História Demons - Dark

July.  2010

Se permita ser feliz pelo menos uma vez no seu dia, mesmo quando tudo parecer caos. Se permita apreciar o som do vento ou o barulho da chuva, porque muitas vezes são nos pequenos detalhes que o universo nos presenteia com grandes maravilhas. Dar um bom dia a alguém na rua já pode te trazer uma sensação imensa de paz e felicidade.

Ás vezes praticamente omitimos aos outros nossa dor, falando que não importa com quem a pessoa amada esteja e sim que seja feliz, mas não é pra valer. Isso nos machuca, dói até a alma. Por que no fundo o plano de felicidade que sonhamos pra quem amamos, somos nós mesmos.

- Hey, onde está indo? – Lucy perguntou assustada a ver Lauren levantar bruscamente da frente do notbook que tinha na mesinha de centro? – Laur? Você esta me assustando fala alguma coisa.

-Eles estão felizes Lucy. – falou rindo retoricamente enquanto procurava as chaves do carro. – Sabe o pior disso? Eu queria estar feliz por eles mas eu não estou. – um nó se fez na garganta da garota de baixa estatura assustada na frente de Lauren. Lucy sabia que nos últimos dias a amiga estava sofrendo bastante já que no dia seguinte seria seu aniversário, agora Lauren pelo que parecia havia visto alguma coisa em alguma rede social qualquer e viu a família feliz, Lucy sabia que no fundo Lauren queria estar presente mas não conseguia assumir isso. – é uma maldita merda, eu estou aqui com você estamos bem na liga, esse era nosso sonho né? – deixou uma lagrima cair.

- Laur.. Senta por favor. – foi a única coisa que a garota conseguiu falar, claro que aquele não era o sonho, Lucy queria estar com Vero mas agora nem sabia o que a garota fazia da vida, é o pior disso tudo era que ela tinha escolhido sumir do radar, nem keana conseguia entrar em contato as duas em NY.

- Isso não é nosso sonho! Lu, olha pra mim. – Lauren falou segurando os braços magros da amiga, a obrigando lhe encarar. – Isso não e a droga do nosso sonho. Eu tirei a gente de Miami, eu te coloquei dentro da liga, eu nunca vou me perdoar por isso. Por que talvez as coisas fosse melhorar, mas nunca vamos saber por causa do meu maldito egoísmo, Lu, me perdoa por ter acabado com nossa vida. – Lauren não segurava mais as lagrimas, seu choro era desesperado e doído, deixando Lucy mais fragilizada, aquele aperto no seu braço estava começando a dor, Lauren logo percebeu e largou bruscamente. – Eu ia te machucar Lu, do mesmo jeito que eu fiz com a Dinah, você tem noção, eu estou louca para partir para cima de você mas tem alguma coisa dentro de mim me impedindo disso.

- Laur, eu não tenho medo de você, nunca mais repita que você é a culpada, eu também estava com medo do futuro, eu quis vir, eu não podia ficar em Miami, você sabe que nunca meus pais e de Vero nos deixariam viver em paz, eu fiz a coisa certa, nós vamos ter nosso recomeço. – Lauren se mantinha com os olhos fechados buscando controle, a última coisa que ela queria era machucar a única amiga que tinha. – Eu sempre vou estar aqui. Nós ainda vamos ser felizes aqui.

- Lucy, eu quero que você se junte a Louis e Liam, eu não te quero mais aqui, eu vou te machucar, eu estou sendo uma filha da puta eu sei, mas eu não te quero mais perto de mim, não quero dividir apartamento com você. – as lagrimas de Lucy começaram a ficar mais pesadas enquanto negava com a cabeça, Lauren agora tinha seu choro controlado, havia conseguido um pouco de luz e clareza para falar aquilo, ela não queria ficar sozinha, mas também não queria machucar quem sempre esteve ali por ela. Começou a andar para porta mas Lucy não a impediu, sabia que se tentasse fazer algo naquele momento Lauren podia explodir. – Lucy, quando eu voltar eu não quero te ver mais aqui. – falou aquelas últimas palavras sentindo seu peito doer.

- Laur.. – falou quando decidiu começar seguir os passos da amiga um pouco de longe, Lauren já estava entrando no chevy camaro 2010 que havia ganho a alguns dias da liga. – Quando você voltar eu ainda vou estar aqui te esperando, pode me mandar embora quantas vezes quiser. – começou elevar o tom quando a amiga fechou a porta do carro, mas o vidro estava aberto. – Eu vou sempre estar aqui, isso é o que os amigos fazem. – disse vendo Lauren catar pneus. Aquela seria uma longa noite, até Lauren voltar.

(...)

White lips, pale face
Breathing in snowflakes
Burnt lungs, sour taste
Light's gone, day's end
Struggling to pay rent
Long nights, strange men

Lábios brancos, rosto pálido
Respirando em flocos de neve
Pulmões queimados, gosto azedo
A luz se foi, acabou o dia
Lutando para pagar o aluguel
Longas noites, homens estranhos

- Ari, você viu o Harry? – Camila disse entrando no banheiro da boate sua cabeça latejava de tanta dor, mas se arrependendo logo em seguida a ver a amiga com uma cliente. Sim, cliente, as coisas estavam complicadas desde que Camila decidiu sair da Liga, ela tinha que fazer coisas de que não se orgulhava e sua amiga acabou entrando naquilo também.

- hm. Mila. – disse parando de beijar a mulher que acabou bufando com a falta de contato. – Eu vi ele conversando com o Lou lá fora. Duas horas e eu te encontro me espera por favor. – falou um pouco ofegante enquanto a mulher sem cerimônia alguma mordiscava seu pescoço. Camila apenas assentiu se sentindo bastante enjoada.

And they say she's in the class A team
Stuck in her daydream
Been this way since eighteen, but lately
Her face seems, slowly sinking, wasting

Crumbling like pastries

And they scream
The worst things in life come free to us

E eles dizem que ela está na primeira classe
Presa em seu devaneio
É assim desde os 18, mas ultimamente
Seu rosto parece estar lentamente afundando, se desgastando

Desmanchando como bolos
E eles gritam
As piores coisas da vida vêm de graça para nós

Camila já estava no oitavo mês da gestação do que seria uma menina, os primeiros dias a latina não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo, mas logo não imaginava em tirar a pequena, depois da conversa com Karlla, ela dedidiu que iria contar para irmã, a mesma não acreditava que a garota havia entrado naquilo, mas não a reprimiu, apenas ajudou quando a mais nova falou que queria ter aquela criança que aquilo seria um belo recomeço, Karlla informou a irmã que iria resolver as coisas, já que tinha muita influência, Camila acreditou, mas depois de um tempo os diretores ficaram sabendo o verdadeiro motivo da saída da garota.

Cos we're just under the upper hand
And go mad for a couple grams
And she don't wanna go outside tonight
And in a pipe she flies to the motherland
Or sells love to another man
It's too cold outside
For angels to fly
Angels to fly

Porque nós estamos sob o domínio de alguém
E enlouquecemos por algumas gramas
E ela não quer sair hoje a noite
E em um cachimbo ela voa para a terra natal
Ou vende amor para um outro homem
Está muito frio lá fora
Para os anjos voarem
Anjos voarem

Praticamente tentaram obrigar Camila a se desfazer da criança, mas a mesma falou que não iria fazer tal loucura. Brigou com todos e falou que nunca mais jogaria nerve. Assim que a notícia chegou aos ouvidos da Karlla a irmã não sabia se ficava feliz com aquela noticia ou triste por saber que a irmã estava perdendo algo que gostava.

Ripped gloves, raincoat
Tried to swim and stay afloat
Dry house, wet clothes
Loose change, bank notes
Weary-eyed, dry throat
Call girl, no phone

Luvas rasgadas, capa de chuva
Tentou nadar e ficar boiando
Casa seca, roupas molhadas
Trocados perdidos, notas de banco
Olhos cansados, garganta seca
Garota de programa, sem telefone

Camila praguejou ao chegar ao lado de fora da boate e não ver seu amigo, ela não queria voltar lá para dentro, se sentia tonta demais pra isso, viu um pequeno banco encostado na parede do outro lado da calçada e decidiu se sentar para tentar respirar, Luna chegaria daqui duas semanas pelas contas do médico.

And they say she's in the class A team
Stuck in her daydream
Been this way since eighteen, but lately
Her face seems, slowly sinking, wasting

Crumbling like pastries

And they scream
The worst things in life come free to us

E eles dizem que ela está na primeira classe
Presa em seu devaneio
É assim desde os 18, mas ultimamente
Seu rosto parece estar lentamente afundando, se desgastando

Desmanchando como bolos
E eles gritam
As piores coisas da vida vêm de graça para nós

Respira devagar e mantenha a calma, Camila repetia as palavras do médico na sua mente mas nada ajudava, sua respiração só ficava mais descompensada.

- Camila Estrabão. – Camila sentiu mais vontade de vomitar ao ouvir aquela voz e sentir um pequeno aperto no seu braço. – Quanto tempo meu amor.

- Josh, me solta por favor, eu não estou me sentindo bem. – Camila não via aquele maldito perseguidor a meses, mas como tudo estava dando certo naquele dia, claro que ela ia encontrar ele por ali.

- Nossa, quanto tempo, que barrigão hein, senti saudade. – Disse passando os dedos nos lábios da latina. Se fazia algumas caretas de dor. Aquilo só piorava.

(...)

Algumas doses e vários beijos a bocas que Lauren não queria mais olhar, essa era a conta da noite. Agora a morena andava sem um rumo certo, apenas tentando acalmar estava se controlando para não entrar na plataforma e começar a jogar, ela tinha que lidar com as coisas de um modo diferente, só não sabia exatamente como.

Seu celular começou a tocar e ela logo que olhou na tela sentiu sua espinha gelar, era um prefixo de Miami, só uma pessoa naquela cidade conhecia aquele número.

- Alô? Karlla? – Perguntou sabendo que era a latina.

- Lauren.. – Disse com a voz chorosa.

- Karlla, você está bem? O que aconteceu? São 03 horas da manhã e você me liga chorando no meio desse barulho todo. – Lauren acabou por parar o carro, estava preocupada com a amiga? Karlla era uma amiga certo? Com benefícios mas era uma pessoa que Lauren se preocupava.

- Eu preciso de você me ajuda por favor Lauren. – disse em meio a alguns soluços, tinha muito barulho, ela parecia estar bêbada. A morena voltava a consciência a cada momento mais com a preocupação.

- Karlla, me escuta, eu não estou te ouvido direito, tenta sair do barulho e me explica o que está acontecendo. – Lauren estava agoniada com aquele barulho junto com os soluços da latina, odiava não conseguir ajudar as pessoas. – Por favor Karlla, fala alguma coisa.

- Lauren, lembra que eu te vir me prometer uma coisa antes de sair de Miami? No último dia? Na festa? – a gêmea não conseguia controlar a dor que estava sentindo, Camila precisava de ajuda urgente.

- Alguma coisa de cuidar de um bebê aqui. – falou tentando suavizar o clima. – eu lembro, me conta o que aconteceu.

- Eu preciso que veja minha irmã Lauren, ela precisa de ajuda, eu sinto aqui dentro de mim, está doendo demais, eu sempre fiz tudo por você faz isso por mim. Cuida da mila. – disse fungando.

- O que aconteceu com sua irmã? Me explica como eu posso ajudar. – Respondeu preocupada.

- Ela estava com alguns amigos em uma boate, mas cedo, ela me prometeu que me ligaria quando chegasse em casa, mas até agora nada. Eu preciso saber se está tudo bem com ela. Eu vou te mandei agora o endereço por mensagem. – logo a notificação chegou no telefone de Lauren, o local era bem perto dali, o que fez Lauren comemorar.

- Cabello, é bem perto, eu vou ver se encontro ela por lá, tudo bem? Qualquer coisa entro em contato com você, apenas fique calma.

- Jauregui? – Karlla chamou antes que Lauren desligasse o telefone e ligasse o carro. Lauren fez um som nasal para que garota prosseguisse. – Feliz aniversário e muito obrigado. – um sorrisinho escapou pelos lábios de Lauren. Era bom saber que alguém além de Lucy lembrava do seu aniversário.

-Obrigado Cabello. – Disse escutando uma risada tímida do outro lado da linha antes de desligar e seguir para o destino desejado.

(...)

- Que porra merda. – falou freando bruscamente em perto da boate onde tinha um homem beijando uma mulher gravida a força. Olhou para os dois lados da rua e não havia ninguém. Respirou fundo antes de abrir o porta luvas tirando um soco inglês e uma chave de roda L. - Ei seu imbecil. – falou entre dentes assim que bateu a porta do carro atrás de si. – Você não está vendo que a garota não quer? Gosta de mexer com mulheres indefesas né? – disse rodando entre o dedo a chave de rodas. O homem olhava com um sorrisinho irônico enquanto a garota continuava com a cabeça baixa.

- Nervosinha hein? Eu gosto desse jeitinho, as difíceis, mas eu sou cliente dela, agora espera eu terminar aqui que eu te dou um jeito. – deu um tapa na bunda da garota que deu um passo para frente e levantou o olhar, deixando Lauren atordoada, Karlla estava gravida? Que merda era aquela?

 - Karlla? – assim que Lauren pronunciou esse nome, o rosto de Camila ficou sem cor e sem nenhuma expressão, aquela garota conhecia sua irmã, mas como? Era essa a pergunta.

- Morena, você esta querendo que eu te de um jeito logo né, vem aqui. – o babaca que mal estava conseguindo ficar em pé segurou as partes e apertou, fazendo Lauren sentir mais nojo e vontade de acabar com aquilo logo, é foi assim que ela fez.

Em um movimento rápido, Lauren já havia dado dois golpes na cabeça do homem que parecia alemão de tão vermelho. “você gosta de mexer com quem não pode se defender né seu filho da puta”  falou e logo cuspiu na no seu rosto antes de desferir mais socos com o soco inglês deixando seu rosto completamente ensanguentado.

- Michelle. – foi um estalo na mente de Lauren, ela conhecia aquela voz mas não queria parar de bater naquele nojento. Então continuou a desferir socos. – Ele já está desmaiado, você vai matar ele, vamos sair daqui por favor. – Lauren sentiu seu corpo amolecer um pouco quando duas pessoas a tiraram de cima do homem. Olhou e viu Louis.

- O que faz aqui? Eu tenho que encontrar a karlla, meu deus ela está gravida e não me contou. – falou apressada, vendo a latina entrar em um carro com uma expressão de dor.

- Michelle. Aquela é a irmã gêmea da Karlla. – um homem alto surgiu do lado de Louis o assustando. – Você não pode chegar perto da garota, ou será expulsa da liga, estamos entendidos? – perguntou sério e uma Lauren completamente atordoada assentiu.