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História Dependence (Em revisão) - SPECIAL Just smile to me


Escrita por: kaisooisreal

Notas do Autor


Demoreeeeei~~~demorei pra caralhooooooooooooo~~~~

AEHOO, SEUS PERVERTIDOS! TUDO BEM CM VOCÊS??
ESTAVA COM SAUDADEEEEES

Então, além das dificuldades normais e correntes, minha vida tem estado meio movimentada ultimamente (mentira). Tipo, eu nunca tinha permissão para entrar no PC (estava até respondendo coment pelo celular, coisa que eu odeio fazer), e quando eu tive, adivinhem! FOI EM 8 DE JUNHO!! VOCÊS SABEM QUE DIZ FOI 8 DE JUNHO, GENTE????

COME
VOLTA
DE
EXO

EU IA ESCREVER, JURO, MAS COMO EU IA FOCAR EM JIKOOK COM MEU GRUPO UTT DANDO TIRO DAQUELE JEITO?????
(a propósito, ouçam EX'ACT, tá muito bom).

Bom, chega né? Vocês querem ler, eu sei.

Avisinho, antes de qualquer coisa: tem um fator nesse cap que também contribuiu pro atraso. Quem conversa comigo nos coments ou onde seja vai entender.

Enfim! VÃO LÁ APROVEITAR PORQUE EU FIZ UMA SOBREMESA PRA VOCÊS <3 DOCE DE L......HÁ \O

Capítulo 24 - SPECIAL Just smile to me


Foram poucas vezes na vida, mas quando me perguntaram como eu havia me apaixonado por um idiota como JiMin, eu não soube como responder imediatamente.

Eu recebi a melhor das educações, sempre muito bem instruído do que devia fazer para viver confortavelmente e ser um exemplo para a sociedade e um orgulho para meus pais...então como eu havia me desviado daquela forma?

Eu, que sempre fui um bom aluno, e o filho ideal, causador de inveja das amigas cheias de botox de minha mãe, chegar um dia e simplesmente ser descoberto aos beijos com Park JiMin, um dos garotos mais conhecidos na escola por ser impossível, ruim nos estudos, bagunceiro e irresponsável, além de melhor amigo de um dos caras mais “respeitados” na escola...podemos dizer que minha pobre mãe ficou com os cabelos em pé.

Meu envolvimento inicial com JiMin não foi fácil, nem muito bonito. Eu tive que aguentar aquela praga irritante no meu pé por muito tempo antes de me encantar por aquele sorriso adorável e aquela voz macia.

E não foi por falta de tentativas. Nunca descobri ao certo de onde o Park tirou essa paixão repentina por mim, mas da noite para o dia, lá estava ele, me seguindo como um cachorrinho, e ignorando todas as minhas tentativas (muitas foram absurdamente horríveis e grosseiras) de afastá-lo, sempre com aquele bom humor inabalável.

Foi mais ou menos nessa época que eu descobri que JiMin não tinha nada do bad boy que sua imagem dizia ser. Muito pelo contrário: era um bobo alegre gentil, inesperadamente infantil e indefeso, além de coração mole.

Aos poucos, eu me vi prestando atenção demais em como ele sorria, ou preocupado em como seria seu futuro se ele continuasse andando com quem andava e fazendo o que fazia.

Sabia que não devia me importar, mas não pude evitar. JiMin já não parecia um imbecil irritante para mim. Só estava perdido, sem saber o que fazer em meio àquele mundo em que seus amigos o fizeram ingressar sem chance de escolha.

Claro que depois eu notei que essa era uma visão demasiado crítica e parcial da coisa toda. E que nem aquele mundo nem os amigos de JiMin eram tão ruins quanto pareciam.

E era provavelmente por isso que eu estava naquela situação constrangedora quando Jin hyung me ligou naquele começo de noite.

- JungKookie! Não faça essa cara. – JiMin disse, sorrindo seu eye smile que dava vontade de apertá-lo até morrer e deixar de ser fofo daquele jeito. – Você está indo bem! Tenta mais uma vez.

Incentivou, sua pele brilhando pelo suor, assim como seus cabelos, que grudavam na testa. Apesar disso, ele parecia feliz com suas roupas ensopadas e seu peito arfante. Bonito e sexy, puta que pariu.

Com minhas mãos nos joelhos como estavam desde que eu parara os movimentos para recuperar o fôlego, soltei um suspiro cansado e desistente.

- Isso não vai dar certo. – Falei, arrumando a postura e andando até o canto da parede, onde jaziam as garrafas de água que leváramos lá para cima. – Eu não fui feito pra isso, JiMin.  – Me sentei com as costas na parede clara, abri a garrafa e joguei seu líquido com vontade garganta adentro.

- Se você não foi feito, ninguém no mundo foi. – Meu namorado respondeu, com uma ponta de sorriso nos lábios. Antigamente aquela atitude teria me ofendido (JiMin sempre parecia rir da minha cara), mas hoje eu sabia que era apenas porque ele estava sempre prestes a sorrir. – Fala sério, JungKook. Se eu tivesse metade da facilidade que você tem quando comecei a dançar, teria virado idol.

Ele se sentou ao meu lado, com os joelhos encolhidos entre os braços.

Olhei-o com a sobrancelha levemente levantada, como se o esperasse contradizer o que havia afirmado. Ele apenas sorriu para a parede oposta e então me mirou, sorrindo de verdade.

- Mesmo assim, é difícil. – Olhei para frente, bufando. JiMin riu sua risada fina, e eu o mirei, levemente chateado. Não com ele, mas com a situação.

- Só estamos nesse movimento há uns dez minutos,  JungKook. – Falou, ainda divertido, e, claro, afinal era JiMin, gentil. – Você precisa ter um pouco mais de paciência.

- Eu tenh- – Fui interrompido pelo som de chamada de meu celular. Normalmente eu deixava no silencioso, mas havia esquecido naquela noite. Franzi o cenho e me levantei, andando até a cadeira em que meu casaco fino estava posto, pegando o aparelho.

Franzi o cenho mais uma vez, vendo com o canto do olho JiMin se levantar e se aproximar com olhar preocupado.

- Alô? – Atendi, preocupado. Ele nunca me ligava por nada desde que havia perdido seu telefone (leia-se: seu pai havia quebrado-o), então aquilo era no mínimo incomum. – Hyung, o que foi?

- JeongGuk... – Ele chamou, sussurrando. Aquilo não era incomum. SeokJin hyung sempre me ligava sussurrando. Não estava autorizado a usar o telefone para “besteiras”.

- Hyung, o que aconteceu? – Perguntei. Sabia que podia estar fazendo estardalhaço, mas ele dificilmente ligava, e, sendo ele como era, sempre sem querer preocupar os demais, eu me permitia me preocupar com aquela chamada.

- Eu... – Hesitou, como se temesse contar. Agora ele teria que falar, ou eu iria até aquela maldita casa fazer ele falar na minha cara. – NamJoon...eu não sei o que fazer. – Seu sussurro foi um sopro, e eu apenas finquei mais o vinco em minha sobrancelha.

- O quê? Hyung, o que tem o NamJoon hyung? – Inclinei a cabeça em expectativa, e senti JiMin colar a orelha ao telefone, ao lado da minha.

- Ele...ele ficou zangado... – Pareceu respirar fundo. Me permiti preocupar mais. SeokJin hyung dificilmente ficava daquele jeito. Eu sabia bem o que aquele tom em sua voz dizia; ele estava à beira do desespero. – Eu acabei deixando escapar sobre...sobre ele, você sabe. – Senti todo o meu corpo ficar rígido.

O hyung sempre evitava falar daquilo, muito menos comigo, porque sabia que eu não tinha nem um pingo de simpatia por aquele babaca, mas falar daquilo com NamJoon...me perguntei que tipo de reação ele havia tido.

 - Calma, hyung. – Falei, ainda meio confuso, mas sentindo uma espécie de raiva se formar em meu ser. – O que exatamente aconteceu?

- El-ele ficou estranho depois...depois de saber. E me deixou na estação, sem dizer nada, sem nem me olhar. – Ele se interrompeu num ofego meio ansioso. – Ele nunca me deixa ir pra casa fácil assim, JeongGuk. Nunca.

- Espera. – Coloquei a mão que não segurava o telefone nas têmporas, apertando ali numa leve massagem, os olhos fechados e as sobrancelhas franzidas em irritação. – Você contou...sobre o cara lá, e o NamJoon começou a ser babaca com você. É isso? – Perguntei, sentindo um impulso violento subir por meu corpo.

- Eu não disse isso. – Ele protestou, ainda com a voz fraca. Mas eu não estava ligando muito. – Ele só ficou...estranho. Eu estou com medo. E se ele não quiser mais olhar na minha cara?

- Pode deixar que ele não vai se atrever a fazer isso. – Falei, com a linha da mandíbula dura. – Não mesmo.

- JeongGuk, o que-

- Até mais, hyung. – Falei, e interrompi a chamada. SeokJin hyung era meu melhor amigo, mas muitas vezes era muito mais pacífico do que seria aconselhável. Ele provavelmente tentaria dar razão ao Mon hyung, e eu não estava afim de ouvi-lo defender alguém que mudava o jeito de tratar alguém por algo assim.

Onde estava todo o amor que fazia ele grudar feito chiclete no hyung, sem deixar ninguém se aproximar antes de reivindicá-lo como seu?

Meu celular começou a vibrar e chamar novamente, mas eu apenas o silenciei e o guardei no bolso, irritado.

Assim que voltei à realidade em que estava, dei de cara com JiMin me encarando preocupado.

- O Mon fez merda? – Perguntou, me observando colocar o casaco, sem me importar com o suor grudento de minhas roupas.

- O que você acha? – Perguntei, meio rude. JiMin encolheu levemente os ombros, e eu imediatamente aliviei a expressão. Odiava vê-lo e encolher diante de mim, me fazia lembrar do quanto eu fui horrível com ele antes. – Desculpa. Mas eu preciso ir falar com o NamJoon hyung. – Fiz uma careta. – Não achei que ele fosse mancar tão cedo.

- O que exatamente aconteceu? – Perguntou, meio receoso, mas já mais alegrinho. Provavelmente pelo meu pedido de desculpas.

- Lembra do ex namorado babaca do SeokJin hyung que eu te contei? – Perguntei, e ele acenou com a cabeça. – Parece que isso veio à tona e o NamJoon hyung surtou.

JiMin arregalou os olhos, e um assovio baixo escapou de sua boca cheinha.

- SeokJin hyung realmente fez mudanças drásticas no nosso NamJoon, não é? – Perguntou, e eu o mirei, meio sem entender. – Ele nunca foi do tipo ciumento ou algo assim. – Encolheu os ombros, com um meio sorriso sem graça.

Acenei com a cabeça. Lembrava de JiMin ter me dito isso em uma das vezes que havia narrado sua infância e seus amigos para mim, apenas porque estava entediado e com saudades dos mesmos. Ele fazia isso quando eu estava estudando ou fingindo dormir. Provavelmente nem estava contando para mim realmente, mas eu prestava atenção em cada palavra.

Segui até a escada que nos tiraria dali. A espécie de sótão da casa de JiMin era meio avulso em sua casa basicamente simples, mas definitivamente era o melhor cômodo dali, e o que eu passava mais tempo, claro, por ser o quarto de JiMin. Era lá que estavam seus poucos equipamentos de musculação e o grande espelho que usava para dançar.

Descemos até o primeiro andar, passando pela irmãzinha mais nova de JiMin, que brincava com BonJi enquanto dava risadinhas.

- Onde vocês vão, oppas? – A garota virou os olhos curiosos para nós dois. Tentando evitar que o cachorro grande pulasse em cima de si novamente.

- Vamos na casa do Mon rapidinho, Ji. – JiMin acariciou a cabeça da garota. EunJi abriu a boca, compreendendo, e voltou a prestar atenção na cadela que pulava sobre si, animada. Não era como se fosse incomum irmos até a casa de NamJoon hyung. Na realidade o contrário era mais incomum. – Mãe! Estamos saindo!

- Vocês não vão jantar? – A mãe de JiMin (que insisti que eu a chamasse de ‘mãe’ também) perguntou, da cozinha.

- Voltamos logo! – JiMin apenas disse, antes de abrir a porta e me deixar sair antes de fazê-lo, fechando a porta atrás de nós.

Eu gostava da aura que a casa de JiMin sempre tinha: pacífica e descontraída. Sem regras duras para interromper a felicidade da família mais harmoniosa que eu conhecia. A curta distância entre as paredes da casa pequena não permitia que sentimentos ruins ou solidão fossem admitidos ali dentro.

Esse era um dos motivos de eu gostar tanto dali, e passar o maior tempo possível naquela casa. Mais que na minha própria.

- Kookie. – JiMin chamou enquanto andávamos pela rua quase vazia. Levantei a cabeça, olhando-o. Estava ocupado pensando em como abordaria NamJoon hyung, e sequer notara que estava andando muito rápido, sem ligar muito para JiMin.

Na verdade ele não precisava estar ali comigo, mas há tempos que eu já havia entendido que não conseguiria me livrar de JiMin facilmente. E se ele quisesse ir comigo, eu apenas deveria deixar, porque ele se tornava teimoso como uma mula quando o assunto era eu.

O que fazia, é claro, com que fôssemos juntos para todos os lugares. JiMin muito dificilmente me deixaria sair sozinho. Não que ele fosse pesado ou chato com esse costume, ele apenas me acompanhava sempre, com a naturalidade com que respirava, e eu me acostumei e me afeiçoei a isso.

 - O que exatamente você está pretendendo fazer? – Perguntou após entender meu olhar como um pedido para que continuasse a falar.

- Vou encontrar o NamJoon hyung. – Falei, pisquei uma vez os dois olhos pensando, e continuei, com a mesma naturalidade: – E provavelmente bater nele. – JiMin arregalou os olhos, surpreso, e eu voltei a olhar para a frente, irritado. – Eu não vou deixar que ele faça o que quiser e brinque com o SeokJin hyung assim, Jim. – Falei, usando o apelido que a mãe dele usava com ele, e que eu achava engraçadinho.

- Entendi. – JiMin disse, mirando o chão, pensativo. – Seria uma boa evitar a parte do “bater”, você sabe. – Olhou para mim, um pouco sério. – NamJoon hyung não aceita desaforos de cabeça baixa, e provavelmente não vai apanhar calado. Se ele te bater eu vou ter que bater nele, e eu não estou a fim de brigar com meu hyung de novo.

  Falou, raramente sério. Eu não gostava de vê-lo assim, apesar de saber que ele estava preocupado comigo. Estremeci com sua fala. De novo. Brigar com seu amigo da vida toda por mim. De novo.

- Se ele for sensato como parece ser, vai entender por que eu estou fazendo isso. – Falei, não mais tão confiante como antes.

- O Mon hyung parece ser sensato? – JiMin armou um sorriso de estranhamento. – Desde quando?

- Ele com certeza é o mais sensato entre todos vocês. – Respondi, elevando a sobrancelha, mas logo permitindo que um pequeno sorriso aparecesse em meus lábios. JiMin riu sem jeito, encolhendo os ombros como se não pudesse fazer nada sobre aquilo. – E ele certamente parece diferente com o SeokJin hyung.

- Nisso você tem razão. – JiMin fez um biquinho, acenando com a cabeça, como sempre fazia ao afirmar algo. – Ele sinceramente não parece mais o cara que eu conhecia, cheio de sarcasmo e descaso com a vida. Ele era quase tão ruim quanto o Suga hyung.

Estremeci. Gostava de YoonGi hyung, mas ele realmente exagerava as vezes.

- Por isso eu acho que provavelmente não vai ser tão difícil conversar com ele. – Falei, notando que estávamos quase chegando à porta da casa que tínhamos como destino. – Na última vez que eu falei com ele, ele parecia bastante disposto a seguir em frente com o SeokJin hyung.

JiMin acenou com a cabeça em silêncio, pensando sobre o que eu dissera.

- Só espero que no fim não vire nada sério. – Ele murmurou, mais para si mesmo, quando subimos os pequenos degraus em frente à porta de entrada da casa e tocamos a campainha.

Concordei com a cabeça, sem mais nada dizer, e esperei que fôssemos atendidos.

O fomos alguns minutos depois (minutos demais, considerando o tamanho da casa, que era apenas um pouco maior que a de JiMin), pela nonna, que sorriu sofrida ao nos ver.

- Bem na hora. – Falou, puxando JiMin e usando-o como apoio para andar até a sala. – Minnie, você pode buscar um analgésico e o remédio de caixa azul do lado lá no meu banheiro? Por favor? – Perguntou, se largando no sofá com descaso.

JiMin apenas se dirigiu à escada sem nada dizer, obedecendo-a imediatamente. Aquela ação podia se dever ao fato de aquela mulher ter aquela estranha dominância sobre todos com que tratava, por ter praticamente criado JiMin ou por meu namorado ser meio bobo e fazer tudo o que lhe pediam com um sorriso no rosto. Provavelmente pelos três.

- Não quer sentar, Gukinnie? – Perguntou nonna, com a cabeça enfiada numa almofada do sofá enquanto abraçava a própria barriga com os joelhos fincados no móvel e a bunda para cima. Fiz o que ela ofereceu em silêncio, meio hesitante, e ela virou o rosto para me olhar assim que me sentei. Sorriu, meio fraca. – Nunca queira ser um mulher, Gukinnie. Nunca.

Falou e gemeu, escondendo o rosto na almofada de novo.

Não me atrevi a fazer nada, mas também queria fazer algo. Ela estava com uma careta de dor bem estranha, e não parava de soltar uns gemidos engraçados.

Nonna mudou de sua posição de nádegas para cima para uma completamente esticada no sofá com a barriga para baixo, e então para uma sentada e abraçando os joelhos com força, parecendo uma bolinha. Rapidamente pegou um travesseiro e apertou-o contra a barriga, logo se jogando de costas no sofá e abafando um grito na mesma almofada. Não durou dois segundos ali, e rastejou até o apoio de braços do sofá, colocando a barriga no mesmo, ficando com a cabeça e os braços pendurados para fora do móvel.

Poucos segundos depois, levantou com força, ficando de joelhos no sofá, e com um “aaahh” dolorido, se jogou com tudo de costas no sofá de novo.

Tudo isso nos menos de cinco minutos que JiMin tardou em voltar para a sala.

Assim que ele chegou, olhando para a caixa maior que levava nas mãos com certa curiosidade, levantou o rosto, olhando para nonna com olhar vazio e então para mim. Quando notou minha expressão perdida e meio aflita sobre o estado da adulta com alma de criança à minha frente, meu namorado abriu um de seus sorrisos, soltando uma risadinha em seguida.

- Não se preocupe, Kookie. – Falou, entendendo meu incômodo. Ele sempre entendia. Mesmo quando eu sequer estava entendendo muito. – Ela sempre faz uma coisas estranhas nessa época do mês.

- Essas acrobacias também? – Perguntei, meio hesitante. Nonna havia voltado a barriga para baixo de novo, e estava esparramada no sofá, com a cara enterrada no mesmo.

- Ah, sim. Uma vez ela deu um pulo do sofá pro chão muito louco. O Tae deve ter filmado. – JiMin falou com naturalidade, se aproximando do centro da sala. Nonna resmungou algo no sofá, que foi incompreensível para ambos por seu rosto estar esmagado contra o pano. – O que você disse?

- ...ês são umas crianças mal criadas por ficarem se divertindo e fazendo pouco caso da minha dor. – O começo da frase ainda foi abafado pelo sofá, do qual seu rosto foi separado quando ela o virou para olhar JiMin com cara feia. – Perguntem pras mães de vocês, pras amiguinhas, perguntem se elas também não viram macaco de circo quando aquela filha da puta chega.

Ela gemeu mais uma vez, gritando abafado contra o sofá, e então virando o rosto para falar de novo.

- Ou então arranjem um útero. Sentir na pele o que é bom. – Falou, ainda mal humorada e parecendo ofendida. – Aproveitem e engravidem, tenham um filho e entendam que chute no saco não é nada comparado com a dor das contrações.

Eu fiquei meio sem reação por um momento. Claro que sabia do que ela estava falando, mas nunca havia visto uma mulher falar sobre aquilo de forma tão natural. No meio em que eu cresci, era uma espécie de tabu, nada elegante falar sobre aquilo, então ninguém falava.

- Desculpe aj-nonna. Eu não queria ter um útero. – JiMin disse, risonho. – Toma. – Estendeu as duas caixas de medicamento de tamanhos diferentes para ela, que pegou ambas sem tirar a cara do sofá. – O que é esse outro remédio, nonna? – JiMin tombou a cabeça de forma curiosa. – E onde o Mon está?

Nonna demorou um segundo a mais que o normal para virar para JiMin, mas em vez de responder, apenas começou a rir. JiMin franziu o cenho, mas foi contagiado pelas risadas. Eu me mantive estranhando, e mirei a forma que nonna ria.

- O Joonnie foi comprar umas coisas pra mim. Ele já volta. – Ela respondeu em meio às risadas.

Eles continuaram rindo, e falando algumas besteiras avulsas enquanto esperávamos. Eu apenas ignorei os dois e aguardei. Minha prioridade era falar com o hyung e tentar tirar aquilo a limpo de uma vez.

Quem sabe assim eu conseguisse relaxar e voltar a tentar pegar aquele passo que JiMin estava me ensinando. Depois do suor secar, minha animação havia surgido de novo.

 

 

 

- JungKookie..? – JiMin me chamou enquanto andávamos na rua escura e levemente fria. Correção: eu andava. JiMin estava com a cabeça enterrada em meu pescoço e os braços ao redor do mesmo.

- Hm? – Perguntei, jogando seu corpo um pouco para cima para que ele ficasse bem em meu colo, e não quase caindo como ficava de segundo em segundo.

- Eu estou muito pesado? – Sua voz soava baixinha, e um tanto manhosa. Seu sopro fez cosquinhas em meu pescoço.

- Quer que eu seja gentil ou sincero? – Perguntei, após alguns segundos em silêncio. JiMin bufou baixinho, e eu ri no mesmo tom. – Brincadeira JiMinnie. Você está pesado, mas não é por estar gordo ou algo assim, ok?

Tive o cuidado de acrescentar aquilo. Se tinha algo que me irritava em JiMin era sua fissura pela própria aparência. Eu entendia que ele tinha trauma por ter sido gordinho na infância, mas sua fissura atual era quase uma bulimia.

Claro que eu gostava de seu gosto pelo exercício e seu esforço em sempre se manter saudável, mas, sinceramente? Muitas vezes eu simplesmente sentia vontade que ele largasse aquela fissura e apenas fosse feliz, comendo o que quisesse sem culpa por ficar um pouco acima do peso.

Se eu estivesse com ele por seu abdômen definido, definitivamente não teria durado até ali.

Seu sorriso valia mais de mil abdomens bonitos, como me foi provado mais uma vez depois do que falei, e ele fechou os olhinhos em meias luas, beijando minha bochecha.

- Então posso continuar no seu colo até em casa? – Perguntou, com ansiedade infantil, e eu soprei uma risada curta.

- Eu disse que você estava pesado. – Falei, afastando um pouco minha cabeça, parando de andar, e olhando-o.

- Ah... – Ele fez um bico triste. – Deixa pra lá então... – E começou a fazer os esforços para sair de meu colo.

Voltei a andar, impedindo que ele o fizesse.

- Minha mochila também é pesada, e eu carrego ela todos os dias. – Falei, diante de seu olhar confuso. Um sorriso brilhante começou a surgir em seu rosto, e então ele fez um bico de novo.

- Me comparou mesmo com uma mochila? – Perguntou, fazendo cena.

Olhei-o, e sorri. Só JiMin conseguia me fazer sorrir com aquelas coisas.

Na realidade, JiMin era o motivo da maioria dos meus sorrisos.

- Sabe que é mais importante que uma mochila. – Falei, calmo, e ele me olhou com o começo de um olhar emocionado. Ele ficava fofo assim, parecia completamente entregue a mim. – Só assim pra eu carregar um menino desse tamanho mesmo. – Completei, rindo, e ele formou a careta de novo.

- Você sempre consegue me desiludir quanto ao seu romantismo, Jeon JungKook. – Falou, emburrado, e eu mais uma vez arrumei seu corpo em meus braços, andando. Estava ficando cansado, mas isso não me impediu de rir de forma gostosa.

- Você quer que eu seja romântico, hyung? – Perguntei, sorrindo maliciosamente e apertando sua bunda (que já estava em minhas mãos de qualquer forma) de propósito.

- Eu disse romântico, não pervertido, JungKook. – JiMin manteve seu biquinho birrento na cara, olhando para o lado, ainda com os braços firmes em meu pescoço.

Ri de novo, jogando-o para cima pela enésima vez naquele trajeto e apertando- o mais contra mim. Selei sua boca pequena demoradamente, sentindo com uma careta o leve hálito do álcool.

- Quanto você bebeu, hyung? – Perguntei, ainda com o nariz torcido. JiMin me olhou de forma meio aérea, e então fez uma expressão meio culpada e apreensiva.

- Pouco... – Falou. – Nem cheguei a ficar aturdido ou algo assim. – Falou, parecendo temeroso. Fiz outra careta de desgosto, que ele entendeu mal, se encolhendo ainda mais.

Eu realmente não gostava de vê-lo assim diante de mim. Claro, eu estava chateado, mas sabia que beber não era algo tão incomum assim para eles. Eu mesmo já havia o feito. Não. O que me deixava zangado era ele me contar aquilo como se esperasse que eu gritasse com ele ou lhe desse um castigo.

Sinceramente, o que eu havia feito por tanto tempo com meu JiMin?

Fui tão tomado por minha ideia de protegê-lo e ajudá-lo a viver da maneira que considerava correta, que saí do controle, me tornando nada mais que um opressor babaca como meu pai, o homem que eu sempre odiei em silêncio por ser exatamente assim.

Depois de todos aqueles meses, quando ele explodiu e jogou tantas verdades na minha cara, eu não soube o que pensar. JiMin chorava em todas as vezes que brigávamos, mas naquela...ele apenas gritou a todos pulmões.

Suas palavras choravam e estavam carregadas de mágoas e frustrações escondidas. Mas meu JiMinnie se tornou um estranho aos meus olhos, e ao mesmo tempo que notei que via o verdadeiro JiMin pela primeira vez desde muito tempo.

E ele parecia tão vivo, tão perfeito...me senti um monstro por estar tentando tirar aquilo dele, aquela individualidade que pertencia apenas a ele.

Eu havia perdido a minha na medida que crescia, e por puro egoísmo, tentei tirar a de JiMin também.

Naquela noite, sozinho em minha cama apenas com o desespero e a confusão contraditória como companhia, me perguntei se aquilo era realmente amor.

O sentimento reluzente e aconchegante que JiMin levava sempre em seu sorriso e em seu abraço, sim, era, o melhor tipo de amor que eu podia imaginar.

Mas e eu? Aquela possessão doentia podia ser chamada de amor? O que eu havia feito com meu puro e belo amor? O que havia feito com JiMin, que me temia e chorava nos cantos? Que sofria sozinho porque por minha culpa também já não tinha companhia no mundo.

Ele havia sacrificado tudo o que era por mim, e eu apenas estava cego demais para notar o monstro que havia me tornado.

E, mesmo depois de tudo aquilo, JiMin me acolheu com seu sorriso acalentador de desespero e seu abraço confortável, aconchegante, cheio de carinho.

Eu sabia que não merecia. Qualquer outra pessoa teria me chutado e ainda cuspido em mim sobre o quanto eu fui horrível, mas JiMin chorou.

Chorou quando lhe pedi desculpas, chorou quando lhe abracei, tentando mostrar que podia transformar meu sentimento pútrido em um amor quente e agradável, chorou quando se entregou a mim como nunca antes naquela noite, e chorou no dia seguinte, quando lhe beijei a testa e repeti “eu te amo” tantas vezes que não podia contar.

“Parece um sonho” ele havia dito, baixinho, com o rosto enterrado em meu peito. E eu prometi a mim mesmo que o faria viver aquele sonho todos os dias, até que se esquecesse da dor do pesadelo sombrio que havia sido nosso relacionamento por tanto tempo.

Não foi fácil, mas eu consegui (e ainda estava trabalhando nisso) aos poucos me adequar ao mundo de JiMin, a ver as coisas do ponto de vista dele, a tentar me permitir ser livre de padrões e regras uma vez na vida.

Fora por isso que eu havia começado a dançar com ele. Ele fazia aquilo excepcionalmente bem, e eu senti que não custava tentar. Parecia bom, e me deixaria ainda mais próximo do Park JiMin que eu estava ainda conhecendo de novo.

Como todas as outras coisas do liberal e delicioso mundo de JiMin, aquilo me agarrou de forma apaixonante, logo deixando de ser uma tentativa auto forçada, e se tornando um prazer.

- JungKook? – Olhei para JiMin, piscando algumas vezes. – Você está bem? – Provavelmente havia feito uma expressão entranha ao lembrar de tudo aquilo. JiMin me encarava meio preocupado.

- Hm? Sim. – Falei, analisando seu rosto redondo. Ele me mirou ainda meio preocupado, logo abrindo um sorrisinho.

- Ótimo, porque você passou de casa. – Apontou para trás de nós, onde, a umas quatro casas, estava a dos Park. – No que estava pensando? – Perguntou, quando me virei e voltei o caminho que havia feito sem perceber.

Mirei-o de canto, pensando no que responder. Ele estava sorrindo, mas JiMin não era tonto, e sabia quando eu estava incomodado com algo.

- Em você. – Falei, e ele me mirou com interesse renovado. Desviei o olhar da frente por um momento, mirando-o, e abrindo um sorriso lateral. – Não fomos na academia hoje, né? Acha que dá pra se virar com as coisas de casa mesmo?

Se JiMin ficou chateado por eu não ter sido mais específico sobre meus pensamentos, não demonstrou muito mais que um biquinho chateado, que logo morreu, dando lugar a mais um de seus ocorrentes sorrisos.

- Mas dançamos bastante hoje. – Seus olhos viraram meias luas pela milésima quinta vez naquele dia. – Está com vontade de se mexer?

Dei de ombros, chegando à porta de casa e fazendo menção de descer JiMin do colo.

Ele, por sua vez, apertou fortemente meu pescoço, não se permitindo soltar.

- Podemos entrar assim, eu quero mostrar pra omma que você aguenta me carregar sim. – Falou, fazendo um apelo com o rosto ligeiramente tombado para o lado.

- Então tudo isso foi pra isso? – Perguntei, rindo, mas voltei a carregá-lo firmemente, e abrindo a porta.

- Não, eu lembrei disso depois. – Ele mostrou a língua de forma travessa. – Ela disse que eu estava pesado e que você não aguentaria me carregar.

- Adicione que eu disse isso porque Eun disse que sua bunda estava muito grande. – A mãe de JiMin apareceu, sorrindo, na sala em que havíamos acabado de ingressar.

Eu ri baixinho, e JiMin soltou uma reclamação baixinha.

- Pronto, ela já viu. – Falei, soltando JiMin, que dessa vez se permitiu descer de meu colo. – Caraca, minhas costas. – Estiquei as mesmas, com os braços ajudando a me espreguiçar.

Omma soltou uma risada melodiosa, seguindo para a cozinha, e JiMin me olhou chateado.

- Você disse que eu não estava gordo. – Cruzou os braços, ofendido (em maior parte pela cena, eu sabia).

- E não está. – Falei, me aproximando dele de novo. Abaixei minha cabeça para alcançar a altura de seu rosto. Há um ano, não precisava disso, e JiMin sempre deixava claro seu desgosto por eu estar ganhando tanta altura. – Mas eu nunca disse que não estava pesado. – Falei, mais baixo, sentindo nossos narizes quase roçarem um ao outro.

Ele suspirou baixinho, e colei nossas boas de forma lenta e superficial. Ultimamente estava me mantendo atento a fazer aquelas demonstrações de carinho de forma mais frequente, sem ligar para o que minha criação me dizia sobre fazer o que o cérebro mandava, e não o coração.

- Park JiMin. Eu já disse para não fazerem essas coisas na frente de Eun. Ela é só uma criança. – Omma ralhou, sempre com sua voz suave.

Ambos olhamos para a garota na faixa dos sete anos, que assistia algo na TV, sem ligar nem um pouquinho se seu irmão mais velho estava aos beijos com um garoto na sala.

Um garoto, diga-se de passagem, que ela alegava gostar mais que do irmão em questão. Nunca entendi por que gostava tanto de mim, mas não era ruim. EunJi era uma garota adorável.

Toda a família Park o era, na realidade.

Me perguntei se, se tivesse tido uma criação como a de JiMin, teria sido alguém melhor para ele agora.

A verdade era que era frustrante saber que eu era tão avulso na realidade dele. De certa forma, foi por isso que comecei a dançar e tudo o mais também. Eu só queria me adequar mais ao garoto que era (por mais que fosse vergonhoso) meu dono e responsável por tudo o que acontecia comigo emocionalmente.

E depois, com SeokJin hyung grudado ao NamJoon hyung (cara que eu definitivamente nunca fui com a cara, mas consegui ver de forma melhor nos últimos tempos) o tempo todo, eu não vi mais problema em tentar fazer daquele grupo, meu grupo de amigos.

Não era como se eu tivesse outros amigos mesmo.

- Garotos, vocês vão comer ou a So deu alguma besteira pra vocês comerem? – Omma perguntou da cozinha, e nós dois nos dirigimos até ali enquanto JiMin respondia:

- Deu. Mas eu estou com fome. – Eu demorei um segundo para entender de quem eles estavam falando, já que todos a chamavam de “nonna” ou “mãe”.

- Então vem, que eu tenho que arrumar a mesa. – Ela disse, se abaixando um pouco para pegar o pano que deixara cair no chão.

- Pode deixar omma. – Falei, sentando logo depois de JiMin, ao seu lado. – A gente arruma.

Ela me olhou, e então sorriu. Seu sorriso era muito parecido com o de JiMin, e a deixava parecendo bastante mais jovem.

- Tudo bem querido, mas faça o Jim trabalhar também, ok? Normalmente você faz tudo.

- Isso não é verdade! – JiMin protestou, com as bochechas cheias de comida.

- Eu apenas sou mais rápido. – Falei, rindo, e omma sorriu mais uma vez antes de sair da cozinha.

Olhei ainda sorrindo ligeiramente para JiMin, que colocava mais uma porção de arroz na boca, emburrado.

- Eu sempre te ajudo. – Disse, chateado, e eu sorri, abraçando-o de lado de forma rápida, logo sentando corretamente para comer também.

Apesar de tudo, era verdade; JiMin era uma das pessoas mais esforçadas que eu conhecia. Estava sempre tentando ajudar os outros, e era sempre gentil, não importando o quanto estivesse cansado.

Comi em silêncio, olhando-o de canto vez ou outra. Ele estava tranquilo, e comia com uma sombra de sorriso no rosto, como sempre fazia nas vinte e quatro horas do dia.

Uma pessoa tão boa...eu realmente não mereço.

- JungKook? – JiMin me chamou, com uma ponta de curiosidade. Olhei-o, piscando algumas vezes. – Você está bem?

Mirei-o por um segundo, logo forçando um sorriso, que se tornou verdadeiro outro segundo depois.

- Hã? Claro. – Respondi, vendo-o me mirar de forma meio séria, como se buscasse algo em minha expressão que delatasse uma mentira.

- Então coma. – Apontou, por fim, para minha comida quase intocada. – É um desperdício deixar a comida da omma no prato.

- Você quer? – Perguntei, sorrindo de forma pequena e indicando minha comida. – Eu não estou com muito apetite.

JiMin me encarou, levemente desconfiado.

- Você, sem apetite? – Ergueu a sobrancelha, virado de lado para mim na cadeira. – Você está sempre com apetite, JungKook. É até injusto eu ser o com fama de esfomeado pros outros.

Me permiti rir sem jeito. Na verdade estava com pouco ânimo para qualquer coisa. Era sempre assim, quando eu começava a pensar demais em toda a situação. Me sentia indigno demais para conseguir sorrir ao lado de Park JiMin.

Por insistência de JiMin, eu acabei comendo. Principalmente depois que ele ameaçou me dar na boca se eu não o fizesse sozinho. Me observou sem trégua enquanto isso, sempre torcendo o nariz quando eu soltava os hashis, nem que fosse para mastigar.

Depois de arrumarmos a cozinha (JiMin tentava evitar que eu fizesse qualquer coisa, sempre mais rápido que eu. Provavelmente para mostrar que ele podia fazer aquilo também).

- Deixa que eu levo. – Falou, pegando de minha mão o que eu levava pela quinta vez. Deixei que ele pegasse (ele arrancou de minha mão de qualquer forma), e me dirigi a pia, pronto para lavar a louça enquanto ele terminava de guardar a comida restante. – Eu faço isso, JungKook. – Falou, me impedindo de chegar perto do balcão da pia também.

- JiMin! – Protestei, ligeiramente irritado. Ele me olhou, levemente assustado. – Por que está fazendo isso? – Eu não pretendi ser muito grosso ou algo assim, mas ele se encolheu diante de minha reclamação como uma criança com medo do castigo dos pais.

Imediatamente minha expressão se aliviou, assustada, e eu ergui a mão, cerrando os dentes em secreta frustração. Baixei a mão, apertando os punhos.

- Eu faço isso. – Falei, baixando a cabeça e indo até a pia, afastando-o de meu caminho com gentileza, mas sem olhá-lo.

Comecei a tarefa de forma automática, sem prestar muita atenção.

De novo. De novo eu tinha feito aquilo. Minhas explosões eram tão horríveis assim ou aquela reação de JiMin era apenas por estar acostumado com o outro JungKook? O grosso, rude, possessivo e cruel JungKook?

No fim, ele estava realmente no passado? Pelas reações de JiMin, eu poderia vir a pensar que não havia mudado tanto quanto gostaria.

Mal notei quando o prato que segurava escorregou de minha mão, batendo na quina da pia e indo ao chão, se estilhaçando em alto e bom som.

Observei a porcelana sem reação por um momento, logo me abaixando para catar a bagunça que havia feito. JiMin exclamou um “JungKook!” e se abaixou, começando a me ajudar.

- Não, hyung. Tudo bem, eu faço isso. – Falei, quase imitando o que ele vinha me falando antes. Eu apenas não queria que ele se machucasse. – Ah! – Exclamei, soltando o caco que segurava e apertando o dedo de onde saía o filete de sangue escarlate.

- Aish, JungKook, francamente. – Ele estendeu as mãos pequenas, segurando as minhas e me ajudando a me levantar. – “Deixa que eu faço” e em seguida se machuca? Mas que menino...!

Ele estava irritado comigo. Preocupado, mas demonstrando aquilo com irritação. Ele continuou praguejando enquanto me puxava até o banheiro, abrindo a torneira e colocando meu dedo embaixo do jorro de água.

Eu o segui com um sorriso pequeno no rosto, observando seus movimentos enquanto ele resmungava sobre eu ser impossível de se tratar.

- Aqui, me dê sua mão. – Ele mandou, já com o necessário para o curativo em mãos. Obedeci-o ainda sem segurar o sorriso em meus lábios, e ele me olhou, ainda meio irritado, enquanto enrolava o pequeno pedaço de gaze em meu dedo. – Do que está rindo?

- De nada, hyung. – Falei, ainda sorrindo, e agora, realmente, soltando uma pequena risada. Ele me olhou daquela forma mais uma vez, logo voltando a atenção para o curativo, e terminando-o de forma cuidadosa.

- Pronto. – Bateu uma vez e fraquinho no curativo, guardando as coisas que tirara dos armários do banheiro. – Por que você continua rindo de mim, Jeon JungKook? – Perguntou subitamente, me olhando chateado.

Ao ver sua expressão, eu explodi nas risadas que antes estava controlando. Ele cruzou os braços, me observando, mas sua carranca não durou, e logo ele estava rindo comigo.

Adorava sua risada, e adorava seu sorriso, então me permiti observá-lo até que parasse de fazê-lo.

Senti meu sorriso morrer aos poucos. JiMinnie era tão bonito...além de me tratar bem sempre e nunca se zangar realmente. Me perguntei pela milésima vez se eu realmente devia estar ocupando a posição ao seu lado. Ele não merecia mais que um garoto mimado e inútil como eu?

Assim que notou minha expressão, a de JiMin ficou séria também. Ele franziu o cenho como se debatesse internamente sobre algo, e logo falou, com expressão cansada e fechada:

- Vamos terminar de arrumar lá. – E passou por mim, saindo do banheiro. Por um momento me perguntei qual era o problema dele, mas apenas o segui em silêncio.

JiMin ficou quieto enquanto eu varria os cacos e ele terminava de lavar a louça. De vez em quando eu o mirava, e ele estava sempre sério.

Franzi o cenho, preocupado. Por que de repente havia ficado assim?

Eu havia feito algo? Comecei a repassar o que havia acontecido, me perguntando o que o fizera mudar de humor. Estava meio preocupado. JiMin dificilmente ficava sério por mais que dois minutos, nem quando começávamos a discutir e eu acabava gritando muito alto ou algo assim. Ele sempre sorria, e pedia desculpas, mesmo que não fosse sua culpa.

- JungKook? – Levantei a cabeça para olhá-lo. Havia me abaixado para catar um último caco que havia visto, e paralisara ali, lembrando das numerosas vezes que vi o belo sorriso de JiMin molhado de lágrimas de tristeza.

Vezes demais para o que meu orgulho conseguia engolir.

Vezes demais para que eu pudesse me defender por ter feito aquela alma alegre receber tantas feridas.

Olhei-o, que ainda tinha a expressão séria de antes. De baixo, vi seu olhar brilhar em preocupação desconfiada. De novo, ele pareceu debater sobre falar algo, mas engoliu o que quer que fosse, me mirando de cima.

Forcei um sorriso fraco para ele. Confiava em meus sorrisos falsos. Eu era especialista neles. Mesmo que desde que conhecera JiMin não tivesse precisado mais deles.

Me levantei, e eu vi como em câmera lenta JiMin suspirar, um lampejo de mágoa passar por sua expressão.

Franzi o cenho imediatamente, parando a sua frente e abrindo a boca para perguntar o que ele tinha.

Mas ele apenas virou de costas para mim, dando um passo para sair da cozinha. Parou, e virou para trás, mirando o chão de forma pensativa e logo me mirando.

Sorriu.

- Vamos continuar de onde paramos? – Seu sorriso era bonito e os olhos fechados o complementavam de forma adorável como sempre mas... parecia melancólico.

Demorei um segundo para entender do que ele estava falando, e acenei, sem prestar muita atenção enquanto o seguia até a pequena escada retrátil do sótão, e subi com ele.

 JiMin ligou o som, e eu me posicionei, fazendo os movimentos que havíamos ensaiado antes de forma automática como forma de aquecimento.

Olhei-o com o canto do olho. Por que estava tão sério? Por que forçara aquele sorriso antes?

Quantas vezes eu havia visto JiMin daquela forma? Poucas. E comigo então? Dizer ‘nenhuma’ era convencimento, mas era a verdade.

Imediatamente lembrei de quando ele cortou os laços com Monster hyung e os outros “oficialmente”. TaeHyung havia vindo chorando para a casa dos Park, e JiMin foi muito frio com ele, falando que não queria mais aquela amizade.

Ele chorou por quase um dia inteiro depois daquilo.

Ver minhas palavras egoístas saírem de seus lábios de forma tão cruel e fazendo-lhe tão mal me doeu como nunca havia doído nada, mas eu ignorei aquilo. Estava fazendo pelo bem dele. Doía, mas era necessário.

Ou assim eu pensava.

Soltei a respiração de forma frustrada, finalizando o giro que fazia de forma muito mais violenta que o necessário, parando os movimentos de forma ofegante por um momento. Encarando o espelho como se ele fosse o culpado por tudo aquilo.

De certa forma, era. Eu estava olhando para mim mesmo.

Notei JiMin parar ao meu lado, me olhando em silêncio.

Fechei os olhos, inspirando e arrumando a postura, logo voltando a executar os passos de dança.

Cheguei ao maldito passo que não tinha conseguido pegar até o momento em que SeokJin hyung me ligou, e bufei, irritado, ao errá-lo de novo.

Tentei de novo, e de novo, e de novo, sempre consciente de JiMin parado um pouco atrás de mim, me observando.

Fiz mais uma vez, sentindo o suor brilhante pingar de meu queixo e voar para algum canto da sala com o movimento rápido, e, notando que tinha feito errado de novo, fui automaticamente do fim do movimento para a posição derrotada com as mãos nos joelhos.

Meu peito subia e descia apertado em minha posição arcada. Eu só ouvia meus ouvidos zunindo. Estava realmente quente.

Respirei pesadamente uma, duas, três, dez vezes antes de sentir a mão leve de JiMin em minhas costas.

- Vem cá, vamos fazer uma pausa. – Me chamou, andando até sua cama e sentando ali, secando seu pouco suor com uma pequena toalha que sempre tinha perto dele. Não havíamos dançado muito, mas a noite estava quente, e o sótão abafado apenas colaborava para com que nossos corpos suassem sem controle.

Observei-o por um momento, e então o segui, me sentando na ponta da cama, meio afastado dele.

JiMin mirou a frente de forma pensativa, logo suspirando pesadamente e pousando seus olhos pequenos em mim.

Devolvi o olhar sem hesitar, sentindo-o estudar minha expressão. Não vou mentir dizendo que não fiquei um pouco nervoso. JiMin estava meio estranho, e eu me perguntava no que aquilo tudo iria dar.

- JungKook. – Chamou enfim, quebrando o silêncio fantasmagórico que havia se instalado acima de nós. Mirei-o como se lhe desse permissão para que continuasse, e ele puxou o lábio inferior para dentro da boca por um momento, logo soltando-o e continuando: – O que você tem? – Falou num suspiro, e eu arregalei quase imperceptivelmente meus olhos.

Mirei-o, que me analisava com o olhar. Resisti à tentação de engolir em seco.

- Nada. – Não olhei diretamente seus olhos ao mentir. – Eu estou bem.

Senti-o me analisando ainda, e juntei nossos olhares de novo, vendo-o suspirar com a mão apoiada na perna.

- A princípio eu pensei que tivesse algo a ver com a história do SeokJin hyung. – Sua voz aguda e doce soou, calculada. Ele parecia escolher as palavras com o cuidado de um artesão fabricando sua arte. – Mas você tem feito isso há um tempo já. E continua fazendo.

Mirei seus orbes destemidos. Ele devia estar pensando naquilo já fazia tempo.

- Isso o quê?

- Isso. – Ele indicou a mim com um floreio simples de mão. – De ficar brisando o tempo todo e fingir que não tem nada te incomodando. – Me olhou com firmeza de novo. – Eu estava tentando ignorar e deixar você me falar quando sentisse que devia, mas eu estou ficando preocupado. – Fechou os olhos, suspirando outra vez. – O que você tem, JungKook?

Olhei-o sem saber responder por um momento.

- JiMin, eu não- – Antes que eu pudesse negar outra vez, ele me interrompeu.

- JungKook. – Me interrompeu. Seus olhos se fecharam como se buscasse paciência. JiMin nunca se descontrolava, ou chegava perto de fazê-lo. Devia estar realmente se incomodando. – No que se baseia um relacionamento? – Eu o mirei sem saber o que responder, mas ele o fez por mim. – Em confiança.

Falou e subiu o olhar energético para mim, que tinha o cenho franzido em ligeira confusão. Não entendia onde ele queria chegar com tudo aquilo.

Ele levantou, andando até ficar de pé na minha frente. Seus cabelos negros brilhavam contra a luz azulada do quarto.

- Eu confio em você para dizer o que for, e você tem que ser assim comigo também. – Falou, e eu senti um pedaço de vergonha me fazer encolher os ombros. – Não pense que eu não noto quando está pensativo ou preocupado, Jeon JeongGuk. Você acha mesmo que eu não sei qual a diferença entre seu sorriso sincero e o forçado?

Soltou aquilo como um sopro de mágoa, que parecia estar guardado ali fazia um tempo.

Senti meu peito apertar, e JiMin desarmou a expressão acusatória e desafiadora de antes para uma mais frágil e machucada. Quis respirar fundo, mas não consegui. A sombra de JiMin sobre mim parecia me tirar todo o meu controle sobre mim mesmo, me deixando sem ar e encurralado.

- Não. JiMinnie... – Estendi minha mão, sentindo uma espécie de desespero primitivo me dominar. Eu conhecia aquela expressão. Era a que ele fazia quando ia chorar.

Eu não queria que chorasse. De forma alguma. E muito menos por minha culpa.

Peguei seu pulso sem pensar, sentei na cama, e o puxei para meu colo, abraçando-o com força.

Ele não correspondeu ao abraço inicialmente, o que me deixou meio alarmado. Eu definitivamente não estava acostumado com aquele tipo de tratamento por parte de JiMin.

Eu vinha repetindo para mim mesmo o tempo todo que não era digno do humor sempre alegre e da paciência gentil de JiMin, mas sentir na pele era completamente diferente.

Me senti à deriva, como se não soubesse o que fazer.

E então minha âncora subiu os braços de forma lenta, abraçando meu tronco desajeitadamente pela posição, e me puxou de volta para a terra.

- Eu estou aqui apenas por você, JungKook. – Sua voz soou baixinho em meu ouvido. Seu queixo apoiado pesadamente em meu ombro. – Eu me sinto meio inútil em ficar assistindo você e não poder fazer nada, ou nem saber de nada.

Arregalei os olhos de novo com sua fala, apertando-o mais.

- Inútil? Hyung... – Soltei um projeto de risada soprada, com o rosto enterrado em seu pescoço. – Você é tudo, menos inútil. Muito menos pra mim. – Aquela frase tinha muitas leituras, e eu sabia que JiMin entenderia as mais importantes delas.

Como podia ser inútil a pessoa que praticamente era meu motivo de levantar todas as manhãs e sorrir todos os dias?

JiMin moveu a cabeça contra meu ombro, e então levantou o rosto e um pouco do tronco, me mirando enquanto arrumava um pouco sua posição não muito confortável.

- Então não esconda coisas de mim, porra. – Fez um biquinho chateado, e eu sorri, selando ali de forma rápida e travessa. – É sério, JungKook.

- Eu sei, hyung. – Falei, ainda sorrindo, e abracei-o de novo. Era incrível como a simples sensação de ter JiMin me abraçando conseguia fazer meu dia. Como se nada valesse mais que aqueles braços me apertando e aquele corpo contra o meu.

Ele separou o abraço pouco depois, me mirando fixamente, como se esperasse que eu me justificasse.

Observei seus olhos pequenos me analisando com profundidade. A preocupação estava em sua expressão, mas a leve irritação de ter sido mantido de fora de minhas preocupações parecia ter tomado grande parte de sua atenção. Ele definitivamente estava chateado.

Baixei minhas mãos, deixando-as soltas apoiadas em minhas coxas, ao lado das suas, que estavam juntas no meio de minhas pernas, ele de joelhos.

Passei meu olhar de forma lenta de seus olhos para seu nariz fofinho e então para sua boca pequena e gordinha. Voltei aos seus olhos, logo baixando a cabeça de uma vez, com um suspiro cansado e derrotado.

Senti a mão leve de JiMin sobre meus cabelos num carinho singelo. Meu pescoço estava completamente curvado pelo peso de minha cabeça tombada para frente, e minha franja caía sobre minha visão dele como uma cortina negra. Eu apenas podia ver a parte inferior de sua camiseta, e suas pernas entre as minhas.

Fechei os olhos, me perguntando em como faria para falar sobre aquilo para ele. Querendo ou não, eram apenas pensamentos vergonhosos meus, mas eu sabia que JiMinnie não me deixaria sair daquela sem falar nada.

Sua seriedade era meio anormal para mim, mas não era desconhecida. E ele também não. Eu conhecia bastante da personalidade daquela coisa teimosa pra me iludir achando que poderia enrolar ele e não contar nada.

- JungKook... – Chamou, me puxando de meu debate interior. Minha mente fervilhava em possibilidades, que vinham desde como contar aquilo de forma não muito constrangedora e patética a mentir e inventar qualquer outra coisa. Olhei para ele, levantando a cabeça. A mão que estava em meus cabelos foi para minha bochecha esquerda, acariciando levemente ali. – O que você tem? Tem algum motivo pra não me contar?

Sua voz estava macia, e ele falava como se estivesse flutuando em cima de um campo minado, e a qualquer passo errôneo fosse fazê-lo cair de seu voo leve.

Encarei seus olhos de novo, que agora tinham o cenho levemente franzido em preocupação cuidadosa. Havia certa tristeza em seus orbes escuros. Me senti culpado de novo.

Olhei-o, me perguntando se seria muito ruim se eu apenas me jogasse em seus braços e implorasse para que ele não me abandonasse. JiMin ainda me mirava a espera de uma resposta, e eu lhe devolvia o olhar de forma meio perdida em meio à minha confusão interior.

 - Hyung... – Por fim, comecei com a voz baixa e meio rouca, e ele me olhou, me incentivando a continuar. – Como eu posso ser bom o suficiente pra você?

Falei aquilo sem olhar para ele, num quase sussurro. Tinha decidido que seria sincero (até porque ele provavelmente notaria se eu mentisse), mas ainda assim, sabia que teria que ter bastante coragem e engolir o orgulho para falar aquilo, então resolvi ir aos poucos.

Eu não estava olhando para JiMin, mas quase pude ver suas sobrancelhas finas se curvando, confusas.

- Bom o suficien... JungKook, do que você está falando? – Me permiti levantar levemente o rosto, para observá-lo. Ele me olhava com quase indignação, como se me perguntasse de que besteiras eu estava falando.

- Você ouviu. – Falei, tombando minha cabeça de novo, escondendo um rosto atrás de minha franja comprida. – Eu estou tentando ser bom pra você, mas simplesmente não consigo me livrar da sensação de que não vou conseguir...e que você vai escapar de mim. – A última frase foi um sopro, provavelmente incompreensível, mas JiMin entendeu.

Ou melhor, ouviu, porque pareceu demorar um tempo para realmente entender o que eu havia dito.

Com seu silêncio, me arrisquei a levantar a cabeça de novo, querendo ver se sua expressão dizia mais que sua ausência de palavras.

Sua boca estava entreaberta, e seus olhos me olhavam em total confusão, ainda com aquele ar de indignação reforçado por suas sobrancelhas curvadas em incompreensão.

- Agora... – Ele começou, inicialmente baixo, mas logo adequando seu tom a um volume normal. – Isso que você disse agora, isso é sério? – Mirei-o, agora adotando sua expressão confusa, e acenando lentamente com a cabeça.

JiMin balançou a cabeça em negativa, quase parecendo querer rir. Eu me mantive sério, não estava entendendo suas atitudes.

Por um momento quis que ele apenas dissesse “não seja idiota” e matasse o assunto, mas eu sabia que tinha algo a mais ali. Eu havia trazido aquela questão a tona, e sabia que Jim também tinha algo a falar sobre aquilo.

Ou pelo menos, eu teria se estivesse na posição dele, e seria mais ou menos o que sentia vontade de gritar para mim mesmo no momento: “você é um inútil, quer que ele fique com você e ainda assim consegue mancar tanto”.

- JeongGuk. – Chamou de novo, me fazendo olhá-lo. – Sinceramente, quem colocou isso na sua cabeça?

Franzi mais um pouco o cenho, logo aliviando-o numa expressão meio angustiada. O olhar de JiMin pesava mais que qualquer coisa sobre mim, e eu sentia uma força invisível quase me forçando a desabafar de uma vez.

- Ninguém. – Neguei com a cabeça, baixando a cabeça de novo.

Seria mais fácil falar daquela forma, sem olhar para seus olhos curiosos em busca de respostas que minha boca não soltaria, mas que meus olhos poderiam, sim, fazê-lo. Apertei minhas mãos no limite de suas coxas e sua cintura, tomando coragem.

- Hyung, eu... – Engoli em seco, sentindo algo embolar em minha garganta. – Você está feliz? Está satisfeito? – Levantei o rosto, sabendo que o mesmo estava marcado com meu ingênuo desespero. – Eu...estou tentando, juro que estou. Estou tentando ser alguém melhor pra você, pra poder ficar ao seu lado de cabeça erguida, mas... eu odeio perder, hyung. Mas estou sentindo como se fosse perder essa. Perder você.

E isso eu não quero nem em um milhão de anos.

Engoli em seco mais uma vez, sentindo minha garganta dolorida pelo nó que havia ali, empurrando o ar frio para cima, forçando para sair, para soltar ao mundo minha angústia.

E o quarto entrou num silêncio estranho. Eu não tinha vontade ou coragem para elevar o rosto e encarar JiMin, e este não tinha se manifestado ainda. Eu havia ouvido sua boca se fechar num estalo após minha fala, mas não conseguia imaginar muito bem a expressão que estaria fazendo.

 Os segundos se passaram como se estivessem congelados, eu ouvia cada batida de meu coração, como se elas estivessem na altura de um alto falante. A respiração de JiMin fazia meus dedos se moverem insignificantemente em volta de seu tronco, e meus cabelos se revoltavam minimamente com seu sopro quente em minha franja.

Ele não falou, e eu me perguntei se ele sabia que eu tinha mais para falar. Estava com medo, sentia como se não pudesse continuar falando com aquele aperto dolorido em minha garganta, mas continuei:

- Por que ainda está comigo, JiMin? – Perguntei, num impulso de rebeldia com meus próprios critérios. Eu sempre evitava pensar aquilo, mas era uma pergunta presente em minha cabeça, sempre. – Depois do que eu fiz você passar, o natural seria pular fora. Por que você continua comigo? Por que continua me apoiando e me tratando bem? O que eu fiz pra merecer isso? Eu estou tentando ser mais aberto, e acho que no fim tive uma boa lição de moral com tudo isso mas...por que você ainda está aqui? Não seria melhor me deixar antes que eu faça mais alguma estupidez e te prejudique?

Soltei tudo de forma quase chorosa, minhas palavras estavam duras, mas vulneráveis. Assim que comecei a falar, foi como uma cascada: as palavras fugiam de minha boca como água corrente, empurradas desesperadamente sob a pressão daquele mesmo maldito bolo em minha garganta.

- JungKook, você... – Sua voz mais aguda do que se esperaria para alguém com seu físico soou, em tom ambiente, e eu congelei, esperando que ele falasse. – Acho que você nunca falou tanta merda de uma vez só. – Levantei o rosto, surpreso e confuso, vendo seu sorriso ainda franzido em estranhamento. – Aish, agora você me deixou irritado.

Levou a mão que anteriormente me acariciara gentilmente até a parte traseira de sua cabeça, bagunçando os cabelos ali enquanto olhava para o lado, ainda sorrindo, mas definitivamente parecendo irritado, e descrente sobre tudo aquilo.

- Como pode perguntar “por que ainda estou com você” dessa forma? Como se estivesse fazendo um dever de matemática e eu fosse um resultado errado? Acho que essa sua cabecinha não pensou em nenhum momento que eu estou com você simplesmente porque te amo, não é?

 Pisquei uma vez, soltando um meio ofego com os olhos levemente arregalados. JiMin soltou uma risada curta pelo nariz, irônico.

- Por que eu estou com você? Por que não estaria? Você é algum monstro agora, pra achar tão absurdo que eu esteja com você? – Soltou outra risada, balançando a cabeça em negativa. – Que você não é digno pra mim?! JungKook, pelo amor de Deus, de onde você tirou essas coisas? Você é um garoto adorável e maravilhoso, achei que já soubesse disso.

Eu apenas o observei sem saber reagir. Ele não precisou de mais que alguns segundos para que todo aquele peso em meu peito começasse a se dissipar. Seu sorriso foi se tornando mais gentil e compreensivo, como se falasse com uma criança, e eu apenas o encarava como se ele estivesse brilhando.

E ele parecia suficientemente lindo para tal.

- Está tentando ser alguém melhor por mim? – Mais um sopro de risada, era quase como um deboche, mas vindo de JiMin não parecia cruel. – É mais provável que você se canse de mim antes que eu te abandone, Jeon JungKook. Mon hyung me chamou de trouxa, e eu concordo com ele. Eu sou completamente trouxa por você, garoto idiota. – Virou o rosto, me mirando fortemente. – Eu não sei de onde você tirou essas besteiras, mas não duvide dos meus sentimentos desse jeito outra vez.

E suspirou, me olhando meio sofrido, subitamente parecendo que choraria.

Me alarmei com isso, puxando-o para um abraço de novo. Minha respiração estava pesada e descompassada em seu ombro. Senti-o igualmente eufórico, e apertei-o um pouco mais.

- Hyung, desculpa. – Falei, sem saber muito bem o que falar. – Não chora, por favor. Eu juro que não tinha pensado por esse lado. – Afundei meu rosto em sua camiseta fria pelo suor que já sumia. – Só...eu só não conseguia parar de pensar no quanto eu te fiz sofrer, hyung. Eu quero que você seja feliz, e pensei que talvez...talvez você pudesse ficar melhor sem eu pesando na sua vida.

JiMin soltou uma risada tremida, todo o seu corpo tremendo também em meus braços.

- Ah, JungKook. – Sua voz estava embargada, mas sorridente. Era estranho, e me deixava estranhamente mais nervoso do que eu já estaria se ele estivesse só chorando ou só rindo. – As pessoas erram, e você já se desculpou, já se redimiu, e continua fazendo isso até esse exato momento. Além do mais, eu aceitei aquela situação porque quis, não é justo que o único que se sinta culpado seja você.

 Minhas mãos se apertavam ao seu corpo como se eu estivesse num precipício, e aquela fosse minha única forma de não cair, o que era na verdade mais ou menos a metáfora da minha vida depois de JiMin entrar nela.

JiMin, porém, apesar de suas lágrimas, estava sereno. Falava com voz de veludo e acariciava minhas costas e meus cabelos de forma acalentadora, a cada fração de segundo logrando que eu me sentisse mais leve.

- Nunca, em momento nenhum, eu quis você longe de mim, JungKook. Isso não mudou, e não acho que vá mudar. – O choro não estava mais presente em sua voz, e ele falava de forma macia, como se agora seu único objetivo fosse me acalmar. – Você é perfeito do jeito que é, esforçado e carinhoso da sua forma. Se preocupa com quem é importante pra você de forma quase absurda, e até desenvolve umas teorias meio estranhas sobre sua utilidade na vida delas. – Riu serenamente enquanto falava isso, e eu sorri levemente. – Você é meu garoto de ouro, JungKook, e isso nunca vai mudar.

Falou, com um tom de “assunto terminado”, e eu me permiti suspirar baixinho. Ainda estava sentindo o bolo em minha garganta, mas o alívio parecia maior.

JiMin definitivamente era a coisa que mais me fazia bem no mundo, e com ele me assegurando daquela forma que isso não iria mudar e que eu podia tê-lo por muito tempo ao meu lado ainda me deu uma sensação boa. Ainda sentia uma parte de mim lamentar até por termos que ter tido essa conversa, mas nada era um mar de rosas.

E meu hyung de cara fofa e boca macia mais uma vez conseguiu amenizar tudo. Isso era outra coisa que eu lamentava (ele ter que sempre ser o apaziguador), mas acho que isso se devia apenas à sua personalidade cuidadosa, que sempre estaria velando por mim, mesmo que eu estivesse no fundo do poço.

Ele me tiraria dali, porque era JiMin. E porque, como eu agora lembraria a mim mesmo, para evitar que ele ficasse chateado novamente, ele me amava como eu o amava, então não teria problema.

Em meio ao silêncio confortável que se instalara no quarto, eu virei meu rosto para seu pescoço, selando ali de forma leve. JiMin estremeceu, em parte em expectativa, eu sabia.

Subi até seu rosto com mais três beijos leves, e selei sua bochecha, com os olhos entreabertos naquela ação quase inconsciente. Obrigatória.

As mãos antes livres de JiMin por minhas costas travaram, apertando minha camiseta com ligeira força. Apertei levemente meus dedos em volta de seu quadril, e levantei-o um pouco, tendo sua ajuda para coloca-lo com as pernas em volta de minha cintura.

Daquela forma, a distância que estávamos por conta de seus joelhos dobrados já não existia, e eu apenas o abracei com toda a força que tinha, sentindo-o fazer o mesmo. Subi minhas mãos por seus braços desnudos pela regata branca, respirando pesadamente proximamente de seu rosto.

Meus olhos estavam fechados agora. Subi meus dedos por sua pele branca, sentindo-o se arrepiar onde eu tocava. Antes que eu pudesse chegar aos seus ombros, JiMin levou as mãos com velocidade até a barra de minha camiseta, puxando-a com quase brutalidade.

Deixei que ele tirasse a peça, e logo já estava com o tórax descoberto. As mãos, que haviam se afastado de si para tirar a peça, eu desci para suas nádegas, apertando-o contra mim dali.

JiMin ofegou minimamente quando nossos íntimos se encontraram por meu aperto. Voltei a pousar minha boca sobre seu rosto, perto o bastante dali para que visse seus poros.

Sorri contra sua bochecha fofinha, maliciosamente, e ele estremeceu outra vez.

- Está com pressa, hyung? – Perguntei, sussurrando, e ele gemeu de forma irritada. Soltei uma risadinha, e selei brevemente sua bochecha de novo.

Suas mãos bem menores que as minhas finalmente tocaram a área que haviam despido, subindo por meu tronco com seu toque quente, me fazendo contrair o abdômen de forma automática.

Estiquei a coluna quando ele levou seus dedos curiosos (e conhecedores do pedaço, se é que me entendem) para minha barriga, descendo do finzinho do peito para lá, passando os dígitos curtos pela pele lisa. As seções de academia com JiMin estavam fazendo efeito. Eu não tinha a barriga como a dele, mas já se podiam ver os músculos mais definidos.

Contraí mais ainda o ventre, ofegando baixinho contra sua pele, e ele soltou uma risadinha satisfeita, descendo sua mão até o cós de minha calça. Parou por um momento, logo soltando outro projeto de risada curta e pousando a destra levemente em meu membro coberto.

Seu toque foi mínimo, mas senti um lapso de excitação traspassar por meu corpo, e soltei um ofego sôfrego. Outra risadinha dele.

- Parece que seu menino também está com pressa. – Falou, forçando o tom inocente em sua voz.

Não respondi, apenas levei uma das mãos que estava em sua bunda até sua nuca, puxando-o para finalmente colar minha boca na sua. Ele me recebeu com os lábios já abertos, e eu não hesitei em colocar minha língua em sua cavidade quente.

Apertava sua cabeça quase dolorosamente contra mim, mas realmente queria beijar JiMin com todas as minhas forças naquele momento. Ele havia dito que era meu, e eu também era seu, então nada mais natural que provarmos aquilo mais uma vez aquela noite.

Meus lábios sobre os seus pressionavam de forma quente e deliciosa. JiMin, como sempre dono de uma calma maior que minha, movia sua língua de veludo sobre a minha, acompanhando meu ritmo afobado, sempre sereno e carinhoso.

Movi minha boca contra a sua de novo, quase empurrando ele para trás tamanha força que fazia nossos rostos se encontrarem. Senti a mão de JiMin apertar meu membro de forma dolorida, e gemi baixinho, soltando por uma fração de segundo sua boca quente.

- Vai com calma JungKook. – Ele sorriu, passando a mão livre por minha franja. Seus olhos sumiam em duas fendas, e seu incisivo lascado apenas parecia deixar aquele sorriso mais bonito. – Eu não vou a lugar nenhum. – Sussurrou, e selou minha boca próxima da sua de forma lenta, mas profunda, e cheia de significados, eu sabia.

Cheia de promessas.

Senti meu peito apertar, sem saber direito se era uma sensação boa ou ruim, e subi a mão que ainda estava em suas nádegas para o meio de suas costas, abraçando-o com uma espécie de desespero.

Enterrei meu rosto em seu ombro, que, com JiMin quase em meu colo daquela forma, não estava baixo a ponto de incomodar. Apertei-o de novo, sentindo o pano se enrugar sob meus dedos.

- Hyung. – Chamei, com a voz num fio choroso e abafado por sua pele. – Eu te amo.

- Aish, JungKook. – Sua mão esquerda foi para minhas costas, acariciando ali de forma meio sem jeito, mas ainda assim, carinhosa. – Não seja fofo quando eu estou sendo pervertido. Me faz me sentir um péssimo hyung. – Sua voz séria não deixava transparecer a brincadeira, e sua mão que estava sobre meu membro foi até meus cabelos, mexendo nos fios de forma descontraída.

Soltei uma risada curta e baixa, apertando-o mais uma vez antes de levantar o olhar.

- Você fica delicioso sendo pervertido, hyung. – Falei, sorrindo de forma que sabia que deixaria JiMin zangado, mas entregue.

- Aish, você... – Ele resmungou, me cedendo o resultado que eu esperava. Ri travessamente, lambendo brevemente meu lábio superior. Com serenidade, aproximei minha boca de sua orelha esquerda, baforando ali de forma pesada e lenta, logo mordendo o lóbulo pecaminosamente, sentindo com satisfação enquanto JiMin estremecia. – ...é um menino mau.

Minhas mãos passaram pelas laterais de seu tronco, alisando a camiseta que eu não sabia por que ainda estava ali. Desci até a bermuda que ele usava, invadindo ligeiramente com a ponta de meus dedos para dentro da peça.

Acariciei levemente a pele que não estava coberta pela cueca, por dentro da bermuda, sentindo a pele ligeiramente fria dali se aquecer com cada choque levado por meus dígitos.

Passei meus indicadores para dentro da barra da cueca, acariciando ali de forma provocativa. JiMin apertou meus cabelos, soltando um ofego curto. Sorri de novo, com o rosto próximo de seu pescoço, baforando ali de forma lenta. O cheiro dos cabelos de JiMin era uma mistura de seu xampu com o pouco suor que ainda não havia evaporado, e seu pescoço se arrepiava com minha lufadas de ar sobre si.

 Minha mão direita se atreveu um pouco mais, e deslizei-a lentamente até a nádega farta de JiMin, circulando meu tato por ali de forma “inocente” e apertando com certa firmeza antes de subi-la para fora da cueca de novo. JiMin soltou um pequeno praguejo ao sentir minhas mãos longe de si, e eu ri de novo.

Ele ficava tão lindo assim, carente.

Selei seu pescoço, sentindo meus lábios colando ali levemente quando afastei minha boca de sua derme. Toquei-a de novo com os lábios superficialmente, escorregando a boca por seu pescoço e sua mandíbula, quase sem tocá-lo, mas afetando aos dois pela necessidade de contato.

Coloquei minhas mãos de novo em seu corpo, já sentindo falta de si abaixo de meu toque. Passeei brevemente por sua cintura coberta pela camiseta, até chegar em seu quadril, segurando-o firmemente e elevando, logo sendo compreendido por ele para o que queria, que ficou de pé ao mesmo tempo que eu me ajoelhava na cama.

Ele moveu os pés, se desequilibrando um tiquinho pela superfície macia da cama. Com as mãos que ainda seguravam sua cintura, desci sua bermuda, retirando-a com a ajuda dele, que levantou os pés, um de cada vez, me permitindo jogar aquela peça no chão ao lado da cama.

Ele se desequilibrou de novo ao retirar a peça, colocando o pé firmemente de volta na cama, mas não teria tido sucesso em se manter de pé sem minha ajuda, que segurei-o enquanto ria de sua pequena gafe.

Ele torceu a boca, chateado, e bateu com leveza em minha cabeça. Ri de novo, elevando o pescoço para mirá-lo bem acima de mim. Encostei o queixo em sua barriga coberta pela camiseta um tanto comprida, sorrindo de canto com as mãos ainda segurando sua cintura.

Ele mordeu a boca, ligeiramente, mas devolveu o sorriso. Aumentei o meu, rapidamente passando as mãos à suas nádegas cobertas pela cueca e apertando ali, travessamente.

- Você só tem cara de anjinho, né, Jeon JungKook? – Ele alfinetou, e meu sorriso aumentou um pouquinho. Ele reclamava, mas claramente gostava daquilo. E se ele gostava, estava bom pra mim.

- Você me ensinou tudo o que eu sei, hyung. – Sorri maliciosamente, sabendo que ele entenderia a que eu estava me referindo. Seu pênis estava na altura de meu peito, e senti-o pulsar contra mim. Sorri de novo.

- Não jogue em mim a culpa de você ser um pervertido, JungKook. – Ele ralhou, disfarçadamente engolindo em seco. Desci uma das mãos de sua bunda enquanto ele falava, sempre olhando para si. – Nós dois sabemos que sua mente é suja por natureza.

Forcei um biquinho, ainda sentindo vontade de sorrir. JiMin hyung estava vermelho. Tão fofo.

- Não diga essas coisas hyung. – Apelei, mirando-o inocentemente. Afastei um pouco meu peito de sua pélvis, e entrosei minha mão por ali, sorrateiramente. – Eu sou seu anjinho, lembra?

A última parte saiu com minha voz levemente rouca, e sincronizou com o carinho que deixei sobre seu membro preso. JiMin soltou um som estrangulado, curtinho, me mirando tortuosamente e meio repreensor. Sorri, inocente.

- Anjo, pois sim. – Quase rosnou, e eu continuei passeando meus dedos sobre sua cueca, sentindo com satisfação ele ficando mais e mais duro. – Você é a personificação dos meus pecados, JungKook.

- Que pecados bonitos você tem, hyung. – Sorri ladinamente, pousando minha palma sobre o pano de sua roupa íntima, massageando ali sem pressa. Minhas palavras saíam sem malícia, mesmo que seu significado estivesse pecaminosamente carregado dela.

JiMin riu soprado, parecendo levemente tenso por meus carinhos em seu íntimo.

- Nem parece o garoto inseguro que sentou comigo aqui há cinco minutos, huh? – Seu tom foi irônico, mas eu apenas sorri.

- Você era toda a confiança que eu precisava, hyung. – Expus a verdade sem problema algum, falando sempre levianamente. – E me deu suficiente para que eu fizesse o que estou fazendo. – Sussurrei, meio rouco novamente. Meu membro já começava a latejar, esquecido lá embaixo.

- Então... – JiMin manteve a boca aberta, como se hesitasse em completar. Por fim, estalou a língua com esta levemente para fora da boca, como fazia quando tacava o “foda-se” para algo. Enroscou seus dedos em meus cabelos, apertando de forma meio firme ali. – Não sei por que está enrolando tanto.

Minha surpresa com sua fala durou menos de um segundo, e o sorriso malicioso surgiu em minha boca. Passei a língua sobre os lábios, mirando-o energeticamente, enquanto movia as duas mãos até a barra de sua cueca, tudo tortuosamente lento, me entretendo ao ver a agonia de JiMin.

Encaixei meus polegares no elástico da peça, olhando-o mais uma vez antes de continuar a ação. Ele fez uma careta impaciente, e eu ri baixinho, voltando a olhar para o que tinha um pouco abaixo de mim.

Ainda com uma velocidade de quem não tinha nada a perder, deslizei o pedaço de pano branco por suas coxas fartas e deliciosas, acompanhando com os olhos seu caminho até os calcanhares de meu namorado. Como havia sido com a bermuda, JiMin levantou os pés para se livrar de roupa de uma vez, e eu soltei-a ao lado da cama.

Ao contrário do que meu namorado provavelmente estava esperando, não subi diretamente para dar atenção ao seu garoto necessitado, e pousei as mãos em suas coxas, subindo-as por ali, sem chegar ao seu limite com a bunda do garoto acima de mim.

Semicerrei os olhos, aproximando meu rosto da pele daquela parte tão linda de suas pernas grossas. Selei a esquerda, soltando a pele de forma lenta, sentindo meus lábios escorregarem pela superfície branquinha. Apertei a parte de trás de suas coxas com meus dedos, e levei minha boca até a perna irmã da que havia recebido meu curto carinho.

Selei uma, duas, três vezes, sempre subindo um pouco em sua perna, sentindo JiMin tenso com os dedos apertando sem dó meus fios. Não me deixei abalar, e, após o quarto selo, mordi a pele ali, roçando meus dentes por sua derme, e sugando com leveza. JiMin gemeu baixinho, castigando meu couro cabeludo novamente.

Sorri, e suguei novamente a pele ali, agora juntando dentes, lábios e língua na tarefa, apertando sua derme. Deixaria marcas, e não seria só uma.

- JungKook... – JiMin me chamou, e eu soltei sua pele, lambendo mais uma vez ali, vendo-a vermelha, e logo ficaria roxa. Levantei a cabeça para mirá-lo, com o ar proposital de ingenuidade. Sorri levemente, como se perguntasse o que ele queria. JiMin mordeu o inferior, fechando os olhos levemente. – Por que está fazendo isso?

- Isso o quê? – Tombei a cabeça, mirando-o curiosamente. Por dentro estava rindo de sua impaciência, mas JiMin gostava daqueles jogos, mesmo que reclamasse. – Não está gostando, hyung? – Perguntei e alisei a parte traseira de sua coxa direita, vendo-o conter um calafrio.

- Não faça isso, JungKook. – Sua voz saiu entre o estrangulado e o pesaroso, além de estar claramente me dando uma bronca. – Sabe que eu gosto, mas...

- Mas o quê? – Perguntei, ainda me fazendo de desentendido. JiMin franziu o cenho, crítico. Parecia buscar paciência.

Não a encontrou.

- Mas eu tô duro, porra. – Soltou, num quase ofego, logo me olhando como se me culpasse por ter dito aquilo.

Era. E meu ego não podia se sentir mais satisfeito. A não ser, é claro, quando JiMin gemia meu nome. Aquilo não tinha preço.

Abri a boca, fingindo compreender apenas naquele momento, e sorri gentilmente para ele.

- Quer que eu faça algo sobre isso? – Tombei a cabeça levemente. JiMin abriu a boca, descrente no meu joguinho. Segurei uma risada com os lábios colados.

- Você está testando minha paciência, é isso? – Torceu o nariz, amargo, e eu sorri adoravelmente, abraçando suas pernas, ainda tocando-o na coxa. – Isso não é algo que se faça depois de chorar pra eu não te largar, Jeon JungKook.

Não deixei transparecer que aquilo havia me afetado, e apenas sorri.

- Mas eu só estou te dando carinho, hyung. – Fiz um bico, forçando a tristeza em minha expressão. JiMin engoliu em seco, olhando para o lado desconfortavelmente, e logo me mirando de novo.

Sua mão passou por minha franja, arrumando-a gentilmente. Ele abaixou o corpo, se ajoelhando à minha frente e abraçando meu pescoço, escondendo meu rosto em seu peito. Subi as mãos até acima de sua bunda, apertando-o um pouco no abraço.

- Desculpa, Kook. – Murmurou, passando seus dedos gordinhos por meu pescoço. – Não devia ter dito isso. Mas você estava me deixando louco.

Opa, talvez eu não tivesse escondido tão bem que aquilo tinha me incomodado.

Ou talvez JiMin apenas me conhecesse demais.

- Ei, hyung, tudo bem. – Apertei-o. O sorriso estava em meus lábios, e eu me vi agradecendo mais uma vez por JiMin ainda estar ali, comigo. – Você não disse nada errado. – Sorri de novo.

- Mas-

- Hyung. – Chamei, interrompendo. Não queria aquele assunto sobrevoando em minha cabeça naquele momento. Não. Iria dar prazer ao hyung, iria cuidar dele, iria provar o quanto o amava. Só precisava daquilo naquele momento. – Deita.

- O q-

- Só deita. – Interrompi-o mais uma vez, soltando o abraço ao seu redor e mais uma vez só mantendo minhas mãos segurando-o.

Ele não protestou mais, e obedeceu ao que eu havia falado sem cerimônia. O sorriso de canto em minha boca não saiu de minha expressão quando ele se deitou, com as pernas levemente recolhidas, me mirando com certa antecipação.

Apoiei minhas mãos no colchão, e engatinhei até que estivesse acima dele. Seus olhos brilhavam de forma profunda, como se milhos de estrelas se escondessem na escuridão, me contando historias que apenas eu saberia, desejos que apenas eu aliviaria, dores que apenas eu curaria.

Uma pessoa que apenas a mim pertencia.

Estiquei o corpo, tocando seus lábios com os olhos semicerrados. Não estava com planos de fazer aquilo, mas não aproveitar o hyung naquela posição, tranquilo e entregue...era um desperdício.

Sua boca pequena prendeu a minha num abraço macio, e sua destra subiu até meus cabelos, segurando-os de forma distraída. Fechei os olhos, movendo os lábios com lentidão, sentindo com todos os sentidos a figura perfeita de JiMin;

Seu cheiro doce; seu toque gentil; sua pele macia; sua boca rechonchuda, retribuindo ao meu movimento com um atrevimento tímido.

Minha maior contradição; meu mais belo pecado.

- JungKookie... – Não respondi com mais que um resmungo desconexo. Estava cansado. Ainda me acostumando a aquelas “noites mais íntimas” com JiMin. Eu nunca tentara ficar por cima, mas tinha quase certeza de que não cansava tanto quanto a posição que eu sempre adotava nessas ocasiões. – Ainda está acordado?

Sem muito ânimo para responder, virei no colchão pra olhá-lo, sorrindo fracamente com a pequena parte de minha mente que não estava grogue de sono.

Ele não sorriu de volta, mas se aproximou, aconchegando-se em meu peito.

Acariciei seus cabelos negros, estranhando suas atitudes. Não o abraço, mas a falta de sorriso. Aquilo não era comum.

Estava pensando se aquilo era coisa da minha cabeça ou se devia perguntar sobre como ele estava, mas JiMin me poupou o trabalho:

- Kook... – Chamou, com a voz baixinha. Seu tom estava estranho, hesitante.

- Hm? – Olhei para ele como podia com sua cabeça logo abaixo da minha. Ele se manteve em silêncio por um momento, parecendo pensar.

- ...você me acha uma má pessoa? – Mal compreendia as palavras, que saíram baixinho e inseguramente de sua boca, além de não fazerem o menor sentido vindo dele.

- O quê?

- ...não. – Murmurou, depois de um momento. Estranhei de novo. JiMin estava estranho. – Não é nada. – Um sorriso pôde ser notado em sua voz tranquila. Falsamente tranquila, se quer saber. – No fim vai dar tudo certo.

Disse e se calou, respirando contra minha pele, forçadamente tranquilo. Mirei-o com o cenho franzido.Não sabia se devia perguntar. Ele claramente estava incomodado com algo, mas eu não tinha confiança para lhe perguntar sobre tudo de forma fácil.

Não era experiente com pessoas, muito menos quando elas eram mais íntimas de nós que o normal – JiMin definitivamente o era –, e sempre hesitava sobre o que falar ou como agir.

Eu só queria de certa forma me adequar a JiMin, mas naquela época cometi o erro de adequá-lo a mim, e não o contrário.

  - JiMin... – Chamei, por fim. Ele sempre se preocupava comigo. Não tinha problema eu tentar. – O que aconteceu?

Senti-o meio tenso em meu peito, logo voltando a respirar com calma.

- Sabe o que Tae disse? – Soltou uma risada baixa, e eu franzi a testa, sem entender. – Que você devia tentar ficar por cima na cama também, já que ficava em tudo o que dizia respeito a mim.

Apertei ainda mais minha expressão confusa, sem entender. TaeHyung não batia bem, isso era fato, mas qual o sentido daquilo? E por que JiMin estava aparentemente tão incomodado com aquilo?

- Mas o que diabos... – Soltei uma risada meio sem graça, tentando talvez fazer com que ele me explicasse aquilo. – Já não disse pra não ligar para o que o TaeHyung diz? Nenhum deles bate muito bem.

JiMin encolheu os ombros, e olhou para mim, forçando um sorriso pequeno. Seus olhos estavam tristes, mas eu fui cego para aquilo no momento. Ele baixou a cabeça de novo, sorrindo para si mesmo, e após um momento murmurou algo, que eu não compreendi.

- O quê? – Perguntei, baixinho em seu ouvido, querendo entender de uma vez o que o desmiolado do TaeHyung havia metido na cabeça de JiMin. – JiMin. Eles falaram mais alguma coisa?

Porque, sim, eu tinha certeza de que TaeHyung não estava sozinho quando encheu a cabeça de meu...namorado de caraminholas estúpidas. A gangue sempre estava junta. E isso incluía JiMin, até eu começar a tomar todo o seu tempo.

A princípio eu me orgulhava disso. Hoje...apenas me sentia um tremendo babaca.

JiMin pareceu rir baixinho, e logo elevou o rosto para selar meu queixo.

- Não se preocupe. – Falou, sorridente como o JiMin que eu conhecia. – Vai ficar tudo bem...tudo bem.

Seu último murmúrio foi mais para si mesmo que para mim.

Seu resmungo que eu não havia compreendido era sua tentativa de me contar sobre a conversa absurda que ele tivera com seus amigos de infância mais cedo. Quando ele se viu obrigado a escolher entre mim e eles. Foi uma briga insignificante por fora, mas depois daquilo meu namorado perdeu todo o rastro de amizade que tinha com seu grupo de amigos.

Eu não liguei o suficiente, e no dia seguinte já havia esquecido daquela pequena cena.

Mas nada mais foi o mesmo depois daquela noite. JiMin não dançou mais; seus sorrisos ficaram diferentes; seu tempo se tornou 100% direcionado para mim; eu descobri que definitivamente ser passivo era mais cansativo que ficar por cima, mas não deixei de fazê-lo de vez em quando, mesmo que JiMin ficasse estranhamente mais entregue e lindo quando eu era o ativo;

E se iniciou o longo caminho de brigas, tristezas e ciúmes de meu relacionamento com JiMin. Era para estarmos bem, mas não estávamos. Tínhamos momentos felizes, porque éramos felizes um com o outro, mas eles eram facilmente soterrados pelas mágoas, pelo medo e pelas desconfianças.

- Kookie... – A voz suave de JiMin me chamou. Sua boca escorregou até meu pescoço, mordendo levemente ali, seus dentes soltaram minha pele com suavidade, num carinho. Abri os olhos, mirando-o meio atônito. Ele afastou o rosto contra o travesseiro, sorrindo gentilmente enquanto passava os dedos pelo desenho de meu rosto. – Não comece a brisar quando estamos prestes a transar, por favor.

Abri um pouco a boca, processando sua brincadeira. Ele estava ligeiramente preocupado, era visível, mas tranquilo o suficiente para que seu corrente sorriso se estampasse não apenas em seus lábios, como também em seus olhos e toda sua feição.

Logo eu também estava sorrindo.

- Desculpe hyung. – Me sobrepus sobre ele de forma mais firme, ficando exatamente acima de si, mirando seu rosto na mesma altura. – Vou tentar me focar apenas aqui. – E no agora.

Ele fez um biquinho, forçando sua expressão chateada.

- Eu não sou bom o suficiente pra te manter focado apenas aqui? – Perguntou, com a voz levemente arrastada. Soltei um sorrisinho, abaixando o rosto de forma rápida, e beijando sua testa, logo subindo o rosto de novo.

- É mais que suficiente, hyung. – Falei, sorrindo. Ele manteve sua expressão, agora também com uma ponta de descrença cínica. Mordi o interior da boca, pensando se deveria falar mais. – ...tanto que eu não consigo parar de pensar na sorte que tenho de ainda ter você comigo.

Assim que o falei, a expressão de JiMin se desfez numa mais preocupada, além de ligeiramente culpada. Não, a culpa não era dele. E ele não merecia ficar sofrendo porque eu não conseguia conviver com meus erros passados.

Eu sabia disso mas...falar é mais fácil que fazer. E aqueles fantasmas de minhas vergonhas continuariam me perseguindo.

- Kook... – JiMin chamou, após um momento silencioso em que analisou meu rosto com pesar. Virei o rosto, sem mais manter o contato visual com ele. De novo, de novo estava colocando nele o peso de algo que não devia nem existir. Ou ter existido. – JungKook, olha pra mim. – Não me movi. – JungKook. – Mais firme. Fechei os olhos, mordendo os lábios, mas não obedeci. – Jeon JungKook.

Mirei-o com o canto do olho, engolindo em seco curtamente. Sua voz estava mais grave que qualquer normal, e ele me mirava de forma dura. Conhecia aquela expressão, mesmo tendo-a visto pouquíssimas vezes.

Ah, agora eu havia conseguido deixar Park JiMin irritado. Minha estupidez devia entrar no livro de recordes.

- Agora me escute. Me escute bem. – Disse, severo, pegando meu queixo e virando meu rosto para si. – Eu não te culpo por nada, e você também não tem que se culpar. Já disse que eu também tenho minha culpa em tudo isso, e isso também não importa. Esse passado não vai servir pra nada além de rancores e frustrações se você ficar se remoendo assim. É passado, e nós decidimos seguir, juntos, em frente.

Suspirou, fechando os olhos brevemente, e logo retomando, me mirando firme, mas amorosamente:

- Eu não quero mais você perdendo tempo com esse passado idiota, me entendeu? Você é Jeon JeongGuk, meu namorado, atualmente um dos garotos mais incríveis do mundo, de quem eu tenho muito orgulho, então chega, ok? – Cada palavra foi clara e severa, sempre mantendo o contato visual comigo. Seus olhos ardiam em autoridade, mas também em um desespero escondido, mesclado com preocupação e cuidado.

Ah, JiMin.

Fechei os olhos, sentindo o sorriso de lábios colados se formar em minha boca. Deixei que meu corpo tombasse sobre o dele, apertando-o de forma necessitada. Como se estivesse sozinho no mundo.

E eu de fato estava. Sem JiMin, estava.

Meus olhos arderam, o bolo em minha garganta se formou, mas eu não os impedi dessa vez. JiMin ergueu os braços, me abraçando cuidadosamente, embalando meu corpo maior que o seu em seu peito quente.

Me deixei chorar em sua camiseta. Não tinha problema, não tinha vergonha. Era JiMin, e ele já havia visto até os confins mais profundos de meu coração. Me conhecia melhor que eu mesmo.

E eu precisava dele. Precisava daquele amor, porque senão cairia.

Seus carinhos singelos não deixaram minhas costas, braços, pescoço e cabeça, sempre calmamente me acalentando.

Não sei por quantos minutos a fio eu chorei, sempre sendo paciente e silenciosamente esperado por JiMin e seus toques tranquilos. As lágrimas não duraram muito, mas eu me mantive com o rosto escondido ao lado do seu, fungando vez ou outra e aproveitando de sua presença acolhedora.

- Se acalmou? – A voz doce dele se fez presente depois de longos minutos apenas de um alívio e gratidão vindo de minhas lágrimas. Sua palma acariciou meus cabelos, correndo pelos fios até o limite da nuca, logo subindo de novo para repetir o trajeto.

Acenei com a cabeça uma vez, ainda com o rosto escondido, fungando baixinho. Ele pareceu rir silenciosamente, e seguiu fazendo seus mimos em meu cabelo.

Funguei uma última vez, sentindo meus olhos aos poucos secos, e levantei sobre os cotovelos, sobrevoando o rosto de JiMin a poucos centímetros de altura. Torci um pouquinho o pescoço, analisando seu rosto. Seu sorriso não estava ali, mas apenas porque ele também estava ocupado me mirando.

Comprimi levemente os olhos, olhando-o com todo o carinho que sentia por aquele ser. Ou esperando conseguir passar todo aquele sentimento gigante.

Selei sua boca de forma casta, mas sobrepondo meu corpo sobre o seu, de forma protetora e imperativa. Meu.

Elevei meu rosto de novo, o sorriso que se mostraria a qualquer momento já sobrevoando meus lábios.

- Eu te amo hyung. – Falei. Não era a primeira vez que eu falava aquilo naquela noite, e não seria a última. Aquela frase clichê, muitas vezes solta de forma inconsequente e superficial, era tudo o que eu pensava em deixar claro para JiMin no momento. Precisava que ele entendesse o quanto aquelas três palavras significavam para mim. O que significavam agora, que eu tinha consciência da força delas.

Ele sorriu, apertando seus olhos pequenos, fazendo os mesmos sumirem em seu rosto, que exibiu seu eye smile lindo que me fazia ter vontade de fazê-lo sorrir 24/7.

- E então? Você entendeu? – Perguntou, sempre sorrindo, quando levou a mão ao meu rosto, acariciando ali com um leve toque de dedos. Suspirei curtamente, acenando com a cabeça, confirmando. – Então para de fazer essa cara de condenado. Eu estou aqui,  JungKookie. – Seus olhos brilharam travessamente, e ele ergueu o pescoço, pescando o meu também e abaixando-o. A um centímetro de minha boca, ele parou, e sussurrou: – E eu te amo mais que tudo no mundo.

E quem juntou nossas bocas fui eu, sentindo-o me retribuir de forma ardente. Me deixei colar o corpo ao seu, usando os braços que antes me sustentavam para abraçar seu corpo de forma abrangente.

Ele ergueu o joelho direito enquanto nossas bocas se encaixavam como loucas, me fazendo de certa forma lembrar de seu membro descoberto ali em baixo.

Segui com o ósculo meio afobado, começando de forma lenta a roçar meu membro coberto ao seu, exposto, sentindo com satisfação um gemido baixo contra minha boca evidenciar a excitação voltando aos nossos corpos depois daquela pausa sentimental.

Apertei seu corpo colado ao meu, inclusive as partes baixas. JiMin soltou mais um gemido baixinho, semelhante à um miado de gato. Claramente sorrindo, soltei sua boca com seu lábio inferior entre os dentes, logo voltando a beijá-lo de forma profunda.

Movi a pélvis mais uma vez, e JiMin flexionou os dois joelhos, com mais uma manifestação contra minha boca, que beijava-o sem intervalo. Sorri, cafajeste, soltando sua boca por um momento e mirando-o.

Ele fez careta, mas suas bochechas rosadas não conseguiam enganar; e ah, meu hyung parecia delicioso.

Passei minhas mãos pelas laterais de seu corpo, o pano de sua camiseta se arrugando sob meus dedos. Soltei sua boca num estalo, sentindo a minha latejar em protesto, revogando seu lugar colada à de JiMin.

Desci de forma rápida, escorregando minhas mãos à medida que meu rosto ia chegando à área requisitada. A camiseta era comprida, e cobria de forma parcial seu inferior descoberto por mim anteriormente.

Mirei seu rosto, que estava virado para baixo, me encarando. Molhei os lábios, sorrindo de canto, malicioso. Ele apenas ofegou baixinho, continuando a me olhar com o rosto entre suas pernas flexionadas.

Ainda olhando-o, coloquei a destra abaixo da barra de sua camiseta, esgueirando-a como uma serpente para baixo do pano leve e branco. Colhi seu membro com a mão, ainda encarando-o de forma firme e predatória.

Movi a mão para baixo, parando no ato de bombear na sua metade, recebendo com um sorriso divertido a mudança da cara de deleite de JiMin para uma mais irritada. Cortei o contato visual com ele, ainda com um sorrisinho no rosto, e olhei para a área em que minha mão se encontrava, agora também escondida abaixo do pano.

Soltei seu membro com um aperto leve, notando JiMin ainda mais indignado. Não me abalei, e ainda sorrindo com leveza, levei as duas mãos para o limite de suas nádegas e suas coxas, segurando ali e aproximando meu rosto da área foco de minha atenção, coberta.

Meu olhos estavam semiabertos, minha boca também. Com calma lenta proposital, prendi o tecido entre os dentes, conduzindo-o para cima sem ligar para muita coisa. Levei a barra da peça até metade de sua barriga, soltando-a ali e erguendo os olhos para JiMin brevemente. Ele me observava minuciosamente, parecendo prender a respiração para cada ação minha.

Antes que pudesse sorrir por isso, baixei o rosto de novo, passando com meus lábios por sua barriga, quase sem tocar na mesma, até chegar à sua virilha. Plantei um beijo no canto esquerdo, e só então fingi perceber o garoto ali pedindo atenção.

Ainda com o rosto pairando a poucos centímetros de sua pele, e sem nenhum movimento longo ou mais brusco, beijei a base de seu falo, logo fechando os olhos de forma leve e permitindo que minha língua saísse da boca e acariciasse seu pênis, subindo por ele com a mesma serenidade que preenchia todos os meus atos.

JiMin encolheu os dedos, torcendo um pouco o corpo e movendo seus joelhos por meu toque molhado. Sorri internamente, era tão fácil abalá-lo, tanto no sexo quanto em todo o resto...sim, ele era frágil, por isso eu tinha que cuidar dele.

Cheguei com meu músculo até a ponta de seu membro, não perdendo tempo e circulando a língua pela glande já vermelha e soltando pré-gozo.

- Você vai parar de sair desse jeito. É perigoso. – Disse e ele riu de forma bonita, parecendo não levar muito a sério minhas palavras.

- JungKookie, eu não sou nenhuma garota e não sou feito de vidro. Não vou quebrar. – Brincou, mas eu estava falando sério. No dia anterior aquele inconsequente do Monster hyung se metera numa briga outra vez, e, claro, sobrara para JiMin. Não conseguia entender por que ele continuava a andar com aquele idiotas imaturos.

Quem diria que o imaturo era eu.

- Você acha que pode fazer tudo, mas não pode. – Falei, de forma dura. O sorriso de JiMin vacilou. – Você é fraco sim, e não pode sair fazendo essas coisas arriscadas. – Repeti o que sempre ouvi, com segurança.

O que eu não sabia era que as brigas e as farras não quebraria JiMin. Não como meu controle fascista havia feito.

JiMin não era fraco. Ele era absurdamente forte, para aguentar o que aguentou por tanto tempo e seguir sorrindo.

Apertei os olhos com força, me forçando a voltar ao momento. Voltei a fazer soar as palavras de JiMin em minha cabeça. “É passado, e nós decidimos seguir, juntos, em frente.” Senti o coração aquecer, e colei minha boca à cabeça do pênis de JiMin, sugando de forma leve.

Passei a língua uma vez por aquela caverna que minha boca fazia sobre seu falo, logo descendo o rosto, sentindo minha cavidade abrigar seu membro. JiMin se moveu mais uma vez, gemendo baixinho, impaciente.

Apertei os olhos fechados mais uma vez, e apertei a pele que minhas mãos seguravam. Abri-os, mirando JiMin com um olhar cheio de saudade. Senti como se não o visse há meses, e me vi tentado a abraçá-lo e nunca mais soltar; beijá-lo sem amanhã; cuidar dele e curar de vez a ferida que eu havia feito em nós dois.

Ele me encarou, franzindo um pouco o cenho ao ver minha expressão, levando a mão aos meus cabelos, e enroscando os dedos ali. Entendi aquilo como um pedido, e, espantando meus pensamentos sem sentido, foquei novamente no que fazia.

Subi minha boca por seu falo, descendo-a novamente, e logo subindo de novo. Naquilo, JiMin me interrompeu, puxando meus cabelos e levando minha cabeça (e consequentemente meu corpo) para cima de si. Acompanhei o que ele estava fazendo, terminando com o rosto sobre o seu, mirando-o meio surpreso.

- Mas que menino teimoso. – Foi o único que disse antes de colar nossas bocas, fechando os olhos. Fechei as pálpebras também, ainda meio perdido, e retribuí ao beijo. Ele moveu a boca contra a minha, sem colocar as línguas na jogada, e soltou minha boca, me mirando avidamente. – Se você vai ficar travando assim, eu vou ter que te mostrar à força que te amo ou só te jogo pela janela mesmo?

Abri ligeiramente a boca, mirando-o. Tinha certeza de que não tinha travado por tempo suficiente para que ele notasse. Podia estar errado.

Ou talvez apenas JiMin me conhecesse bem demais.

- Hein? Me responda, JungKook. – Tombou o pescoço levemente, quase colando o rosto ao ombro, apoiado no travesseiro.

- N- – Comecei, meio aturdido. JiMin levou as mãos até atrás de meu pescoço, enlaçando-as ali, e me encarando daquela forma que fazia parecer que ele era um garoto muito bem comportado e inocente. Não o era. Ah, e como me deixava louco. – Não... – Falei, baixando um pouco o olhar, logo mirando-o de novo.

Ele me mirou ainda da mesma forma, como se esperasse que eu agisse, satisfeito. Forcei o corpo para descer de novo, e continuar o que fazia, mas ele apertou meu pescoço, não permitindo que eu completasse a ação.

- Não. – Falou, estranhamente autoritário. – Se depender de você eu vou morrer de ansiedade e você não vai terminar nem o boquete. – Fez um projeto de bico chateado, mirando a parede, e logo voltando a prestar atenção em mim. – É delicioso, Kook, mas você está me tirando do sério hoje.

Recuperado da espécie de surpresa de tê-lo agindo daquela forma (não que fosse incomum, mas sei lá), eu sorri de forma compreensiva. Sabia que aquele tipo de coisa o deixava agoniado, e era engraçado ver suas reações.

- E o que você sugere? – Perguntei, meio provocador, afundando os pensamentos culpados de novo para o fundo da cabeça.

- Que você arrume vergonha na cara e pare de sorrir assim pra mim enquanto eu estou duro desse jeito. – Falou, sério, ainda com os braços sobre meus ombros, em volta de meu pescoço. Soprei uma risada. – Isso não faz bem pro meu coração, você sabia?

Ri de novo, fechando os olhos com o sorriso fortemente marcado na face e selando seus lábios longamente. Minhas mãos abraçaram qualquer vestígio de corpo de JiMin, por baixo da camiseta ainda sobre seu corpo, e eu o apertei, mais uma vez recebendo com alegria o fato de tê-lo ali.

- O que é bom pro seu coração então, hyung? – Perguntei, ainda sorrindo com os olhos fechados próximo de seu rosto.

- Um namorado bonzinho que faz o que eu peço e não fica me torturando. – Falou, forçando um bico e tombando a cabeça.

Sorri de novo, dessa vez mais divertido, e com uma ponta de malícia.

- Ok. – Apertei-o, beijando sua boca de forma rápida e voltando a mirá-lo. – O que deseja, majestade?

- Você dentro de mim seria uma boa. – Falou, e eu me vi mais uma vez ligeiramente surpreso. JiMin sempre fazia piadinhas sexuais e coisas do tipo, mas no ato dificilmente falava muito, quanto mais coisas daquele tipo.

Sua respiração bateu, quente, em meu rosto, e eu senti um vestígio de álcool em seu hálito. Imediatamente liguei aquilo ao meu estranhamento anterior. Havia sentido o ligeiro gosto amargo em meio aos nossos beijos, mas acho que não estava prestando muita atenção. Por um momento me perguntei se era uma boa deixá-lo daquele jeito. Definitivamente estava um pouquinho alterado, mesmo que eu não tivesse notado isso em suas ações antes.

E então ele atacou minha boca, tomando o controle do beijo de forma necessitada, mesmo que razoavelmente calma.

Quer saber? Que se foda.

E movi minha boca contra a sua, apertando-o. Com as mãos dentro de sua camiseta, comecei a subir esta por seu corpo, descolando nossos peitorais e bocas por um momento para que eu tirasse a peça de si.

Uma vez completamente nu, JiMin não perdeu tempo antes de me abraçar de novo, apertando meu pescoço e minha boca contra a sua. Apertei-o de novo, erguendo um pouco suas costas, deixando-o ligeiramente arcado. Desci a mão até o limite de suas costas e sua bunda, erguendo ali.

Minha ação fez com que nossas intimidades se esbarrassem de novo, e JiMin ofegou, junto a mim. Minha calça estava apertada, mais que o normal, e me perguntei por que ainda estava usando aquela coisa incômoda.

Como se lesse meus pensamentos, JiMin soltou as mãos de meu pescoço, descendo-as até o botão de zíper de minha calça, abrindo-os com certa afobação, sempre com nossas bocas coladas.

Desceu a peça por minhas pernas, tendo minha ajuda para retirá-la completamente de meu corpo. Só de cueca, suspirei baixinho, logo voltando a dar total atenção à boca rechonchuda e quente contra a minha.

Apertei o abraço de novo, sentindo nossas intimidades roçarem deliciosamente. JiMin e eu soltamos um projeto de gemido juntos, e eu suguei sua língua, aprofundando ainda mais o beijo já profundo.

Ele levou as pernas para minha cintura, rodeando-a com suas coxas fortes. Coloquei seu corpo lentamente sobre o colchão de novo, soltando do abraço que estava mantendo-o praticamente no ar e sentindo seu abraço de coala me juntando a si de forma que eu podia sentir cada respiração e cada latido acelerado de seu coração.

Levantei uma das mãos até seu rosto, deixando um carinho em seu queixo e descolando nossas bocas. Mirei-o com uma mistura de carinho e desejo, roçando de forma automática e mínima (mesmo que deliciosa) nossos pênis necessitados.

Ele sorriu, um pouco suado. Estávamos suados antes, imagine agora com a excitação subindo a temperatura do quarto daquela forma absurda.

A mão em seu queixo foi para sua bochecha, e então para sua boca, que se abriu sem questionar, deixando que eu colocasse os três dedos ali. Enquanto JiMinnie fazia um verdadeiro pornô com meus dedos, eu trabalhava com o “pornô” de baixo, massageando seu membro com movimentos de vai de vem e circulares, animando a ele e a mim.

Meu dedos estavam sendo sugados e lambidos de forma obcena e reverenciada demais pra serem apenas dedos, e eu logo interrompi as fantasias de JiMin e seus olhos fechados, tirando os dígitos de dentro de sua cavidade quente e molhada.

O que não era problema, já que eles logo iriam para outro buraco quente e molhado.

Lambi o filete de saliva que brilhava em seus lábios, beijando JiMin profundamente por um momento, e levando os dedos  molhados para mais perto de onde nossos membros friccionavam de forma mais lenta que anteriormente.

Soltei sua boca num estalo, abaixando um pouco o corpo, para que fosse mais fácil prepará-lo. Suas pernas afrouxaram de em volta da minha cintura, não soltando-se completamente, e eu acariciei as nádegas redondinhas de JiMin com deleite.

Caralho, que bunda linda. Nunca iria me cansar daquilo.

Com a mão que não estava lubrificada, separei uma das bandas de sua bunda, levando a canhota para perto de seu orifício exposto.

JiMin me olhava com os olhos semicerrados. Mirei-o com um pseudo sorriso que era pra ser malicioso, mas saiu gentil, e acariciei perto de sua entrada com o dedo indicador molhado. Ele pareceu morder o interior da bochecha, desviando o olhar do meu por um momento, mas logo voltando a me mirar.

Foi minha vez de quebrar o contato visual, e com um sorriso fino nos lábios, voltei minha atenção para minhas mãos, que sondavam o inferior de JiMin.

Ele apertou meu ombro fracamente, como numa autorização (e até um incentivo para que eu fosse mais rápido com aquilo). Molhei os lábios, sentindo minha franja comprida cobrir meus olhos para si, e com um último carinho singelo, adentrei seu buraco com primeiro dedo.

A saliva ajudou, mas foi difícil. JiMin tentava a todo custo me expulsar para fora, e meu dedo deslizou de forma lenta e meio travada para dentro de si. Ele comprimiu um gemido baixinho, apertando meus ombros de forma dolorida. Olhei para ele, levando a mão que estava em suas nádegas para sua coxa esquerda, acariciando ali de forma firme, mas gentil.

Olhei para ele, que tinha os dentes levemente trincados, mas me devolveu um olhar determinado, e até meio repreensor. Como se perguntasse por que eu estava hesitando.

A verdade era que fazia mais ou menos um mês que JiMin não ficava naquela situação, e eu o compreendia plenamente quanto à dor. Mas também entendia que ele não aceitaria que eu o tratasse como um virgem de primeira viagem, e odiava quando eu o tratava como se fosse de porcelana, então apenas abaixei o rosto de novo, me concentrando no que fazia.

Meu dedo mal conseguia se mover ali dentro, mas de alguma forma consegui (como de todas as incontáveis vezes antes) abrir espaço suficiente para que o dedo médio fizesse companhia ao indicador. JiMin se contorceu, dolorido, enquanto eu suava para mantê-lo com o mínimo de dor.

Mas caralho, eu sabia como aquilo doía.

Baixei meu rosto até o abdômen de JiMin, beijando ali duas vezes antes de começar a mover os dois dedos em tesoura, tentando alargá-lo. Ele comprimiu a barriga, ainda soltando seus ofegos/protestos pelos invasores em si, mas levou uma das mãos até meus cabelos, afagando ali antes de segurar meus fios firmemente.

Meus dedos apertavam as coxas de JiMin com força inconsciente, e deixariam marcas depois, mas eu apenas mantive-os ali enquanto meus dentes corriam superficialmente por sua barriga dura, movendo meus dedos dentro de si.

Ele soltou um barulho parecido com um rosnado, erguendo um pouco o tronco, e entendi isso como uma mensagem para que terminasse logo com aquilo. Adicionei o terceiro dedo, mordendo o lábio de forma dolorida ao ouvir o gemido de dor de JiMin.

Expirei, abrindo os olhos e forcei meus dedos a se moverem. JiMin se contorceu de novo, mas o aperto em meus cabelos eram um claro recado para que eu não me atrevesse a parar, senão me veria com ele.

Fechei os olhos de novo. Mesmo sabendo que mais tarde ele se sentiria bem, odiava vê-lo com dor daquela forma.

Mas eu também estava dolorido, e caralho, até a cueca parecia muito pano para meu pau duro ali em baixo.

Sentindo-o um pouco mais aberto, parei de abrir os dedos dentro de si, e me atrevi a subir de descer os dedos em sua cavidade apertada. Ele miou como um gatinho, apertando mais meus cabelos, e eu olhei para ele.

Seus olhos estavam fechados, e seus dentes apertados. Seu pescoço brilhava de suor, mas assim que notou que eu o mirava, relaxou a expressão numa meio ameaçadora para mim: seus olhos pequenos semicerraram, como se me desafiasse a fazer o que eu estava planejando fazer: parar na metade.

Eu poderia me virar no banheiro sozinho depois. Só nunca tinha sentindo aquele começo doloroso parecer tão longo e tortuoso.

Mantive meu olhar levemente pesaroso, parando de mover meus dedos. Ele estalou a língua, puxando-me para cima, até que nossos rostos estivessem na mesma altura. Meus dedos deslizaram para fora de si, sentindo frio ao entrar em contato com o ar.

- Me escuta aqui. – Falou, a voz meio rouca. Seu rosto a pouquíssimos centímetros do meu. – Eu estou ficando cansado dessa merda, JungKook. Eu não sou de vidro, não sou qualquer garotinho que vai te xingar se você for rápido demais; Porque é isso o que seu garotinho aqui está dizendo que você quer. – Levou a mão direita até meu pênis, que doeu com seu toque leve. JiMin sorriu de lado com minha careta necessitada que escapou por um momento. – Eu já fiz isso milhões de vezes, e você também. Fizemos juntos, JungKook, então para com essa palhaçada e me fode de uma vez, senão eu vou perder a paciência e fazer eu mesmo.

Meu queixo não caiu, mas apenas porque sua canhota estava sob ele, mantendo meu olhar fixo no seu. Mirei-o meio atônito, e ele manteve sua expressão séria e ameaçadora.

Engoli em seco, baixando o olhar sob o seu opressor. Ele ergueu o meu rosto de novo, fazendo-me mirá-lo. Senti seus lábios nos meus com a velocidade da luz, e com essa mesma pressa, fechei os olhos, retribuindo.

 Ao contrário de seu tom ou suas palavras, o beijo de Jim foi gentil e paciente, como se tentasse me passar confiança e calma.

Até porque, eu sabia que ele estava preocupado, e...magoado.

Algo estalou em minha cabeça naquele momento, e eu quebrei o beijo, descolando nossas bocas de forma lenta, olhando para ele, que tardou um segundo a mais que eu para abrir as pálpebras.

Seu sorriso foi sem graça e com pesar escondido. Senti meu coração apertar, e mantive meus olhos profundamente fixos aos seus.

Ele me mirou na mesma intensidade, e então seus olhos brilharam em futuras lágrimas, e ele soltou um riso engasgado, como se fosse chorar.

- Porra. – Reclamou, baixando o olhar triste. Pow. – Por que você simplesmente acredita em mim e acaba com essa merda, JungKook? Você tem noção do quanto dói te ver inseguro desse jeito? – Levantou o olhar, deixando escorrerem algumas das lágrimas. – Tem ideia do quanto eu me sinto inseguro também com você assim?

- Hyung... – Chamei, num fio de voz. Seus olhos me miravam com firmeza apesar das lágrimas tristes, e eu passei os dedos sobre suas bochechas, limpando algumas. Nossas respirações poderiam se misturar, mas eu o mirava, estudando cada pedacinho de sua expressão. Eu só o estou machucando mais, não é? – Eu...eu só queria ser melhor pra você. – Comprimi os lábios frustradamente, e tombei a cabeça cansadamente ao lado de seu rosto.

Seus dedos curtos moveram-se levemente sobre meus ombros desnudos, logo subindo para meus cabelos.

- Kook. – Chamou, e eu olhei-o após alguns segundos tardios. Seus dígitos passaram por meu rosto, e eu fechei os olhos, aproveitando daquele carinho. – A gente não tem que mudar por quem ama, porque quem ama entende, aceita e respeita. – Falou, gentil, e eu olhei-o.

- De onde você decorou isso? – Perguntei, sorrindo de canto, mas sentindo meu peito aquecido, e uma súbita vontade de acompanhá-lo em suas lágrimas.

- Aish. – Ele sorriu de súbito, batendo levemente em meu ombro. – É uma verdade universal, JungKook. Só você que parece ter esquecido disso. – Falou, e eu abaixei a cabeça, meu sorriso morrendo imediatamente.

Eu havia tentado mudá-lo antes. Isso apenas me fazia aluem pior.

Sem me dar um segundo a mais para me lamentar, JiMin puxou meu rosto para cima de novo, me olhando com determinação, mesmo que não estivesse mais grosseiro.

- Ah não. Já conversamos e você sabe muito bem o que eu acho disso tudo. Ou você tem alguma fissura por ficar desenterrando assuntos que deviam estar mortos há muito tempo? – Mirei-o sem expressão, e ele amansou a sua num sorriso compadecido. – Porra, JungKook. O que eu preciso fazer pra você entender que estou aqui porque quero e porque gosto, garoto teimoso? – Se inclinou um pouco, selando minha testa. – Eu juro que se ficar fazendo isso eu vou perder a paciência.

Olhei-o por um momento, mirando religiosamente seus olhos sempre sorridentes e sua boca gordinha, curvada em apoio para mim no momento. E sempre.

Fechei os olhos, e suspirei.

- Você tem certeza de que está tudo bem ficar assim, hyung? – Perguntei, baixinho, ainda com os olhos fechados.

- Você sabe que é uma falta de respeito duvidar de mim desse jeito, JungKook? – Respondeu com uma pergunta, com um sorriso na voz. Ele fez força, e num segundo eu estava abaixo de si, mirando-o com os olhos levemente arregalados. – Cala essa boca e faz favor de parar de estragar o clima, senão eu vou ficar realmente zangado.

E ergueu-se, retirando minha cueca e largando-a longe da cama, logo se posicionando sobre mim.

Mirei-o, aproveitando de seu sorriso. Ele estava nu sobre meu abdômen, com as mãos em meu peito, sorrindo radiantemente.

 - Você? Zangado? – Perguntei, com uma ponta de deboche brincalhão. No fim, ele sempre conseguia me deixar mais relaxado.

- Não duvide. Eu estava quase perdendo o controle agora a pouco. – Alertou, seu sorriso matando qualquer ameaça presente.

Ele moveu sugestivamente seu corpo para mais baixo em meu abdômen, aproximando mais um pouco sua bunda de minha virilha. Levei as mãos até seu quadril, sorrindo fracamente, salivando com a visão que tinha. JiMin era realmente lindo.

- Eu que vou perder o controle se continuar assim. – Soltei, rouco, hipnotizado com as ligeiras reboladas que ele fazia sobre minha barriga. JiMin soltou uma risadinha, apoiando-se em meu peito e descendo mais um pouco a bunda, até o começo de minha virilha.

- Isso seria ruim, JungKookie? – Perguntou com falsa inocência, rebolando e tocando alternadamente minha glande com suas nádegas fartas.

Olhei para baixo de mim, tentando enxergar algo do que se passava ali, pouco conseguindo ver. Joguei minha cabeça contra o travesseiro de novo, mirando-o um pouco ofegante. Minha ereção doía como o inferno, e quase parecia se mover sozinha para encontrar a entrada de JiMin.

Ele sorriu de novo, travessamente, e impulsionou-se para trás, acertando meu caralho com força, mesmo que eu não tivesse adentrado-o.

- Diga você. – Respondi, com a voz levemente falha. – É você que vai sofrer as consequências. – Meus olhos estavam vidrados em seus quadris, que se movimentavam pecaminosamente.

- Hm... – Ele fingiu pensar, erguendo o olhar e fazendo um biquinho. – Acho que vou me arriscar, mas... – Sorriu, ladino, e levou a mão até meu pau, descendo-a nele uma vez, me fazendo ofegar. Passou a língua sobre os lábios, elevando o corpo e direcionando-o lentamente para trás e cima, pairando com seu ânus a poucos centímetros de meu falo duro. – Acho que o controle vai ficar comigo mesmo, JungKookie.

Terminou a fala transbordando luxuria, e não me deu sequer chance de respirar antes de descer com tudo sobre meu pênis extremamente excitado.

Não contive o urro que saiu de minha boca naquele momento, e logo olhei para JiMin, que apertou os olhos por um momento, se acostumando ao volume bem maior que meus dedos. Ao notar meu olhar sobre si, ergueu um pouco o nariz teimosamente e experimentou mover-se uma vez.

Sua careta foi disfarçada, mas mesmo que eu a tivesse notado, não era nem louco de ficar demonstrando preocupação naquele momento. Sabia que JiMin me mataria.

Então apenas segurei suas coxas lindas, observando seu corpo suado e sexy começar a se mover para cima e para baixo, inicialmente de forma lenta, e depois...ainda de forma lenta.

Torci o nariz e a boca, sentindo todo o meu corpo aquecer em ansiedade para que ele se movesse mais rápido. Porra, eu estava excitado pra caralho, ele ia ficar regulando?

 Olhei para ele, que mantinha um sorriso sacana e vitorioso no rosto. Ah.

Não era exatamente aquilo o que eu queria dizer quando falei de perder o controle, mas acho que era justo. JiMin não deixaria aquilo fácil para mim. E eu sabia que merecia.

Mesmo assim, subi minhas mãos para sua cintura, numa tentativa de comandar a velocidade, mas JiMin manteve-se firme em seus movimentos retardados, claramente se divertindo com minha cara sofrida.

Mirei-o de forma dura, que me respondeu apenas com outro sorriso sacana. Como em provocação, seus dedos tocaram levemente meu abdômen, arrepiando a pele por onde passava. Seus dígitos deixavam em mim um rastro de fogo, e eu podia muito bem enlouquecer naquele momento.

Trinquei os dentes, fechando os olhos e respirando fundo antes de erguer meu corpo num impulso, segurando JiMin contra mim, e mirando seus olhos de forma próxima e firme.

Ele me retribuiu de forma ligeiramente surpresa, que logo se desfez num sorriso quando recostei-o sobre a cama de novo, calmamente.

- Estou tomando o controle, hyung. – Falei, sereno, recebendo de si outro sorriso divertido. Passei minha mão pela lateral de sua coxa, erguendo-a e colocando sobre meu ombro, apertando a mesma para firmá-la ali.

- Você é um garoto impaciente, JungKookie. – Ele falou, gemendo baixinho quando estoquei-o uma vez, fechando os olhos e mordendo os lábios.

- Olha só quem fala. – Sorri de canto, jogando meu quadril sobre ele mais uma vez, profundamente. Ele gemeu mais alto, virando o rosto no colchão.

- No fim somos dois impacientes. – Falou, e sorriu para mim mais uma vez. – O que estamos fazendo tão devagar?

Passei a língua sobre meus lábios secos, sorrindo cafajeste.

- Obrigado. – Falei, e estoquei-o mais uma vez, logo mandando outras seguidas dessa, rapidamente, ouvindo com deleite JiMin gemer em bom som. Deixei que sua coxa deslizasse para fora de meu ombro, me curvando sobre si, cobrindo seu corpo com o meu, até chegar ao seu ouvido. – Mais baixo, hyung. Lembra de quando a omma ouviu? – Falei, no pé de seu ouvido, sentindo-o acenar fraquinho, ofegante como eu.

Sorri, e estoquei-o mais uma vez, forte, sentindo seu ponto doce. Ele gemeu alta e prolongadamente, e eu ri baixinho, passando minhas mão pelo desenho de sua cintura.

- Filho da puta. – Rosnou em meu ouvido, recebendo mais uma risadinha de minha parte.

Selei sua bochecha com os olhos fechados, correndo meus lábios por sua pele até seus lábios rubros. Ele capturou minha boca num beijo, e eu movi meu quadril de forma mais lenta pela posição, retribuindo-o apaixonadamente.

Sem quebrar o contato, abracei suas costas, erguendo-o do colchão, e me ajoelhei na cama, sentando-o em meu colo.

Ainda abraçando-o com tudo o que tinha, soltei sua boca com um suspiro, abrindo os olhos e mirando seu rosto um pouco mais alto que o meu. Ele sorriu de canto e levou as mãos aos meus ombros, enquanto as minhas desceram até sua cintura.

Com seus joelhos, ele forçou o corpo para cima, logo descendo sobre meu falo, e repetindo a ação. Eu gemia junto dele, sempre acompanhando-o com os olhos e as mãos que ajudavam seus movimentos.

Ele gemeu ao sentar mais bruscamente, revirando os olhos quando acertei sua próstata. Subi seu corpo de novo, descendo-o com força, acertando-o de novo. JiMin ofegou, gemendo sem controle, e eu aproximei minha boca da sua, beijando-o e calando um gemido seu de súbito.

Ele terminou de gemer manhosamente dentro de minha boca, respirando pesadamente. Levei uma das mãos para sua nuca, movendo minha boca sobre a sua, sentindo o suor em seu pescoço contra minha mão.

- JungKook- – Ele tentou falar, soltando nossas bocas rapidamente, que logo foram unidas de novo por mim.

- Shh... – Falei, rodeando sua língua com a minha e movendo levemente meu quadril contra o seu, movendo milimetricamente meu pênis dentro de si. Ele gemeu baixinho. – Eu também te amo, hyung. – Segredei contra sua boca.

Ele soltou nossas bocas, me mirando de forma forçadamente incrédula por um momento. Logo soltando um sorriso e balançando a cabeça em negativa.

- Convencido. – Disse, num sorriso, mas não falou mais, deitando a cabeça contra meu ombro e me abraçando.

Ri curto, beijando sua nuca descoberta, e segurando sua cintura com firmeza, voltando a mover seu corpo contra o meu. JiMin apertou meu pescoço, gemendo baixinho contra ele. Nosso sexo fazia um som molhado, excitante, delicioso. Senti-lo por dentro era a melhor sensação do mundo depois da de ver seu sorriso todos os dias.

Ah, JiMin. Você me deixa completamente louco.

Ele voltou a me ajudar nos movimentos, forçando seus joelhos para subir e descer aquela bunda gostosa em meu pênis, ainda apertando meu pescoço e com o rosto escondido ali.

Senti sua boca quente ofegar contra meu pescoço, gemendo baixinho antes de morder a área, movendo a boca ali. Gemi curto, ofegando quando ele começou a rebolar em meu colo de novo, sua boca molhada me enlouquecendo o restante de minha lucidez.

Apertei sua coxa com a destra, levando a canhota até o meio de nossos abdomens e segurando o falo ereto de JiMin ali. Subi e desci minha mão em seu pênis no mesmo ritmo que ele sentava em mim, sentindo com satisfação seus gemidos ficarem mais desesperados, ofegantes e incoerentes.

O choque de nossos corpos parecia um tempestade molhada em meus ouvidos, e eu senti-os filtrando para fora qualquer som além dos gemidos deliciosamente entregues de JiMin.

Ele gemeu, interrompendo-se e ficando imediatamente tenso de todo corpo. Senti seus dedos dobrarem com força contra meus ombros, e acelerei a masturbação em seu falo, assim como ele tentou acelerar sua subida e descida.

Tentou, porque seu corpo já tinha tantos espasmos que ele sequer teria se mantido sentado se não fosse eu o segurando.

Segurei firmemente sua cintura, trabalhando com a outra mão de forma acelerada em seu falo. JiMin tinha o rosto virado para o teto, coma boca aberta em contínuos gemidos soprados. Um filete de saliva escapava dali, dando-lhe um aspecto ainda mais enlouquecedor.

Levei o rosto até seu pescoço exposto e beijei seu pomo de adão, forçando com a destra seu corpo para baixo com força e exatidão, acertando seu conhecido ponto doce. Ele gemeu arrastado, e com mais três bombeadas minhas em seu falo, desfez-se em gozo branco.

Seu corpo imediatamente amoleceu, e ele se deixou tombar sobre mim, ofegante. Acomodei-o em meu ombro, sentindo-o ronronar baixinho. Mordi o lábio, e, abraçando suas costas, deitei-o sobre o colchão com delicadeza.

Retirei-me de seu interior. Eu ainda não estava aliviado, mas JiMinnie parecia cansado.

Levei a mão ao meu pau, olhando para ele sem expressão, apenas aproveitando aquela visão linda e usando-a para concluir aquilo e me juntar a ele.

JiMin me observou, ofegando, e fez uma careta ao notar minha intenção. Forçou o corpo sobre os cotovelos, logo virando-se de barriga para baixo e engatinhando de forma fraca até mim.

Olhei-o de cima, que me mirou apenas uma vez antes de baixar o rosto, e sem hesitar, desceu a boquinha por meu pênis duro.

Minha mão que estava ali se mudou para seus fios negros e suados, acariciando ali e afastando-os de sua testa igualmente molhada. Ele ergueu os olhos, subindo e descendo a boca de forma lenta sobre meu falo.

Sorri fracamente, e ele apenas apertou os olhos, voltando a prestar atenção no que fazia. Comecei a ficar mais animado, sentindo sua cavidade abrigar meu pau, aquecendo-o e explorando as veias saltadas com a língua.

Minha mão sobre seus cabelos foi apertada, avisando JiMin, que aumentou o ritmo. Eu estava quase lá, e só a visão dele de quatro me chupando era suficiente para me levar ao paraíso.

Ele engasgou levemente, se recuperando imediatamente e voltando com seu ritmo acelerado. Me preocupei por um momento, mas logo qualquer pensamento foi quebrado junto do gemido rouco que escapou de meus lábios.

JiMin segurou minhas duas coxas, chupando minha glande, e logo voltando a me masturbar com sua boca macia. Joguei a cabeça para trás, gemendo mais uma vez, apertando os cabelos de JiMin e ajudando-o a mover-se. Estava a ponto de gozar, meu corpo tencionava de ansiedade e eu sentia vontade de foder aquela boca com tudo, sem me importar em matá-lo engasgado.

E antes que eu pudesse enlouquecer de vez, me desfiz em grande quantidade na boca de JiMin, que engasgou pela falta de aviso, mas engoliu o que pôde do sêmen.

Olhei-o, ofegante, mal me aguentando ajoelhado. Ele elevou o rosto, que estava bastante manchado de meu líquido branco, e lambeu os lábios, sorrindo sacana em seguida.

Puxei-o para cima, beijando seus lábios de forma firme, sentindo minha pouca respiração se esvair. Ele levou as mãos ainda meio trêmulas para meus cabelos, retribuindo ao beijo, e eu abracei-o corretamente, sentindo nossos abdomens melados se unirem como um.

Como o um só que éramos.

Soltei sua boca, ofegante, e mire-o, recebendo um olhar igualmente profundo de sua parte.

E então os dois rimos, e JiMin me beijou de novo, deixando-se tombar ao meu lado no colchão.

Ficamos frente a frente, com minha mão sobre sua cintura de forma preguiçosa, e a dele em meu ombro. Ambos sorríamos, ofegantes.

Subi a mão de sua cintura para seu rosto, limpando o pouco gozo que sobrara ali, com um pedido de desculpas no olhar. Ele apertou os olhinhos em meias luas, indicando que não tinha problema.

Puxei-o para mais perto, selando sua testa antes de deitar de barriga para cima, mirando o teto triangular de tábuas brancas da casa. JiMin se acomodou ligeiramente sobre mim, com a cabeça deitada em meu braço, e eu abracei-o, suspirando.

Sua mão foi para minha barriga, acariciando ali de forma distraída. Ele se divertia silenciosamente quando eu contraía os músculos do abdômen, reagindo ao seu toque.

- Tem forças pra continuar treinando? – Sua voz aguda soou, quebrando nosso silencio confortável. Olhei para ele, parando os carinhos que fazia em seus cabelos. Encarei-o tentando decidir se ele estava falando sério. JiMin soltou uma risadinha. – Brincadeira amor. – Amor. Não era um apelido comum entre nós, mas era agradável. – É que você estava tão entusiasmado com essa coreografia...

E virou o rosto para o teto, pensativo. Olhei-o, logo suspirando.

- Vou faltar aula amanhã pra treinar então. – Falei, recebendo como reação imediata o olhar assustado de JiMin. Ri curto de sua expressão descrente. É, devia ser estranho ouvir que eu faltaria aula pra aprender a dançar. O mundo dá voltas, não? – Se bem que eu preciso falar pro Jin hyung tomar cuidado com o Monster...acho que vou ter que ir. – Falei, pensativo, e JiMin riu baixinho.

- Sempre SeokJin, sempre SeokJin... – Fez um biquinho, logo sorrindo. – Você parece o Mon hyung.

- O que é isso, huh? – Olhei-o, divertido. – Ciúmes, JiMin? – Ele riu. – E eu não sou doente feito o hyung. Ele precisa se tratar, parece um drogado.

- Uhum. – Ele falou, manhoso, me abraçando com mais força. Sorri. – Não falte aula por isso, é besteira. – Disse, já com os olhos fechados sobre meu peito.

- Mas eu não sei fazer aquele passo, hyung. – Falei, chateado ao lembrar. – Não sei o que acontece, simplesmente não consigo pegar.

JiMin ficou em silêncio por um momento, o que me fez pensar se ele não havia caído no sono, mas sua voz soou de novo, depois de alguns segundos quietos:

- Você só erra porque não confia em si mesmo, JungKook. – Falou, sereno, olhando para a parede ao nosso lado, ainda deitado em mim. – Em todos os sentidos. – Olhou para mim, logo sorrindo confortadoramente ao ver que eu havia entendido. – Você é bom em tudo o que faz, Kookie.

- Tudo? – Perguntei, maliciosamente. Estava processando suas palavras, e sentia meu peito aquecido por elas, mas não perderia a chance de brincar com meu hyung.

- Tudo. – Ele soltou uma risada gostosa, e eu sorri, beijando seus cabelos e entrelaçando nossos dedos.

No final, eu realmente me apaixonei por um idiota como JiMin. Eu, o mais idiota de todos, me apaixonei pelo mais belo e encantador deles.

 

 


Notas Finais


Tenderam a piada das notas? Não? Aaah...
FODA-SE. ENFIM. CURTIRAM? AMARAM? ODIARAM? QUERO SABER!!!! (e ignorei a quantidade desnecessaria de exclamações, é que eu to eufórica. Postar é tão bom!)

Sobre JiMin e JK, eu apenas tenho a mencionar aquela frase super poética que os dois cantam juntos em "Rise of Bangtan"... CAUSE WE GOT FIRE, FIRE, FIRE!!!!!!

mds, alguém me mata.

Sei que vocês não estavam esperando isso e que eu deixei vocês curiosos e um pouco afobados no cap passado, mas eu estou planejando esse especial faz teeeeempo (notaram que o anterior foi o 12 e esse é o 24? Notei isso agora AH Ah é? Legal Lu. Foda-se)
Caralho gente fina, foi MUUUUUUITO tenso escrever essa bosta mano (isso, o lemon). Sérião. Mas mal posso esperar pra fazer o próximo, recheado de tretinhas e foguinhos no cu pra tus <3

Bom, espero que não tenha matado ninguém com essa demora, e espero que ninguém venha me matar '3'
XOXO, OUÇAM MONSTER, LUCKY ONE, ARTIFICIAL LOVE, HEAVEN E TODAS ESSAS BOSTAS LINDAS QUE SAÍRAM FAZ ALGUNS DIAS <3 TÁ BÃO DEMAIS.

(Jia saiu do Miss A e 4M vai desbandar. Não se surpreendam se eu voltar toda emo gotica pra vocês no proximo cap).
É isso! BEIJO PRA QUEM QUISER. COMENTEM. RECOMENDEM PROS AMIGUINHOS. OUÇAM MONSTA X. VIREM EXO-SOFRIMENTO-Ls.
EEEEEE TCHAU! ^^


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