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História Depois da Tempestade - Vondy - Dulce Maria.


Escrita por: umaruiva

Capítulo 7 - Dulce Maria.


Fiz as compras do mês e voltei para casa. Cheguei até a porta, coloquei as sacolas no chão e girei a maçaneta, mas estava trancada. Bati algumas vezes e gritei o nome de Anahi até me dar conta de que não havia ninguém lá. Peguei as sacolas e fui até a casa de Christopher e Alfonso. Toquei a campainha e depois de ouvir um "entra", eu abri a porta. Christopher estava no sofá alimentando Melissa com uma mamadeira. Não sei por quê, mas aquela cena me deixou feliz. 

>>Onde está a Anahi? <<perguntei. 

>>Ela precisou ir ao trabalho e como o Alfonso deu carona pra ela, eu tive que ficar cuidando da Melsinha. Digo, Melissa. 

>>Então, obrigada. Mas, estou sem as chaves de casa... será que eu posso ficar um pouco aqui?

>>Tudo bem. Diferente de você, eu não proibo as pessoas de pisarem na minha casa. <<sorriu com sarcasmo. 

>>Não mandei você arranjar uma namorada tão megera. Ela me estressou. 

>>Precisava descontar em mim? 

>>Precisava. 

>>Ela dormiu. Vou coloca-la na minha cama e já volto. Sente-se, se quiser. 

>>Tá. Coloca travesseiros em volta dela, pra não correr o risco dela rolar e cair no chão. 

>>Ok. <<ele foi até o quarto e eu me sentei no sofá, alguns minutos depois ele voltou. >>Até que não é tão difícil. <<sentou-se ao meu lado. 

>>O que? 

>>Ser pai. Acho que eu iria gostar. <<sorriu e aquilo me incomodou muito. 

>>Diz isso porque não tem que cuidar dela todos os dias, 24 horas por dia. 

>>Eu estava arrumando as minhas coisas hoje e achei algumas fotos nossas. 

>>Ah... é mesmo? 

>>É. Eu até lembrei que você me disse que a nossa filha se chamaria Melissa... o que aconteceu? Mudou de ideia? 

>>Eu... sempre gostei desse nome. Achou que eu levaria isso a sério? 

>>Na verdade, eu achei. 

>>Não seja tolo. 

>>Está mesmo me dizendo a verdade quando fala que ela não é minha filha? 

>>Ainda duvida de mim?

>>É que tem muitos motivos pra eu acreditar que ela seja. E eu também não posso negar que sinto um tipo de conexão com a Melissa. 

>>Talvez porque ela seja a minha filha. 

>>O que quer dizer com isso? 

>>Você teve uma conexão comigo. A Melissa é como aquela versão doce de mim. Aquela que você amava, ou ama. 

>>É, talvez seja isso... então, se decidiu sobre o comercial? 

>>O quão isso é importante pra você?

>>Muito. Vai ser um degrau enorme pra eu subir naquela empresa. Eu seria eternamente grato se você aceitasse. 

>>Aquelas fraldas ainda estão de pé? 

>>Claro que sim! 

>>Então, eu aceito. <<sorri de lado.

>>Sério? Obrigada Dulce! 

Ele me abraçou e eu fiquei sem reação. Creio que ele tenha feito aquilo por impulso pois ficou por muito tempo sem me soltar daquele abraço. Era o primeiro desde que eu havia voltado. Nos afastamos devagar e ficamos olhando um pro outro. Notei quando ele desviou os olhos para os meus lábios e eu fiz o mesmo com ele. Voltamos a fixar o olhar um do outro e como um imã fomos nos aproximando aos poucos. Antes que nossos lábios se tocassem a porta foi aberta e nós nos afastamos bruscamente. 

>>Opa, espero não ter atrapalhado nada. <<Alfonso disse. 

>>Imagina, a gente só tava conversando. Não é Christopher? <<ele apenas assentiu. Aparentemente, continuava com a mania de não conseguir falar quando ficava nervoso. 

>>Bom... Annie esqueceu de deixar as chaves e mandou eu te entregar. <<ele veio até mim e me entregou. 

>>Ok, obrigada. Eu vou indo agora. Tenho que pegar a Melissa. <<falei ao me levantar. 

>>Vai acorda-la? Deixa ela aqui enquanto está dormindo, prometo que a levo assim que ela acordar. <<Christopher disse. 

>>Está bem. Eu acho que confio em você. <<falei. 

>>Confia? <<sorriu irônico. 

>>Você me entendeu. <<falei séria. 

>>Bem, eu te ajudo com as sacolas, Dulce. <<falou Alfonso. Ele pegou as sacolas e paramos em frente a minha casa. >>Desculpe ter atrapalhando o quase beijo de vocês. 

>>Que? Não ia ter beijo algum. 

>>Sei... posso confessar uma coisa? 

>>Sim. 

>>Eu não acredito em você. 

>>Em que sentido está falando? 

>>Não acho que você odeia o Christopher. E também, tenho certeza que a Melissa é filha dele. 

>>Você está louco. <<desviei o olhar.

>>É mesmo? Então olha nos meus olhos e diz que a Melissa não é filha dele. <<Alfonso sabia exatamente como me desmentir. Eu não conseguia mentir olhando nos olhos da pessoas. 

>>Ah... <<eu o encarei mas não consegui terminar a frase. 

>>Eu sabia! <<ele disse vitorioso. 

>>Por favor, não se meta na minha vida.

>>Christopher é meu melhor amigo...

>>Eu também sou sua amiga Alfonso! E isso nem é questão de amizade, você tem que guardar segredo. Tem que me prometer que não vai falar nada sobre isso pra ele. <<implorei. 

>>Sabe que isso é errado. 

>>Por favor Alfonso.

>>Tá bem... mas você vai ter que me prometer que não vai esconder isso pra sempre. Promete que quando estiver pronta, vai contar pra ele? <<pensei um pouco já entrando em desespero. 

>>Não tem outro jeito, não é? <<ele negou com a cabeça. >>Ok então. Eu prometo. 

>>Ótimo. <<sorriu. 

Abri a porta e entrei em casa. Arrumei as compras na cozinha e comecei a preparar o almoço. Tudo isso estava enchendo a minha cabeça de coisas, a minha preocupação havia aumentado. Eu sabia que se não contasse ao Christopher, o Alfonso iria, e seria bem pior ele saber por outra pessoa do que por mim. 



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