História Demons and angels dancing - Os ponteiros do destino começam

Era um demônio grande vermelho com chifres rabo e tudo, o maior estereótipo que se poderia imaginar, ele segurou com a mão direita o pescoço da jovem moça, e com a esquerda segurava suas pernas, separou os braços rapidamente e deixou o sangue espirrar no seu rosto. Deliciava-se lambendo os lábios e depois devorando o pobre cadáver as pessoas aterrorizadas ainda corriam para longe, soltando um risinho abafado pela carne em sua boca saltou barrando algumas mulheres que iam em direção ao prédio de prevenção a ataques demoníacos.

- UHUUUUL – um vulto colorido descia em alta velocidade e atingia o demônio em cheio, o arrastando por pelo menos cinco metros de distancia do ponto inicial, o vulto colorido deu um loop no ar e aterrissou em pé.

Matheus era um jovem loiro do cabelo bagunçado, com um largo sorriso, na cabeça tinha uma bandana preta com detalhes vermelho escuro, vestia um colete avermelhado e claro, aberto, nenhuma camisa por baixo disso deixando seu abdômen ao ar livre, no punho direito havia pulseiras diferentes e coloridas, dentre elas um crucifixo dourado, já no braço esquerdo ele trazia uma tatuagem de crucifixo com asas prateadas sobre uma lamina ensangüentada, o símbolo dos anjos da nobreza, e no pescoço uma coleira marrom com uma pedrinha azul presa a ela, coleira esta que demonstrava que fazia parte da guarda real. Trazia em sua mão um taco de beisebol que usava para fingir ser um rebatedor. Não possuía uma aureola ainda, pois somente os anjos de classe B para cima a tinham. Suas asas eram de um branco puro.

- como você é infantil! Meu deus do céu! – Paola tinha um cabelo rosado amarrado em duas chiquinhas longas, olhos violeta, sua roupa vermelha apertada trazia um decote ousado, usava uma saia colorida com meia calça azul com bolinhas brancas, Sua aureola era dourada, e suas asas já traziam um tom mais colorido sobre o cinza das penas. Como arma uma pequena lança que não passava dos 90 centímetros, sua coleira era vermelha e trazia um sininho redondo.

- Seu deus? Que curioso ouvir isso. – ele soltou um risinho malicioso.

- faz um favor pro mundo, morre cara.

- se eu morre-se o mundo teria uma estrela a menos, e isso seria triste – ele piscou para ela e partiu para cima do demônio.

Em outro lugar longe dali, o evento que reuniria as maiores potencias do mundo ocorria, era uma festa que reunia todos os seres mais poderosos e de alta classe do universo, e entre eles estava Silver, com seus longos cabelos brandos que desciam até suas costas, seus olhos eram vermelhos da cor do sangue, suas roupas era pretas e traziam detalhes prateados, provavelmente em menção a si mesmo, sobre o ombro direito trazia uma capa estampada com um dragão de sete cabeças vermelho e dourado.

- Seu palácio está deslumbrante como sempre lorde Kolvich. – ele dizia com um sorriso convencido no rosto.

- Não tão deslumbrante quanto o senhor, lorde demônio – o gordo tinha um sorriso abafado pelas próprias bochechas.

Silver soltou um leve sorriso, mas no fundo sabia que o gordo era um bajulador nojento, queria armar um acordo com ele para assim usar os territórios dos demônios para seus contrabandos e assim não ser pego no radar de “deus”.

- e o jovem soberano dos céus finalmente comparecerá a nossas reuniões? – Silver perguntou retirando uma taça de vinho da bandeja de um dos garçons que por ali passava.

- eu até lhe enviei o convite, só que novamente apenas sua assistente veio representá-lo, - ele apontou na direção de uma bela moça com um longo vestido branco e com o cabelo castanho amarrado enquanto a mesma estava sem graça respondendo perguntas sobre o novo “deus” - o garoto é tão arrogante que nem se dá ao trabalho de nos dar explicações, a pobre moça tem que ficar corrigindo erros desse pivete nojento.

-... Não há muito que se esperar de alguém com um sangue arrogante em suas veias.

Mais tarde, em uma cidade da antiga divisa de Garn, a criança Sabrina rezava ajoelhada, ela era uma menininha de oito anos que tinha um belo cabelo cacheado, sua pele era parda e ela vestia roupas rasgadas, vinha de uma família horrível, sua mãe era viciada em drogas e passava dias sem voltar para casa, seu pai um policial aposentado que não parava de beber. Mesmo assim, ela ia à igreja todos os dias para rezar a deus.

- muito bem irmãos, obrigado pela presença de todos no templo de deus hoje.

Enquanto ele falava a pequena Sabrina cutucava o pé do jovem que dormia ali no banco com a bíblia em cima de seu rosto.

- eeeei, eeeei, senhor Deus, acorda.

- Hm? O que foi? O cara branco terminou de falar?

- sim senhor.

“deus” era Rafael, um homem alto com calças jeans rasgadas, uma camiseta preta surrada usando um colar com o símbolo dos anjos, e por algum motivo usava uma touca preta com orelinhas com linhas douradas que a rodeavam. – vamos comer alguma coisa? Tipo um Mac Donald?

- não tenho dinheiro.

- eu tenho, peguei o dinheiro do dizimo que o padre recolheu.

- senhor Deus isso é errado!  

- por quê? O dinheiro é pra mim de qualquer jeito, não?

Ela fez uma cara feia que ele respondeu com uma careta, os dois riram e foram comer. Na lanchonete ele esperava Sabrina voltar com os lanches, quando de repente anjos de armadura passaram pela porta, eram cinco, com suas enormes asas amostras. Todos os humanos ficaram maravilhados com aquilo, enquanto deus os observava com cara de sono apoiando-se nas mãos. Eis que um deles que parecia ser o comandante reparou no desinteresse do garoto e se dirigiu até ele.

- então garoto, curtindo a noite? – puxou uma cadeira e se sentou na frente dele.

- até que é um dia agradável, sim. – ele bocejou – obrigado pela preocupação.

- você não parece ter uma boa relação com autoridades, ein?

- hã? ...

- você se veste como um mendigo garoto

- talvez porque nem todos são divas escondidas em puro músculo com necessidade de mostrar seu ego com armaduras.

- você é afiado garoto. – ele deu um sorriso e olhando para seus companheiros, claramente estava constrangido.

-senhor deus? - Sabrina voltava para a mesa.

- HAHAHAHA DEUS? Que tipo de historias está contando para essa garotinha?

- não é mentira! Ele é deus!

Dessa vez todos na lanchonete riram.

- deus por acaso se vestiria de mendigo? – o anjo se aproximou do rosto da garota.

- cara eu me afastaria se fosse você.

- está me ameaçando rapaz? Saiba que enquanto você fica ai iludindo garotinhas, nós anjos de verdade protegemos a sua bunda preguiçosa- entes de ele terminar de falar, nem ao menos tinha notado, mas já estava estirado no chão do estacionamento, nem sequer tinha ouvido o som do vidro quebrar, nem sentira o sangue passar pela sua garganta que agora manchava toda a sua luminosa armadura, não é que ele tenha se esquecido, é que seus olhos nem tiveram a chance de processar aquilo tudo, eles simplesmente não viram os movimentos.
Deus pisou em seu peito. E ele sentiu como se fosse um dragão no lugar do garoto, enquanto se esforçava para ver o rosto do garoto, que ele imaginava estar furioso, na verdade estava sorrindo, seus olhos estavam dourados, e isso fez o anjo gelar até na alma.

Os outros quatro anjos vinham por trás dele para dar apoio ao comandante, mas simplesmente se dissiparam em poças de sangue em pleno ar, o comandante começou a chorar.

- v-você estava certo, o-olha d-desculpa eu não queria ter mexido com você cara.

- humpf, haha. Que ridículo, meus anjos andam tão deploráveis assim? – ele pressionou o pé sobre o peito do anjo o atravessando com o pé, mas ao invés de sangue o anjo se tornou em poeira dourada.

Do alto de uma caixa de água, a figura negra de Ryuu, observava o jovem, quando é dito como “figura negra” realmente é uma figura negra, sua pele era escura, e tanto seus cabelos, olhos, roupas, todos negros.

- de um lado um demônio rancoroso, e do outro um Deus pretensioso... Huhu isso sim soa interessante.