História Delete the Error - Capitulo 2

Frisk correu desesperadamente pela floresta, mas tropeçou em um galho grande do qual não se lembrava por causa da pressa. Conseguiu sentir o Erro se aproximando. Estava se levantado com dificuldade e tinha machucado seu joelho, que estava ardendo por causa da neve que cobria o solo. ​

Uma mão puxou o braço de Frisk, ajudando-a, e continuou puxando para ajuda-la a correr mais rápido. Olhando para cima pode ver uma figura baixa, mas não conseguiu ver o rosto, que estava coberto por um capuz azul.

Eles chegaram à uma cidade pequena, que tinha uma placa grande e brilhosa onde se lia "Snowdin". O cheiro de hambúrguer vindo do Grillby's e a voz das pessoas animadas que estavam andando de um lado para o outro tranquilamente encheram Frisk de determinação. A figura continuou puxando até chegar em uma casa, mas não entraram. Foram para a parte de trás e a figura de pantufas rosas destrancou uma porta, que dava pra um laboratório.

-Entre, antes que ele ache a gente. - Disse, tirando o capuz. Era Sans.

Frisk sentiu o medo a invadir novamente e tentou correr, mas Sans a segurou.

-Calma, pivete. Eu não quero te machucar. Sou de outra timeline.

A menina se acalmou um pouco e entrou. O laboratório tinha alguns bugs e erros, e certas partes oscilavam. Papéis e utensílios de pesquisa estavam espalhados de qualquer jeito pelo chão e pelas mesas de trabalho.

-Me desculpe pela bagunça - Sans passou a mão na cabeça, olhando em volta. - Não recebo visitas. Sente-se ali. - Ele apontou para uma cadeira de madeira que parecia muito convidativa depois de correr tanto.

-Você tá bem, pivete? Vou fazer um curativo nesse seu machucado. - Ele se virou de costas e foi pegar um kit de primeiros socorros em um armário.

-O que é aquilo? - Perguntou Frisk, enquanto observava Sans colocar ataduras em seu joelho.

-Aquilo? É o Erro. - Ele disse sério. - Sou eu, mas de outra timeline. A timeline que você destruiu. - O esqueleto olhou para Frisk com o olhar vazio. -Ele não aguentava mais resets e tentou passar para outra timeline para te perseguir. Mas se perdeu entre os arquivos do jogo e virou um erro.

-É melhor eu ir indo. Não quero te causar problemas. - Frisk se levantou depois de Sans terminar seu curativo, muito desconfiada pelo esqueleto saber tanto sobre Erro e sobre as timelines.

-Criança, você vai ter um tempo ruim. é melhor que fique aqui. - Disse Sans, olhando para a porta.

-Mas e se ele vier aqui...? - Perguntou Frisk, indo para perto do esqueleto. -Sans...- a menina abaixou a cabeça. -Eu estou com tanto medo. - sussurrou enquanto escondia o rosto nas mãos.

-Vai ficar tudo bem. - Sans falou enquanto se aproximava da menina. Eles já estavam bem próximos. - Sabe por que, Frisk? -ele perguntou, segurando os dois pulsos da menina. - Porque eu vou te apagar! - A voz do esqueleto falhou junto com todo seu corpo, o que deu tempo de Frisk se soltar e ir em direção à porta.

As cores de Sans voltaram distorcidas e muitos erros começaram a invadir o quarto.

-Não fuja de mim, pivete! - Disse, enquanto novamente fazia fios azuis seguirem Frisk, que tentava desesperadamente abrir a porta, que parecia estar emperrada.

Vários fios investiram contra Frisk, que desviou e se atirou contra a porta, que continuou travada. Erro chegou perto da menina.

-E se eu te matar? - Ele estava gritando, com sua voz oscilando entre grave e agudo. - E SE EU TE MATAR? VOCÊ VAI RESETAR? VAI COMEÇAR NOVAMENTE, NÃO VAI? -Escuridão tomou conta do quarto por uma fração de segundos, e eles apareceram em Hotland. Os fios soltaram Frisk, que tentou correr, mas não conseguia. A voz de Sans dava arrepios na menina, que cobriu os ouvidos com as mãos.

-E SE EU TE APAGAR? O QUE VOCÊ ACHA DISSO? - Os erros e bugs em volta estavam ficando muito maiores do que o normal. A voz de Error!Sans estava oscilando e falhando, assim como todo seu corpo. Os fios de Erro envolveram Frisk novamente e levaram ele até o Core.

-Eu vou te apagar! Assim como Gaster foi apagado. Ninguém vai lembrar de você, pivete!

Frisk se debatia freneticamente, tentando se soltar. Ela não queria ser apagada, só queria resolver aquilo. Estava tão assustada. Tentou alcançar a faca de briquedo em seu bolso para cortar os fios, mas Sans impediu, apertando mais os fios que a seguravam.

-Sua determinação é tão adorável, criança. Mas você não tem mais como se salvar.

Frisk gritou. Foi um grito cheio de desespero e dor, implorando por ajuda, que no fundo ela sabia que não viria. Lágrimas brotavam de seu rosto.

-CALA BOCA! - Gritou Sans. -VOCÊ NÃO SABE COMO É ACORDAR TODO DIA SEM SE LEMBRAR COMO FOI O ONTEM OU SABER COMO VAI SER O AMANHÃ. VOCÊ NÃO SABE COMO É TER SEU FUTURO NAS MÃOS DE UMA PIRRALHA QUE SÓ PENSA EM SI MESMA.

-D-desculpa... Por favor, me desculpa. - Frisk sussurrou, enquanto soluçava.

-VOCÊ PEDIU DESCULPA PRO PAPYRUS? PEDIU DESCULPA PRA UNDYNE? - Sans soltou a menina dentro do Core, e enquanto a pequena caia, ele olhou pra ela. - Você é o pior tipo de humano, pirralha.

Ele se sentou ao lado de onde Frisk tinha caído, cansado por a perseguir.

-Eu salvei todo mundo, não salvei? - Falou para si mesmo. - Eu salvei... Salvei sim... - Fechou os olhos e abaixou a cabeça, relaxando. Mas ouviu sons saindo do Core. E viu que algo tinha saído de lá de dentro.

Uma menina pequena, que lembrava muito Frisk, mas sem nenhuma cor, e olhos completamente vazios, como se tivessem apenas buracos em seu lugar.

Frisk tinha se recusado a ser apagada. A menina estava cheia de determinação para ter o final feliz e libertar os monstros.

-Você não foi embora, huh? - Disse Erro, se levantando. - Vamos terminar com isso, pirralha.

Frisk apenas se virou de costas e foi andando em direção à entrada do castelo do rei.

-É falta de educação sair no meio de uma conversa. - Sans jogou os fios azuis na direção de Frisk, que só desviou e continuou andando.  - Dando de durona, huh?

Vários erros foram na direção de Frisk, que não conseguiu desviar de todos, e se virou para Sans.

-Eu quero terminar com isso. Você está me atrapalhando, Sans. - Falou C!Frisk, olhando para o bug sem demonstrar nenhuma emoção.

-Você existir me atrapalha. Não entendeu isso ainda, pivete? - O esqueleto tentou segurar as pernas da menina com seus fios azuis, que desviou e correu em direção a Sans com os punhos cerrados.