Ela é tempestade. Tormenta em meio a doces nuvens níveas de luz. Acomoda tudo no peito, trancando-se em moldes pequenos de porcelana, frágeis e sem trincos. Tão fáceis de abrir, que ela os põe em prateleiras inalcançáveis.
Ela é suave como a brisa. Por onde passa ergue e agita as folhas selvagens que forram o chão. Índole de caminhar deleitoso permanece em constante mudança tal como a virada de cada estação.
Ela é paixão sem horizontes. E arde, em chamas, quando provocada.
Ela é o que é. É aquela que se vê nos olhos castanhos-de-brilho, como maduras avelãs. Flutua com asas de borboletas atadas a sonhos cálidos, tão distantes quanto possíveis. Ergue sempre tuas mãos aos céus para segurar o sol, na perseguição infinita de calor. Permanece na dança pagã e sutil daqueles que estão vivos, transformando-se conforme os tons que lhe são ofertados.
Enxerga-se no espelho como estranha e se reconhece, com todas as tuas mudanças, no ciclo de cada dia para enfim, morrer e renascer tão diferente quanto outrora. Há dentro dela um porão que guarda rumores e cobre de poeira tua face no espelho quebrado que desagua em molduras delicadas, reconstruindo-se infindavelmente no alinhamento imperfeito desta imagem.
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