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História Dentre os Sete Dias - III. Bem-vinda, Ada.


Escrita por: enjoygin

Notas do Autor


Annyeong! Bem, me perdoem pela demora, eu sou assim mesmo, sempre demoro...
Espero que gostem do capítulo e boa leitura!

Capítulo 3 - III. Bem-vinda, Ada.


 

 

 

 

“Se arrependimento matasse, eu estaria morto há muito tempo”.

 

 

 

 

 

 

O garoto estava com as mãos suadas, pois o médico havia proibido de entrar no quarto em que o garoto a quem tanto amava estava.

“Maldito doutores!”, resmungou o senhor Kim ao lado de sua esposa, ambos estavam preocupados.

“Fiquem calmos, o meu TaeHyung é forte, vocês sabem”, disse o Jung tentando confortá-los.

“Meu...”, a mulher disse baixo, quase contestando, mas em seguida abriu um sorriso.

“Calmo? Meu rapaz... Você está tremendo, suando frio, não é um bom exemplo”, disse o sr. Kim.

HoSeok sorriu e nada respondeu. Ele não se sentia nada confortável ao lado dos pais de Tae, principalmente pelas brigas que já tiveram, todavia, ele teria que tentar se contentar com a presença deles e o tratarem da melhor maneira possível. Afinal, é para TaeHyung.

“Bom dia!”, o doutor chegou com um prontuário nas mãos.

“Como está meu filho?”, ficou nítido a preocupação na voz da senhora Kim, que se levantou.

“Eu estou impressionado...”, disse o homem de jaleco branco. “É incrível como Kim TaeHyung progrediu, é quase um milagre! Ele não precisa mais de aparelhos para respirar, acordou muito bem hoje. E tem falado muito o nome Jung HoSeok”, continuou. “Suponho que seja você, sim?”, concluiu olhando para o garoto alto que se encontrava entre o senhor e a senhora Kim.

“Sim!”, a empolgação na voz de HoSeok foi tanta que após assentir, ele percebeu que falou alto demais. “Desculpe, sim, Céus, podemos vê-lo?”

“Um instante”, o homem folheou o prontuário. “Não vejo problemas, sim, podem. Mas, por favor, sejam cautelosos com ele, não levem noticias fortes ou afins.”

Todos assentiram. O homem os levou para uma salinha dando roupas para entrar no quarto de TaeHyung. A mãe do menino foi tão rápida que foi como se não tivesse entrando na sala e se vestido, ela praticamente correu e apressou os outros dois que se arrumavam.

Já higienizados de forma correta, o doutor levou-os para o quarto de TaeHyung. O garoto estava deitado, já não havia mais uma sonda ou todos os aparelhos do dia anterior. HoSeok entrou primeiro e foi até o menor.

Repousou um beijo em sua testa, o que fez o garoto despertar com um sorriso de orelha a orelha.

“Jung HoSeok”, as palavras pareceram sair como música dos lábios do menor.

“Kim TaeHyung”, o maior sorria tanto, que o sorriso quase não cabia em seu rosto.

Os dois trocaram olhares por alguns segundos, HoSeok o beijou várias vezes e poderia ficar o dia inteiro assim, porém ele não pode se esquecer do mais importante.

“Eu tenho uma surpresa”, disse afastando-se da maca.

“O que...”, antes do garoto completar a frase, HoSeok abriu a porta.

A expressão de Tae era indecifrável, foi como um choque. O garoto ficou pasmo, sua respiração pesou, foi preocupante ver que ele ficou totalmente paralisado.

Os Kim questionaram-se se foi realmente boa a surpresa, porém, todas as indagações que vieram em sua cabeça foram desfeitas quando um sorriso tomou conta da feição de Tae e quando lágrimas rolaram pelo seu rosto.

Se o garoto pudesse, teria se levantado e corrido até aquelas duas pessoas que se encontravam em sua frente, emocionados. Aquelas pessoas que o abandonaram por uma coisa imbecil, por falta de respeito. Aquelas pessoas que cuidaram de si sua vida toda e o abandonou quando mais precisava. Apesar de tudo, ele amava aquelas duas pessoas, e um de seus maiores sonhos seria reatar a relação com aquelas duas pessoas.

“Me-meu amor”, a voz da mãe de Tae estava embargada, não de tristeza, mas de felicidade, a senhora Kim correu até encontro de seu filho, abraçando-o.

“Mãe, eu..., eu nem sei o que dizer, eu...”, o garoto gaguejava.

A falta de palavras recompensava nas atitudes, apesar da pouca força, Tae apertava sua mãe ao máximo. Estar mergulhado nos braços confortáveis de alguém tão essencial em sua vida era um feito importante. Quantos anos eles não passou separado, sem qualquer notícia e contato com uma figura tão importante como o de uma mãe?

Tae chorou, a emoção tomou conta de si, sua mãe se afastou um pouco e observou a feição do filho, fazendo-o voltar-se ao seu pai. Um homem alto, que mantinha a postura e que tentava disfarçar ao máximo nenhum sinal de emoção.

Ele observava TaeHyung, que cravou o olhar em si. A troca de olhares pareceu durar minutos. TaeHyung se indagava o que se passava na cabeça dele, um homem que o bateu, que o xingou, que o humilhou, que o tratou de um jeito que nem mesmo um animal merece ser tratado. Tae pensava em como conseguia se sentir feliz com sua presença, depois de tudo... Depois das brigas, das tapas, da surra em público, das noites que passou em claro com medo de que algo acontecesse com quem ele mais amava. Das noites que se machucou ou se embriagou tentando esquecer, de quando entrou em depressão por pensar que sua vida estava perdida, das vezes que foi chamado de “pior filho do mundo” por escolher ser feliz. Perdão? O garoto pensava nessa palavra a todo o instante, depois de toda dor e do rancor que já guardou, resolveu pensar em uma segunda chance, seria merecida?

E no que o homem já vivido pensava? Pensava nas vezes em que falhou, pensava em se surrar, em se machucar como machucou seu filho por todos os atos desumanos que cometeu. Pensava em todas as vezes que entrava na varanda de sua casa e mais um lençol era lavado por conta de uma mancha de sangue. Sabia décor todas as vezes que seu filho se machucou por sua culpa. Pensou se merecia o perdão de seu próprio filho. Pensou na repulsa que sentiu de si mesmo depois que percebeu o quão nojento foram suas atitudes.

Suspiro de um lado e de outro. Tae resolveu dar alguma resposta aos olhares e dúvidas de seu pai. Um sorriso. Um sorriso foi o bastante para o senhor Kim desmanchar-se sobre a cama de seu filho e chorar. O homem que demonstrava ser forte e insensível mostrou um lado novo, o lado humano.

TaeHyung o agarrou e apertou os olhos. As lágrimas pareceram descer com mais frequência, alívio, dor, aflição, um mar de sentimentos tomou conta do coração dos dois. Ecoavam-se na sala soluços e fungados, logo depois o silêncio tomou conta do recinto.

“Meu filho, TaeHyung”, o homem segurou a cabeça do menor, com um sorriso alegre nos lábios. “Eu sinto vergonha de mim mesmo por tudo o que fiz. Se arrependimento matasse, eu estaria morto há muito tempo. Não entendo como deixei você sair de casa tão cedo, eu me arrependi assim que você saiu de casa, eu não entendo como fui um nojento, um insensível, como fui desumano... Eu...”, suspirou. “Eu sou um idiota, você sempre foi o melhor filho que eu poderia ter, eu que sou um pai de mer...”.

“Não termine essa frase, por favor. Eu sei de tudo o que passamos e você é um bom pai, só precisou abrir isso aqui”, Tae levou a mão à cabeça aos cabelos já grisalhos de seu pai e sorriu.

“Não sou? Ah, TaeHyung, eu pediria perdão a você minha vida inteira, eu queria ter sido alguém melhor”, continuou. “Mas, agora eu tenho essa chance, me perdoe. Me perdoe por tudo o que fiz, por todas as atitudes insignificantes, por todas as vezes que lhe machuquei... Por tudo.”, concluiu com lágrimas rolando novamente pelo seu rosto.

“Pai, meu pai, é tão bom te chamar assim de novo”, gargalhou com si mesmo. “Eu te perdoou, sim?”, segurou a cabeça do alheio. “Tire todos esses arrependimentos dessa sua cabeça, agora você é uma pessoa nova e eu acredito nisso. Eu te perdoou, vamos mudar essa história”, disse sorrindo, a alegria de Tae era contagiante. “Me perdoe por ter saído de casa, acho que...”

“Não peça perdão, você nasceu assim e só eu não enxerguei, e agora seremos fortes. Juntos, eu prometo, eu terei que voltar para casa e trabalhar, mas eu vou lhe ajudar, você e HoSeok”, falou esticando a mão para a senhora Kim, que se aproximou. “Eu e sua mãe estaremos aqui para qualquer coisa, nunca se esqueça disso”.

“Sim, TaeHyung. Você faz tanta falta e te encontrar é tão... É tão bom, e eu acredito que você irá sair dessa, eu agora serei a mãe que você sempre sonhou, quer dizer..., na medida do possível e impossível. Eu te amo”, completou a senhora Kim dando em seguida um beijo na testa de seu filho.

TaeHyung esboçou vários sorrisos, eles conversaram por um bom tempo. HoSeok o ajudou a contar tudo o que aconteceu de uns tempos para cá, foi uma conversa divertida, eles passariam o dia inteiro assim. Após duas horas, o doutor adentrou a sala e avisou que Tae precisava descansar, seus pais despediram-se com abraços demorados e bem apertados do filho. Já HoSeok apenas deixou um beijo em sua bochecha e balbuciou algo no ouvido do menor, que sorriu e assentiu empolgado.

HoSeok levou os pais de Tae até o carro dos mesmos. O garoto já se sentia tão leve agora, como se um peso tivesse sido retirado de suas costas.

“Eu fico muito feliz por vocês terem se acertado, é bem triste ver que já vão embora”, disse Seok.

“Ah, meu rapaz, o maior pecado que cometi nessa vida, foi ter certa repulsa contra meu próprio filho. Só pelo simples fato dele ser ele mesmo, de ter escolhido ser feliz”, suspirou. “E de lhe tratar mal, você sabe quantas vezes TaeHyung entrou dentro de casa com os olhos brilhando? Cantarolando ou sei lá, fazendo coisas que ele costumava errar, certo? Meu filho o ama demais, e eu vejo que é muito mais que reciproco, o amor de vocês dois é uma coisa muito linda, e eu espero que possa nos perdoar”, concluiu tocando o ombro do Jung.

“Se Tae o perdoou, por mim, você já pode ser considerado um ser humano de novo”, disse num tom brincalhão, fazendo a senhora Kim soltar uma risadinha. “Eu amo muito seu filho e eu vou cuidar dele enquanto eu tiver vida, eu prometo”.

“Acho bom, eu sei que Tae está com uma doença grave, e que..., que a qualquer momento posso perder meu filho, mas enquanto ele está aqui, firme e forte, faça tudo o que ele precisar, e se precisar de minha ajuda, estou aqui, eu quero que TaeHyung seja feliz, ele é o melhor filho que alguém poderia ter”.

“Sou ciente disso, e eu vou fazer de tudo para que ele trate esses dias como a vida dele, eu juro”, respondeu o garoto.

O Kim sorriu e o abraçou, sua esposa fez o mesmo e entrou no carro. Ambos emocionados de alguma maneira despediram-se e foram embora.

HoSeok sorriu de orelha a orelha. Com o estacionamento vazio, o garoto gritou, descabelou-se e pulou diversas vezes, ele não poderia estar mais feliz. Tae obteve melhora e ele conseguiu fazer com que fosse o melhor terceiro dia de vida de seu menor.

Jung HoSeok era certo de uma coisa: seu amor por Kim TaeHyung era a coisa mais forte e certa em sua vida.

 

 

 

 

[...]

 

 

 

“Espere! Eu preciso tirar uma foto!”, o maior dizia enquanto focava a câmera para mais um click. “Bem, pronto, continue com os olhos fechados”, pediu.

“Por quê? Eu sei muito bem como é nossa casa, hyung”, respondeu rindo.

“Por favor, não seja teimoso, só hoje”, ardiloso como era, HoSeok fez o menor fechar os olhos.

Escancarando a porta, HoSeok segurou o braço do menor, fazendo-o entrar. Ainda de olhos fechados, havia uma caixa de tamanho médio frente a TaeHyung e algo a mais.

“Posso abrir?”, perguntou.

“Hm, não, eu ainda não entrei em casa”, respondeu.

“Entrou sim, você acha que eu não ouvi você batendo a porta? Você é bem desastrado”, respondeu gargalhando.

“E você é um chato”, concluiu rindo, beijando a bochecha do mesmo. “Tudo bem, pode abrir”.

Os olhos de Tae demoraram a se acostumar com o claro, porém assim que abriu os olhos, viu uma caixa a sua frente.

“Você me fez ficar de olhos fechados por conta de uma caixa?!”, perguntou.

“Abre ela”, retrucou.

TaeHyung riu, por que o Jung faria tanto suspense por conta de uma caixa? Tentando parecer entusiasmado, Tae abriu a caixa, e parece que seu coração se explodiu de amores ao ver uma coisinha fofa e pequena saindo de um jeito desajeitado da caixa.

“HoSeok... Eu não acredito que você...”, o entusiasmo parece ter voltado à tona. TaeHyung pegou aquele pequeno animalzinho em seu colo e levantou-se. “HoSeok você não existe!”, disse dando alguns pulos.

“Mas não era só uma caixa?”, respondeu após um espirro. “Eu...”, mais um espirro. “Faria tudo por...”, outro espirro. “Por você”, Tae não conseguiu segurar, soltou uma gargalhada alta e beijou os lábios do maior.

“Você é alérgico a pelo de cachorro e me dá um?”, perguntou a si mesmo. “É, você não existe, ele é a coisa mais linda do mundo, eu acho que vou apertá-lo tanto que vou acabar sufocando-o!”, disse animado, Tae encarava o cãozinho sorrindo, o mesmo o lambia no queixo.

“Como vai chamá-la?”, disse logo dando um espirro em seguida. “Eu achei ele muito lindo, ah Tae, você sempre falava sobre ter um desses, bem, eu achei melhor parar de resistir”.

“Eu vou chamá-la de Ada”, disse animado. “Ela é a coisinha mais fofa desse mundo eu acho que vou explodir de alegria, eu tenho um cachorrinho!”.

“Você é um besta”, gargalhou o Jung, tendo a gargalhada interrompida por outro espirro.

“Eu te amo tanto, obrigado”, sorriu deixando o cachorrinho no chão e selou os lábios de HoSeok, iniciando um beijo terno, que durou alguns minutos até o maior interromper o momento e pegar dois papeis do bolso.

“Eu te amo demais”, disse encaixando os lábios no do menor. “Por isso, tem mais isso aqui ó”, levantou os dois papeizinhos.

“O que é isso?”, indagou.

“Esse é seu”, respondeu colocando um dos papéis na mão de TaeHyung e pousou um beijo na ponta do nariz do garoto.

O menor pareceu não entender, até que leu o papel. Naquele exato momento um grito ecoou na casa e Tae pulou em cima de HoSeok, a alegria foi tanta que até o próprio cãozinho começou a pular na perna de HoSeok.

“HoSeok você é o amor da minha vida, eu não acredito!”, gritou.

“Ah, eu adoro quando você tem essa reação sobre algo”, gargalhou.

“Eu não acredito que vamos para lá, eu... Eu não consigo acreditar em nada!”, falou enchendo o rosto do Jung de beijos.

“África do Sul, pode acreditar, nós vamos para lá”, retrucou sorrindo, o Jung agora também parecia animado.

“Quando? Eu tenho que me organizar”, o menor desceu dos braços do maior e segurou seus ombros.

“Suas coisas já estão organizadas, Tae, eu cuidei de tudo isso”, respondeu segurando a feição alheia.

“Mas quando vamos?”

“Hoje mesmo!”

Parece que TaeHyung conseguiu gritar mais alto que antes e dessa vez o pulo que deu em cima de HoSeok fez o maior cambalear para trás. Parecia que a alegria e entusiasmo eram a única coisa que existiam ali, naquele momento. Não existia mais TaeHyung doente ou HoSeok preocupado, existia apenas TaeHyung apaixonado e HoSeok apaixonado, existia dois jovens felizes que se amavam mais um ao outro que a si mesmos.

 

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

“Ei, menininho, eu vou te ajudar. Você não está mais só.”

“Não precisa ter medo, e se tiver, feche os olhos e conte de um até sete.”

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Obrigada a quem leu até aqui e a quem gostou também e quem está acompanhando, obrigada pelos favoritos também!!

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