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História Depois de Ti - II Temporada - Cancun! Parte I


Escrita por: jaimencanto

Capítulo 4 - Cancun! Parte I


Fanfic / Fanfiction Depois de Ti - II Temporada - Cancun! Parte I

Lety

 

 

               Eu não conseguia tirar os olhos daquela vista maravilhosa. Fazia apenas quinze minutos que havíamos chegado ao hotel, e definitivamente Fernando conseguiu me surpreender. A vista para o mar, que mesmo a noite conseguia ser de uma imensidão azul de arrancar suspiros me impedia de dizer ou fazer qualquer coisa. Enquanto Fernando resolvia tudo com a recepcionista do hotel, eu só conseguia ficar parada naquela varanda, sorrindo. Se eu estava assim apenas olhando pela varanda da recepção do hotel, imaginei a sensação que teria quando caminhássemos à beira daquele maravilhoso mar.

               Ouvi alguém se aproximar e não precisei me virar para saber que era Fernando. Ele parou ao meu lado e me abraçou pela cintura, depositando um beijo em meu rosto.

- O que achou? – Ele perguntou, olhando na mesma direção que eu.

- Eu preciso mesmo responder? – O olhei sorrindo. – É maravilhoso!

- Vai gostar ainda mais da vista do nosso quarto. – Ele sorriu. – Podemos subir?

- É claro!

               Dei uma ultima olhada na vista e nos viramos, seguindo para o elevador. O hotel também era de tirar o fôlego, de um luxo que eu jamais vi antes. Desde que Fernando e eu começamos a namorar, eu havia aprendido e visto coisas de um mundo totalmente diferente do meu, e de fato já começava a me acostumar com tudo isso. Mas, definitivamente, aquele hotel ultrapassava qualquer lugar que Fernando já havia me levado. Aprendi que era obviamente antiético da minha parte perguntar sobre os gastos, principalmente porque Fernando se zangava e dizia para eu não me preocupar com isso. Mas, quando olhei o luxo inclusive do elevador, não pude evitar pensar que ele deveria ter gasto uma fortuna com aquela lua de mel.

               Mas, de repente, os gastos não me importavam mais, quando dei por mim que estávamos subindo a caminho do nosso quarto. Nosso. Apenas de nós dois, sem ninguém para nos interromper. E pensar que nesse quarto teríamos a nossa primeira noite, me fazia tremer dos pés a cabeça. Eu não era uma pessoa inocente. Nós tínhamos nossos momentos íntimos, principalmente em seu escritório. Nós já dormimos juntos várias vezes desde que começamos a nos relacionar, e embora Fernando tenha tido total respeito por mim, era inevitável não termos um momento de esquentar a relação. Mas, saber que eu estava à poucos minutos de finalmente me entregar ao homem que eu amava, me fez criar uma certa tensão e nervosismo.

               E se eu não fosse boa nisso? E se ele não gostasse? Teríamos que conviver com isso pelo resto de nossas vidas! Pensei por um segundo se deveria ter me entregado à ele antes do casamento, assim evitaríamos constrangimentos se não fosse da maneira que ele esperava. Afinal, Fernando tinha experiência no assunto, muito mais do que eu. Já havíamos conversado sobre nosso passado, e eu sabia que embora ele tivesse tido apenas um relacionamento antes do nosso, ele teve uma juventude bastante “agitada”.

- Lety?

               Percebi que as portas do elevador estavam abertas, e Fernando me olhava esperando que eu saísse. Sorri sem jeito e saí do elevador, esperando por ele. Fernando cruzou sua mão à minha e seguiu até o fim do corredor.

- Olha... Caso você precise entrar no quarto sem mim, você precisa usar esse cartão. – Ele me mostrou um pequeno cartão em sua mão.

- Cartão? Eu mal consigo acertar o buraco da fechadura.

               Ele riu.

- É fácil. É só colocar o cartão aqui... – Ele colocou o cartão em um lugar específico, no canto da porta e logo depois ela se destrancou. – Viu? É fácil.

- Espero que seja. – Falei rindo.

               Fernando empurrou a porta e fez sinal para que eu entrasse primeiro. Não precisou que ele fizesse isso, porque assim que a porta foi aberta, revelando o enorme e luxuoso quarto, eu já estava entrando olhando tudo em minha volta. O quarto parecia ser mais espaçoso do que a minha própria casa, e era até certo exagero, já que não passaríamos tanto tempo ali, e sim explorando o lugar que era novo para nós dois.

- É tão... Grande! – Falei admirando o local, tocando em todos os móveis.

- Sim! Eu não esperava ser tão grande. – Ele disse reagindo da mesma maneira.

- E olhe só para isso! – Apontei para a cama, que estava enfeitada com pétalas de rosas. – Acho que é a maior que eu já vi!

               Pulei sobre a cama e ri olhando para o teto. Fernando riu e se deitou ao meu lado, também encarando o teto. Acho que ambos sabíamos o que estávamos sentindo naquele momento, e não precisávamos usar palavras para isso.

- Acho que ganhamos uma cortesia. – Fernando virou a cabeça, olhando para a cômoda ao lado da cama. Havia um balde com uma garrafa de champanhe e duas taças, com um cartão escrito: Feliz Lua de Mel.

- Como sabem que estamos em lua de mel?

- Pedi um quarto especial para isso.

               O olhei, sorrindo. Ele havia realmente planejado tudo.

- Acho que você vai gostar mais dali. – Ele apontou para uma porta de vidro.

               Me levantei rapidamente e andei até ela, abrindo-a. Quando o fiz, o vento que carregava a leve maresia veio de encontro à mim. Assim que me aproximei da varanda, que era tão grande quanto a da recepção, pude ver o mar e a praia em sua volta.

- Você precisa ver isso! – Falei sem tirar os olhos da vista.

               Senti Fernando se aproximar e parar ao meu lado.

- É realmente muito bonito!

- É maravilhoso!

- Pelo visto acertei na escolha.

               O olhei confusa.

- Como sei que você adora vistas de tirar o fôlego, quis escolher um quarto que pudesse ter isso.

- Eu já não sei mais como me surpreender com você. – Sorri.

- Já fico feliz por você estar feliz. – Disse beijando minha testa. – Eu acho que vou tomar um banho. Você se importa?

- Imagina.

- Eu volto logo. Pode ir... Explorando o quarto enquanto isso. – Ele riu, me dando um rapido beijo.

               Observei Fernando se afastar e logo depois me virei, suspirando para àquela vista. Um lugar tão lindo, em um momento tão especial. Tudo estava acontecendo tão rápido que era assustador. Primeiro, o melhor dia da minha vida: O meu casamento. E depois, conhecer parte de um lugar tão maravilhoso. Eu mal poderia esperar para o dia seguinte, para explorarmos tudo que havia me arrancado suspiros apenas da vista da sacada. Mas, havia algo ainda mais especial que aconteceria. Me virei, olhando para a cama, e senti o meu corpo inteiro se arrepiar. Eu não fazia idéia de como seria a nossa primeira vez, mas tentava de algum modo me acalmar para que eu não fizesse ou dissesse algo vergonhoso como sempre fazia.

               Enquanto me perdia nos pensamentos, ouvi a porta do banheiro se abrir, e Fernando saiu enxugando o seu cabelo na toalha, vestindo apenas uma calça jeans.

- O banheiro é tão grande quanto o quarto.

               Eu não prestava atenção no que dizia. Por várias e várias vezes me peguei olhando para Fernando daquela maneira, e por pouco eu não voltava atrás na minha promessa de que me guardaria para o casamento. Apenas em vê-lo daquela maneira, eu sentia algo transpassar por todo o meu corpo, que eu não era capaz de explicar ou entender.

- Tudo bem? – Ele se aproximou, me olhando.

- Sim! – Respondi rapidamente. – Está tudo... Ótimo! – Sorri. – Eu vou tomar um banho também. Não demoro.

- Tudo bem.

               Enquanto Fernando foi até a sacada, coloquei a mala em cima da cama para pegar o necessário. Assim que abri a mala, notei um pacote de presente que eu não me lembrava de tê-lo colocado ali. Peguei o bilhete que havia ao lado e o abri, lendo-o.

               “Abra quando chegar ao hotel. Aproveite! Beijos! M, C & L.”

               Vindo dos três não poderia ser nada de bom. Olhei para Fernando e ele permanecia de costas. Aproveitei o momento para abrir o pacote de presente, curiosa para saber o que os três aprontaram para mim. Assim que olhei para dentro do embrulho, soltei um breve grito de espanto, colocando as mãos à boca.

- O que foi? – Fernando me olhou preocupado.

- N... Nada! – Falei rapidamente. – Eu... Pensei que tinha me esquecido de uma coisa.

               Fernando pareceu não entender, mas por sorte não perguntou mais. Peguei o embrulho e o enrolei na toalha, seguindo rapidamente para o banheiro. Assim que fechei a porta, suspirei tensa, fechando os olhos.

- Eu vou matar os três! – Sussurrei para mim mesma.

               Com raiva, joguei o embrulho no canto do banheiro e decidi tomar o meu banho, para acalmar os nervos. Como Fernando havia dito, o banheiro era tão grande quanto o quarto, e a enorme banheira de hidromassagem que havia ali era realmente tentadora. Tentei não demorar muito no banho, e assim que terminei, me olhei pelo reflexo no espelho. Embora já tivesse tirado toda a maquiagem do casamento, eu ainda conseguia me ver ao menos apresentável para a minha primeira noite. Mas, faltava algo. Fernando já havia me visto daquela maneira várias vezes, e como era uma noite especial, eu queria algo que o surpreendesse. Olhei para o embrulho jogado no canto do banheiro e o encarei por alguns segundos.

- Só posso ter enlouquecido. – Peguei o embrulho do chão, tirando o conteúdo de dentro dele.

               Uma lingerie preta com detalhes vermelhos, completamente ousada. Para piorar, havia uma cinta liga, que eu obviamente não a usaria, ou Fernando teria crises de riso ao invés de ficar excitado. Resolvi dar uma chance ao menos para o conjunto, e me vesti. Eu me sentia completamente incomodada com o tamanho da parte de baixo, que parecia não tampar absolutamente nada. – Mas é essa a intenção, Letícia!

- Eu juro que mato! – Suspirei impaciente, olhando o meu reflexo no espelho. Me senti totalmente envergonhada, primeiro por nunca ter usado uma lingerie tão ousada. Segundo, por não saber o que Fernando acharia daquilo. E se ele quisesse que nossa primeira noite fosse de uma maneira mais simples? Eu estaria fazendo papel de boba me vestindo daquele jeito. Com raiva, e com pensamentos demais, vesti o roupão e o enrolei o máximo que pude, tampando totalmente aquela lingerie vulgar.

               Saí do banheiro e Fernando havia acabado de servir a champanhe nas taças. Ele me olhou sorrindo, e eu retribuí o sorriso, um pouco tensa.

- Você tinha razão. O banheiro é enorme. – Falei tentando me distrair.

- E você viu só a banheira?

- Sim!

- Podemos usá-la depois, se quiser.

               Havia algo de diferente em Fernando, e eu sabia exatamente o que era. Ele costumava me olhar daquela maneira quando estávamos a sós no escritório, e aquilo sempre terminava com respirações ofegantes e Fernando se desculpando, dizendo que iria se controlar. Mas, ali não precisávamos nos controlar, e aquilo me deixou ainda mais tensa. Ele me entregou a taça de champanhe e nós brindamos. Estava tão nervosa que virei praticamente todo champanhe de uma vez, e me senti envergonhada quando ele me olhou divertido.

- Você quer mais? – Ele perguntou prendendo o riso.

- Depois. – Forcei um sorriso e me sentei pesadamente na cama, fitando o chão.

               Segurei as golas do roupão, cruzando-as o máximo que eu podia para que nem uma parte daquele presente audacioso fosse mostrado. Mas, obviamente Fernando notaria o quanto eu estava tensa e nervosa, e sentou-se ao meu lado na cama.

- Por que está segurando o roupão assim?

               O olhei, tentando pensar em alguma desculpa. Mas, já era tarde demais para isso. Como eu mentiria para ele se a qualquer momento ele veria aquela cena vergonhosa? Suspirei ainda agarrada ao roupão.

- Márcia, Carolina e Luigi me mandaram um presente.

- Qual presente?

- Um estúpido presente! E eu fui mais estúpida ainda por tê-lo colocado! – Falei brava.

- Lety, não estou entendendo.

- Eles me mandaram... Uma... – Senti meu rosto inteiro corar. – Uma lingerie sexy.

               Fernando me olhou por um tempo, e logo depois caiu na gargalhada. O olhei confusa enquanto ele ria com gosto, e não consegui entender qual era a graça.

- Por que está rindo?

- É bem típico deles isso. – Disse ainda rindo.

- Isso não tem graça, Fernando! – Falei nervosa. – Quer saber? Eu não deveria ter colocado isso. Eu vou tirar agora e...

- Não. – Ele parou de rir e segurou minha cintura, me impedindo de levantar. – Por que está com tanta vergonha?

- Por que... Eu nunca usei coisas assim. Não sei... Como será sua reação.

- Lety... Eu sei que você está tensa e talvez um pouco insegura, mas já conversamos várias vezes sobre isso. Eu pensei que você estivesse pronta.

- Eu estou. Eu estou totalmente pronta. É só que... – Suspirei. – Eu não sei como reagir à isso. Me sinto um pouco... Envergonhada.

- Você não precisa ter vergonha de mim. Sabe que sempre pode confiar em mim, e agora mais do que nunca, porque sou seu marido. É meu dever respeitá-la e fazer com que você sinta-se à vontade com isso. Eu não vou fazer nada que você não queira.

- Eu sei. – Toquei em seu rosto carinhosamente. – Eu sei, me desculpe.

- Além do mais, você não se sentia insegura assim todas aquelas vezes no escritório. – Ele sorriu maroto e eu senti meu rosto corar mais uma vez.

- Aquilo era... Diferente. – Falei envergonhada e ele riu.

- Eu sei. Só estou tentando deixá-la tranqüila. – Disse acariciando meu rosto. – Como eu disse, não vou fazer nada que você não queira.

               Eu já sabia que Fernando era um verdadeiro cavalheiro, e que me tratava da melhor maneira possível. Mas, naquele dia, ele estava realmente me surpreendendo. Obviamente ele estava tão ansioso quanto eu, e estava conseguindo se conter apenas para me deixar mais à vontade com toda aquela situação. Sem agüentar mais, eu o puxei para um beijo. Embora estivesse tensa e nervosa com o que aconteceria em seguir, eu já não conseguia mais me segurar. Por tanto tempo senti todo aquele calor que passeava por todo o meu corpo quando estava perto dele, e agora finalmente eu poderia saciá-lo.

 

 

 

                                                                          •••

 

Fernando

 

               Enquanto nos beijávamos, inclinei o meu corpo sobre o dela, fazendo-a se deitar à cama. À medida que os beijos se intensificavam, toquei em uma de suas pernas, subindo minha mão lentamente enquanto desfrutava de cada toque em seu corpo. Quando Letícia me contou que pretendia se guardar até o casamento, eu não fiquei surpreso. Já imaginava que uma pessoa tão pura quanto ela teria o pensamento assim. Jamais pensei em tentar fazê-la mudar de idéia ou me senti mal com tal pedido. Embora eu de fato sentisse sede de tê-la completamente para mim, principalmente nas vezes em que nos provocávamos em meu escritório, eu prometi à mim mesmo que respeitaria sua decisão, principalmente porque eu tinha certeza do que queria, e que o meu futuro seria ao seu lado.

               Mas, quando finalmente pude demonstrar o que eu segurei durante aqueles últimos anos, me senti aliviado. Senti-la tão próxima à mim, e podendo desfrutar de cada detalhe do seu corpo me deixava totalmente extasiado. Parei o beijo por um momento e a admirei. Já não parecia estar mais com toda aquela tensão, e o seu roupão já estava aberto o suficiente para revelar uma parte do tal “presente”. Aproveitei o momento para terminar de despi-la, e lentamente baixei o roupão, descendo-o pelos seus ombros. Desci uma das mãos acariciando seu ombro, seu braço, até chegar no laço forte que ela havia feito para prende-lo. O desamarrei, e terminei de abri-lo, revelando totalmente a lingerie que ela usava.

               Tentei não demonstrar toda a minha excitação quando a vi daquela maneira, mas foi impossível. A olhei sorrindo e acho que ela entendeu que não havia nada de vergonhoso nisso, muito pelo contrário. Ver Letícia daquela maneira só me fez ter certeza de que fiz a coisa certa ao respeitar seu desejo, e que àquela noite não teria sido tão especial se isso não tivesse acontecido. Olhei em seus olhos e ela sorriu, parecendo mais à vontade do que antes.

- Quero que essa noite seja especial para você. – Falei afastando uma mecha de cabelo que havia em seu rosto.

- É impossível não ser especial. – Ela sorriu.

Eu senti a necessidade de dizer à ela tudo o que eu sentia por ela, e tudo o que eu sentia naquele momento. Mas, tudo isso poderia ser resumido nas palavras que eu mais gostava de pronunciar à ela naqueles últimos anos.

- Eu te amo... – Sussurrei.

- Eu também te amo.

               Não precisávamos de mais nada naquele momento. Voltei a beijá-la, e dessa vez, com mais excitação e desejo. Voltei a passear minha mão por todo o seu corpo, e ao notar que ela também já estava da mesma maneira que eu, não consegui me segurar mais como estava fazendo até ali. Eu precisava senti-la mais perto, precisava sentir ainda mais o calor do seu corpo. Me posicionei melhor sobre ela, de maneira que nossos corpos ficassem ainda mais próximos. Me surpreendendo com sua iniciativa, suas mãos arranharam levemente minhas costas, enquanto eu depositava vários beijos em seu pescoço, em seu ombro...

               Percebi por seus altos suspiros que ela estava se sentindo a vontade, e eu poderia avançar nos passos. Mas, antes que pudesse fazer isso, senti suas mãos baixarem até o cinto da minha calça, e ela começou a abri-lo.

 

 

 

                                                                          •••

 

Lety

 

 

               Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, e de onde eu estava tirando aquela idéia maluca de desabotoar sua calça. Mas, em pouco tempo que estávamos naquele clima, eu já sentia um calor fora do normal correr por meu corpo, e precisava de mais. O que era mais? Eu não sabia, mas queria me surpreender. Eu já não tinha mais tensão ou medo do que poderia acontecer, e principalmente já não estava mais insegura se conseguiria fazer tudo certo ou agradá-lo da melhor maneira. Assim que desabotoei sua calça e abri o zíper, ele me olhou mordendo os lábios, e precisei contrair todo o meu corpo depois de tamanha excitação.

- Não estamos... Indo rápido demais? – Ele perguntou com o rosto próximo ao meu.

- Não. Eu confio em você. – Falei meio a um suspiro, já que minha respiração começava a ofegar.

- Tem certeza disso?

               Respondi sua pergunta voltando a beijá-lo, demonstrando toda a minha excitação através daquele beijo. Pelo visto funcionou, já que logo após senti sua mão passar carinhosamente por minha barriga, e descer até a parte de baixo da lingerie. Senti quando ele a tocou, deslizando-a carinhosamente para baixo, me despindo completamente. Eu deveria ter me sentido envergonhada. Eu esperava ter me sentido envergonhada. Mas, a única coisa que senti no momento que ele terminou de me despir foi soltar um longo suspiro e afagar minhas mãos em seus cabelos ainda molhados.

               Pelo visto aquilo também era algo que ele gostava, porque logo depois, seus beijos se intensificaram e sua respiração ficou ainda mais audível. Enquanto ele me beijava no pescoço, cravei minhas mãos em seus ombros. Eu jamais me senti daquela maneira, como se meu corpo inteiro pegasse fogo. Sentia o meu corpo transpirar, principalmente quando entrava em contato com o dele. Eu não sabia qual era a sensação de senti-lo em mim, mas eu gostaria muito de saber. Eu já não estava mais suportando aquela vontade de algo novo, algo que eu tinha certeza que estava pronta.

               Como se lesse meus pensamentos, Fernando baixou sua calça, e eu preferi fechar os olhos para guardar cada detalhe daquele momento que eu jamais esqueceria. Um misto de tensão e medo percorreu por mim, mas a excitação e a ansiedade eram maiores. Por tanto tempo temi as sensações que eu teria quando finalmente chegasse a hora, mas naquele momento, eu já não me preocupava mais com isso. Senti seu corpo colar ainda mais ao meu, e segundos depois, senti um misto de dor e satisfação. Algo quente escorreu por baixo, mas à medida que ele se movimentou, deixei de me importar com isso. A dor foi diminuindo, dando espaço para a excitação, que apenas aumentou à medida que ele se movimentava sobre mim.

               Milhões de coisas passaram em minha cabeça naquele momento, mas a sensação que eu senti ao saber que estava me entregando para o homem da minha vida era inexplicável. Fernando acelerou os movimentos e percebi que inevitavelmente nossas respirações ecoavam por todo o quarto. Cravei minhas mãos no lençol da cama e mordi os lábios à medida que sentia meu corpo inteiro ser tomado por uma energia inexplicável. Como se eu estivesse fora de mim, fora do meu corpo, sem ter total controle sobre meus movimentos, no momento em que Fernando segurou em minha cintura e a apertou, soltei um extenso gemido, contraindo completamente o meu corpo. A ultima coisa que ouvi foi um longo suspiro de Fernando, enquanto ele apertava meu corpo contra o dele. Ficamos daquela maneira por alguns segundos, até que abri os olhos e Fernando estava olhando para mim.

- Eu... Não sei o que dizer. – Falou com a respiração ofegante.

- E nem eu. – Disse da mesma maneira.

               Ele se deitou ao meu lado, cansado, e ficamos fitando o teto por alguns segundos enquanto recuperávamos nosso fôlego e nossos batimentos. Tombei minha cabeça para o lado para olhá-lo e sorri.

- O que? – Ele sorriu de volta.

- Foi maravilhoso.

- Eu também achei. – Ele se aproximou, beijando-me com ternura. – Foi igualmente inesquecível para você? – Perguntou sorrindo.

- Muito! Você não imagina o quanto.

- Ótimo. Para mim também.

- Eu... Acho melhor eu ir tomar um banho. – Olhei para baixo, me envergonhando pelo estado dos lençóis.

- Tudo bem.

- Volto logo.

               Me sentei à cama, vestindo o roupão e indo em direção ao banheiro. Rapidamente entrei debaixo do chuveiro, na tentativa de me sentir renovada. Embora já tivesse o conhecimento de que toda a primeira vez era de certa forma “vergonhosa” quando terminava, eu estava me sentindo tão realizada que não havia nada que um bom banho não resolvesse. Assim que terminei, me enrolei em um novo roupão e voltei para o quarto, me surpreendendo que Fernando acabava de trocar os lençóis.

- Foi rápida. – Ele me olhou sorrindo.

- Não precisava fazer isso. Eu... Ia arrumar tudo.

- Eu não me importo. – Disse terminando de estender a cama com um lençol limpo. – Ainda bem que me lembrei de pedir lençóis extras. Acho que eles só são trocados pela manhã.

- Você como sempre pensando em tudo. – Sorri me aproximando, me equilibrando na ponta dos pés para beijá-lo. – Pode ir tomar o seu banho agora. Eu termino de arrumar as coisas por aqui.

- Obrigado. – Me segurando pela cintura, ele me beijou novamente. – Não digo por isso, mas... Por tudo que me fez sentir hoje.

- Eu que deveria agradecer à você.

- Eu te amo Lety. Eu te amo muito.

- Eu também, meu amor.

               Me beijando pela ultima vez e se afastando com um sorriso, ele seguiu para o banheiro. Coloquei os lençóis usados dentro de um tipo de cesto, que provavelmente servia justamente para isso, e logo depois me joguei à cama. Sorri abraçada à um travesseiro, passando minha mão pelo lençol novo. As cenas de minutos atrás não saíam de minha cabeça, muito menos a sensação maravilhosa e única que senti. Me guardar para o casamento havia sido a melhor decisão que tomei. Nossa primeira noite jamais seria esquecida.

 

 

                                                                          •••

 

 

- Ai meu Deus! Ai meu Deus! – Exclamei olhando para o papel em minhas mãos.

- Lety, você pode ser mais específica, por favor? – Fernando me olhou por cima da sua xícara.

- Eles têm aula de Surf! Acredita? Tem aula para isso no hotel!

               Eu não poderia evitar minha empolgação. Acordei com um ótimo humor naquele dia, e durante o café o garçom nos entregou uma folha com toda a programação do hotel, que era maior do que eu esperava. Enquanto eu a analisava, logo algo chamou minha atenção. Eu sempre quis aprender a surfar, mas jamais pensei que teria a oportunidade.

- Ah, amor, eu posso fazer? Por favor! Por favor! – Implorei.

- Eu disse... Você pode fazer o que quiser aqui. Mas... Eu não aconselharia. – Respondeu voltando a atenção para o seu livro.

- Por que não? – Perguntei decepcionada.

- Isso é só uma maneira de enganar as pessoas. Obviamente você não vai aprender a surfar em tão pouco tempo.

               Senti minha animação ir embora. Sabia que a intenção de Fernando não era me desanimar, mas ele tinha razão.

- Bom, mas como eu disse... Se você quiser fazer, não tem problema. Mas já deixo claro que eu...

- Você pode fazer comigo! – Falei animada. – Seria um ótimo programa!

- Não. – Ele me olhou. – Definitivamente não.

- E por que não?

- Porque não gosto desse tipo de coisa, Lety. Você sabe.

- Mas estamos em lua de mel! Deveríamos fazer coisas que não costumamos fazer!

- Eu só quero aproveitar esse dia de sol, sentar na beira da piscina e ler o meu livro. Isso seria algo que não costumo fazer.

               Eu havia prometido à ele que faríamos nosso passeio pelo lugar, mas que também teríamos um tempo de descanso, já que ele não tinha o costume de fazer isso por ter muito trabalho. Como eu não descumpria nenhuma promessa, achei melhor não dizer mais nada. Enquanto terminava de tomar o meu café da manhã em silencio, Fernando ergueu os olhos para mim algumas vezes, até enfim segurar uma de minhas mãos, me fazendo olhar para ele.

- Eu disse que você poderia fazer o que quiser aqui, e que quero que aproveite a viagem. Se você quer fazer essa aula, você pode fazer. Eu só espero que entenda que eu não... Gosto desse tipo de coisa. Prefiro ficar descansando.

- Eu entendo. – Sorri por sua maneira doce de me fazer compreender. – Então... Você pode ler o seu livro na beira da piscina, e eu posso fazer a minha aula de surf?

- Como quiser. – Disse beijando minha mão.

               Eu estava animada para aproveitar tudo o que o hotel oferecia, mas esperava poder fazer isso com o meu esposo. Afinal, estávamos em lua de mel. Não deveríamos fazer tudo juntos e aproveitar aquela semana como um casal? Mas, pela forma com que ele foi tão compreensível, imaginei que não teria problema passarmos algumas horas longe um do outro. Sempre teríamos tempo para nós dois.

               Depois que terminamos o nosso café e Fernando pediu ao garçom para que me inscrevesse na aula de surf, fomos aproveitar o dia maravilhoso e ensolarado ao redor da piscina. A aula de surf só começaria em algumas horas, e eu quis aproveitar aquele tempo para ficar ao lado de Fernando, embora ele tivesse total atenção em seu livro. Mas, ainda assim aquilo não estragaria aquela viagem maravilhosa, e não havia nada melhor do que deitar em frente à piscina, tomando uma limonada gelada.

- Acho que preciso passar mais protetor. – Falei ajeitando meus óculos de sol.

- De novo? Você acabou de passar. – Fernando respondeu sem tirar os olhos do livro.

- Mas estou me sentindo... Vermelha. Tenho medo de pegar insolação.

- Você não vai pegar insolação, Lety.

               Tomei outro gole da limonada e logo notei uma mulher andando em nossa direção. Pensei que talvez ela conhecesse alguém que estivesse próximo à nós dois, afinal, o hotel não estava em alta temporada mas ainda assim a área da piscina costumava ficar um pouco mais cheia. Ao perceber que a mulher se aproximava o suficiente para eu ter certeza de que ela falaria com um de nós dois, me sentei à espreguiçadeira e baixei meus óculos para olhá-la.

- Bom dia. – Ela sorriu, dirigindo-se à Fernando.

- Bom dia. – Ele ergueu a cabeça para olhá-la.

- Desculpe atrapalhar, mas você tem fogo?

               O QUE? Quem ela pensa que é para perguntar se o meu marido tem fogo? Essa pergunta só eu posso fazer!

- Não. Eu não fumo.

               Ah... Fogo para cigarro...

- Ah, obrigada. – Ela sorriu sem jeito e Fernando voltou a atenção para o seu livro. – Desculpe. Eu sei que estou sendo impertinente, mas é que acho que o conheço de algum lugar.

               Ela nem parecia notar que eu estava ali. Olhei para Fernando esperando sua resposta, e sorri satisfeita ao ouvi-lo dizer “eu acho que não”. Ainda assim a descarada continuou parada em sua frente, como se quisesse mostrar o seu biquíni vermelho menor do que deveria. Senti o meu sangue ferver e estava prestes a dar uma boa resposta para ela, mas ela novamente se dirigiu à Fernando.

- É que você parece muito um ex namorado... Por acaso o seu nome não é Pavel, ou é?

- Não. – Fernando fechou o livro irritado e a olhou. – E obviamente não sou um ex namorado. Acho que você me reconheceria se fosse, não é?

- É verdade. – Ela riu. Descarada! – Mas é que realmente se parecem muito. Você está aqui à passeio? À trabalho? Imagino que um homem como você faça muita viagem de negócios.

- Na verdade, não. Estou aqui em lua de mel. E essa ao meu lado é a minha esposa.

               Estufei o peito orgulhosa, e forcei um sorriso para ela.

- Ah... Me desculpe. Eu não a vi! – Ela sorriu. Cara de pau! – Muito prazer. O meu nome é Pilar Zacarias. Eu sinto muito atrapalhá-los. Vou deixá-los a sós. Imagino que queiram aproveitar a... Lua de mel. – Senti certo desprezo em sua voz.

- É isso mesmo. Nós queremos. – Fernando cruzou os braços.

- Bom... Então, me desculpe. Até mais.

               Notei que ela sorriu para Fernando, antes de lhe dar as costas e sair praticamente desfilando em sua frente.

- Mas que cara de pau! – Exclamei irritada. – Como ela não me viu aqui?

- Ela é louca. Não ligue para isso. – Fernando voltou a abrir seu livro.

- Não ligue para isso? Como não vou ligar quando ela praticamente se ofereceu para você?

- Lety, deixe isso para lá. Ela não vai mais voltar. Esqueça isso, tudo bem?

               Era muito fácil para ele, já que ele jamais sentiu ciúmes de mim. Eu gostaria de ser como ele, e ter um emocional de pedra para não sentir ciúmes, mas eu não era. Aquela mulher claramente deu em cima dele, e ele simplesmente queria que eu deixasse isso para lá. Fisicamente, deixei. Voltei a deitar na espreguiçadeira e coloquei os meus óculos. Mas, por dentro, eu queria esganar aquela oferecida.

- Com licença?

               Ergui a cabeça para olhar para o garçom ao nosso lado, acompanhado de um homem claramente charmoso.

- Desculpe interrompê-los. Gostaria de apresentá-los ao professor Ricardo. Ele dá aula de surfs para os hóspedes há alguns meses, e quando comentei que a Senhora Mendiola gostaria de fazer, ele insistiu para que eu os apresentasse.

- Desculpe por isso, mas é que raramente uma mulher faz a inscrição. Precisei me apresentar formalmente e dizer o quanto acho isso magnífico. – Ele sorriu, e eu não pude evitar em reparar em seu sorriso. Era perfeito, como se alguém tivesse acabado de passar tintas brancas em seus dentes totalmente alinhados. Só perdia para o sorriso de Fernando, que não se igualava à nenhum outro sorriso.

- Muito prazer... Senhora... Letícia? Acertei? – Ele esticou sua mão para mim, sorrindo ainda mais.

               Balancei a cabeça saindo do transe e me levantei, apertando sua mão.

- Lety. – Sorri. – O prazer é todo meu.

               Fernando pigarreou, também se levantando.

- Ah, o Senhor deve ser o marido, certo?

- Correto. – Respondeu com certo desprezo.

- Muito prazer. – Ele também apertou a mão de Fernando, que não pareceu retribuir com tanto entusiasmo. – Estou realmente surpreso que tenha se animado para as aulas. É claro que não é nada profissional, mas... Eu tento o meu máximo.

               Aproveitei que ainda estava de óculos escuros e o analisei de cima a baixo. Sua pele era morena, obviamente por viver em um lugar com um clima tão quente. E era notável que ele malhava, já que dava para contar quantos quadradinhos havia em sua barriga. Parei de analisá-lo, envergonhada por estar fazendo isso, e voltei a sorrir, sem saber o que dizer.

- Eu... Ahm... Estou muito empolgada para começarmos. – Falei.

- Ótimo! Eu também! Imagino que o Senhor também vá, não é? – Ele olhou para Fernando.

- Ah, ele não gosta desse tipo de...

- Sim, eu vou. – Fernando me interrompeu e eu o olhei assustada. – Vou apenas para assistir. Não gosto desse... Tipo de coisa.

- Entendo. – Ele sorriu. – Bom, a aula começa em poucos minutos. Te encontro na praia, Lety. – Ele sorriu para mim. – Foi um prazer, Senhor...

- Fernando.

- Fernando. Até logo!

               Vicente se afastou acompanhado pelo garçom, e quando estava um pouco mais afastado, olhou em nossa direção novamente. Estranhei a maneira que ele nos olhava, mas achei que era uma atitude normal das pessoas dali. Eram todos muito bem educados.

- Pensei que não quisesse assistir. – Falei olhando para Fernando quando ele voltou a sentar.

- Mudei de idéia.

- Hum...

               Sem lhe dar muita atenção, voltei a me deitar, aproveitando os últimos minutos que tinha antes de começarmos a aula. 



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