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História Depois de tudo - Nathan, o traidor


Escrita por: Loislene_

Notas do Autor


Espero que goste, boa leitura :)

Capítulo 7 - Nathan, o traidor



********************************LOUISA*************************************

Me culpo até hoje por ter ficado em casa mais que duas semanas, comecei a me sentir em casa novamente e a tempos não sentia o conforto da minha família, por mais que o mesmo tenha sido provocado pela morte de um ente querido. Quando as duas semanas se completaram, estava mais do que desconfiada a respeito de Will, mas me permiti ficar e esse foi o pior erro da minha vida, pois se eu não tivesse chegado a tempo, poderia ter sido tarde demais. Quando cheguei fui direto ver ele, mas ele estava tão mal que foram trocadas apenas algumas palavras, conversei com Camila e Nathan, ela ficou aliviada quando cheguei e depois de que confirmou que eu ficaria ao lado de Will o tempo todo, se despediu e voltou para casa, nem posso imaginar o tamanho da bagunça que tudo isso causou em seu trabalho, já Nathan estava com um semblante de culpa em seu rosto, pelo que eu soube até agora, Will foi internado por conta de uma infecção urinária gravíssima, ele esta se explicando demais, aposto que se culpa pelo ocorrido, mas ele mal sabe que se não fosse ele, Will não estaria vivo agora, na verdade, não estaria vivo a muito tempo, pois sempre que ele teve alguma complicação, era Nathan que estava lá, eu  o tranquilizo e vou falar com o médico, para ver como vai o tratamento e reprocessar toda a gigante informação que foi jogada como um caminhão de areia sobre mim, me admira que eu não esteja aos prantos, acho que a raiva que estou dessa mentira sem cabimento é bem maior, sim, estou preocupada, nada no mundo poderia definir minha tristeza e preocupação, mas ele mentiu para mim e por enquanto é isso que se sobressai, claro que haverá o momento de chorar, será devastador e espero que isso não ocorra na frente de Will, pois assim como era quando fui contratada, meu dever é trazer alegria, mesmo em dias de tormenta, portanto, agora, mais do que nunca, vou fazer isso, com muito amor para que ele tenha forças de seguir em frente, porque para ser sincera, sem ele, quem não tem forças para seguir sou eu.
Depois de ver todo o seu prontuário médico e saber de cada detalhe de sua enfermidade, a raiva começa a se esvair e a tristeza encharca meus olhos, sei da sua situação e é a mais grave que ele já teve em toda a sua vida na tetraplegia. Em qualquer outro momento eu sentiria vergonha de estar chorando na frente de um renomado médico, mas não hoje, não agora, a culpa me abraça como um monstro enorme e é nesse momento que perco totalmente a minha dignidade, pois se antes eu estava chorando com pequenas lágrimas escorrendo pelo meu rosto, agora estou a soluçar descontrolavelmente e a fungar o nariz pelo qual escorre algo que não sei se são lágrimas ou outra coisa. Sem conseguir me controlar, tento encontrar um solução com o médico de Will.

-Mas Dtr. Sheldon, você disse que há um tratamento, então por que ele só esta piorando?

-Olhe senhorita Clark, eu realmente não deveria estar lhe passando essas informações, pois você não é da família e nem alguém que tenha conhecimento do estado médico da vida de William, só estou fazendo isso a pedidos da Sra. Traynor, porém, uma cuidadora não se encaixa em nenhuma das opções.

Nem tenho foco para ter raiva do que ele disse, pois de certa forma, eu e Will não temos laço algum, basicamente nos beijamos as vezes, nada foi esclarecido ou intitulado entre nós, isso da um nó em minha garganta.

-Eu acho que sou mais que uma cuidadora...Se não fosse a Sra. Traynor não o pediria para me contar. Digo tentando limpar meu nariz com a manga da minha blusa.

-Sendo assim...O tratamento do paciente...  

-Will, o nome dele é Will. Sem perceber essas palavras saem da minha boca.

-Como eu dizia, o tratamento de Will, é bem complicado, funciona na maioria dos casos, entretanto o caso dele é muito mais severo e delicado. Ele pega uma pasta gorda de papeis, igual a que Will tem em casa e dela ele tira vários papeis dos quais não entendo meia duzia de palavras, ele me mostra um com o resultado de um exame de Will. -Veja, esse exame mostra como esta o funcionamento dos rins dele, os dois estão muito danificados, em outro caso, poderíamos remover um em uma cirurgia sem riscos e ele viveria bem com o outro e completar o tratamento, mas o corpo dele esta rejeitando os medicamentos, com rins danificados assim e uma Pielonefrite grave com a qual estamos lidando, não é possível fazer mais nada, é um milagre ele ainda estar vivo.

-Então é isso? Ele vai morrer? Mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer? Não há saída?

-Depois de revisar todos os prós e contras da situação, defini que temos uma única saída. Que é fazer uma Nefrectomia com transplante renal, ou seja, uma remoção cirúrgica de um rim com a transplantação de outro em Will, assim quando o corpo dele aceitar o novo rim o tratamento será retomado e ele tem 50% de chances de viver, pois com um rim bom, o tratamento do outro danificado, sera muito mais simples.

Fico enormemente feliz com a notícia, temos uma saída e Will irá viver, eu acredito que sim.

-Então vamos fazer, porque não fizeram ainda?

-Não é tão fácil quanto parece senhorita Clark, podemos fazer, porém ele terá que entrar na fila de espera pelo rim e levará no mínimo 3 anos para chegar a vez dele...Suponho que ele não tenha todo esse tempo.

Agradeço pela conversa e saio da sala dele, com meu mundo sendo arrastado pelo chão, não há saída, vou perdê-lo, não posso acreditar e o momento de chorar mais ainda chegou, me tranco no banheiro feminino do hospital e sentada no chão, choro, por um tempo que não vejo passar, ao me controlar e depois de varias reclamações e batidas na porta, eu saio, com o rosto lavado, como se nada tivesse acontecido, passo a noite sentada na sala de espera sozinha, olhando para o nada, esperando o sol nascer para Nathan chegar, pois o mandei para o hotel descansar, tenho que me recompor, pois na hora do almoço poderei vê-lo. Quando Nathan chega, já são 10:45 da manhã, logo poderei entrar, ele esta de banho tomado e uma cara um pouco menos cansada, mas continua tenso, ele senta do meu lado e com um triste olhar diz que tem algo para me contar.

-Will ia te pedir em casamento. Foi só o que ele disse e essa frase me bateu como um trem em alta velocidade, não sei se fico feliz ou choro, não tenho palavras para responder, então depois de alguns segundos ele continua. -Estou te contando, porque em todos esses anos trabalhando com ele, em nenhuma vez fiquei com medo que ele morresse, mas dessa vez eu estou e não seria justo da minha parte esconder isso de você, pois conhecemos esse ranzinza que está ali dentro. Ele da um breve sorriso de canto de boca e olha para a porta onde Will esta. -Ele nunca contaria a verdade a você, pois na cabeça dele você poderia aceitar por dó, por medo que ele morresse e ele só faria o pedido quando estivesse bem novamente, fora do hospital e realizando toda a surpresa que planejamos e que eu passei horas ouvindo esse cara dizendo o quanto te ama ou frases do tipo "Não, Clark não gostaria disso" ou "Sim, ela vai amar" e também, "Essa cor de joia vai ficar lindo nela". Ele faz uma pausa, respira e quase com os olhos marejados, não posso ter certeza disso, pois é muito sutil, ele continua. -Não posso ver meu amigo morrer sem o amor da vida dele saber disso, pois mais que seja por mim, ele é orgulhoso demais para contar sem fazer um circo como surpresa para você e se quer saber, foi isso mesmo que ele fez. De inicio a surpresa era te leva naquela joalheria que nós fomos com você lembra? Te vendamos, ele te levou no colo, mas aconteceu aquela terrível tragédia com sua família e tudo foi por água a baixo. Nesse momento eu já estava chorando silenciosamente sem perceber, mas com o meu coração em parte feliz por tudo o que ele planejou. -Sabe o que lhe esperava? Ele riu. -Uma joalheria repleta de balões vermelhos em forma de coração, com um cara que nem sei quem era, cantando Ed. Sheeran e um anel de noivado com uma pedraria vermelha, "Igual ao vestido em que ela usou no conserto", foram essas palavras que ele usou, era a coisa mais brega que eu já vi e ajudei a organizar, mas eu tenho certeza que você gostaria. Ele olha para suas mãos que estão em seu colo, da um longo suspiro como quem esta juntando forças para continuar. -Como você sabe, nada disso deu certo, mas durante sua viajem começamos a planejar outra coisa, algo maior, melhor, mas nem um dia depois que você entrou no avião, ele adoeceu, você sabia que ele sabe tocar violão? Pois é, ele sabe, e ficou muito bravo por aquele idiota do cantor fajuto de Ed. Sheeran ter cobrado mesmo sem ter cantado e muito triste por saber fazer tudo aquilo muito melhor que ele e não poder realizar, e sabe o que eu disse a ele Louisa? 

-O que? Respondi repreendendo um soluço.

-Nada...Absolutamente nada. Assim como foram todas as vezes em que ele se lamentou de não poder fazer algo, mas diferente de todas as vezes, eu sabia que você tinha a resposta e que independente de qual fosse, o faria feliz e o faria calar a boca. Ele deu uma gargalhada embargada. -Você sempre será a resposta. Ele olha para mim e agora posso ter certeza que seus olhos estão marejados, finalmente estão, admiro a força de vontade que ele teve em segurar até agora. -Ele nunca foi um trabalho para mim, foi um amigo e esse amigo merece ser feliz, mesmo que seja em seus últimos dias.

Ele termina e estou acabada, olho no meu relógio e está quase na hora de vê-lo, enxugo meu rosto, tento ficar o mais serena possível, agradeço Nathan por ter contado e me dirijo a porta.

Ele esta acordado, quando seus olhos encontram os meus ele da um largo sorriso para mim, aquele sorriso maravilhoso de sempre, toda a raiva evapora, o que Nathan disse aquece meu peito, o medo da morte some e só existe eu e ele naquele momento e eu a pessoa cuja não consegue esconder o que sente, solta a pérola sem pensar no que esta dizendo.

-Nathan me contou tudo. digo quase sem conseguir segurar o sorriso que teima em rasgar meu rosto com a notícia.

-Traidor. Seu sorriso desaparece e por um instante temo o que disse.

-Acho que podemos perdoa-lo. 

-Acho que não devemos o colocar em nenhum plano mais. Eu rio. -Mas eu não o culpo. Ele diz com certa tristeza na voz. Droga, essa não era a reação que eu esperava.

-Oh, por favor não sinta pena de você mesmo.

-O que posso dizer Clark? Estou morrendo. Ele sempre soube que esse dia chegaria e tem medo que eu vá sem fazer o que planejamos. E é seu direito saber disso.

-Nunca mais diga isso, você não vai morrer.

Ele respira fundo e tira seus olhos dos meus.

-Me desculpe por ter lhe escondido isso.

Chego mais perto dele, pego em seu rosto, o levantando para que seus olhos encontrem os meus novamente.

-Esta tudo bem, por mais que na hora eu quisesse te derrubar da cadeira de rodas. Digo sorrindo.

-É sério, sinto muito por ser um babaca completo e fazer você sofrer ainda mais.

-Will, quando você vai perceber que é você quem acaba com meu sofrimento, meus dias ruins, com os meus problemas? Você é a unica coisa que me faz levantar da cama pela manhã.

-Acho que eu conheço essa frase. E pelo que eu saiba Clark, plágio é crime. Oh, meu Will esta de volta.

-Apenas mais um para a minha lista de crimes.

-Queria ser a metade do homem que desejo para te fazer feliz.

-Posso te contar um segredo? Você já é ele, só que completo.

-Só que aleijado. ele me corrige. Estou o perdendo de novo, vamos, pense Louisa, pense...

-Você quer casar comigo? Ele parece surpreso até mesmo assustado, acho que o peguei em um momento ruim, não sei, isso saiu sem que eu pudesse planejar ou deixar mais romântico quem sabe, ele olha para mim como se não entendesse o que eu disse, como se fosse mandarim para ele, acho que ele não disse nada até agora, só esboçou expressões que quase não sei decifrar, estou começando a ficar preocupada, meu primeiro pedido de casamento e vou receber um não? 

Após um longo e constrangedor silêncio ele finalmente responde. 

-A alguns dias atrás, eu poderia sem dúvida alguma aceitar essa proposta, mas não posso ser egoísta com você, eu a amo como nunca amei ninguém, sou e serei eternamente grato por salvar minha miserável vida, por me dar um propósito, uma luz no fim do túnel que eu já não acreditava estar mais lá para mim, você foi o amor da minha vida e peço perdão por não poder corresponder esse amor, por tomar uma atitude tarde demais, por ser um aleijado idiota, que fica doente se uma brisa de ar corta meu rosto, mas eu não posso mudar isso e se eu vou morrer, o que já esta posto a todos, tenho que me despedir da pessoa que mais importa para mim, que mesmo após a morte, meu corpo exala-rá meu amor por você e é por te amar tanto Clark, que eu não posso aceitar e te privar de ser plenamente feliz com alguém bom e que não vá morrer daqui a poucos dias.

-Ora, cale a boca! Já ouvi esse discurso antes e ele não me assusta. Vou perguntar de novo, William John Traynor, você quer se casar comigo? 

Ele ri com os olhos cheios de lágrimas e fica um bom tempo assim, mas depois que ele pensa no que eu disse, seus olhos além de lagrimas, transbordam alegria e com o sorriso mais largo e lindo que já vi em seu rosto ele me pede para que chegue mais perto.

-Sim. Ele diz, assim, um sonoro e claro sim.


Notas Finais


Sera que Will vai melhorar? Como se estenderá essa trama? Hahahaha Brincadeiras a parte, muito obrigada por ler, beijos de luz e voltem sempre <3


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