1. Spirit Fanfics >
  2. Deixe que nosso amor os mate! >
  3. Cada vez mais memórias

História Deixe que nosso amor os mate! - Cada vez mais memórias


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 8 - Cada vez mais memórias


Fanfic / Fanfiction Deixe que nosso amor os mate! - Cada vez mais memórias

"Eu preciso de um gangster
Para me amar mais
Do que todos os outros amam
Para sempre me perdoar
Viajar ou morrer comigo
Isso é exatamente o que os gangsters fazem"

 

 

Sr. C não estava do meu lado da cama quando eu acordei, muito menos estava no Túnel do Amor quando o procurei, então fiquei no quarto, sentada, enrolada nos lençóis, olhando ao redor como se tudo fosse um tanto estranho, como se algo ali tivesse mudado. Então pude ver, entre os travesseiro, o pequeno bichinho de pelúcia que havia levado para ele em uma das minhas cessões como sua psiquiatra, era uma espécie de gatinho ou macaquinho, não dava para saber, lembro que quando o levei, era com o intuito de fazê-lo demonstrar toda a sua humanidade, toda a sua vontade que tinha para com o mundo. Queria saber se eu poderia mudá-lo através de algo simples e pequeno, como um brinquedo de pelúcia, e então, com o processo, fazê-lo mudar com algo grande, como plantar uma árvore e ser caridoso. Mas ele nunca foi assim, e ainda me pergunto porque tentei, porque quis que isso acontecesse, porque… Bem, ele não é o tipo de pessoa que muda de hábito, é o tipo que faz com que você mude de hábito. Ele toma seu espaço e faz com que você aceite que a zona agora é dele, que aquela localização agora não mais te pertence, e você deixa, porque sabe que pode irritá-lo. E quem quer irritar o Coringa? Ou você sabe que nada naquele lugar vai ser o mesmo se você o expulsar dali… É, o Sr. C sabe fazer isso muito bem, e por mais que eu queira tomar seus passos, eu jamais conseguiria ser tão persuasiva quanto ele, e nem iria querer competir quanto a isso, eu adorava o modo como ele brincava com as pessoas, adorava o modo como ele se sente poderoso fazendo isso. E me lembro, claro que me lembro daquele dia, ele parecia radiante, coisa que normalmente ele sempre estava, porém, era diferente, era como se ele tivesse conseguido alguma coisa… E não vou dizer que não conseguiu, por que ele conseguiu mais do que qualquer vingança, ele conseguiu uma parte de mim que bate desesperadamente por ele todos os dias.

- Fico preso na ala de tratamento intensivo, deitado no chão na maioria das vezes, pensando em como seria a real cor do céu através dessas paredes, poderia me dizer?

- Azul - olhei para a janela de grades grossas, vendo resquícios de nuvens brancas.

- Ah, azul... Eu gosto do azul. Sabe Harley? Estive longe por todos esses dias, mas eu, não estava só. Fiz amizades com algumas pessoas na área de perigo - sorriu - Veja minha vida solitária se desdobrar, graças a você. Eu a vejo todo dia.

Os dias se passavam de modo rápido, mal conseguia respirar. Era de se esperar que toda a dor e sofrimento que ele tem, viesse se uma única coisa, mas eram várias bifurcações dentro de bifurcações, e ele me deixava analisá-las, eu amava isso, pois sabia que era uma confiança mútua, talvez fosse isso que tínhamos, de todos os modos. Ele me contava algo, eu contava algo para ele, ele me dava segredos que ninguém sabia.

- Antes de eu vir para o Asylum, lembro que peguei meu chapéu e meu casaco e eu, eu corri pra rua. Estava chovendo. Gosta da chuva? Gosto dos primeiros momentos. É chuva ácida. - desta vez era ele quem me observava, procurando encontrar algo em mim que não pudesse ser palpável ou ao menos imaginado, apenas… Sentido? - Eu vi um homem que sufocava, por ter comido alguma coisa, na esquina, supus que ele não conseguia respirar. Disse para mim mesmo: ‘Isto é muito estranho’, mas fiquei feliz que não era eu - riu, divertindo-se com cada palavra.

Eu ri, porque a ironia estava tão próxima da realidade quanto possível.

- Sente saudades de casa? - indaguei, rabiscando o caderno, procurando encontrar algum meio de reter informações plausíveis, uma vez que isso era muito difícil, eu vivia olhando para ele, sem prestar atenção no meu trabalho.

Nada mais aqui era levado a sério.

- Harley, eu nunca tive uma casa, mas adoraria ter... Diga-me, o que trouxe para mim hoje?

Do jaleco, tirei um pequeno bichinho de pelúcia, e rindo, mexi com os bracinhos do brinquedo, enquanto o Sr. C sorria, de olhos semi fechados, balançando a cabeça de um lado para o outro, parecendo se divertir com isso, e eu me divertia por ele, afinal eu gostava do modo como sua felicidade exalava e me tomava, mesmo nos dias mais tempestuosos.

- Ah, Dra. Harleen... Você é tão atenciosa... Sabe exatamente o que eu gosto de ver. Talvez seja por isso que eu gosto de você… Me diga, como anda sua família?

- Ah… Você sabe - disse eu, revirando os olhos, sorrindo - Brad e Teddy são uns amores, o casal homossexual mais lindo que eu já vi, vivem me fazendo coisas que eu não peço. Acho que eles acham que eu preciso de ajuda.

- E porque achariam isso?

- Eu não sei, nunca demonstro estar triste ou algo do tipo exatamente para eles não se sentirem responsáveis pelos meus sentimentos.

- Talvez eles sejam.

- O quê? - fingi rir - Não! Eles são incríveis, se não fossem por eles terem me acolhido depois da morte da minha família… Bem… Seria muito complicado.

Ele riu quanto a isso, demostrando compreensão.

- Você é realmente interessante, Dra. Harleen… E como sei que você gosta de me presentear... Preciso que faça algo por mim.

Puxei uma mecha do cabelo para trás da orelha.

Ele queria algo de mim!

Sorri.

- Claro, qualquer coisa.

- Eu quero uma metralhadora.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...