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História Dependency - One-shot


Escrita por: AkemyHanato

Notas do Autor


Sobre minha outra fic;
Não, eu nao a abandonei... so parei um pouco com a escrita hehe
Eu andava com o tempo muito corrido e talz e talz, mas agora pretendo voltar pra esse mundo (eba dnv)
Quando dou dessas eu costumo escrever mini historinhas pra me "aquecer" que nunca posto, mas dessa vez curti o resultado e decidi por aqui... Espero que curtam tmb :D


Boa leitura

Capítulo 1 - One-shot


Talvez eu tenha mesmo desprezado seu amor, talvez até hoje eu não entenda o significado do que você sentia por mim.

Naquele dia, depois que saiu pela porta jurando jamais voltar, eu sorri, suspirei aliviado e me sentei com as mãos soltas ao lado do corpo pensando que finalmente estava livre de um tormento. Jamais me enganei tanto. Não demorei muito para sentir um desconforto e, como a anos fazia, ir atrás do álcool para tentar resolver meu problema.

Depois de uma semana eu já havia juntado todas as suas coisas em uma caixa que esperava sua hora ao lado da porta, todos os dias quando saía ou chegava em casa olhava para aquele pacote e, mesmo estando longe demais para isso, sentia o seu cheiro doce invadir meus sentidos e seus olhos perolados virem a minha mente. Pensava pelo menos duas vezes por dia que tinha que me livrar daquilo, O que eu ainda fazia com suas lembranças dentro da minha casa? Mas havia algo não me deixava jogar aquilo para longe, simplesmente não conseguia... e então, mentia para mim com desculpas fajutas como que "não tinha tempo, depois eu faria".

Na segunda semana seu nome não saia da minha cabeça, chamava minhas funcionárias, amigas e até mesmo amantes de Hinata... era tão frustrante... Já teve a sensação que não conseguia controlar seu próprio corpo? Que havia algo mais forte ali lhe induzindo a um certo caminho? Que algo faltava?...

Foi na terceira semana, quando lhe encontrei andando pelas ruas com outro homem e um sorriso tranquilo no rosto, que notei que algo estava errado. Você, que sempre tinha me amado, havia superado-me tão rápido que parecia nem reagir mais a menção de meu nome e eu... eu não a amava... pelo menos pensava que não. Enquanto você vivia sua vida inabalável eu acordava as noites com sua imagem desaparecendo na escuridão.

Já havia se passado um mês quando você me ligou, senti um calor surgir ao ouvir sua voz e, mesmo tentando parecer indiferente, eu tremia ansioso com o que suas palavras diriam. Meu sorriso morreu ao saber que estava apenas preocupada com seu vestido lilás, aquele que eu sempre amei... Indiferente lhe entreguei o vestido na porta de minha casa.

O que estava acontecendo? Por que você estava tão tranquila? Será que jamais havia me amado de verdade?...

Foi com aquelas perguntas que passei os próximos dois meses, olhando vez o outra o seu enorme sorriso nas fotos que tirou ao meu lado enquanto eu apenas observava a lente sem emoção.

Naquela tarde quando abri uma de minhas redes sociais finalmente descobri o que era aquilo que me apertava nos últimos três meses quando vi o sua alegria ao lado de um garoto tão feliz quanto, ele a abraçava como se você fosse a coisa mais importante de sua vida. Nada me dizia aquilo, mas eu sabia que ele era o novo "eu" em sua vida. Jamais imaginaria que fosse possível sentir algo tão forte apenas por ver uma foto. Foi ali que percebi que meu maior erro foi ter rido sarcasticamente quando você foi embora. Mas não fazia diferença, meu orgulho jamais deixaria que você soubesse disso.

Eu encarei aquela imagem tempo suficiente para decorar o rosto do homem que parecia lhe fazer tão feliz, até que percebi a situação em que me encontrava e, com um soco no teclado, me levantei. Naquela noite bebi como vinte homens, comi uma garota na escada de incêndio e arrumei uma briga que me rendeu uma pequena cicatriz no canto do olho esquerdo. Quando voltava para casa acertei o carro em um poste, era como se tudo para aquele dia estivesse predestinado, desci e observei o estrago por poucos segundos antes de lhe acertar um murro destruindo o vidro da traseira e juntando vários cortes em minha mão. Sem ter muito mais o que fazer me sentei na calçada e por ali fiquei pelo que pareceu três horas.

Sem aviso prévio, um homem que andava cambaleante pela rua na minha direção sentou-se ao meu lado e lá ficou. Alguns minutos de silêncio depois ele me encarou, abriu um sorriso podre e esticou a mão suja para mim dizendo que "era tudo o que ele tinha, mas talvez fosse o que eu precisava". A sensação era incrível... como se você estivesse ali ao meu lado me abraçando e dizendo que tudo acabaria bem... como se nunca tivesse me deixado...

Sempre neguei quando as pessoas diziam que a maconha era a porta de entrada para as outras drogas... e nego até hoje, a porta de entrada pode ser qualquer coisa que um dia funcionou melhor. Quando aquilo já não bastava para que eu conseguisse sentir seu cheiro mesmo sabendo que outro homem fazia isso a quilômetros de distancia, eu fui atrás de algo melhor... não é muito difícil quando se tem dinheiro.

Descobri da pior forma minha predisposição para doenças resultantes de certas drogas e não demorei mais de quatro meses para ir parar em um hospital. O médico que me atendeu já me conhecia e disse que achava "impossível alguém fazer isso com a própria saúde em tão pouco tempo", ele perguntou como eu havia chegado naquele nível e eu apenas sorri como se dissesse que "era um preço justo a se pagar pelas sensações". Em menos de uma semana precisei ser levado novamente e quando o médico questionou o por que de eu estar fazendo aquilo respondi com um "quero ver até onde meu corpo aguenta"... seu olhar de terror trouxe calafrios inclusive em mim.

E então visitar o médico se tornou rotina, pagava pessoas em que podia confiar que a cada visita me aconselhavam um centro de recuperação diferente, algumas chegaram a me apresentar mulheres pensando que me ajudariam, mal sabia que só me trouxeram cada vez mais a sensação de que você era insubstituível.

Foi depois de um ano que desmaiei a primeira vez, vencendo a previsão de oito meses do médico, e naquele dia beirei a morte. Passei a ser observado semanalmente, o que pareceu dar certo nos primeiros dois meses, até que eu tive, como sempre, a sensação de que o que eu usava já não me bastava. Foi como assinar um contrato com a morte mas... naquela altura do campeonato, eu já começava a pensar que ela estava demorando demais.

E então novamente eu desmaiei, passei horas caído em casa até que alguém sentisse minha falta na empresa e quando finalmente fui levado ao hospital já era claro que meu tempo chegava ao fim. Depois de três dias em coma precisei ficar em observação no hospital ligado à infinitos aparelhos onde o máximo que eu podia fazer era erguer a coluna apertando um botão, sentia a dependência me consumir a cada minuto e na primeira noite me levantei na ideia de fugir daquele lugar.

Assim que me ergui dei de cara com olhos negros e desesperados, me assustando ainda mais quando notei que se tratavam dos meus olhos, ao lado da cama havia um espelho. Meu rosto fundo me lembrava da refeições que eu não havia feito, a palidez e a boca seca... no que eu havia me tornado?...

Então eu ri, imaginei como seria se a algum tempo atrás alguém me dissesse que esse seria meu fim, em um hospital fajuto com a aparência de alguém que deveria ter morrido a muito tempo.

Me deitei novamente conformado de que aquele era o fim.

No dia seguinte o médico sentou-se ao meu lado e tentou me dizer simpaticamente que eu teria apenas alguns dias de vida e que deveria utilizar meus últimos momentos para estar perto de quem amava. Aquilo me fez pensar por horas, eu já não tinha pais a muitos anos e meu irmão estava em outro país subindo na vida e, de todos os modos,... ele certamente não era alguém que eu queria ao meu lado nos últimos momentos. E então sua imagem invadiu minha mente, seu lindo sorriso e seu olhar de simpatia, e foi você que eu pedi para que chamassem.

Já fizeram oito dias.

Queria poder lhe ver uma última vez e sentir o mínimo de seu toque, me esquecer de todos os problemas por um momento... mas entendo que não poderei fazer isso. Acredito que tem seus motivos para ignorar meu convite e que certamente não mereço o seu tempo.
Eu só desejo que seja feliz e que esse novo homem que toca o que um dia foi meu retribua o seu amor como eu jamais fiz... que ele consiga ser um terço do que você é.

Escrevo apenas para que saiba que eu, mesmo dizendo o contrário, sempre lhe amei, que é uma garota incrível e que fui um estupido por não perceber isso antes. Quero que entenda que a culpa é minha e cheguei onde estou pelas minhas terríveis decisões.

Tentei me enganar até o último momento dizendo que era você quem precisava de mim e apenas depois de lhe perder percebi que você jamais dependeu de mim e sim eu de você. Esse foi meu erro, fechar os olhos e viver dentro de meu ego.

Queria ter coragem para entregar isso em suas mãos enquanto encaro seus olhos perolados por uma última vez, queria poder garantir que essa carta chegasse até você, queria não jogar isso pela janela e deixar os ventos darem um fim merecido a esse pedaço de papel... queria que a história tivesse sido diferente...

... agora quero apenas que saiba que até depois do fim eu a amarei.


Notas Finais


Como faz tempo que nao escrevo nada não sei muito bem o que comentar dessa one... só espero mesmo que tenham gostado ;)


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