História Depois da Partida - O reformatório

Acordo com a luz do sol da manhã banhando meu rosto inchado e marcado pelas brancas cobertas que usava.  A noite anterior havia sido fria,  estava chovendo toda aquela semana,  para falar a verdade em Fox todo DIA chove,  não importa o horário sempre tem algumas gotinhas caindo sobre você. Minha mãe estava com o café da manhã pronto e servido enquanto meu pai se preocupava com o jornal que meu gato acabava de rasgar por inteiro. 

Me levanto com certa dificuldade e lentidão,  afinal havia acabado de acordar,  prendo meus curtos cabelos em um coque deixando escapar duas mexas.  Tiro o vestido que usava e ponho uma espécie de blusão para me proteger do frio,  ponho meus óculos e desço as escadas.  Meus pais discutiam sobre como seria meu primeiro ano em um reformatório famoso que guardava gente "perigosa " para a sociedade,  sinceramente se eles foram presos por coisas iguais as minhas não passam de adolescentes sem rumo. Os observo por alguns instantes antes de pegar uma torrada e uma xícara de café com leite quente, pego um livro e me sento na mesa estudando um pouco a física em nosso corpo,  meus pensamentos não estavam querendo prestar atenção no que eu lia então simplesmente paro e olho para meus pais que me olhavam sérios e talvez preocupados. 

- Levy,  você não está nervosa? -minha mãe pergunta prendendo seus cabelos também azuis. 

- Com oque? 

- Talvez com o fato de estar indo para um reformatório? - meu pai diz sarcástico. 

- Não estou preocupada,  parece muito simples até onde estudei o reformatório que vou. Lá  tem quartos para duplas, celas apenas quando necessário,  uma boa alimentação,  ótimos professores do governo e sem falar da arquitetura que mais lembra um castelo que uma prisão. 

Eles me olham como quem dissesse " É,  criamos uma filha Lele da cuca. ", mas realmente eu não estava preocupada,  sabia que ia estar bem. 

Depois de alguns minutos saímos apressados em direção ao reformatório, minha mala eu já havia arrumado na noite seguinte , estava mais cheio de livros que de roupas , eles só poderiam me visitar no verão, época de férias. Depois de 30min em uma estrada chata e cheia de neblina finalmente chegamos , lá havia um grande câmpus , árvores enfeitavam a paisagem e a grama não era sintética. Meus olhos se alegram ao ver uma casa de madeira ao lado com a placa : " Biblioteca Fairy Tail", realmente aquilo era um conto de fadas para mim. 

- Olá, sou Declan , pode me chamar de Déc.- disse um rapaz alto, de cabelos negros e olhos profundos e assustadores.

- O-oi...-cumprimento meio atrapalhada quando ele pega minha mala.

- Então você é Levy Mcgarden?  Nossa mocinha,  você  é  danada... - ele sorri de forma provocante deixando meus pais desconfortáveis. 

- Hum... -digo olhando para o nada quando um rapaz incrivelmente alto surge de dentro do reformatório. 

- Então,  seu quarto é  o 69 , vá  reto no primeiro corredor,  vire a esquerda,  o último  quarto é  o seu. 

- Okay... 

- Gajeel Redfox! - ele grita para o rapaz alto- Ajude a jovem novata Levy a encontrar seu quarto... Senhor e senhora Mcgarden por favor me acompanhem... 

Meus pais me abraçam e me dão um beijo na testa enquanto o rapaz gigante pega minha mala. Ele estava me deixando nervosa e eu não sabia porquê,  de longe ele já  parecia alto mas quando se aproximava era demais,  ele era bem mais alto que eu,  forte,  seus cabelos iam até  depois da cintura,  negros e cheios de um volume lindo.  

Caminhamos lado a lado pelo corredor,  ele me leva até meu quarto,  não abre a boca uma vez se quer,  nem olhou na minha cara.  Aquilo estava me deixando meio triste quando ele para e tira uma chave do bolso. 

- Aqui é  seu quarto, seu colega logo chegará,  ainda será  decidido na verdade. Enfim temos horários aqui,  8:00 AM café da manhã,  12:00 PM almoço.  Depois peço  ao seu colega para entregar a tabela de horários  para você. 

- Obrigada... -digo dando as costas para ele e abrindo a porta do quarto. 

- Levy Mcgarden não é? - ele pergunta. 

- Sim... 

- Você tem nome de menino...  É  lésbica? - ele RI sabendo que aquilo iria me deixar envergonhada. Como esperado meu rosto todo fica vermelho e quente. 

- Não,  não...  Não  sou lésbica... 

- Ah,  okay então,  até mais... -ele saí rapidamente e some no corredor. Observo meu quarto um pouco bagunçado,  um sorriso ponho no rosto ao ver livros espalhados pelo chão,  aquilo lembrava muito meu quarto,  o cheiro da madeira rústica me dando uma sensação de deleite enquanto passava a mão pelas cobertas macias da cama. 

Eu me deito e fecho os olhos,  agora sim,  minha vida definitivamente não seria mais a mesma,  realmente não sabia como se seguiriam os dias naquele lugar,  com outras pessoas.  Nem sabia ao menos quem era meu colega de quarto,  e se ele não  gostasse de mim,  se fôssemos inimigos eternos como naqueles filmes americanos de colegial?  Eu não  sabia mas agora tudo mudaria, esperava que fosse para melhor...