História Depois que te conheci - Obrigada!

        No último capítulo:

                       -Namorado?- pode ter parecido uma tentativa de ofensa, mas eu estava com os olhos brilhando.

          -Anh? Nós não somos?

          -Bom, eu nunca tinha ouvido você falar de verdade antes, então...

          -Entendi.- ele disse, ajoelhando e pegando uma de minhas mãos, a beijando. -Koutarou Hirose, você quer namorar comigo?

     Voltando:

                

          Era isso que você queria?

          Sim, era isso que eu queria, uma verdadeira confirmação. Corei, meus olhos brilharam, ele riu.

          -Eu sei que não é o melhor lugar mas...- ele disse (lembrando, ainda estávamos na porta do apartamento de Keiko.)

           -Sim!! Eu quero ser seu namorado, Hayato! Eu quero isso mais do que tudo!

         Ele ficou surpreso, acho que a minha reação foi mais do que ele esperava, mas ele riu, se levantou, ainda segurando as minhas mãos.

          -Ótimo!- ele me beijou, um beijo demorado e apaixonado, vindo dos dois lados. Nos separamos, e percebemos que deveríamos fazer algo, senão iria anoitecer e estávamos na porta de Keiko fazia um bom tempo.

          (P.O.V Hayato)

          Ele estava tão fofo, mas que nerd desligado, precisou mesmo de um pedido, bom eu não me importo, ele estava tão fofinho com aqueles olhos brilhando e aquele sim foi uma sensação incrível para mim também. Era bom ter uma confirmação de que ele era meu, não me importo o quanto ele fale que não tem dono, ele é só meu! Vendo que era isso que ele sentia, eu concordei com a sua promessa.

           -Okay, okay, eu vou ser legal com ela, mas só porque você pediu.

           -Obrigado, Hayato!- ele me abraçou, vermelho, também fiquei e retribui o abraço.

           -Então vamos logo, porque já estamos aqui faz séculos.

           Ele bateu na porta. Para a minha surpresa, foi um garotinho muito pequeno que a abriu.

           -Hirosenii-san?- o garoto disse, super feliz.

           -Kohako! Quanto tempo! Como você cresceu!- Koutarou respondeu, abraçando o menino. -A Keiko está em casa?

           -Sim ela... Ele me olhou, como se tivesse olhando uma parede e se escondeu atrás de Koutarou, tudo bem que eu sou alto, mas por que eu machucaria uma criança?

           -Esse é Hayato Yoshida, amigo meu e da sua irmã.

           Eu estendi a minha mão e dei um sorriso.

           -Olá! Prazer! Não precisa ter medo, não vou fazer nada!

           Ele apertou a minha mão, era muito pequena comparada a minha. Depois disso ele me abraçou, não se contentando com a mão, nunca tive muitas experiências com crianças, não tenho ninguém da família mais novo do que eu, fiquei meio confuso, mas retribuí o abraço. Koutarou parecia ter notado que eu não sabia o que fazer, pois deu uma risadinha baixa.

           -A sua irmã, Kohako, onde está?- Koutarou disse, lembrando a criança.

           -Ah sim, a Onee-chan saiu para algum lugar, disse que era algo como o mercado, mas já volta.

           -E você está sozinho?- eu perguntei

           -Uhum, o papai saiu um pouco depois da Onee-chan sair. Pelo menos eu vi ele hoje...

          Eu fiquei surpreso como alguém podia deixar uma criança dessa idade sozinha em casa, mas não era da minha conta também. Estávamos entrando quando vimos Keiko, voltando com sacolas de compra na mão, quando nos viu, parece ter ficado assutada, e se desequilibrou, ela iria cair da escada, mas como eu estava perto, eu corri e consegui segura-la. Ela me abraçou, parecia tensa, mas logo se soltou e ficou vermelha de vergonha.

           -Ei, Yamasaki-san, tome mais cuidado!- eu disse, soltando-a.

           -D-desculpa e o-obrigada por me salvar.- parecia com um pouco de medo.

           -Vo-vocês estão aqui por quê?

           -Vamos entrar, nós te ajudamos com as compras e te explicamos.- disse Koutarou.

           Ela assentiu com a cabeça e todos entraram, eu achei incrível o jeito que o seu irmão a abraçou tão fortemente, como se fosse alguém que não via a anos, o vínculo deles parecia muito forte. A ajudamos com as compras e depois sentamos no sofá. Ela parecia tensa. Eu estava lá mais para ter certeza que nada iria rolar entre os dois, então deixei eles se explicarem.

          (P.O.V Koutarou)

          Tá, talvez eu tenha ficado com um pouco de ciúmes quando ela o abraçou, eu sei que foi por reflexo, mas meu coração palpitou forte, parece que eu não sou tão diferente de Hayato. Antes de começarmos a falar, Keiko falou gentilmente para o irmão, acariciando sua cabeça.

          -Kohako, por que você não vai para o seu quarto e tenta fazer a sua lição, depois eu vou lá para te ajudar.- o garoto a obedeceu e foi para o seu quarto, deixando somente nós três na sala.

          -Então Keiko, nós estamos aqui por que você nunca faltou na escola, e nós ficamos preocupados.- ela virou a cara para baixo e lado, tentando desviar o olhar. Eu ainda não tinha guardado uma sacola, então estava em pé indo para o sofá. Mas Keiko se levantou e me abraçou, chorando. Hayato se levantou, com muita raiva no olhar, mas eu tentei acalma-lo com um olhar calmo, ele pareceu se acalmar um pouco e esperou, revirando os olhos. 

          -M-me desculpa, o que eu fiz foi imperdoável, eu-eu estou fazendo de novo, oh não!- ela se separou rapidamente de mim, ficando imóvel no meio da sala, nos três estávamos. Hayato não parecia bravo, aliás ele não parecia ter expressão nenhuma. Keiko, depois de um tempo, falou:

          -Ok, não posso mais fugir dos meus problemas, eu não fui por que eu estava com medo de que vocês me odiassem, depois do que eu fiz até eu me odiaria.- eu estava com um pouco de medo de falar que ela não era a culpada na frente de Hayato, até que ele mesmo tomou a providência.

         -Olha, Keiko, nós não te odiamos, aliás, você é uma ótima amiga, e você não tem culpa, a culpa é nossa por não te contado nada sobre o que havia acontecido. A real verdade é que eu e Koutarou somos gays e estamos namorando. Você não era obrigada a adivinhar nada disso, aliás nós nem tínhamos assumido um real compromisso antes disso, então você tem menos culpa ainda, eu que fui um idiota que não quis escutar, me desculpe!- ele falou, se curvando.

          Eu estava um pouco bravo por ele ter jogado a culpa toda nele, mas eu estava feliz por ele ter dito aquilo, eu tenho certeza que não conseguiria. Keiko estava parada, eu não conseguia distinguir sua expressão, ela parecia feliz e triste ao mesmo tempo, ela parecia... Confusa.

         -A culpa não é somente sua, Yoshida-kun, a culpa é minha támbem... Eu não devia ter feito isso sem antes esperar uma resposta vinda de Koutarou, eu estou tão arrependida. Ela colocou as mãos na frente do rosto, e estava chorando.

         -Ei,- me intervi. -A culpa é de todo mundo aqui, aliás, não importa de quem é a culpa, o que importa é que ninguém aqui está mais com raiva, não é mesmo? Tudo já se resolveu, que tal nós só esquecermos que isso tudo aconteceu e viver as nossas vidas normais, como amigos, como antes? Claro que tudo não vai ser completamente igual,-olhei para Hayato com um olhar apaixonado -Mas podíamos tentar o mais próximo possível, certo?- os dois me olharam e assentiram com a cabeça, mesmo parecendo que Keiko não estava tão feliz com o resultado. Mas eu sabia o porque, sabia que ela ainda me amava, eu suspirei e fui para perto dela, colocando a minha mão em seu ombro. Não sei o que Hayato estava achando, mas para falar a verdade eu não estava me importando muito, precisa pra falar isso. 

         -Olha, eu sei que é difícil tentar esquecer seu amor por alguém, mas sabe, eu vou sempre estar aqui, não importa se for como amigo ou namorado, eu sei que você vai conseguir achar o cara certo para você, eu irei te ajudar!- ela me olhou, parecia emocionada.

        -Eu também vou, -disse Hayato, se aproximando -Três pessoas são melhores do que duas, não? Nós vamos achar a pessoa certa, tenha certeza disso Keiko, sempre estaremos aqui para você!

        Ela começou a chorar, mas com um sorriso no rosto, ela abraçou eu e Hayato ao mesmo tempo, dizendo:

       -Obrigada... Obrigada gente!- ela tinha lágrimas nos olhos. Nós dois devolvemos o abraço, e ficamos lá por algum tempo.