentindo minha garganta vibrar.

- E o que mais? Quer que eu te prenda aos meus pés ou chute sua barriga até que o bebê saia?

- Se isso for fazer você parar de falar, por favor, faça!

- Olha! Está coroando! - seus olhos brilharam de êxtase.

- Cale a boca! - gritei - Você não é real!

- Eu não sou real, mas pelo menos estou bonito, huh? Como naquela noite na boate. - piscou.

Respirei pelo nariz e soltei o ar pela boca, minhas mãos tremiam, o suor escorria, Bud e Lou me olhavam com pena, sem emitir qualquer risada, pareciam mais prontos do que eu para qualquer coisa que desse errado.

A poça de sangue parecia maior, chegando perto dos meus calcanhares estendidos.

- Minha mente não está funcionando direito! - gritei, batendo em minha testa - Por que ela está cheia das mentiras que você disse!

- Eu não menti quando disse que eu quero acabar com o Batman!

- Você não me ligou!

- Eu tomei o seu celular!

Bufei, gritando, chutando o sangue abaixo de mim, tremendo enquanto as lágrimas escorriam.

Arranhei o chão e suspirei, mesmo que meus pulmões parecessem me dizer que não existia mais oxigênio na atmosfera.

- Vamos, você consegue! - ouvi uma voz acalentar perto do meu ouvido, baixinha, quase como um sussurro, e então um aperto compreensivo na minha mão esquerda - Vamos ter o nosso bebê.

Olhei para o lado, vendo o Sr. C agora, ajoelhado ao meu lado, me olhando compassivo.

- Como eu queria que você realmente fosse assim… - choraminguei.

E então a dor pareceu vir mais forte pela última vez. A cabeça surgiu gritando, estridente, chorando mais do que eu. Segurando seu pescoço com cautela, puxei-a para fora, trêmula, sentindo a queimação cessando aos poucos enquanto seu corpo saía por completo, deixando apenas um latejar retumbante por entre as minhas pernas.

- Ah meu Deus, ela é linda! - disse ele, sorrindo para mim, beijando o topo da minha cabeça - É uma menina mesmo!

- Aqui, amores, sua irmãzinha! - sorri - Mordam, isso, aqui! - estiquei o cordão umbilical para eles, ao ver que não havia nenhuma navalha por perto.

Primeiro Bud e Lou cheiraram o bebê e lamberam os bracinhos dela amigavelmente, para reconhecer sua nova dona, e então abocanharam o cordão e o separaram. Como nos sonhos, ambos puxaram a placenta e o restante para longe, lutando entre eles para saber quem comeria cada pedaço.

Trouxe a pequena que gritava para perto de mim e a enrolei em pequenas fronhas remendadas perto de mim, ainda cobertas de sangue. Os olhos eram tão azuis quando os meus e isso me fez sorrir.

- Oi pequena… - sussurrei assim que ela parou de chorar - Você deu muito trabalho para a mamãe, sabia? -seus pequenos fios de cabelo loiro grudavam-se no topo de sua cabeça.

Ela olhava para cima, não para mim, mas em direção ao homem de cabelos verdes irreais que estava observando-a com surpresa. Ele não era real, mas ela o olhou como se fosse.

- Posso segurar? - perguntou ele.

- Você vai deixá-la cair. - retruquei.

- É a minha filha… Quase… Acho que sim. - sorriu, esticando os braços.

Ainda relutante, decidi colocá-la entre os braços esticados do Sr. C e ele a segurou meio desajeitado, pegando o jeito no mesmo instante. Ela parecia tranquila demais, uma coisa pequena e feroz, mas mesmo assim, tranquila demais.

- Ela é tão… Tão linda. - murmurou ele, passando os dedos pelas mãozinhas delicadas dela - Qual o nome?

- É Lucy. - sorri.


Notas Finais


Okay, não queria dizer isso de repente, mas esse é o penúltimo cap da fic <3


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