POV. Adrien
- Marinette, - Eu disse sério e acho que ela ficou meio receosa. - Precisamos conversar.
- Está me assustando Adrien.
- Está tudo bem. - Tranquilizei-a. Subimos para o seu quarto e sentamos na espreguiçadeira. - Sabe Marinette, eu e o Felix nem sempre fomos assim... Nós éramos unha e carne quando crianças e eu o admirava muito.
- E quando foi que isso mudou?
- Deixe-me lhe contar uma velha história. - Eu me mantive sentado enquanto ela se deitou apoiando a cabeça em minha perna.
- Estou ouvindo... - Ela sorriu.
- Há algum tempo atrás, haviam uma Ladybug e um Chat Noir, nossos antecessores, eles viviam em Tokyo e combatiam os akumas de Hawk Moth todos os dias, assim como nós.
- Hawk Moth? - Ela perguntou confusa.
- Exato! O que está atacando Paris, não é o primeiro a usar seu kwami para o mal. Houve um outro, anterior a esse. Bom, em sua batalha final, a dupla conseguiu derrotar o vilão, tirando sua vida. Porém, além do miraculous de Hawk Moth ter se perdido, Ladybug também perdeu a vida naquele dia. - Percebi seu rosto se entristecendo. - Eles não sabiam quem eram sem as máscaras, mas se amavam.
- Que triste Adrien. Mas não estou entendendo... Onde o Felix entre nessa história? - Ela questionou. Ignorei sua pergunta e prossegui.
- Quando sua parceira morreu e sua transformação acabou, Chat Noir pôde finalmente ver a verdadeira face de sua amada. Quando descobriu que sua Babyboo, como ele a chamava, e seu grande amor em sua forma civil eram a mesma pessoa, ele sofreu muito mais. Por esse motivo, ele surtou e quase acabou se tornando tão mal quanto o inimigo. Sua alma havia sido corrompida pela raiva, o ódio e o desejo incessante de vingança.
- Então ele perdeu o direito de usar um miraculous?
- Teria perdido se ele não tivesse agido antes.
- Como assim?
- Para que seu miraculous não caísse em mãos erradas, incluindo a sua própria, ele o devolveu ao guardião para que ele o passasse à alguém mais digno. Graças a sua nobre atitude ele se tornou puro novamente, de alma e coração e o mestre disse que ele poderia permanecer com Plagg, mas ele não quis. A dor de ter que conviver sem sua amada, era de mais para que ele pudesse suportar. Então o miraculous veio parar em minhas mãos. - Fiz um pausa respirando fundo. - E sabe quem era esse Chat Noir, Marinette?
- Não me diga que... - Ela começou a dizer mas eu a interrompi.
- Isso mesmo. O Chat Noir antecessor à mim era Felix. Felix Agreste. - Fiz uma breve pausa. - Desde que ele soube e que eu havia sido escolhido como seu sucessor, nós nunca mais nos demos bem, nunca mais...
- Nossa Adrien, eu nem sei o que dizer, é uma história muito triste.
- É mesmo. Ele tem medo que a história se repita comigo. Por isso ele acha que você estar comigo é perigoso. Felix não sabe que você é a Ladybug, se soubesse... Com certeza não seria uma coisa boa, isso eu lhe garanto.
- Então, não deixaremos ele saber. - Ela me deu um selinho. - Mas é realmente de partir o coração. Coitado do Felix.
- Pois é, ele se culpa pela morte dela. Ele diz que não foi forte o suficiente para protegê-la.
POV. Marinette
Acabamos passando o dia no meu quarto. Entre carícias, beijos e juras de amor. Antes de anoitecer, Adrien foi para casa.
No dia seguinte acordei com meu típico enjoo matinal.
- Tikki. Vamos, acorde! - Chamei-a.
- Nossa Marinette, caiu da cama? - Ironizou a Kwami.
- Quem me acordou foi ele. - Passei a mão em minha barriga. - Quando será que vai começar a crescer?
- Geralmente depois do terceiro ou quarto mês. Você ainda está no segundo. Calma Mari.
- Como você sempre sabe de tudo? - Perguntei rindo.
- Eu já vivi muito tempo.
- Vamos para a aula.
Peguei minha bolsa com a Tikki e minha mochila. Como era de se esperar, Adrien estava com o carro estacionado em frente a minha casa. Ele abriu a porta traseira do carro e fez uma reverência.
- My Lady, estava a sua espera. - Entrei no carro. - Mari, sabe aquela entrevista que eu te falei para comunicar sua gravidez... - Assenti. - Pois é, meu pai marcou para hoje depois da aula. Se importa?
- De maneira alguma meu amor.
- Ótimo. - Chegamos à escola e logo fomos falar com nossos amigos.
- Nino. Alya. - Cumprimentei-os.
- Mari. Adrien. Como vão? - Ela me abraçou.
- Estamos bem. Sabe... Eu e o Adrien vamos nos casar e esperamos vocês lá okay?
- Sério? - Alya gritou empolgada. - Finalmente conseguiu o que você queria não é mesmo Mari? - Ela sussurrou em meu ouvido.
- Quer dizer que você queria isso? - Perguntou Adrien sorrindo.
- Ela sempre te amou cara, você que levou um século para perceber. - Comentou Nino.
- Então, vamos? Está na hora de entrarmos. - Eu disse corada. Estava tentando fugir do assunto.
- Nino, poderia trocar de lugar com a Marinette?
- Claro Bro.
- Já contou pro Nino? - Perguntei me referindo à gravidez.
- Ainda não. Vou contar mais tarde.
- Olha aqui Maritrouxa, você não vai ficar muito tempo com o meu Adrienzinho, okay? Então, aproveita enquanto pode, porque daqui a pouco ele vai perceber a burrada que fez em namorar com você e virá correndo para os meus braços. - Disse Chloe.Eu ia Responder mas Adrien foi mais rápido.
- Já chega Chloe! Eu nunca briguei com você em respeito à nossa amizade, mas está começando a me irritar. E principalmente, está irritando a Mari. Caso você não queira perder minha amizade, é melhor se desculpar e para de tratá-la dessa maneira. - A professora entrou na sala.
- Bom dia turma. Senhorita Bourgeois, vá para seu lugar, por favor.
- Professora.
- Pois não, Adrien.
- Eu e a Marinette temos um comunicado a fazer. Será que nos permitiria falar?
- Claro! A propósito, meus parabéns senhorita Cheng. O diretor me informou essa manhã.
- Obrigado - Sorri. Adrien se levantou e me estendeu a mão. Fomos para a frente da sala.
- Então pessoal como todos aqui sabem, eu e a Mari estamos namorando há algum tempo. Nós queríamos convidar a todos vocês para o nosso casamento. - Turma toda pareceu contente com a notícia. Exceto Chloe, claro. Ouvimos gritos de "Parabéns", "arrasou", "Felicidades ao casal", e até um "Eu serei a madrinha" vindo de Alya - Temos mais uma notícia. - Ele se virou para mim como se pedisse permissão para contar. Eu assenti. - Eu e a Mari teremos um filho. - Agora todos se espantaram. Mas, ainda sim, ficaram felizes por nós. Ao final da aula todos vieram nos cumprimentar.
- Então você aplicou o golpe da barriga... - Chloe se aproximou. - Agora entendo porque você teve que ficar com ela. Essa pobrinha te obrigou, não é mesmo meu lindo.
- Porra Chloe, já deu! Perdi minha paciência contigo. Lava tua boca antes de falar da Mari. Você com todo o dinheiro que SEU PAI tem, não vale um centavo se quer. Você é mais podre que água de esgoto. - Ele me puxou pelo braço me tirando dalí. - Que garota insuportável. Não sei como pude ser amigo dela todos esses anos. - Ele sussurrou.
- Você não tinha ninguém. - Respondi. - Mas agora você tem amigos de verdade. Tem a Alya, o Nino...
- E você! - Ele me deu um selinho. - Eu te amo.
- Eu também amo você, gatinho.
- Nossa! Olha a hora! Temos que ir para a entrevista.
- Mesmo de carro não chegaremos a tempo.
- O que faremos?
- Ora desde quando um carro é mais rápido que os heróis de Paris? - Plagg estava com a cabeça para fora do caso de Adrien.
- Até que enfim você disse uma coisa útil. Você está bem para de transformar? - Tikki e Adrien me perguntaram em coro.
- Estou ótima.
Entramos na primeira rua deserta de vimos e nos transformamos. Chegando lá, o pai de Adrien nos agarrava na entrada. Ele estava inquieto conversando ao telefone.
- Pai, chegamos. - Adrien nos anunciou.
- A claro. Entrem, vão se aprontar.
Adrien entrou na frente enquanto eu conversava com seu pai, ele estava me dando dicas de como me portar em frente às câmeras, de qualquer forma, o programa seria gravado então, caso não consigamos hoje, poderíamos remarcar para outro dia. Quando ele entrou e eu ia segui-lo, senti alguém puxar meu braço.
- O que faz aqui? - Perguntei nervosa ao ver quem havia me impedido de entrar .
- Eu queria te ver Mari. Eu ainda não desisti de você. - Disse Rodrigo.
- Eu já disse que não quero nada com você.
- Mas eu vou te mostrar que posso ser melhor do que aquele riquinho mimado. - Então, ele me beijou, um beijo forçado e negado por mim.
- Me solte. - Eu ordenei tentando fugir de seus braços.
- O que está acontecendo aqui? - Adrien chegou me livrando de Rodrigo e puxando-me para seu lado. - Você não ouviu ela? Afaste-se.
- Vai fazer o que?
- Isso! - Adrien disse antes de lhe golpear com um soco da cara e uma joelhada na boca do estômago.
- O que você está fazendo Adrien? - Tonny apareceu segurando-o.
- Ele beijou a Mari a força, esse cara me da nojo. - Adrien se contorcia nos braços de Tonny que continuava segurando-o para que não fizesse nenhuma bobagem.
- Nesse caso deixe-me ter a honra... - Um sorriso malicioso de formou nos lábios de Tonny. Antes de ele pular em Rodrigo, que ainda estava sentado no chão, e lhe desferir dois socos da face. Logo após, saiu de cima dele. - Nunca mais se aproxime da minha irmã.
- Engraçado como você mudou tanto Marinette. - Ele se levantou limpando o sangue com uma das mãos, resultado de um pequeno corte no lábio inferior. - Logo quando achou que seu namoradinho tinha morrido, não pensou duas vezes antes de se entregar para outro não é mesmo? - Rodrigo sorriu maliciosamente.
"O quê?" O que esse idiota estava dizendo? Ele se rebaixou ao nível de inventar uma mentira dessas. Será que ele acha mesmo que o Adrien vai acreditar nessa farsa? Olhei para Adrien que estava com o rosto congelado, sua expressão assustada. Ele estava acreditando? Olhei para Tonny, ele encarava o vazio.
- Diga que aquela noite não significou nada para você. - Ele se colocou de pé. - DIGAAAAA! - Gritou. Sem pensar duas vezes, andei até ele e lhe dei um tapa bem dado em sua face, pude ver a marca avermelhada de meus dedos.
- Seu pilantra, vil, você é mais baixo do que eu havia imaginado. Eu esperaria tudo de você, Rodrigo, mas isso... Você superou todas minhas expectativas. - Eu com certeza estava irritada. Me virei ao meninos. - Tonny...
- Está tudo bem one-chan, sei que você não seria capaz. - Ele me abraçou.
- Obrigado. - Sussurrei em seu ouvido. - Adrien...
- Eu... Eu... - Ele se mantinha na mesma posição, não tinha movido um músculo se quer, ouso dizer que, nem para respirar. - Eu preciso pensar... - Ele disse e saiu. Simplesmente saiu. Virou as costas e foi embora.
- Adrien... - Sussurrei vendo-o sumir do meu campo de visão.
- Deixe ele se acalmar one-chan. - Tonny me confortou.
***
Adrien se transformou e saiu pelas ruas de Paris. Estava abalado com aquilo tudo. Eram muitas coisas martelando em sua cabeça.
Ele correu. Correu para longe tentando apagar a cena e aquelas palavras de sua mente. "Ela não faria isso, não seria capaz. Nunca o trairia de tal forma." Não a Marinette, não sua Lady. Chat não queria acreditar, ele queria acreditar nas palavras de sua amada, mas a única coisa que lhe vinha à mente era ela e Rodrigo, "juntos".
- AAHHHHHRG! - Gritou ele ao parar em cima de um prédio. Queria colocar para fora toda sua raiva, incerteza, tristeza, decepção... Queria extravasar seus sentimentos confusos. Ele continuou correndo até chegar à seu destino.
O grande vilão de Paris assistia a tudo sentindo-se vitorioso. Finalmente ele conseguira os miraculous dos heróis.
- Ora ora ora, o que temos aqui... O grande herói de Paris com o coração partido. Vá meu pequeno akuma, salve nosso gatinho da solidão.
A borboleta voa até Chat Noir que estava sentado com as pernas entre os braços no alto da Torre Eiffel, pousando em seu guizo.
- Chat Blanc! Acho que não será preciso apresentações, você já me conhece, não é mesmo? - Disse a voz em sua cabeça.
- Sei exatamente que é. - Respondeu Chat.
- Então sabes o que eu quero. Me traga o miraculous da Ladybug juntamente com o seu. Em troca terá o poder de se vingar daqueles que destruíram seu coração.
- Sim Hawk Moth.
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