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História Deixe que nosso amor os mate! - Once Upon Again


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 30 - Once Upon Again


Fanfic / Fanfiction Deixe que nosso amor os mate! - Once Upon Again

"Mas você é quem você é

Não vou mudá-lo por nada

Pois quando você estiver louco

Vou deixá-lo ser mau

Nunca vou me atrever a mudá-lo para o que você não é"

 

 

Quando tudo parou e o mundo pareceu tomar um rumo diferente, percebi o quanto tudo aquilo parecia caótico demais para a vida de um bebê, para a minha Lucy. Ela era tão frágil, embora tenha me causado tanta dor. Ela respirava com tanta tranquilidade que ninguém saberia identificar o  sangue paterno que ela carrega nas veias.

Mesmo que ela tenha uma pele mais pálida que o normal e os cabelos loiros quase brancos, ainda posso sentir cada traço como o do Sr. C, e mesmo isso me deixando feliz, ainda acho que significava, em algum momento, um fragmento de desgraça para o seu futuro. Eu não quero que ela siga o mesmo caminho que eu segui. Quero que ela seja normal, ou ao menos aparente ser. Eu quero mostrar ao mundo como eu sou uma boa mãe e como eu posso mudar, como eu posso estar fazendo tudo isso por mim mesma, e não mais por Ele.

- Você mal sabe que estou tentando melhorar as coisas… - murmurei para uma Lucy que dormia em meus braços enquanto o vento sacudia o meu sobretudo - Pedaço por pedaço. - suspirei.

Minha irmã havia respondido às minhas chamadas, achando loucura eu ainda estar viva, o que era engraçado. Ela achou que eu estava morta por causa da minha palidez nas fotos que eu a enviei grávida? Ela não viu o sorriso ou o Demogorgon que eu estava carregando no ventre?

Então marcamos de nos encontrar à noite no píer 16. Era o mesmo lugar em que enganei o Batsy na primeira vez que tentei surpreender o meu Pudinzinho, e acabar de vez com o Morcego. Isso me remeteu lembranças que nunca pensei que viriam tão rapidamente.

Lembrei-me dos primeiros tratamentos de choque que o Sr. C fez em mim quando eu ainda era a Dra. Harleen Frances Quinzel.

“Aquilo doeu à beça”, ouvi-a dizer em minha mente “Mas eu gostei!”.

Lembrei-me quando o vi, pela primeira vez em meses, naquele helicóptero, disparando sua metralhadora contra todos do Esquadrão só para me salvar, e eu, sem medo algum, arranquei minha jaqueta sorrindo e pulei naquela corda que daria para um abismo gigantesco abaixo de mim.

“Ah, Harley, o que você está fazendo!?”.

Assim como me lembrei da boate e como o Sr. C estava lindo naquela roupa, e como eu vi o tiro tampando os ouvidos.

- Porque eu desisti disso tudo? - perguntei para mim mesma - Era tão… Divertido!

Puxei meu sobretudo para mais perto e arrumei os cobertores em torno de Lucy.

“É porque ele te faz mal. Ele te quebra e depois quer juntar os cacos.”.

- Não, ele… - olhei ao redor, para toda a escuridão e o ancoradouro de barcos - Ele sempre me pede desculpas depois!

“Mas fazia de novo, Harley. Sabe tanto quanto eu que ele não é mais o homem por quem você se apaixonou. Lembra-se dele? De como ele era quando foi seu paciente?”.

Afirmei com a cabeça, engolindo a seco, sentindo o vendo ricochetear meus cabelos.

- Carinhoso… Compreensivo… Caridoso. - sorri, rindo - Tudo com C. Deve ser um sinal!

“É a porra de uma ilusão!”.

- Olha a boca! - murmurei entre os dentes - Temos um bebê para educar aqui!

“É que você me faz perder a cabeça!”.

- Então você não deveria ser tão boa psiquiatra assim! - dei de ombros, encarando impaciente a rua pela qual o carro da minha irmãzinha deveria passar para chegar até nós.

Às vezes parecia engraçado como tudo criou essa bolha podre e como eu aceitei fazer parte dela. Eu gosto disso, qual é o problema?

Eu sabia qual era o problema.

O problema não era gostar de fazer o que eu faço, mas com quem eu faço e como eu recebo a violência em troca de um sorriso.

Como eu posso criar uma filha que veria sua mãe apanhar do parceiro? Ela acharia isso normal e não é certo, porque não é normal e eu sei disso.

Mas eu fui criada para isso!

Dor e prazer é o que me mantém viva, e eu bem sei disso, mas não mais, não sem que eu revide, e vou revidar se alguém tentar passar dos limites com a minha Lucy.

As luzes do farol baixo surgiram ao fundo. A silhueta do automóvel começou a surgir, e logo vi a cor vermelho sangue do metal estacionar bem em frente ao píer. Ela saiu do carro olhando ao redor, como se estivesse procurando por alguma emboscada ou tivesse medo de alguma coisa.

Lucy começou a chorar no meu colo.

- Ah meu Deus! Eu te machuquei? - perguntei, erguendo-a nos meus braços.

Ouvi uma risada constrangida vindo da minha irmã.

- Você nunca soube segurar um bebê direito. - disse ela.

- É bom te ver também! - sorri.

Ela nunca foi muito fã de reencontros, e provavelmente eu também não era, não quando ainda me lembro dos puxões de cabelo que ela me dava aos seis anos de idade.

Vi-a esticar os braços para mim, pedindo-me Lucy e eu a entreguei.

- O que vou dizer ao papai e a mamãe? - indagou.

- Diz que Lucy foi colocada na frente da sua porta num cesto, ou só esconda ela embaixo de uma escada e espere ela receber uma carta de Hogwarts! - pisquei.

- Você tem certeza disso? Quero dizer… Sabe que pode visitar ela quando quiser, não sabe?

- E eu vou sim, pode ter certeza. - sussurrei - Só quero que Lucy fique longe de Gotham. Ele não pode saber!

Olhei ao redor, quase tendo a impressão de que alguém estava nos vigiando em meio aos caixotes nas sombras.

Rechacei a ideia quase que imediatamente.

Ela suspirou alto, balançando Lucy no colo para tentar acalmá-la.

- Ah, querida, como chegou a esse ponto? - me olhou com pena.

- Sinceramente, eu não faço a menos ideia! - dei de ombros - Mas o meu palpite? Amor! - sorri, me aproximando uma última vez de Lucy, abaixando-me perto de seus ouvidos assim que ela parou de chorar - Eu sei que talvez você não entenda isso agora, mas vou dizer a primeira coisa que minha mãe disse assim que eu nasci, lindinha: Eu vou te amar até que o sol morra.


Notas Finais


Esse Spin-OFF termina aqui, mas a continuação já está parcialmente produzida:
https://spiritfanfics.com/historia/cartas-nas-sombras-6366422
<3 <3
Bon Voyage, Puddins! <3


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