“Sempre tive um dente doce
nunca poderia evitá-lo
Querido, você é minha fraqueza
e você é apenas meu tipo
Quando você disse para sempre
Parecia que você quis dizer isso
com intenções de caramelo
mas você era apenas um discurso público”
Eu o deitei na cama cuidadosamente, ainda podendo ouvi-lo rir conforme sentia os espasmos de dor.
Nosso quarto… Nem deu tempo de ver como ele estava, e desde a primeira vez que o montei como nosso ninho de amor, nada mudou. Logo, sabia exatamente aonde ir e o que procurar nele. Peguei o kit de primeiros socorros abaixo da pequena mesinha, ainda com as bebidas em formato unilateral sobre ela, e me virei.
- A piada foi boa, não foi querida? - riu ele, se acomodando entre os travesseiros de seda lilás.
- Foi sim - sorri - Foi de matar!
- Não use essa frase! - me olhou com indiferença de repente - Na verdade, nunca use frases feitas que eu provavelmente possa usar.
- Me desculpe... - pedi.
Sentei-me perto da sua perna.
- Vou ter que tirar a calça.
- O quê?
- A calça, pudinzinho, preciso tirar ela.
Ele sorriu e bufou, contorceu o lábio superior e começou a tirá-la, tentando ao máximo não mexer no joelho esquerdo que fora acertado pelo tiro do Comissário. Sr. C ficou com sua sunga dourada, enquanto a camiseta vinho, desabotoada, mostrava as tatuagens em todo o seu peito nu.
- Talvez doa. - avisei.
- Se doer, eu te bato.
Ergui uma sobrancelha e toquei a pele avermelhada, com o sangue já seco, molhei o algodão no soro fisiológico e comecei a passá-lo sobre o ferimento.
- Sr. C… - disse eu, enquanto ele mexia no celular.
- Huh?
- Por que você me buscou?
- Porque você é minha.
Troquei o algodão ensanguentado por um outro, limpando mais uma vez, podendo ver a ferida aberta, deixando parte do músculo e veias à mostra.
- Mas olha, você nem faz nada comigo, se é que você me entende…
Seus olhos caíram sobre mim, deixando seu celular de lado.
- Do que está falando?
- Estou falando sobre relações conjugais, relações sexuais, Sr. C, S-E-X-O!
Ele riu, e me empurrou assim que sentiu a dor no ferimento. Voltei no mesmo instante, colocando a gaze sobre o machucado, colocando o kit embaixo da cama.
- Se quer tanto isso, pegue um dos meus homens.
- O quê!??? - ergui-me.
- Fique a vontade. - cruzou os braços atrás da nuca e olhou para o teto.
- Eu não vou fazer isso.
- O problema é seu. - sorriu.
- Você me mataria se eu fizesse isso, não é?
- Provavelmente.
Arranquei as botas, e soltei as armas e a jaqueta, pulei para cima da cama e me sentei ao seu lado. Vendo que eu podia me aproximar, toquei seu peitoral, sentindo a pele quente subindo e descendo conforme respirava. Assim que notei que ele não hesitava, sentei-me sobre ele, prendendo-o entre as minhas pernas. Arranquei minha camiseta e a joguei no chão, agarrei seu pescoço e o puxei para perto.
Seus lábios, quentes, tinham o mesmo gosto ferroso de sangue e metal. Minha língua explorava sua boca com tanta paixão e vontade que pensei que ele iria me chutar para fora, mas ele agarrou minha cintura e a apertou com força o bastante para que as marcas de seus dedos ficassem sobre ela. Tirei meu hotpants e a meia calça, tentando não tocar no seu machucado ao fazê-lo.
Senti sua ereção abaixo de mim e sorri quanto a isso. Ele se deitou na cama por completo e eu abaixei meus lábios, da sua boca, para seu pescoço. Pensei, primeiro, que ele puxaria meu cabelo assim que ele o tocou, porém, ele arrancou as marias chiquinhas, deixando-o solto entorno do meu rosto. Aliviada, continuei a beijá-lo, tocando suas costela, sentindo-o cada vez mais a vontade com a situação. Assim que cheguei em sua cintura, beijei cada parte dela com ternura, até olhá-lo e ver como me espreitava de forma… Caridosa? Não sabia dizer, mas sabia que ele queria isso tanto quanto eu, sabia que ele queria tocar em mim e me sentir por dentro, mas agora que eu reconhecia isso, queria fazê-lo pirar, se contorcer e me querer o quanto antes.
Sorrindo, toquei sua ereção, sentindo sua pele se arrepiar. Em movimentos vai e volta, coloquei-o em minha boca como um todo, podendo sentir o gosto de pele e desejo. Eu começava em movimentos lentos, repetitivos, tentando não ceder a vontade de ir mais rápido, e quando pude ouvi-lo gemer pela primeira vez, fui com mais rapidez. Sua mão se afundou nos meus cabelos, inclinando minha cabeça para baixo, me obrigando a engoli-lo mais fundo, e eu o fazia com o maior prazer. Sem aviso, ele chegou ao seu êxtase, e eu engoli, limpando o canto da boca, sorrindo ao vê-lo me enxergar de uma maneira diferente. Eu não sabia o que era, pensei seriamente que ele iria me bater, mas ao invés disso ele me jogou de costas contra a cama, ficando sobre mim.
- Minha vez!
Pondo-me de costas para ele, Sr. C ergueu minha cintura e entrou em mim com violência. Agarrei minhas unhas nos lençóis, afundando meu rosto no colchão enquanto o sentia atacando com força, batendo em mim com tanta força que eu pensei que eu poderia chorar, mas aguentei. Esse era o nosso momento.
Suas palmas apertaram meus seios assim que decidiu ir mais devagar, seus dentes mordiam minhas costas, deixando suas marcas nela, lambendo minha pele e beijando e eu podia sentir o ardor do Inferno e a calmaria do Paraíso, tudo ao mesmo tempo.
- Ah, Sr. C…
- Shhhh...
Gemendo, senti-o com mais rapidez e voracidade, mais violento, sugando meu corpo, deixando chupões por todas as partes. Virando-me para ele, de barriga para cima, seus dedos pousaram sobre o meu clitóris enquanto ele mordia meus seios, e eu me contorcia e pensava que era esse o meu dever para com ele, mas o Sr. C fez o jogo virar tão rápido que mal percebi.
Suspirando, mordendo meus lábios, gritei ao sentir seus dentes mordendo meus mamilos, mas era essa a dor que eu gostava, a dor que eu sentia, a dor que eu nasci para sentir. Era essa tensão violenta e gostosa para qual eu fui criada. Puxando-o para mim, mordi seu lábio inferior, lambendo sua língua, tentando beijá-lo enquanto o tesão me obrigava a ficar com a boca entreaberta. Ele me ergueu e eu sentei sobre ele, enquanto o vi-a continuar sentado. Ele apertava minha cintura e eu arranhava suas costas tão voraz que ele mordeu meu ombro em negativa.
Meu Deus! Gemi alto, subindo e descendo, segurando meus cabelos, já úmidos, para cima da cabeça. Estava completa, sim, totalmente completa. Sentia todo o desejo vindo, minhas entranhas congelando e a quentura se aproximando entre as minhas pernas. E assim que o senti beijar e sugar meu pescoço com delicadeza, eu explodi, erguendo a cabeça para cima e então a deitando em seu ombro, podendo sentir o suor que nem ao menos notei que saiu de mim e dele, e agora se encontravam com os nossos corpos juntos. Rindo, abracei-o, percebendo que ele, sem notar minha intenção, entrelaçou seus dedos nas minhas costas, quase me abraçando em reciprocidade.
E eu, ainda com ele dentro de mim, fiquei ali, e ele me deixou ali, sem dizer uma palavra, apenas com os lábios na divisa entre o meu ombro e pescoço direito. Ficamos assim, não me lembro o porquê. Ele não precisou de drogas ou qualquer coisa do tipo para me inebriar, eu me sentia num sonho, ainda mais quando dormi naquela mesmo posição, ouvindo-o assobiar a mesma melodia triste que o ouvi soar na primeira vez que o vi no Arkham.
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