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História Demons - Stay with me, even if I'm trouble.


Escrita por: _julhama

Capítulo 4 - Stay with me, even if I'm trouble.


Fanfic / Fanfiction Demons - Stay with me, even if I'm trouble.

Jisook P.o.V. 

Levei a comanda até a cozinha e voltei para o balcão, onde Tae estava apoiado. Ele gostava de analisar os clientes e criar uma história diferente para cada um. Era isso o que ele estava fazendo com o único cliente que se encontrava na lanchonete. Queria entender o que se passava na cabeça do meu amigo, mas era isso o que o fazia tão especial. Tae não se importava com o que as pessoas pensavam, o importante para ele era se divertir e divertir os outros.  
Ontem foi a vez de uma mulher que cuidava dos seus três filhos sozinha, pois o marido era um viciado em torrões de açúcar e gastava todo o seu salário com isso. Descobrimos que, na verdade, ela era casada com o reitor da faculdade onde eu estudava e não tinha filhos.  

Hoje, ele encarava um homem de cabelos castanhos que constantemente olhava em seu celular. 

- Aposto que ele é um agente duplo. - Tae cochichou para mim. – Deve estar envolvido com chefões do tráfico, mas passa toda a informação para a polícia. Nos encontros com os policiais, ele deve comer todas as rosquinhas de chocolate.  

Balancei a cabeça em negação e ri. Tae entrou na cozinha para roubar algumas batatas para nós e assim que ele sumiu, o sininho da lanchonete soou. Olhei para a porta e Yoongi entrou. Usava um moletom preto e um boné com argolinhas na aba. 

Ele cumprimentou o homem que estava lá e sentou ao seu lado. Fui até os dois conferir se fariam mais algum pedido. 

- Não, obrigado. - Yoongi falou, arrancando um pedaço do lanche do homem, que deduzi ser seu pai. – Mas se seu amigo estiver aí, vou aceitar a sobremesa. – Senti um tom de malícia na voz.  

Tae voltou assim que eu cheguei no balcão. Ele ainda não tinha reparado em Yoongi. 

- Taetae, acho que o agente duplo é, na verdade, seu futuro sogro. – Brinquei, indicando com a cabeça a mesa em que Yoongi estava sentado. 

Ele ficou animado assim que o viu. Perguntou várias vezes se sua aparência estava boa. Mexia nos cabelos o tempo todo e não parava de trocar olhares com o garoto loiro sentado à mesa. 

O pai de Yoongi foi até o caixa pagar e saiu, deixando o filho sozinho na mesa. Cutuquei Taehyung com o cotovelo e disfarçadamente falei para ele ir até a mesa com o sorvete. 

Antes que Tae pudesse sair de trás do balcão, Yoongi se aproximou de nós.  

- Qual seu sabor favorito? - Yoongi perguntou repentinamente. 

Tae se assustou, estava distraído mexendo nas casquinhas de sorvete. 

- Baunilha. - Respondeu, nervoso. Ele ficava adorável quando estava com vergonha. 

Yoongi deu um meio sorriso e se virou para mim. 

- A senhorita poderia tomar conta do balcão por alguns minutos? Vou querer um sorvete de baunilha e um de chocolate. Lembrando que um deles é por conta da casa. - Piscou pra mim e se virou para Taehyung. - Se quiser, posso voltar mais tarde. Mas acho que o clima de agora está perfeito para um sorvete. 

Tae estava sem reação e precisei dar um chute nele para que acordasse. Ele se atrapalhou todo tirando o avental. Balancei a cabeça, rindo baixo e Yoongi sorria vendo Taehyung lutar contra os nós do avental. 

Os dois sentaram um do lado do outro e começaram a conversar, não consegui ouvir sobre o que falaram mas eles riam o tempo todo.  

Depois de um tempo, Tae voltou e colocou novamente seu avental e Yoongi tirou sua carteira do bolso. 

- O outro sorvete é por minha conta. - Falei. - Guarde para a próxima vez. 

Ele sorriu e piscou para Taehyung, que a essa altura já estava vermelho novamente. 

- Você é a irmã do Jungkook, certo? - Yoongi perguntou enquanto colocava a carteira de volta no bolso. 

- Sou sim. E você é irmão do Jimin. - Observei. 

Ele assentiu com a cabeça. 

- Jimin fala o tempo todo do seu irmão. É até irritante. - Falou com um sorriso amarelo.  

Eu ri um pouco. Talvez pudéssemos confiar em Jimin. 

-x- 

Jimin P.o.V. 

Depois daquela noite estranha, Jungkook mandou uma mensagem se desculpando e dizendo que precisava me contar uma coisa. Mil possibilidades passaram pela minha cabeça, mas tentei deixar de lado ou acabaria pirando. 

Nos dias seguintes ele não apareceu na escola, não atendia o celular e não respondia minhas mensagens. Minhas unhas não existiam mais, por conta da ansiedade. Eu queria vê-lo, saber se estava tudo bem. 

- Hobi, você acha que Jungkook não gosta de mim? – As palavras simplesmente escaparam da minha boca. 

Ele me encarou por um momento, para ver se eu falava sério, e depois riu.  

- Claro que gosta. Ele é...complicado. Mas você deve ter percebido, certo? 

Assenti com a cabeça. 

- Podemos visitá-lo? – Estávamos voltando do colégio e eu não tinha nada para fazer à tarde. 

Hoseok seguiu calado por uns instantes. O arrependimento cresceu em mim. Será que eu estava sendo muito intrometido? 

- Vamos, eu estava indo pra lá mesmo. - Ele sorriu. 

-x-

- Hobi! Já estava de saída. O almoço já está pronto e tem suco na..... – Jisook se interrompeu quando me viu. – Oi, Jimin. 

Ela trocou olhares com Hoseok. Me senti um completo intruso e me arrependi de estar ali. Acenei sem graça.  

- Obrigado, Jisook! – Hoseok tentou disfarçar a tensão. – Ficaremos bem. 

Hoseok repetiu para si mesmo a última frase antes de entrar. 

Não sabia o que esperar do quarto de Jungkook. Animais empalhados? Talvez. Mas tudo parecia normal. Havia alguns pôsteres colados nas paredes, uma coleção de CDs e livros, algumas roupas jogadas no chão e uma cama desarrumada. Ouvimos o chuveiro ligado e aguardamos pacientemente do lado de fora. Hobi não queria mostrar, mas ele estava nervoso. Eu também estava e sequer sabia o motivo. 

Jungkook saiu do banheiro, secando com a toalha os fios negros molhados. Ele sorriu para Hobi e assim que me viu, arregalou ao olhos.  

- J-jimin?  

Suspirei. O que havia de errado comigo? 

Jungkook saiu apressado do quarto e chamou Hoseok. Me senti mal, peguei minhas coisas para ir embora e dei de cara com Jungkook quando ia sair. 

- Não sei o que te fiz, mas me desculpe. Foi besteira vir aqui. -Falei passando por ele, sem conseguir encará-lo. 

Corri até o jardim e me dei conta que meu celular não estava no bolso. Ótimo, minha saída dramática perderia completamente o efeito.  

Pensei em deixar pra lá, comprar outro celular ou torcer para que Hoseok encontrasse e o devolvesse no outro dia, mas ouvi gritos e barulhos vindos da casa de Jungkook e corri para ajudar no que estivesse acontecendo. 

- Ele é uma boa pessoa, Jungkook! Gosta de você. Você precisa confiar em mais alguém. - Era Hoseok falando, o tom de sua voz estava baixo, porém nervoso. 

- Eu sei, mas eu não sou! Não quero magoá-lo, você não entende? - Era Jungkook quem gritava. 

Entrei na casa e parei do lado de fora do quarto, eles não haviam notado minha presença. 

- Você só faz merda, Hoseok. - A voz de Jungkook estava diferente, com um tom sinistro. 

- Jeon Jungkook, vou te ignorar até meu verdadeiro amigo voltar. 

Se antes eu não entendia nada, depois dessa frase eu estava completamente perdido. 

Jungkook riu debochado, ouvi passos chegando perto e me encostei na parede, quase me fundindo com ela. 

- Seu amigo é um bosta. Ele tem sorte que eu não consigo ficar 100% no controle. - A voz estava próxima à porta. 

Decidi aparecer antes que ele me pegasse bisbilhotando. Parei no batente da porta e pigarreei, para chamar a atenção deles. Hoseok estava sentado na cama, olhando para seu celular e Jungkook em pé no meio do quarto, com os braços cruzados. 

Quando Hobi me viu, levantou rapidamente e veio até mim. 

- Aish, ele voltou. - Jungkook reclamou. - Ainda não percebeu que não é bem-vindo aqui? - Suas palavras me atingiram em cheio. Senti uma dor no peito. 

- Jimin, agora não é uma boa hora. - Hobi sussurrou para mim, colocando as mãos em meus ombros. 

As lágrimas começaram a surgir em meus olhos e não me preocupei em limpá-las. Olhei nos olhos de Jungkook, ele estava com aquele mesmo olhar raivoso do dia da lanchonete, as pupilas estavam contraídas e seus ombros estavam tensos. Um arrepio passou pelo meu corpo. 

Andei três passos em direção à ele, parando em sua frente. O encarei, furioso. Ele era consideravelmente mais alto do que eu, então tive que levantar um pouco a cabeça. 

- Eu não sei o que há de errado com você, mas você não é essa pessoa horrível que está parada agora na minha frente. - Ele tinha um sorriso presunçoso no rosto, que me fazia querer socá-lo. - Me procure quando o verdadeiro Jungkook estiver aqui. 

Peguei meu celular em cima da cama e saí, esbarrando propositalmente em Jungkook. O nó em minha garganta crescia, mas eu não queria chorar. As lágrimas deixaram minha visão embaçada, o que me atrapalhou para abrir aquele maldito portãozinho do quintal de Jungkook. 

- Jiminie! - Me virei assustado. Jungkook veio correndo e quando me viu no portão, parou distante de mim. 

- Eu odeio esse portão. - Reclamei, limpando as lágrimas e desistindo de tentar abrir o trinco. 

Ele riu brevemente. Ergui uma sobrancelha. Uma hora ele estava com raiva e na outra estava rindo de mim? Ele estava tentando pregar uma peça em mim?  

- Isso não é engraçado, Jungkook. - Ele se aproximava lentamente de mim. - Vocês estão me deixando louco. - Cada vez mais perto. 

Ele tinha um sorriso fraco no rosto. Os olhos estavam suaves e os ombros relaxados. Parou na minha frente, mas eu não olhava em seu rosto, apenas para o chão. Jungkook colocou uma mão em meu ombro. 

- Jimin, você precisa me perdoar. - Falou com a voz fraca. - Se você me perdoar, te explico tudo. Conto pra você quem eu realmente sou e, se mesmo assim você quiser ir, nunca mais irei te incomodar. Mas eu preciso de você, Jimin. Você me perdoa? 

Mais lágrimas escorreram pelo meu rosto, mas eu ainda não o encarava. Ele percebeu que eu estava chorando e me puxou contra seu peito, me envolvendo em seus braços. Enterrei o rosto em seu peito, deixando-o molhado com as lágrimas. 

- Mesmo sem saber de nada, eu te perdoo, Jungkook. - Falei, com aquela voz horrível de choro. - Mas você precisa confiar em mim. Quero te ajudar, assim como Hoseok te ajuda. 

Ele me afastou e levantou meu rosto. 

- Eu tenho um demônio dentro de mim. Bem, não exatamente um demônio, mas gosto de chamá-lo assim porque me ele me faz fazer coisas horríveis. - Jungkook agora estava sério. 

- Jungkook, todos nós temos demônios dentro de nós. - Esfreguei o dorso da mão nos olhos.

Ele deu um meio sorriso. 

- Não esse tipo de demônio. Eu sou meu próprio demônio. - Ele enfatizou o "sou". - Fui diagnosticado com dupla personalidade e essa segunda personalidade é meu inferno na terra. Ele se manifesta à qualquer momento do dia e às vezes me domina por completo. Tem dias que ficou ouvindo seu sussurro na minha mente o tempo todo. E quando não tenho mais forças ele se aproveita, e você viu como ele é um completo idiota. 

- Ele realmente é um completo idiota. - Murmurei e Jungkook riu, mais animado. - O que posso fazer por você? 

Ele bagunçou meus cabelos, me fazendo sorrir. 

- Por enquanto, só preciso que você entenda e fique comigo. - Concordei com a cabeça. Eu ficaria mesmo se ele dissesse para eu ir. - Eu tomo remédios para tentar resolver isso. O último estava perdendo o efeito, então tivemos que trocar. Não estou acostumado com esse novo, me deixa fraco e ainda estou me adaptando, por isso não tenho ido ao colégio. Quanto à isso, não se preocupe, meus irmãos cuidam de mim. 

Em um movimento involuntário, segurei a mão dele. Ela cobria completamente a minha. Jungkook não pareceu se importar. 

- Obrigado por contar, Jungkook. Ficarei com você, não importa o que aconteça. - Apertei sua mão de leve. Ele me olhou nos olhos, como se visse minha alma, e sorriu. 

-x- 

Jisook P.o.V.  

- Jisook, você pode me fazer um favor? - Jin surgiu no meu quarto, enquanto eu terminava um livro da faculdade. Assenti com a cabeça. - Pode levar esses exames até o consultório do Namjoon? - Ele balançou um envelope branco 

-Claro. - O nome me fez sentir arrepios, mas dei de ombros tentando parecer indiferente. 

- Jungkook pode ir com você, ele sabe o caminho. - Nesse instante, nosso caçula passava pelo meu quarto, segurando um balde de pipoca. Ele parou ao ouvir seu nome. 

- Onde? - Perguntou, jogando pra cima uma pipoca e a abocanhando no ar. 

- Levar seus exames pro Namjoon. Fiquei de entregar pra ele mas estou enrolado agora. - Jin roubou um pouco da pipoca dele. Jungkook me olhou, com aquele sorriso malicioso no rosto. Eu o xinguei mentalmente. 

- Tenho certeza que Jisook também sabe o caminho. - Ele disse, me deixando cada vez mais envergonhada. - E estou ocupado agora. - Indicou o balde de pipoca com a cabeça. 

Revirei meus olhos. 

- Eu vou, oppa. Sem problemas. - Falei e Jin agradeceu, colocando o envelope na minha cômoda. 

Eu e Jungkook ficamos sozinhos, ele ainda sorria daquele jeito. Joguei meu travesseiro na direção dele e ele riu alto. 

- Vamos comigo, Kookie. Por favor! - Pedi manhosa.  

- Ah, noona. Eu até iria, mas Peter Parker está prestes a descobrir quem está por trás da máscara do Duende Verde. - Ele disse, como se não tivesse assistido aquele filme mais de 5 vezes. - Boa sorte. - Piscou pra mim, enquanto eu o encarava com uma carranca. 

Jungkook estava exagerando. Só porque achei Namjoon bonito não significava que queria algo mais. Eu mal o conhecia e ele era o médico responsável pelo meu irmão. Não sabia nem se era permitido um relacionamento assim. Iria pesquisar sobre isso mais tarde, apenas por curiosidade. 

Coloquei uma camiseta branca lisa, uma calça jeans e meu all star vermelho, peguei o envelope na cômoda e coloquei o endereço do consultório no gps. Em 15 minutos eu já estaria lá. Desci as escadas e vi Jungkook esparramado no sofá, com o balde de pipoca pela metade apoiado em sua barriga.  

- Pronta pro crime? - Jungkook perguntou assim que me viu. - Uau, consigo sentir o perfume daqui. 

- Cala a boca, Jungkook. - Falei envergonhada. Nem tinha passado tanto perfume assim. - Você ainda me paga. 

Fui até a cozinha pegar as chaves do carro e ele me seguiu, me provocando. 

- Eu só achei ele bonito, qual o problema? - Cruzei os braços. 

- Você não "só achou ele bonito", Jisook. Você estava quase babando.  

- Não estava! 

- Estava sim! - Jungkook cruzou os braços, me imitando. 

Bufei e saí pisando forte. 

- Ei, noona. – ele me chamou e eu parei na porta. - Tente se distrair mais, ok? Você se preocupa muito comigo, mas eu quero que pense em si mesma um pouco. - Ele falou um pouco envergonhado, mas sem provocações. Os olhos escuros alternavam entre eu e o chão. 

Dei um meio sorriso e assenti. Mas ele sempre seria minha prioridade. Um sorriso brincalhão estava crescendo em seu rosto, revelando seus dentinhos adoráveis. 

- Juízo, viu? Escovou bem os dentes?  

Abri a porta de casa e saí, mas antes o xinguei. Do lado de fora conseguia ouvir sua gargalhada e não pude deixar de rir também.


Notas Finais


aaa vocês estão gostando até aqui? espero que sim!

eu ainda fico nervosa antes de postar um capítulo kkk fico lendo um monte de vezes.
anyway, beijinhos e até o próximo capítulooo!


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