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História Depois da Destruição - Prioridades


Escrita por: ktaecori

Notas do Autor


GENTE!!!!!!!!

270 favoritos. Vocês são lindos, sim? Muito obrigada. <3

E me desculpem a demora, maaas eu estava em semana de provas na escola, teve torneio de vôlei, uma premiação de um projeto de inglês, ENEM, além de uma feira de ciências e uma viagem que eu tive que fazer por questões de saúde. Ou seja, totalmente sem tempo. E, como vocês já sabem, meu notebook estava dando alguns problemas, então tive que comprar um novo.

Ah, e eu não respondi por que iria apagar, mas obrigada a todos que comentaram aquele aviso, li tudo e só tenho a reforçar que vocês são lindos. <3

Esse capítulo não tem nada de relevante para a estória, a não ser os momentos de divagação da Sakura sobre as próprias prioridades, tanto é que tem mais falas do quê narrações. Acho meio tipo pombo, mas fazer o quê? É necessário. Também preenchi um ou dois buraquinhos na estória, já que nós realmente estamos na reta final e eu não quero deixar nada incompleto. Por isso, vou precisar reler a estória toda antes de escrever o próximo capítulo, mas estou praticamente de férias, então acho que vou ter tempo para fazer tudo com tranquilidade.

Desculpem-me os erros.

Espero que esteja bom.
Boa leitura! <3

Capítulo 30 - Prioridades


Sakura não se lembrava de, na manhã seguinte, ter aberto a boca uma vez sequer, com exceção de quando estava escovando os dentes. Não estava com fome, muito menos queria falar com alguém. Sentia-se egoísta por saber que todo seu abalo emocional era apenas por causa Sasuke, quando Ino, Naruto, Neji, Itachi, Deidara e Zetsu haviam pegado o setor intermediário e Kankuro, Sasori e Konan o vermelho. E por mais que verdadeiramente se importasse com todos os outros, apenas a dúvida se Sasuke conseguiria sobreviver rondava sua mente. Parecia uma espécie de hipnose, que tornava todo seu esforço para se distrair em vão.

Tecnicamente deveria estar usando aquele tempo para se "preparar", até porque, mesmo estando no neutro, ainda precisaria ser rápida caso quisesse sair da Resistência viva, mas não sentia vontade de mover um músculo sequer. Totalmente oposto a si, Sasuke agia como se tudo estivesse perfeitamente normal, a não ser, é claro, pelo olhar carregado apenas de preocupação que ele constantemente lançava em sua direção. Era quase como se o garoto estivesse arrependido por terem transado, como se aquilo houvesse intensificado ainda mais sua dependência em relação a ele.

Talvez Sasuke simplesmente não tivesse consciência do quanto isso já era irredutível. Sakura queria poder aproveitar melhor o tempo que ainda tinham, mas sabia que primeiro precisaria colocar as próprias emoções em ordem, para não acabar estragando tudo.

Como o pátio, o refeitório, as salas de treinos, os dormitórios e até mesmo os corredores tinham um fluxo constante de pessoas transitando, principalmente pela inquietude que parecera tê-los assolado após o sorteio, vira-se com a única opção de eleger a sala de tiros como o melhor lugar para ficar sozinha. O local era dividido por cabines com isolamento acústico, então, contanto que se trancasse em uma desocupada, ninguém iria incomoda-la pelo tempo que quisesse.

Pelo menos, era o que achava.

Já havia perdido a conta de quantos minutos, ou talvez horas, estava sentada no chão frio, com os fones de proteção pendurados no pescoço e as mãos brincando com a primeira pistola que achara na bancada, quando uma sombra cobriu seu corpo. Sakura ergueu os olhos vendo Neji parado a sua frente sem expressão alguma no rosto.

– Aprendeu a atravessar paredes?

Ele sentou no chão ao seu lado, antes de responder.

– Na verdade, já estou aqui há algum tempo. Estava sentado do lado da porta quando você entrou.

Sakura suspirou.

– Desculpe. Não te vi. – Esfregou o rosto com as mãos, como se tentasse espantar uma sonolência inexistente. Já que a falta de sono vinha sendo um de seus principais problemas.

– Eu percebi. Está tudo bem?

– Não exatamente, considerando que ainda estou em fase de aceitação e venho pensando profundamente sobre o quanto a vida é uma bosta.

– Você não devia falar isso.

– Eu sei.

Neji sorriu levemente bagunçando seu cabelo, exatamente como Sakura se lembrava dos adultos fazerem às crianças, em seguida recostando-se melhor à parede.

– Então, você está apta a conversas chatas?

– Totalmente apta a distrações, vá em frente.

Sakura chutou levemente o pé de Neji quando ele hesitou. Sua dificuldade de se expressar tornava-o bem parecido com Sasuke, mas Neji pelo menos tentava.

– Eu peguei o setor intermediário, você sabe. Bem, se eu sobreviver a isso estava pensando em... – Respirou fundo. – Fazer uma coisa que eu não vou falar o que é, mas... você acha que eu devo fazer?

– Se essa coisa for cortar o cabelo, você tem todo meu apoio.

– Na verdade, estou pensando em algo bem mais perigoso que isso.

Sakura arregalou os olhos.

– Porra, Neji! Você vai cortar o cabelo da Hinata? Não teme a morte não?

– Nossa, Sakura, você é tão engraçada – ele murmurou fazendo uma expressão entediada.

– Desculpe, mas, se você não me disser o que é, eu não posso te ajudar.

Tivera a impressão de que Neji mal abrira os lábios quando sussurrara algo extremamente baixo. Ele estava com a cabeça levemente abaixada, então a tentativa de leitura labial de Sakura também falhara. Pelo menos, até ela entender uma das palavras.

– Você quer transar? O quê?

– Que merda, fala baixo! Você parece aquelas mães que a gente conta um segredo e no dia seguinte elas estão gritando na mesa para todo mundo ouvir.

– Mas não tem ninguém aqui. – Sakura riu.

– Eu não quero transar – ele murmurou com a expressão o mais próxima possível de emburrada que alguém como Neji conseguiria fazer.

– Não? – Ergueu as sobrancelhas.

– Quer dizer... Não é isso, eu só...

– Você é virgem? – Sakura tocou sua mão, como se quisesse consola-lo.

– Não! Não vai me deixar falar?

– Vou, calma. Eu só não esperava ter essa conversa com alguém antes mesmo de ter filhos.

Neji encarou-a, e Sakura teve certeza de que estaria morta, caso a arma que segurava estivesse nas mãos dele ao invés das suas.

– Tudo bem. Desculpa, pode falar.

– Você é menina, certo?

– Que pergunta é essa?

– Foi uma pergunta retórica! – Ele suspirou, massageando a ponte do nariz entre os dedos, no fundo, aparentava estar nervoso. – O que eu quis dizer é, como você é uma menina, com certeza, deve saber sobre essas coisas.

– Que coisas? – Estreitou os olhos.

– Idealizações.

– Como fazer ser bom? O sexo?

O rosto de Neji se contorceu em uma rápida careta, mas ele assentiu com a cabeça, logo desviando os olhos, como se fosse vergonhoso demais encara-la.

– Por que caralhos você está perguntando isso para mim? A Hinata tá aí para isso.

– Ela é minha prima, seria estranho perguntar coisas assim para ela.

– A TenTen então!

Ele suspirou, frustrado.

– Esquece, era só curiosidade, de qualquer forma. – Neji ficou em silêncio durante algum tempo, como se ponderasse em dizer ou não algo. – Você está irritada?

– Eu pareço estar irritada?

– Digamos que sua aura está depressiva e levemente intimidante desde ontem. Você está evitando o Sasuke, certo?

– Na verdade, eu só estou meditando um pouco, preciso tirar da minha cabeça que existe outra opção ou vou enlouquecer. Depois vou grudar nele e permanecer assim o máximo de tempo possível. Com certeza, ele vai me achar melosa. – Sorriu levemente.

– E você se importa com isso?

– Não mesmo.

(...)

– Sasuke! – Sakura exclamou, correndo pelo corredor para alcança-lo já no final deste.

Tinha decidido, apesar de saber desde sempre que acabaria assim, que, mesmo ficando longe de Sasuke, isso não diminuía o medo e a apreensão que estava sentindo, na verdade, tudo ficava ainda pior quando estava sozinha. E também sabia que seria egoísmo mantê-lo longe, sem ao menos perguntar o que ele queria, mesmo que não fosse necessário, já que conhecia Sasuke bem o suficiente para saber exatamente o que ele precisava.

Normalmente talvez levasse mais tempo para se recuperar do abalo emocional que sofrera na completamente recente noite anterior, mas, naquele caso, não podia se permitir tal coisa.

– Hum? – Ele parou, virando-se em sua direção e encarando-a com uma expressão confusa, como se o fato dela procura-lo fosse a coisa mais estranha do mundo.

– Aonde vai? – Respirou fundo, finalmente ficando frente a frente com a pessoa que mais tentara manter longe desde que acordara de manhã, ainda ao seu lado dividindo sua pequena cama.

– Quarto.

– Legal! Vou com você. – Sakura segurou a mão masculina, entrelaçando seus dedos.

Sasuke franziu o cenho.

– Eu vou ao banheiro, Sakura.

Ela piscou.

– Legal! Eu vou com você – murmurou, rindo levemente, como se ele fosse bobo por não ter entendido da primeira vez.

Sasuke suspirou, começando a puxa-la para que caminhassem, já que realmente precisava ir ao banheiro.

– O que você tem? Cansou de fugir de mim como se eu tivesse alguma doença contagiosa?

– Desculpe por isso. – Apertou seus dedos nas mãos geladas que, porém, aqueciam tão bem as suas. – Eu decidi uma coisa.

– Eu vou querer saber que coisa é essa? – Olhou-a de esguelha, como se desconfiasse de algo.

– Não sei. – Sakura deu de ombros. – Mas acho que é o melhor para nós dois.

Sasuke abriu a boca, pronto para sanar a própria curiosidade, quando uma das vozes que mais o irritavam os alcançou.

– Que lindos. Quando é o casamento? Quero ser padrinho, hein.

Sakura soltou sua mão, impedindo Deidara de passar pelos dois e recebendo o olhar confuso de ambos sobre si.

– Preciso falar com você depois – murmurou para o loiro, e então se virou para Sasuke pretendendo prosseguir junto com o garoto, mas ele já tinha as mãos enterradas nos bolsos, enquanto caminhava.

– Resolva logo o que tiver que resolver. – Ele não olhou para trás. – Quando terminar, me encontre no quarto.

– Ok – Sakura sussurrou baixo, mesmo sabendo que ele não ouviria, vendo-o sumir após uma curva.

– O que foi isso? Ele por acaso quer abusar de você? – Deidara abraçou-a pela cabeça, como se fosse uma tia adepta a contato físico, quase a sufocando, devido a diferença de altura e a força com que a espremia.

– Sai! – Sakura empurrou-o, bufando por conta do estrago deixado em seu cabelo, que já não amanhecera em um bom dia.

Deidara se encolheu, diante o tapa recebido no ombro, enquanto ria.

– Diga-me, princesa, o que te fez largar o seu amado príncipe e correr para os braços do ogro aqui?

– Acredite, não era essa a intenção.

– Ai, assim você me magoa.

Sakura revirou os olhos.

– Lembra que você prometeu que me explicaria por que me beijou daquela vez? Bom, um de nós dois pode morrer em menos de dois dias, então acho adequado você me contar logo.

– Você ainda não esqueceu isso...? – ele perguntou surpreso, e em seguida riu.

– Do beijo ou da promessa? – Sakura retorquiu, mesmo que fosse uma pergunta retórica.

– Lógico que da promessa, meu beijo é inesquecível – murmurou convencido, empinando o nariz. – Mas, tudo bem. Eu já deveria ter feito isso, de qualquer forma.

– Isso o quê?

– Te contar o motivo de tudo e provar o quão incrível e generoso eu sou.

– Acho difícil, mas se quiser tentar a sorte... – Deu de ombros.

Deidara riu desdenhoso, e calmamente apoiou o corpo na parede, flexionando uma das pernas. Deixando-a como única alternativa permanecer parada no meio do corretor, não sabendo direito onde colocar as mãos, ou como manter as pernas.

– Você gosta do Sasuke desde quando, Sakura? Eu chutaria entre os doze e treze anos.

Bufou.

– Quatorze – sussurrou. – Como sabe disso?

– Era bem óbvio, na verdade. Você não disfarça tão bem quanto pensa. Sendo bem sincero, eu só quis te ajudar, se fosse esperar aquele idiota perceber que também gostava de você sozinho, iria ficar solteira para o resto da vida. E, convenhamos, seria um desperdício. – Sorriu, mandando um beijo no ar em sua direção, o qual Sakura fez questão de “desviar”.

– Precisava pôr a língua? – resmungou, irritada, apesar de no fundo, estar agradecida pelo que Deidara fizera, afinal, ele tinha razão. Sasuke nunca teria tomado uma atitude se não tivesse se sentido ameaçado.

Saber aquilo, e comprovar que outras pessoas também tinham tal consciência, era irritante. Mas, desde o dia em que admitira para si mesma gostar de Sasuke, aceitara que precisaria lidar com ele da forma que era. E, por mais estranho que fosse, não se esforçara nem um pouco para gostar de Sasuke, parecia simplesmente natural.

– Para ficar mais realístico, e também porque não seria justo eu sair dessa sem nenhuma recompensa. Mas, infelizmente, durou menos do que eu imaginava, o Sasuke é rápido, talvez você deva me recompensar de novo, não? – Piscou um dos olhos.

– Então, era só isso mesmo – Sakura exclamou agitada, afastando-se alguns passos. Mesmo que soubesse que Deidara seria incapaz de força-la a algo, ele já a pegara desprevenida uma vez e, de toda forma, era melhor prevenir do quê remediar. – Até mais – ela murmurou, antes de correr na direção que Sasuke seguira, sem esperar para ouvir uma resposta de Deidara.

Os corredores estavam mais cheios do que quando fora para a sala de tiros, logo de manhã cedo. Era inacreditável que as pessoas estivessem aproveitando o tempo para dormir até mais tarde, mas a verdade era que não poderia julga-las, quando desperdiçara tanto do seu lamentando.

Sabia o que realmente precisava fazer desde o início, mas era como se durante aquele curto período de tempo estivesse presa a um roteiro do qual precisava seguir.

Mas, com sorte, talvez ainda tivesse tempo o suficiente para fazer tudo direito.

A porta do quarto estava entreaberta, como de costume, fazendo Sakura se perguntar qual a dificuldade que as pessoas com quem dividia o quarto tinham para fecha-las. Mas sua atenção fora atraída para a visão parcial que tinha de Naruto, extremamente distraído cantarolado músicas infantis, enquanto fazia alguns passos de dança toscos. Provavelmente ele não se arriscaria a fazer aquilo, caso soubesse que Sasuke estava dentro do banheiro naquele momento.

Sakura sorriu, batendo com o punho três vezes na porta, tentando não rir ao ver o garoto se empertigar, atrapalhado, e adquirir uma postura de como se nada estivesse acontecendo.

– Ah, oi! – Fingiu-se de surpresa, após adentrar o quarto. – Você viu o Sasuke, Naruto?

– Sasuke? Não... Ele não passou por aqui.

– Tem certeza? – Sakura perguntou quando Sasuke abriu a porta do banheiro, com uma expressão indiferente, e caminhou em sua direção.

Naruto arregalou os olhos. Sakura tinha certeza que Sasuke tinha ouvido Naruto cantando, apesar de não demonstrar. E poderia jurar que ele estava até aquele momento trancado no banheiro, apenas coletando material para depois tirar sarro da cara de Naruto. O que, na verdade, era algo que os dois gostavam de fazer desde pequenos. Mesmo que o loiro sempre creditasse a culpa apenas à Sasuke, deixando-a sair impune, apesar de, muitas vezes, ser Sakura a elaboradora de tudo.

– Estava te procurando. – Sakura sorriu, e pelo olhar de Sasuke tinha certeza de que ele já havia entendido tudo. Provavelmente não sabia o que ela planejava, mas, com certeza, estaria disposto ao que fosse em prol de relembrar tempos nem tão distantes.

– E então, o que vocês vão...

O loiro interrompeu a própria fala ao ver Sakura ficar na ponta dos pés e enterrar o rosto no pescoço de Sasuke, respirando ruidosamente.

– Que cheiroso. Você tomou banho? Por que não me esperou?

Sasuke franziu rapidamente o cenho, como se não tivesse certeza do que fazer, mas em seguida, sorriu. Ele havia entendido o sinal.

– Nós não iríamos tomar banho, caso eu tivesse feito isso.

Sakura retribuiu o sorriso, quase perverso, e se inclinou abrindo a boca o suficiente para que sua língua enroscando-se com a de Sasuke ficasse completamente visível para a minúscula plateia, composta apenas de Naruto, que os assistia, provavelmente chocada.

Naruto engasgou, tossindo alto, com os olhos arregalados. E Sakura segurou a vontade de rir, enquanto Sasuke apertava-lhe a bunda, descaradamente, esfregando seus corpos.

– Gente... – Ele tentou falar algo, mas fora interrompido por um gemido exageradamente alto que Sakura se forçara a soltar.

Sasuke mordeu seu lábio inferior, puxando-o até o limite e logo em seguida guiando o rosto para o pescoço da garota, chupando o local.

– O que você estão...?

Sakura deslizou as próprias mãos para a bunda de Sasuke, percebendo só naquele momento que nunca havia se aproveitado daquele local. Até mesmo o garoto parecera surpreso em seu apalpado ali, mas ignorou apenas concentrando-se em fazer barulhos altos com a boca em contato com a pele de Sakura.

– Parem com isso! – O loiro gritou, explodindo, e sendo novamente ignorado.

– Você está ficando duro... – Sakura murmurou alto, e Naruto soltou algo como um grito de guerra e se arremessou na direção dos dois, derrubando-os no chão junto consigo.

Sentia seus quadris latejarem pelo impacto no chão, mas mesmo a dor não fora o suficiente para impedi-la de gargalhar, quase como se ainda tivesse doze anos e ela e Sasuke, tivessem, mais uma vez, conseguido irritar Naruto, fingindo que o garoto não existia. Na época, a conversa paralela que mantinham entre si não tinha cunho sexual, mas ainda era engraçada a forma como o loiro sempre caía no truque.

– O que foi isso? – Naruto respirava ofegante, com os olhos ainda arregalados e as bochechas adoravelmente coradas. – Vocês não tem vergonha não? Seus... seus tarados!

Ele parecia quase aliviado de não estar mais sendo ignorado, ou talvez apenas iludido de que os dois tinham “voltado ao normal”.

Sasuke bufou, escondendo o sorrisinho que esbanjara rapidamente.

– O que é, Naruto? – Sakura resmungou fingindo irritação, mas em seguida, sorriu. – Quer se juntar a gente? – propôs, engatinhando na direção do garoto.

– Sai! – Naruto se levantou apressado, quase tropeçando nos próprios pés e Sakura formou um bico com os lábios, sentando-se no colo de Sasuke, que estava largado no chão, com as costas relaxadamente apoiadas em uma das camas.

– Sakura! Saia daí! – Naruto exclamou, tentando puxa-la pelo braço, mas Sasuke fora mais rápido em prendê-la entre os seus, afundando o rosto em seu pescoço e mordendo-o como se fosse um vampiro sugando seu sangue. – Para com isso, Sasuke! Você é canibal por acaso? Eu vou falar para a Tsunade!

Sakura arremessou-se para frente de repente, segurando o pé de Naruto, que deu um salto, mas foi impedido de fugir pelas mãos firmes da garota.

– Vem, Naruto. – Ela murmurou com uma voz arrastada, como se estivesse bêbada. – É gostoso...

Naruto se abaixou rapidamente, desamarrando o cadarço do tênis com destreza invejável e tirou-o do pé, gritando algo sobre chamar ajuda e correndo para fora do quarto apenas de meia.

Sakura olhou para o par de tênis largado entre seus dedos e gargalhou arremessando-o para longe, enquanto ouvia a suave risada de Sasuke em suas costas.

– Ele não pode ser tão idiota assim, pode? Há muito tempo não fazíamos isso.

– Você é má, Sakura. – Sasuke beijou seu ombro. – Lembre-se que a ideia foi sua.

– A maioria é. Mas não imaginava que iríamos tão longe assim – murmurou, defendendo-se. – Minha bunda está doendo, ele literalmente nos jogou no chão! Você não se machucou?

– Não... – Ele desceu uma das mangas de sua blusa, liberando a pele de seu ombro, apenas para beija-la novamente.

– Você é um aproveitador – Sakura murmurou, levantando-se de seu colo, temendo que ele realmente começasse a endurecer, apenas para sentar novamente no mesmo lugar, porém, dessa vez, de frente para Sasuke.

– Você apertou minha bunda. Sorte a sua que não enfiou o dedo, se não sofreria as consequências.

– Você também apertou a minha. E não entra nem ar nessa bunda durinha. – Sakura escorregou a mão por sua cocha, tentando alcança-la, como se tivesse um imã entre sua palma e as nádegas de Sasuke, mas ele segurou seu pulso antes que conseguisse.

– Não mesmo.

Sakura bufou, dando-lhe um rápido selinho, apenas para que soltasse sua mão.

– Acha que ele vai chamar a Tsunade? Seria constrangedor se ela nos pegasse nessa situação.

– Por quê? É só chama-la para “se juntar a nós” também – Sasuke murmurou sarcástico.

– Nojento. – Fez uma careta e Sasuke concordou, fechando os olhos, e encostando a cabeça na beirada da cama que usava de apoio, como se pretendesse tirar um cochilo.

Sakura aproveitou a oportunidade para beijar o pomo de adão, que tanto admirava.

– Você tem fetiches estranhos – Sasuke murmurou, após isso, ainda com a cabeça inclinada, expondo seu pescoço. Não parecia incomodado, no fim. – Quais os outros?

– Hum... – Sakura resmungou ainda com a boca ocupada com aquele osso proeminente. – Mãos... – Ergueu sua mão, beijando-lhe lentamente os dedos e chupando a cabecinha de cada um deles. – Clavícula... – Puxou a gola de sua camisa para baixo, demorando-se em lamber os ossos dali. – Mandíbula... – Ela mordeu a lateral de seu rosto, arrastando os dentes pelo lugar. – E boca.

Sasuke sentiu a decepção estampada em seu rosto, quando, ao chegar no último citado, Sakura apenas encostou seus lábios rapidamente. Franziu as sobrancelhas, abrindo os olhos e encarando-a irritado.

– Faça direito – resmungou, puxando-lhe pela nuca e chocando suas bocas sem resistência alguma.

(...)

– O que querem? – A voz de Sasuke deixava extremamente clara toda sua irritação, em contrastante diferença com a expressão das outras pessoas sentadas no chão, formando uma grande roda.

Sakura compreendia-o, afinal, ele já parecia estar entorpecido, quando ouviram batidas na porta e fora a vez dos dois de se separarem apressados, tentando ao máximo disfarçar a respiração levemente ofegante, enquanto fingiam que nada estava acontecendo. A ideia de que Naruto havia trazido Tsunade foi a primeira que lhes passou pela cabeça, e os dois prenderam um suspiro, tanto de alívio quanto de frustração, por serem interrompidos, quando Ino pôs a cabeça sorridente para dentro.

Ela dissera-lhes que iriam fazer algo importante e precisavam da presença dos dois, então, depois de Sasuke se recompor durante alguns minutos no banheiro, ambos seguiram a loira até o pátio, coberto com grama sintética e enfeitado com um céu falso, mas que ainda assim era aconchegante.

– Qual a coisa importante que vocês vão fazer? – Sakura fez um gesto com as mãos para que Gaara e Konan afastassem-se para o lado para que pudesse sentar no pequeno espaço livre, tendo, logo depois, as pernas de Sasuke rodeando as suas, enquanto o garoto sentava-se às suas costas.

– Amanhã todos nós entraremos em fase de preparação, Tsunade provavelmente vai nos mandar meditar e nos concentrar, então decidimos fazer algo hoje. – Yahiko respondeu.

– E o que nós, supostamente, iremos fazer? – Sakura ergueu as sobrancelhas, não era muito difícil perceber que também estava desgostosa em estar ali.

– Estávamos pensando em jogar algo. – Sasori deu de ombros.

– E vocês não têm nem ideia do quê, certo?

– Bom, nós estamos analisando possibilidades. – TenTen suspirou.

– Não é como se tivéssemos muitas opções – Hinata interpôs.

– Nós temos uma ótima opção – Temari resmungou. – Porém nosso ciclo de amizades é composto por molengas. – Ela estava claramente tentando induzi-los a algo, que Sakura pensou na mesma hora não ser coisa boa, através de provocações.

– É suicídio moral usar aquilo. – Shikamaru encarou o céu, entediado. – Mas, quem não deve, não teme. Então, por mim, tudo bem.

Temari assumiu uma expressão mais confiante, já que agora tinha, de certa forma, apoio. E então encarou o resto deles, como se esperasse que repensassem a decisão anterior. E, incrivelmente, a maioria realmente o fez. Faltando apenas Sakura e Sasuke falarem alguma coisa, eles pareceram perceber que os dois não estavam entendendo nada.

– Temari furtou...

– Eu peguei emprestado!

– Certo. – Gaara revirou os olhos. – Temari pegou emprestado um aparelho de um dos militares, que foi desenvolvido pelo Governo e, geralmente, é usado para detectar traidores, ou pegar confissões dos renegados capturados para podê-los julgar legalmente e assim atribuírem a pena que desejarem. Basicamente ele diz se você está mentindo ou não – explicou.

– Não entendi como isso funcionaria em um jogo. – Sakura franziu as sobrancelhas.

– Nós te perguntamos algo e você escolhe entre responder ou não, todos saberão se disser a verdade, se mentir ou escolher não responder precisa completar um desafio imposto pela pessoa que fez a pergunta.

Sakura ergueu os olhos para Sasuke, que a encarou de volta, inexpressivo.

– Faça como quiser – ele murmurou.

– Nós vamos.

– Ótimo! – Temari exclamou, retirando do bolso algo parecido com um relógio de pulso, porém um pouco maior. – Quem vai ser o primeiro?

– Começando por você, segue em sentido anti-horário.

Tivera a impressão de que Yahiko dissera aquilo apenas por estar longe o suficiente de Temari para, se quisesse, conseguir desistir antes que chegasse sua vez.

A loira não pareceu se importar muito e apenas colocou o aparelho ao redor do pulso, clicando em um botão único ao lado da tela em branco. Ela acenou em positivo e esperou pacientemente que alguém se voluntariasse a perguntar algo.

– Qual seu maior medo? – Ino deu de ombros.

– Ficar sozinha – Temari respondeu sem hesitar ou demonstrar qualquer tipo de abalo pela pergunta, pelo contrário, pareceu levemente decepcionada em não ser algo mais “desafiador”.

O visor em seu pulso permaneceu em branco e ela mostrou para todos antes de retirar e passar para Hinata.

– Do que mais se arrepende? – Neji murmurou, olhando-a com expectativa.

– Ter me juntado ao Governo – a garota resmungou, passando o objeto para Nagato, após provar que falava a verdade.

Neji disfarçou um sorriso satisfeito.

– Você já gostou da Konan? – Yahiko estreitou os olhos.

Eles pareciam estar usando o jogo para questões pessoais, na opinião de Sakura, se permanecessem assim logo aquilo ficaria polêmico.

– Não. – Nagato suspirou cansado, como se aquela questão já houvesse sido discutida muitas vezes, mas pareceu esperançoso de que não seria mais perturbado quando Yahiko constatou a tela vazia do aparelho.

Pelo que Sakura sabia, os três eram amigos de infância e Yahiko sempre tivera ciúmes da proximidade de Konan com o ruivo, mesmo que este fosse seu melhor amigo.

Konan dirigiu um sorriso sem graça de desculpas para Nagato, enquanto já apertava o botão.

– Você já gostou do Nagato? – Yahiko precipitou-se antes que qualquer um pudesse tomar a frente e em resposta Konan arremessou um de seus sapatos em sua direção.

Não. – Bufou, entregando o objeto para Sakura.

Ino sorriu em sua direção e Sakura estreitou os olhos, hesitando antes de encaixar a peça no pulso, e, como imaginara, fora a loira a fazer-lhe a pergunta.

– Se não conhecesse ninguém, quais garotos daqui mais te chamariam atenção?

– Que merda, Ino, só me faz passar vergonha – Sakura resmungou, varrendo os olhos pelo local, analisando os garotos. – Tenho que falar quantos?

– São tantos assim? – Ela riu, e Sakura fez uma careta, tendo a certeza de que aquilo não estava melhorando o humor de Sasuke. – Ok, pelo menos, cinco garotos.

– Sasuke – murmurou o óbvio, sentindo-se constrangida apesar disso. – Naruto, Deidara, Neji e Itachi, eu acho.

– Deidara, Neji e Itachi? Tá na hora de mudar o penteado, Sasuke, Sakura adora um cabelo comprido. – Temari gargalhou.

Sakura passou o identificador de mentiras para Sasuke, e no momento em que retornou o olhar para frente e encarou Naruto, teve a certeza de que a vingança por todo o tempo que o fizeram de palhaço estava próxima.

– O que gostaria de estar fazendo agora, Sasuke? – Naruto sorriu, quando, segundos depois, Sasuke permanecera em silêncio.

O garoto olhou para Sakura, e a hipótese de que ele realmente poderia falar o que queria estar fazendo, assustou-a a ponto de arregalar os olhos, encarando-o em uma súplica muda. Seria vergonhoso demais para que pudesse suportar. Ele suspirou.

– Passo. Qual o desafio?


Notas Finais


Então, espero que tenham gostado do último momento feliz da fanfic. Daqui para frente (temos mais dois capítulos, fora o epílogo) é só tiro, bad, feels etc. Vamos superar juntos, sim?

Cruzem os dedos para eu voltar antes de 2017, porque não tá fácil.

Até o próximo.


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