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História Demon - I'll Treat You Better Next Time


Escrita por: xitsuh

Notas do Autor


Obrigada pelos favoritos e comentários, vcs são demais!!!!!
Espero que gostem mesmo, esse capítulo está bem "sei lá"
Beijosssss :*
Não estou em casa e está difícil, mas depois eu dou uma revisada, perdoem qualquer erro please

Capítulo 14 - I'll Treat You Better Next Time


Fanfic / Fanfiction Demon - I'll Treat You Better Next Time

 Jung Ki Seok tentava ligar para Kim Ji Hye, porém não obtinha resposta. Depois que o beijara repentinamente, a garota nunca mais falara com ele. Ji Hye explicara o beijo como uma recaída momentânea e fugira de Ki Seok no dia, e, algum tempo depois, as notícias sobre o namoro deles encheram as páginas de fofoca.

Ele se preparava para sair de casa, pois tinha que discutir a situação com seu sócio, Jay Park. Ki Seok colocou seu melhor terno para parecer sério, e também porque roupas sociais lhe davam mais confiança. Arrumou o cabelo com gel e riu de si no espelho, notando o quanto parecia um empresário importante. Quando pegou as chaves do carro, a porta do seu apartamento foi aberta por alguém, e seu coração se agitou na possibilidade de ser Ji Hye.

- Ji Hye? - Ki Seok chamou, encarando a porta que se abria lentamente.

- Olá, Ki Seok. - Era Lady Jane, sorrindo de forma tímida e fechando a porta.

- Pensei ter dito para o porteiro não deixar mais você subir. Parece que terei que mudar a senha do meu apartamento.

- Fique calmo, vim aqui conversar como uma velha amiga. Não vai me convidar para sentar? - Ela disse, aproximando-se do homem.

Ki Seok apontou o sofá e eles se sentaram, mantendo uma boa distância, encarando-se como se fosse a primeira vez que se viam. Lady Jane parara de tentar voltar o namoro com ele desde que Kim Ji Hye a aterrorizara e Ki Seok eventualmente se esquecera dela.

- Eu vi as notícias… Deve ser difícil. - Ela comentou.

- Não estou nem aí, eu nunca devi satisfação a ninguém, muito menos aos meus fãs. - Ki Seok deu de ombros. - Só me preocupo com a Ji Hye.

- Tome cuidado. - Lady Jane chegou mais perto do outro. - Eu sei que você a ama, mas… ela é perigosa. Não estou mentindo, acredite, vim aqui com a melhor das intenções. Preocupo-me com você e tudo em Kim Ji Hye exala falsidade.

- Não precisa atacar a Ji Hye, isso não muda em nada minha relação com você.

 - Eu sei, Ki Seok, mas não pense que quero alguma coisa além de amizade. O que eu sentia por você já passou, não se preocupe. Preocupe-se consigo.

Lady Jane afagou a mão de Ki Seok e se levantou para sair do apartamento. Na porta, olhou para o local uma última vez, absorvendo aquele mesmo conforto nostálgico que ela tinha na memória. A relação deles era tão boa antigamente, e Lady Jane era a culpada por terminar com tudo.

- Aonde você vai? Posso lhe levar em casa. - Ki Seok cedeu às mesmas lembranças do antigo casal que eram.

Após chegarem na casa de Lady Jane, ela convidou Ki Seok para entrar, porém ele sabia que não deveria. Ela, então, elogiou a beleza dele naquele terno e beijou sua bochecha, saindo do carro com um certo aperto no coração. Ki Seok nem olhou para Lady Jane entrando em casa e deu a partida no carro imediatamente, deixando aquela nostalgia para trás.

Jay Park lidava com inúmeras ligações telefônicas no escritório da AOMG. Os repórteres de revistas e sessões de fofoca de jornais conseguiam ser extremamente chatos, mesmo que Jay já tivesse dito muitas vezes que a AOMG não se metia na vida pessoal dos seus integrantes, portanto resolveu tirar os telefones do gancho.

Ele não sabia o que pensar sobre Ji Hye. Acreditara um pouco nela após a conversa que tiveram na balada, no dia que ela terminou com Simon Dominic, todavia não conseguia entender aquele jogo. Talvez Ji Hye gostasse mesmo de Simon? Não poderia ser – ela admitira, mais ou menos, que estivera usando o namorado para mudar de vida, ou algo assim.

Enquanto Jay Park pensava nele, Simon D entrou no escritório, surpreendendo todos com sua roupa social. Era difícil vê-lo vestindo aquele tipo de traje, só acontecia em eventos muito importantes. Jay sabia que o sócio queria ser levado a sério, então prontamente foi cumprimentá-lo com um abraço, para a surpresa do outro, que pensara ter perdido aquela intimidade com ele.

- Cara, foi mal. Vamos deixar qualquer coisa para trás, agora precisamos estar juntos. - Jay Park se rendeu, por mais que odiasse fazer isso, por mais que não achasse estar errado de forma alguma. - Somos mais fortes quando estamos juntos.

- Digo o mesmo. - Simon retribuiu o abraço do sócio.

 Ambos os homens foram a um dos estúdios, como de costume, conversar sobre tudo que estava acontecendo. Resolveram que manter o silêncio era a melhor solução para os boatos sobre o namoro de Simon Dominic e Jiji Kim, e o casal continuaria saindo juntos como se nada houvesse acontecido, sem explicar nada. Para um bom entendedor, meia palavra basta, diria o ditado popular. Os fãs sabiam o que tinham que saber.

O telefone de Jay tocou. Era um investigador que ele tinha a seu comando, usado para descobrir furos e outros problemas que Jay Park poderia usar em seu favor mais tarde:

- Chefe, achei que você quereria saber disso. - Disse o homem do outro lado da linha.

- O que foi?

- A ST Entertainment marcou uma entrevista para a Jiji Kim falar sobre o namoro com Simon Dominic. Parece que ela aceitou. Provavelmente será filmada daqui a duas semanas, e irá ao ar uma semana após as gravações.

Jay desligou, nervoso em ter que contar aquilo para o sócio. Ji Hye usaria aquilo para se promover, claro, como Jay não pensara nisso antes?

 - Ki Seok. - Ele disse, suspirando.

- O que houve, Jae Beom? - Simon perguntou.

- A Ji Hye dará uma entrevista sobre o namoro de vocês.

Simon passou as mãos pelo cabelo, várias vezes, estragando o penteado:

- Após me ignorar por dias, ela faz isso…

- Ela não falou com você depois daquilo?

- Eu tento ligar, mas toda hora diz que o celular dela está desligado. Não sei o que fazer, talvez ela tenha mesmo desistido de mim. - Simon voltou a ficar triste. - Agora ela vai querer tirar pelo menos algo bom de mim, já que eu fui horrível todo esse tempo. A Ji Hye merece essa entrevista.

- Ah, cara, cala a boca! - Jay se exaltou. - Por que você está sendo tão submisso?! Ela não merece porra nenhuma, e você não foi horrível, caralho! Agora, você vai na casa dessa mulher e arranca uma resposta dela, porque, se você não for, eu vou!

- Eu não vou forçá-la a nada.

- Então eu vou.

O celular dos dois apitou com a mesma mensagem, porém apenas Simon a leu, pois Jay já se levantava:

[DESCONHECIDO] “Oi, é a Ji Hye! Perdi meu celular e comprei um novo. Graças ao sistema da operadora, pude recuperar os meus contatos… Por favor, me adicionem de volta, e perdão por ter desaparecido!”

 Antes que Simon impedisse e explicasse o porquê do sumiço da garota, Jay Park correu para fora do escritório. Provaria a Ji Hye que a amizade dele e Simon não era fraca, só havia passado por uma fase, e obteria uma resposta dela, não importa o que tivesse que fazer. Dirigindo seu Jaguar F-Type, colocou o endereço de Ji Hye, que ele sabia graças à lista – ideia de Hoody – de “números e endereços importantes” da empresa, e acelerou para o lugar.

- Senhorita, Park Jae Bom está aqui. - O porteiro ligou para o apartamento de Ji Hye. Deu permissão para Jay subir, apesar dos protestos do irmão dela.

No momento que Jay entrou no apartamento de Ji Hye, só pôde encarar Kim Ji Hoon, que retribuía o olhar, braços cruzados, semblante sério. Jay não admitia, porém Ji Hoon o amedrontava demais, as histórias sobre suas ações como gângster eram famosas nos clubes mais obscuros ou ligados ao subúrbio.

- Outro, Ji Hye? - Indagou Ji Hoon, irritado. Jay logo negou:

- Eu sou apenas um parceiro de negócios, vim em paz…

- Ai, calma, Ji Hoon. - Ji Hye se pôs à frente do irmão. - O que foi, Park Jae Beom?

- Fiquei sabendo que você dará uma entrevista sobre… - Ele falou com cuidado, temendo irritar Ji Hoon ainda mais. - Sobre aquilo.

- Sim, e daí?

- Você não pode fazer isso…

- Por quê? Eu não direi nada de mais, não se preocupe.

- Porque eu e você não chegamos num acordo, digo, profissionalmente e tal… - Jay Park não poderia brigar com Ji Hye na frente do irmão gângster dela. - Não acho uma boa ideia se abrir com o público.

- Pois eu acho. - Ji Hye concluiu. - Se você terminou, tchau. - Ela empurrou Jay para a saída.

Enquanto isso, Ji Hoon já mandara uma mensagem para um dos seus empregados investigar Park Jae Beom e sua relação com a irmã. Ao ver Ji Hye retornando para a sala, Ji Hoon fez sua melhor expressão de raiva e cruzou novamente os braços.

- Ji Hoon, é realmente um parceiro de negócios. Inevitavelmente, nessa vida, eu encontrarei muitos homens, e você não pode impedir. Relaxe. - Ji Hye explicou, esperando que, pelo menos uma vez, seu irmão entendesse.

Ele não entendeu, obviamente. Não cancelaria sua investigação só porque Ji Hye deu uma desculpa mal feita. Pensou até em mandar alguém para segui-la, afinal, no momento, não poderia sair do apartamento, mas Ji Hoon havia outros olhos por todas as partes.

Para piorar, logo depois Kwon Hyuk entrou no local, trazendo uma cesta de frutas. Ele tinha permissão automática para subir até lá e sabia a senha do apartamento, isso não era normal, pensou Ji Hoon.

- Calma, eu vim ver você, não a Ji Hye. - Disse Hyuk. - As frutas são um pedido de desculpas a ela pelo incômodo, deve ser chato ter a casa invadida por outras pessoas.

- Eu não sou “outras pessoas”, sou o irmão dela. - Ji Hoon resmungou.

- Eu me referia a mim. - Hyuk murmurou. - Enfim, eu fiz o ordenado. Deu tudo certo, exceto por isso. - Ele ergueu a própria camisa. No abdome, havia várias bandagens, um pouco de sangue aparecendo por cima. Hyuk levara um tiro.

- Agora você vai ganhar mais clientes. - Comentou Ji Hye. - As velhas adoram um garoto mau. Mostre a cicatriz e terá mais sucesso.

- Kim Ji Hye, às vezes, me dá vontade de lhe… - Hyuk começou, mas foi impedido pelo olhar mortal de Ji Hoon.

 - Tome mais cuidado da próxima vez. Você é o homem em quem mais confio. - Ji Hoon disse.

Era raro ele dizer algo assim, então Hyuk ficou um pouco feliz. Até se desculpou mentalmente por transar com a irmã do chefe.

- Jiji, você pode nos dar licença? Tenho algo a discutir com o Ji Hoon.

- Vou para o meu quarto. - Ji Hye bufou, indo para seu quarto, pisando forte, e bateu a porta.

Hyuk certificou-se que Ji Hye realmente não estava ouvindo e disse:

- Resolvi tudo. As armas já estão nos seus devidos lugares e nossos homens já estão sabendo da formação.

- Ótimo.

- Você tem certeza que é uma boa ideia invadir a zona deles? Eles são fortes, ainda mais na própria área.

- Quero pegá-los de surpresa antes que eles façam o mesmo comigo. - Ji Hoon se sentou no sofá e Hyuk também o fez. - Temos que começar o plano o quanto antes.

- E a Jiji? - Hyuk murmurou.

- O que tem ela?

- O que ela fará se perder você também?

Ji Hoon suspirou. A irmã não tinha culpa das escolhas que ele fizera para a própria vida, mas seria prejudicada de qualquer forma. Se ele saísse vivo ou morto daquela missão, tudo mudaria, Ji Hoon tinha certeza. Não era a primeira vez que ele assassinava uma gangue inteira ou invadia uma área alheia, porém era a primeira guerra de verdade, com gente grande, gângsters famosos por todo lugar.

- Ela é forte. - Ji Hoon disse por fim.

- Você não disse que queria protegê-la? Eu não entendo por que você tem que ficar no apartamento dela. Combinamos que você se afastaria! - Hyuk exclamou. Preocupava-se com a amiga.

- Combinamos isso, mas eu decidi ficar aqui. É um bom lugar para me esconder, não acho que me procurariam nessa área da cidade. Além disso, é um modo de proteger a Ji Hye. Eu não sei o quanto eles conhecem sobre mim, e se vierem atrás dela?

- E se eles não souberem sobre a Jiji? Então você mesmo vai entregá-la por estar aqui! - Hyuk não conseguiu mais se conter. - Pense, Ji Hoon. Não faz sentido algum ficar no apartamento dela. Eu posso me passar por um simples cantor que se prostitui e só visita uma velha amiga, e você? Todos conhecem seu rosto, sabem que você é um gângster.

- Kwon Hyuk, não se preocupe demais com coisas que não são da sua conta.

- A Jiji é a minha amiga. Você mesmo é a causa pela qual nos conhecemos, mas não pode ficar controlando nosso relacionamento. Eu me preocupo com ela, e é meu direito como amigo.

- Se você não consegue controlar suas emoções, temo que terei que colocar outra pessoa como meu braço direito nessa guerra.

Hyuk encarou o outro. Ji Hoon não poderia se dar ao luxo de confiar em outro alguém para as mesmas missões que dava a ele. Hyuk sabia demais, era essencial nos planos de Ji Hoon, e seria uma dor de cabeça desnecessária eliminá-lo naquela hora.

- Kim Ji Hoon. Eu sou seu único amigo de verdade. Não exagere. - Hyuk não conseguiu mais olhar nos olhos do chefe, a subordinação finalmente voltando a aparecer.

- Então pare de complicar, seguiremos com o plano. - Ji Hoon deixou o assunto de lado por enquanto. - Faremos a emboscada diretamente no líder deles, então os peões ficarão perdidos. Deixaremos os covardes se juntarem a nós para as outras batalhas, depois os eliminamos. Quem não se render será eliminado no local mesmo.

Os dois homens discutiam avidamente sobre suas táticas para a guerra, mas tiveram que parar e disfarçar quando Ji Hye apareceu na sala:

- Não estou ouvindo, não se preocupem. Vou para a casa da Hyun Jung. - Ela disse, acenando para a dupla.

 - Você vai tão arrumada assim para a casa de uma amiga? - Suspeitou Ji Hoon.

Ji Hye estava vestida com uma blusa preta que imitava um espartilho e uma saia curta de couro vermelho. Suas botas pretas iam até pouco abaixo do joelho e as meias pretas rendadas estavam presas por uma cinta liga da mesma cor. O cabelo estava solto, natural, os cachos castanhos descendo pelas costas dela.

- Você parece uma verdadeira prost-… - Hyuk soltou, parando com outro dos olhares fatais de Ji Hoon.

A garota apenas ignorou os homens e saiu do prédio. Quando estava no seu quarto, antes, tentando ouvir a conversa dos outros pela porta, recebera uma mensagem do rapper Punchnello:

[PUNCHHHH] “Jiji, que bom que está com um número novo. Acho que você não viu o convite. Haverá uma festa hoje mesmo na casa do Ji Ho, apareça lá. Esperamos você.”

 Uma boa festa não deveria ser recusada, e as festas do grupo Fanxy Child eram sempre ótimas. Ji Hye colocou o batom vermelho, já no táxi, ansiosa para festejar. Esperava que Simon D não tivesse sido convidado e que pudesse aproveitar seu momento de solteira ao máximo.

Dentro do saguão do edifício de Ji Ho, Ji Hye foi puxada por um canto por alguém que cobria sua boca, impedindo-a de gritar. Preparou-se para aplicar um golpe no sujeito que a puxara, porém parou a tempo de reconhecer Ji Ho.

- Por que você me agarrou desse jeito?! Eu pensei que estavam me sequestrando! - Ji Hye reclamou.

- Desculpa, mas eu não queria que nos vissem juntos. - Ji Ho a olhou de baixo a cima. - Você está maravilhosa.

- Obrigada… e a festa?

- Foda-se a festa, estou fugindo e você vai comigo. - Ele colocou um casacão preto em Ji Hye, fechando os botões com cuidado, demorando-se mais nas partes baixas do corpo dela. Então a entregou óculos escuros, uma máscara hospitalar e um chapéu preto, parecidos com os que ele usava no momento. - Eu estava esperando você.

- Ji Ho…

- Eu torci tanto para que você viesse sozinha, estou feliz que não está com o Ki Seok. - Ji Ho pegou a mão da garota. - Vamos.

Eles correram para o elevador a fim de pegar o carro de Ji Ho na garagem. Era um Porsche novo, vermelho, que o homem nunca usara antes. Se algum fotógrafo os seguisse, ficaria um pouco confuso com o carro estranho. Ji Ho dirigiu até o Parque Hangang e os dois fugiram de qualquer fluxo grande de pessoas. Finalmente, pararam em uma área vazia na qual se sentiram confortáveis até para tirar os disfarces.

- O que foi isso? - Perguntou Ji Hye, curiosa.

- O quê? - Ji Ho se fez de desentendido, sentando-se na grama. Ji Hye fez o mesmo.

- Eu ia a uma festa, e, do nada, estou aqui com você.

- Acredite, isso aqui está bem melhor que aquela festa.

Ji Hye sorriu e inspirou a brisa que vinha pelas árvores. Não sabia como estava a festa, mas, com certeza, aquilo era melhor. Estar com Ji Ho sempre era melhor que qualquer outra coisa:

- A Seol Hyun não vai ficar brava? - Ela se lembrou da namorada do amigo.

- Por que ela ficaria brava? Não estamos mais namorando, já faz um tempo. - Ji Ho explicou.

- Uau. Isso é… ótimo. - Ji Hye não sabia o que comentar, mas sentia-se aliviada. Ela considerava Seol Hyun a pior pessoa que já chegara a conhecer, mimada, possessiva e teimosa.

Ji Ho sorrateiramente pegou a mão de Ji Hye, cruzando seus dedos de forma intercalada. Os corações de ambos aceleraram, tímidos com aquele toque simples, mas sincero.

- Você está mais linda que o normal hoje. - Disse o homem. Ele desabotoou o casacão que colocara em Ji Hye, lentamente, passando as pontas dos dedos com leveza sobre os ombros dela ao tirar o traje. Ji Hye realmente parecia mais bela naquele momento, e talvez o fato de Ji Ho estar solteiro o tenha feito observá-la melhor, sem medo.

- Ji Ho…

- Você e o Ki Seok… não há nada? Aquele beijo das fotos dos jornais não é nada, certo?

- Não. - Ji Hye envolveu o rosto dele com as mãos, encarando-o com intensidade. - Por quê?

- Eu estou apaixonado por você, Kim Ji Hye. Perdão. - Ji Ho reuniu toda a sua coragem e contou de uma vez, um pouco aflito.

- Isso não tem perdão. - Ela concluiu.

Ji Ho não entendeu a afirmação de início, porém viu o que a garota quis dizer quando ela se aproximou mais, os olhos se fechando, a boca procurando a dele. O rapper, ansioso, tirou as mãos de Ji Hye do rosto dele, segurando-as, e terminou logo a distância entre ambas as bocas. Era como se os corações deles pudessem explodir a qualquer momento, batendo aceleradamente como no tão esperado fim de uma grande maratona.

No início, Ji Hye estava nervosa como se nunca tivesse beijado antes, mas, logo que percebeu que finalmente estava beijando alguém que a fazia se sentir pura e verdadeiramente amada, relaxou e se entregou totalmente a Ji Ho. Ele, por outro lado, foi atingido com uma inesperada calma, dando a impressão que, enfim, encontrara o lugar aonde pertencia, como se ele sempre tivesse pertencido àquele toque.

O beijo era quente e calmo, causando arrepios tão prazerosos quanto sentir um pequeno raio de sol em contato com o rosto em um dia de inverno. O calor do toque derreteu as paredes de gelo em volta dos corações de Ji Hye e Ji Ho, abrindo espaço para um novo – mas nostálgico de alguma forma – sentimento. Ao separarem o toque devido à falta de fôlego, ambos se encararam timidamente, porém sem desconforto algum. Estavam em casa.

- Isso… - Ji Ho riu. Não sabia o que dizer.

- É a primeira vez que me sinto assim. Obrigada. - Falou Ji Hye, sorrindo.

 Um barulho estridente cortou o clima e Ji Ho tirou o celular de um dos bolsos, vendo que Seol Hyun o ligava. É claro que ele não poderia ter um simples momento de paz:

- Sinto muito. - Disse.

- Não atenda. - Pediu Ji Hye.

Mesmo assim, Ji Ho atendeu a ligação, e a garota se preparou para ser trocada novamente por Seol Hyun. Pensara, dessa vez, que Ji Ho realmente se importasse com seus sentimentos, e se abrira para ele como nunca antes fizera. Ji Hye colocou o rosto entre as mãos, pensando no quão burra fora ao acreditar que poderia ser especial pelo menos por uma noite.

- O que você quer? - Perguntou Ji Ho a Seol Hyun.

- Desculpa, tudo bem? Desculpa! Eu não quis terminar de verdade. - Falou Seol Hyun pelo telefone.

- Mas eu quis.

- Ji Ho, não se faça de difícil…

- O que você quer? - Ele repetiu.

- Venha para a minha casa. Estou lhe esperando com a minha lingerie mais sexy.

Ji Hye se levantou ao ouvir um pouco da conversa de longe, pronta para ir embora.

~~~

 A gangue de Ji Hoon, Dragões da Capital do Sul, DCS, não chegava a ser uma máfia, mas estava bem perto. Era grande o suficiente para ter suas próprias leis, administrar locais e manter um código de honra muito respeitado até por outras gangues.

A guerra que os DCS estavam começando era contra outra gangue grande, porém havia um grande entrave: os inimigos eram aliados a uma máfia poderosa e, a menos que Ji Hoon mostrasse motivos suficientes para essa máfia não dizimar a gangue dele, o plano de ataque iria todo por água a baixo.

De qualquer maneira, Ji Hoon resolveu que lidaria com a questão da máfia depois que atacasse os inimigos. Ele não gostava de ocupar a cabeça com várias dificuldades ao mesmo tempo, tinha a mentalidade simples e direta, portanto mandou os homens que lutariam na guerra seguirem o plano inicial. Era tudo ou nada, Ji Hoon alertou a todos. Os inimigos não teriam misericórdia.

As ordens pareciam simples, porém eram difíceis de ser executadas. Os DCS tinham que atacar diretamente a residência do líder inimigo, onde havia muita segurança concentrada. Além disso, os peões inimigos chegavam ao local com rapidez, bem treinados, dificultando uma execução mais rápida do plano.

Ji Hoon adorava lutar junto aos seus peões, por mais que todos o alertassem que aquilo era loucura. Ele era o líder e sabia bem que, caso algo acontecesse com ele, o comando iria para Kwon Hyuk ou para Kim Ji Hye, e nem todos os membros da gangue aceitariam permanecer nela. Apesar disso, lá estava ele, no carro, indo para o local de batalha com Hyuk.

Não notaram que estavam sendo seguidos. Na realidade, nem se preocuparam muito com isso, e foram a seus respectivos postos para realizar o plano. Hyuk lideraria o ataque pelo norte, levando três vans com armas, e Ji Hoon, pelo sul, com a mesma quantidade de vans, onde ficava a entrada de frente da casa. Também havia dois grupos, um para o leste e outro para o oeste, que pulariam os muros e ajudariam os outros, atacando por trás.

 O grupo do sul conseguiu tirar a consciência de alguns seguranças, porém foram percebidos em seguida, começando uma intensa troca de tiros. Ji Hoon ficou na retaguarda dando ordens, e, depois de um tempo, teve que sacar a própria arma, pois o inimigo era rápido e bem preparado contra emboscadas. Ainda não conseguira passar do portão principal, portanto se agachou atrás de uma parte do muro, atirando-se para o lado quando queria atirar.

Pessoas na rua gritavam, correndo para se esconderem em suas casas. Elas sabiam que não deveriam chamar a polícia, ou morreriam, então Ji Hoon esqueceu os gritos. Matou alguns inimigos e deu cobertura para seus homens, gritando ordens quando podia, e, quando conseguiram livrar o portão principal e entrar no território da residência, foi segurado pelo ombro. Apontou a arma agilmente para quem lhe tocara:

- Srta. Hyun Jung?! - Hoody estava bem ali, o rosto pálido de medo, tremendo enquanto cobria a boca com as mãos lentamente.

Ji Hoon jogou a garota contra o muro brutalmente, escondendo-se de novo. Deveria matá-la antes que ela fizesse alguma bobagem. Hoody chorava, encarando Ji Hoon com descrença. Desconfiava do homem desde que, certo dia, ele lhe contara que não podia sair do apartamento de Ji Hye de jeito nenhum, e não lhe dissera o porquê. Ao ir vistar Ji Hye e acidentalmente ver Ji Hoon saindo com Dean, ambos cochichando como se estivessem planejando algo, Hoody os seguira e se escondera perto da casa, observando, mas não esperava se encontrar em uma troca de tiros. Não sabia para onde correr, portanto fora até Ji Hoon, desnorteada.

- Não se mexa se não quiser morrer. - O homem disse, apontando a arma contra Hoody enquanto mantinha a guarda atenta contra os inimigos.

- Eu q-quis… acreditar em você… - Ela gaguejou entre as lágrimas, e Ji Hoon bateu a cabeça dela contra o muro.

- Cale-se ou vamos morrer juntos, e eu lhe levarei ao inferno comigo.

Hoody apertava o próprio nariz e a boca, tentando não fazer ruído algum enquanto chorava. Não queria morrer agora que finalmente começara a mostrar para o mundo a sua voz. Pensara que Ji Hoon se importava com ela, eles trocavam mensagens com frequência e ele parecia legitimamente interessado. Ela não fazia ideia, é claro, que Ji Hoon só queria usá-la para espiar a irmã dele.

- Eu não vou deixar você acabar com a minha missão, mulher estúpida. - Ji Hoon disse.

Ele pegou Hoody pelo braço e a arrastou para o meio da batalha no jardim da residência, jogando-a atrás de uma estátua grande de sereia na ponta de um chafariz. Atirava de forma perspicaz, quase nunca desperdiçando balas, trocando o cartucho aqui e ali. Ji Hoon ficava em pé no meio dos tiros com coragem, desviando prontamente das balas que iam em sua direção e ajudando os subordinados.

Hoody estava em pânico, porém começou a tentar se convencer de que aquilo tudo era um sonho, ou um pesadelo. Ela pensava que estava delirando, talvez aqueles tiros nem ferissem de verdade. Ji Hoon ainda era tão sensual enquanto empunhava sua arma e suava pelo estresse, impossível que aquilo fosse real. Mesmo assim, esses pensamentos não a impediram de gritar quando vários tiros atingiram a estátua de sereia, quebrando-a sobre a garota.

“Ótimo, ela deve ter morrido, isso me poupou um incômodo”, pensou Ji Hoon ao ver os destroços sobre o corpo de Hoody. O grupo sul limpou a entrada e correu para as vans, a fim de recarregar ou trocar as armas antes que os reforços inimigos chegassem, e Ji Hoon deixou a garota para trás.

- Cuidem dos cães que chegarem, porque eu vou atrás do chefe deles agora mesmo. - Ordenou Ji Hoon, andando lentamente para a mansão, esperando que os outros grupos tivessem tomado conta dos seus deveres.


Notas Finais


Obrigada por lerem


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